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Membro Conhecido
Estocolmo (Agosto 2010)
Como começar? Bem, acho que será apropriado algum contexto. A vida por vezes dá grandes voltas e com ela vêm grandes surpresas, umas positivas, outras negativas. Conhecer Estocolmo foi uma “prenda” de uma dessas cambalhotas na vida . Mesmo estando confortável com o meu trabalho em Portugal, decidi aceitar um desafio de cariz internacional, cuja primeira etapa foi em Estocolmo, tendo assim a oportunidade de trabalhar lá (até ao momento) durante 2 meses, estando lá semana sim, semana não. Tive também sorte de isto se iniciar durante o período mais atractivo de Estocolmo, a Primavera/Verão.
Pelo que pude perceber, Estocolmo pode-se distinguir entre o seu período “primaveril” e “invernoso”. Durante o Inverno onde as temperaturas chegam a ser negativas com frequência (embora sem ser muito extremo), há naturalmente uma maior “contenção” na actividade social pessoas, embora se mantenha uma cidade ainda assim muito activa. Assim que começam a vir as temperaturas amenas e o sol, a cidade literalmente explode num frenesim de desportistas, esplanadas cheias, actividades de rua, espectáculos, grupos infindáveis de amigos a conversar à beira rio ou simplesmente a apanhar sol.
(médias mensais)
Posso, sem demagogia, dizer que me apaixonei pela cidade assim que tive oportunidade de passear um pouco ao fim da tarde, com a fantástica luz do sol a bater nos edificios e no rio muitas vezes até às 8/9 da noite.
Em Junho, o pôr do sol pode chegar a ser às 10 da noite e o nascer às 3 da manhã, pelo que se o pessoal quer dormir, é bom que tenham corrido as cortinas, senão meio ainda acabam por se levantar, ir tomar um duche, vestir, preparar-se para tomar o pequeno almoço e verificar depois que está tudo fechado porque ainda são 4 da manhã (não me chegou a acontecer, mas quase)
Por outro lado, poder passear por vezes até à meia noite/1 da manhã com uma certa luz tipo lusco/fusco no céu é simplesmente fantástico E é uma cidade que pede, quase exige que se passeie na mesma, tais são os tesouros a descobrir e tais as condições que a cidade proporciona, quer em termos de acessibilidades, segurança, beleza arquitectónica, etc.
Gostei muito de Paris, continuo a ser fã incondicional de Londres, admiro muito Amesterdão e Praga, mas Estocolmo tornou-se na “menina dos meus olhos” . Vai ser muito difícil bater Estocolmo pela quantidade, qualidade e diversidade da oferta que a cidade tem para nós. Quando mostrei as primeiras fotos à minha mulher, tiradas à pressa com o iPhone ela disse logo:
- “Temos que ir aí este ano, isso parece espectacular, não fazia idéia“.
Ao que eu repliquei:
- “Epa, mas já temos as coisas apontadas para Jamaica, praia e tal, isso tem que se manter para descansarmos”
Ao que ela calmamente atirou:
- “Fazemos as duas seguidas.”
“Ganda maluca!” pensei . Dei duas gargalhadas e quando me passou, fiquei pensativo. O facto é que passados 5 minutos, já estava a contactar restaurantes para ir lavar pratos para podermos pagar aquilo tudo, sem me meter em empréstimos para matar os vícios. E assim agendámos a ida a Estocolmo, com a nossa filhota de 4 anos.
Para quem não tem idéia formada sobre a cidade (como eu não tinha) acho que o postal que se segue ajuda a começar a perceber um pouco o seu encanto.
Alguns breves factos sobre Estocolmo:
Referenciada muitas vezes como “Veneza do Norte”, Estocolmo foi fundada em 1252, é banhada pelo enorme lago Malaren, é composta por 14 ilhas, interligadas entre si por mais de 50 pontes. O arquipélago de Estocolmo (um pouco afastado do centro da cidade) tem cerca de 60 km2 e é composto por cerca de 24.000 (!) ilhas e ilhéus. Nestas ilhas e ilhéus é possível fazer todo o tipo de actividades: trek, acampar, praia (nos meses mais quentes, obviamente), actividades aquáticas, etc.
A cidade tem mais de 100 museus disponíveis, inclusive o 1º museu ao ar livre do mundo (detalhe mais à frente), é visitada anualmente por milhões de pessoas e ficou no 19º lugar do “Top 25 Destinations in the World - Traveler’s Choice 2010” do TripAdvisor.
