Terminadas mais umas férias fantásticas, e ainda sob o efeito de jet lag, aqui fica o testemunho possível da nossa viagem. Depois de México e Jamaica, o destino escolhido para este ano foi…Cuba!
Após muitas visitas a este fórum, muitas horas de leitura atenta de reports das viagens por vocês realizadas, decidimos a nossa estadia em Cuba por um combinado Havana + Cayo Santa Maria. Agora que esta experiência fantástica chegou ao fim, só conseguimos pensar que a escolha foi acertada.
Mas, comecemos a nossa história…
1º dia : Lisboa - Madrid - Havana
A nossa viagem para Cuba teve início em Lisboa, num voo de ligação a Madrid, para depois realizarmos a viagem para Cuba, ambos em voos da Air Europa. Nunca tínhamos viajado por esta companhia aérea, pelo que estávamos algo curiosos por embarcar e ver as condições que nos esperavam por um total de 10 longas horas de voo. E só podemos dizer bem do que vimos, tanto das condições do avião, como da atenção e eficiência de toda a tripulação, tudo fez com que o tempo passasse um pouquinho mais depressa. Uma curiosidade: este voo não apresentava, em tempo real, a rota realizada…tão pouco mencionava o tempo de voo e as horas restantes para a chegada a Havana. Isso fez com que me lembrasse de todas as outras viagens realizadas, da impaciência crescente e da ansiedade que ia surgindo para chegar ao destino…algo que não experimentamos de forma tão nítida nesta viagem.
Depois de aterrarmos na mítica Havana e ter-mos ultrapassado todas as formalidades no aeroporto (e sim, são muitas…tanto na chegada como na partida), encaminhámo-nos para o exterior do Aeroporto Internacional José Marti, onde nos esperava o transfer para o Hotel escolhido: Hotel Meliá Cohiba.
Mal passámos as portas do aeroporto para o exterior, a primeira constatação de que efectivamente estávamos nas Caraíbas: eram 21h30 e fazia um calor imenso, o que aliado à humidade característica dos países tropicais fez com que desde logo sentíssemos uma gotazita de suor na testa!
A viagem até ao Hotel Meliá Cohiba correu sem problemas, tendo servido desde logo para dislumbrar um pouco da realidade Cubana. Em todo o lado, palavras de exaltação ao patriotismo, à celebração da revolução cubana, citações de Che Guevara, José Martí, Camilo Cienfuegos, e claro, de Fidel Castro. Muitas bandeiras de Cuba, muitas paredes pintadas com as cores de Cuba…numa manifestação clara de patriotismo.
Antes de chegar ao hotel, passagem pela Universidade de Havana e pela Plaza de la Revolutión, com destaque imediato para o retrato de Che Guevara iluminado e a famosa frase “hasta la victoria, siempre!”e que logo prendeu os nossos olhos…fantástico!
E chegámos ao nosso destino, cerca de 40 minutos depois, um hotel mesmo em frente ao mar e ao mítico Malecón, onde tivemos o previlégio de ficar numa suite, o que muito nos agradou. A cama era enormíssima, excelentes condições, muita comodidade, com sofás, secretária, duas televisões (acho que mal as ligámos), mini-bar completamente cheio, uma casa de banho enormíssima, com banheira de hidromassagem e vista panorâmica para a cidade. Um luxo!
Após um banho rápido, eram já 23h locais quando descemos ao piso 1 do hotel para jantar. Mal a porta do elevador se abriu, sentimos um aroma inconfundível a um “puro havano” no ar…mesmo à nossa frente o “clube de fumadores” do hotel, com uma loja cheia de charutos de diversos géneros e das mais variadas marcas. Mas agora era hora de jantar e à nossa disposição tínhamos 4 restaurantes possíveis: restaurante “Plaza Habana”, onde podíamos usifruir de um jantar tipo buffet, restaurante “El Albanico”, tipicamente de comida mediterrânea, restaurante italiano “La Piazza” de comida italiana e um snack bar de piscina. Após alguma indecisão, acabámos por optar pelo restaurante italiano “La Piazza” onde comemos uma pizza familiar que estava simplesmente deliciosa. De seguida, subimos ao quarto e fomos descansar…o dia seguinte ia ser muito cansativo com a descoberta de Habana Vieja.
2º dia : Havana
Hotel Meliá Cohiba
Acordámos bem dispostos e ansiosos por nos embrenharmos nas ruas de Habana Vieja. Descemos ao 1º piso para tomarmos o pequeno-almoço, a ser servido no restaurante “Plaza Habana” e onde encontramos uma enormíssima variedade de alimentos, todos muito bem confeccionados. Delicioso!
Já de barriguinha cheia, dirigimo-nos à recepção do hotel onde nos informamos do melhor meio de transporte para Habana Vieja, onde nos informaram que o hotel possuía um serviço de transporte gratuito e que o próximo autocarro sairia dentro de poucos minutos. Perfeito! Reservámos o nosso lugar, entrámos no autocarro e dirigimo-nos a Habana Vieja, sempre ao longo do Malecón, até ao Anfiteatro de La Habana, com vista para o canal de entrada da cidade, Castillo de San Salvador de la Punta. Descemos e decidimos percorrer Habana Vieja a pé…diambular pelas ruas, interagir com a cidade, as pessoas, no fundo…tentar com que nos deixássemos envolver por tudo o que nos rodeava.
Castillo de San Salvador de la Punta
Seminário
Catedral de San Cristobal, em plena Plaza de la Catedral.
El Templete
Com uma seiba magnífica na entrada. Aqui foi, segundo a lenda, fundada a cidade de San Cristobal de La Habana. Foi também aqui que se realizou a primeira reuniao do governo, bem como a primeira missa em solo Cubano. Encontra-se numa das mais importantes praças de Havana, a Plaza de Armas.
Castillo de la Real Fuerza
Seminário de Havana
Plaza de San Francisco
Fundação de Comércio de Havana, na Plaza de San Francisco
La Bodeguita del Medio
O nosso almoço decorreu na famosa Bodeguita del Medio, na Calle Empedrado, local de eleição para Hemingway beber o seu Mojito. A comida estava bastante boa, e vimo-nos envolvidos por um ambiente de festa e boa disposição. Havia ali um ambiente multiracial, multicultural que nos encantou, sempre ao som de música cubana e com o aroma de um “puro” a ser fumado com prazer. Altura então para poder beber o tão famoso Mojito…já tínhamos sido alertados para o facto de os Mojitos na Bodeguita não serem, de facto, os melhores Mojitos de Cuba e quando os provámos pudemos constatar precisamente isso. Talvez por causa da preparação quase em série dos mesmos, que pode ter levado a uma crescente diminuição da qualidade de preparação da bebida. De qualquer maneira, aquele Mojito não é o melhor de Cuba…mas é definitivamente o que tem mais fama. Vale sempre a pena bebê-lo lá…nem que seja para experimentar e poder comparar com os outros que se possam beber (mais tarde, junto ao Gran Teatro de La Habana, bebemos um Mojito muito melhoooooor).
Plaza Vieja
Havana parada no tempo...
Capitólio
Gran Teatro de Havana
Museo de la Revolutión
Hotel Ambos Mundos, onde Hemingway começou a escrever, no