Um aspecto muito interessante da cidade é que talvez cerca de 3/4 das principais atracções turísticas situam-se num raio de muitos poucos quilómetros, sendo até possível, para quem goste muito de andar e tenha a devida resistência, visitar os mesmos unicamente a andar. De qualquer forma, aproveitar os barcos hop-on/hop-off ou alugar uma bicicleta são outras formas óptimas de ter outra visão de Estocolmo. O metro é também uma óptima opção, embora não seja agradável do ponto de vista turistico como por exemplo os barcos.
Tendo em conta a quantidade e qualidade de locais e consequentes fotos que tirei, escolher uma quantidade que não fosse ridícula, mas ainda assim representativa do essencial foi muito complicado. Quando tive que retirar, optei mais por retirar fotos por exemplo de alguns interiores principalmente, sendo que em alguns locais como o Palácio Real, o Palácio de Drotningholm (residência de férias da família real) ou no Teatro de Drottningholm, nem é permitido tirar fotos.
Como levámos a nossa filha de 4 anos, o itinerário e a abordagem à viagem foi menos intensivo que noutras alturas, mas ainda assim, com a ajuda do carrinho Quinny, o nosso rebento revelou-se uma autêntica viajante de barba rija (metaforicamente falando ). Tentámos também que alguns dias tivessem algo de mais estimulante para ela, como por exemplo andar de pónei, ir a um “palácio de princesas” ou parque de diversões, coisas assim. Funcionou muito bem.
Eu avisei que me tinha apaixonado pela cidade, ok?
Vôos
Marquei os vôos directamente e pela TAP, tendo conseguido um misto de tarifas “discount” e “basic”, uma vez que marquei com algumas semanas de antecedência. Assim sendo, cada vôo ficou em média em €130 por pessoa, o que pelo que conheço de voar para lá com frequência, é um preço bastante bom, tendo em conta que a Suécia ainda está a 4h e 20m de distância, e não há tantas companhias a voar para lá, como por exemplo para Londres ou Amesterdão. A Lufthansa em combinação com a SAS (Scandinavian Airlines) também é uma opção válida, embora os preços sejam um pouco superiores aos da TAP.
Hotel
A Suécia está frequentemente no top3 dos melhores países para se viver, tendo em conta indices económicos, qualidade de vida, etc. e no seguimento disto, há um ponto que tem que ser feito: o custo de vida em Estocolmo é directamente proporcional ao nível de vida do país: caro. Por exemplo, em média, um prato “normal” num restaurante custa 150 Coroas (Kronor), ou seja, o equivalente a 17 EUR e facilmente nos descuidamos para valores superiores, se não tivermos cuidado. Um olhar mais atento revela, aqui e ali, restaurantes óptimos por preços inferiores, que no entanto não são a regra, mas a excepção. Um dos restaurantes onde fomos mais vezes era próximo do hotel, tinha excelentes bifes (excelentes mesmo) e o preço era cerca de 10 EUR, ofereciam canetas e livros para as crianças pintarem e um balão.
Já conhecia o hotel que escolhi (Adlon Hotel). Marquei pela Internet a partir do site do hotel e telefonei no dia antes de irmos, só para ter a certeza que estava tudo bem com a reserva. Pese embora não ser barato (€110 por noite), optei pelo Adlon por várias razões:
Como começar? Bem, acho que será apropriado algum contexto. A vida por vezes dá grandes voltas e com ela vêm grandes surpresas, umas positivas, outras negativas. Conhecer Estocolmo foi uma “prenda” de uma dessas cambalhotas na vida . Mesmo estando confortável com o meu trabalho em Portugal, decidi aceitar um desafio de cariz internacional, cuja primeira etapa foi em Estocolmo, tendo assim a oportunidade de trabalhar lá (até ao momento) durante 2 meses, estando lá semana sim, semana não. Tive também sorte de isto se iniciar durante o período mais atractivo de Estocolmo, a Primavera/Verão.
Pelo que pude perceber, Estocolmo pode-se distinguir entre o seu período “primaveril” e “invernoso”. Durante o Inverno onde as temperaturas chegam a ser negativas com frequência (embora sem ser muito extremo), há naturalmente uma maior “contenção” na actividade social pessoas, embora se mantenha uma cidade ainda assim muito activa. Assim que começam a vir as temperaturas amenas e o sol, a cidade literalmente explode num frenesim de desportistas, esplanadas cheias, actividades de rua, espectáculos, grupos infindáveis de amigos a conversar à beira rio ou simplesmente a apanhar sol.
(médias mensais)
Posso, sem demagogia, dizer que me apaixonei pela cidade assim que tive oportunidade de passear um pouco ao fim da tarde, com a fantástica luz do sol a bater nos edificios e no rio muitas vezes até às 8/9 da noite.
Em Junho, o pôr do sol pode chegar a ser às 10 da noite e o nascer às 3 da manhã, pelo que se o pessoal quer dormir, é bom que tenham corrido as cortinas, senão meio ainda acabam por se levantar, ir tomar um duche, vestir, preparar-se para tomar o pequeno almoço e verificar depois que está tudo fechado porque ainda são 4 da manhã (não me chegou a acontecer, mas quase)
Por outro lado, poder passear por vezes até à meia noite/1 da manhã com uma certa luz tipo lusco/fusco no céu é simplesmente fantástico E é uma cidade que pede, quase exige que se passeie na mesma, tais são os tesouros a descobrir e tais as condições que a cidade proporciona, quer em termos de acessibilidades, segurança, beleza arquitectónica, etc.
Gostei muito de Paris, continuo a ser fã incondicional de Londres, admiro muito Amesterdão e Praga, mas Estocolmo tornou-se na “menina dos meus olhos” . Vai ser muito difícil bater Estocolmo pela quantidade, qualidade e diversidade da oferta que a cidade tem para nós. Quando mostrei as primeiras fotos à minha mulher, tiradas à pressa com o iPhone ela disse logo:
- “Temos que ir aí este ano, isso parece espectacular, não fazia idéia“.
Ao que eu repliquei:
- “Epa, mas já temos as coisas apontadas para Jamaica, praia e tal, isso tem que se manter para descansarmos”
Ao que ela calmamente atirou:
- “Fazemos as duas seguidas.”
“Ganda maluca!” pensei . Dei duas gargalhadas e quando me passou, fiquei pensativo. O facto é que passados 5 minutos, já estava a contactar restaurantes para ir lavar pratos para podermos pagar aquilo tudo, sem me meter em empréstimos para matar os vícios. E assim agendámos a ida a Estocolmo, com a nossa filhota de 4 anos.
Para quem não tem idéia formada sobre a cidade (como eu não tinha) acho que o postal que se segue ajuda a começar a perceber um pouco o seu encanto.
Alguns breves factos sobre Estocolmo:
Referenciada muitas vezes como “Veneza do Norte”, Estocolmo foi fundada em 1252, é banhada pelo enorme lago Malaren, é composta por 14 ilhas, interligadas entre si por mais de 50 pontes. O arquipélago de Estocolmo (um pouco afastado do centro da cidade) tem cerca de 60 km2 e é composto por cerca de 24.000 (!) ilhas e ilhéus. Nestas ilhas e ilhéus é possível fazer todo o tipo de actividades: trek, acampar, praia (nos meses mais quentes, obviamente), actividades aquáticas, etc.
A cidade tem mais de 100 museus disponíveis, inclusive o 1º museu ao ar livre do mundo (detalhe mais à frente), é visitada anualmente por milhões de pessoas e ficou no 19º lugar do “Top 25 Destinations in the World - Traveler’s Choice 2010” do TripAdvisor.
Um aspecto muito interessante da cidade é que talvez cerca de 3/4 das principais atracções turísticas situam-se num raio de muitos poucos quilómetros, sendo até possível, para quem goste muito de andar e tenha a devida resistência, visitar os mesmos unicamente a andar. De qualquer forma, aproveitar os barcos hop-on/hop-off ou alugar uma bicicleta são outras formas óptimas de ter outra visão de Estocolmo. O metro é também uma óptima opção, embora não seja agradável do ponto de vista turistico como por exemplo os barcos.
Tendo em conta a quantidade e qualidade de locais e consequentes fotos que tirei, escolher uma quantidade que não fosse ridícula, mas ainda assim representativa do essencial foi muito complicado. Quando tive que retirar, optei mais por retirar fotos por exemplo de alguns interiores principalmente, sendo que em alguns locais como o Palácio Real, o Palácio de Drotningholm (residência de férias da família real) ou no Teatro de Drottningholm, nem é permitido tirar fotos.
Como levámos a nossa filha de 4 anos, o itinerário e a abordagem à viagem foi menos intensivo que noutras alturas, mas ainda assim, com a ajuda do carrinho Quinny, o nosso rebento revelou-se uma autêntica viajante de barba rija (metaforicamente falando ). Tentámos também que alguns dias tivessem algo de mais estimulante para ela, como por exemplo andar de pónei, ir a um “palácio de princesas” ou parque de diversões, coisas assim. Funcionou muito bem.
Eu avisei que me tinha apaixonado pela cidade, ok?
Vôos
Marquei os vôos directamente e pela TAP, tendo conseguido um misto de tarifas “discount” e “basic”, uma vez que marquei com algumas semanas de antecedência. Assim sendo, cada vôo ficou em média em €130 por pessoa, o que pelo que conheço de voar para lá com frequência, é um preço bastante bom, tendo em conta que a Suécia ainda está a 4h e 20m de distância, e não há tantas companhias a voar para lá, como por exemplo para Londres ou Amesterdão. A Lufthansa em combinação com a SAS (Scandinavian Airlines) também é uma opção válida, embora os preços sejam um pouco superiores aos da TAP.
Hotel
A Suécia está frequentemente no top3 dos melhores países para se viver, tendo em conta indices económicos, qualidade de vida, etc. e no seguimento disto, há um ponto que tem que ser feito: o custo de vida em Estocolmo é directamente proporcional ao nível de vida do país: caro. Por exemplo, em média, um prato “normal” num restaurante custa 150 Coroas (Kronor), ou seja, o equivalente a 17 EUR e facilmente nos descuidamos para valores superiores, se não tivermos cuidado. Um olhar mais atento revela, aqui e ali, restaurantes óptimos por preços inferiores, que no entanto não são a regra, mas a excepção. Um dos restaurantes onde fomos mais vezes era próximo do hotel, tinha excelentes bifes (excelentes mesmo) e o preço era cerca de 10 EUR, ofereciam canetas e livros para as crianças pintarem e um balão.
Já conhecia o hotel que escolhi (Adlon Hotel). Marquei pela Internet a partir do site do hotel e telefonei no dia antes de irmos, só para ter a certeza que estava tudo bem com a reserva. Pese embora não ser barato (€110 por noite), optei pelo Adlon por várias razões:
- é barato, comparando com os preços médios de um bom hotel em Estocolmo, onde frequentemente o preço médio pode facilmente rondar os €200 por noite;
- O próprio hotel é um dos pontos em que é possível comprar bilhetes/passes de metro/autocarro/barco ou o incontornável e imprescindível Stockholm Card. É um cartão que permite andar grátis de metro, autocarro e nos barcos hop-on/hop-off que fazem ligações de 15/20 em 15/20 minutos entre os principais pontos de interesse das várias ilhas, permite entrada grátis em mais de 80 atracções da cidade, entre muitos outros benefícios e descontos. Pode-se comprar por 1, 2 ou 3 dias. Só descobri o cartão ao 3º dia, infelizmente. Ainda assim, compramos o cartão de 2 dias que ficou em cerca de 50 EUR por pessoa (crianças grátis, como a vasta maioria das entradas nos museus e transportes). Ao fim de apenas uma manhã a visitar locais e andar de um lado para o outro, o cartão está mais que pago. É a primeira coisa a comprar a seguir a trocar EUR para SKR;
- É um hotel muito simpático e acolhedor, com um cheirinho “vintage”, tendo sido fundado em 1920, mas baseado num edifício com arquitectura de 1884, mantendo os traços originais do mesmo. Tem no entanto todas as comodidades esperadas num hotel moderno;
- tem uma localização espectacular:
- Está a 200 metros do Arlanda Express, comboio directo do aeroporto que demora metade do tempo de um taxi ou autocarro (apenas 20 minutos) e custa metade de um taxi (cerca de 22 EUR em vez de 45 EUR do taxi). O serviço é simplesmente excelente e caso o expresso chegue atrasado mais de 2 minutos, podemos exigir o dinheiro de volta (está nas condições do site deles e dos bilhetes). Até parece um serviço do sul da Europa, não é?
- Está a 200 metros de uma estação de metro;
- Está próximo de duas farmácias, uma loja 7-Eleven (mini mercado aberto 24 h), tem uma coffee shop mesmo em frente e inúmeros restaurantes próximos, alguns abaixo do preço médio;
- Está a 5 minutos a pé da zona mais “central”, do ponto de vista turístico: City Hall, Palácio Real, Gamla Stan, etc.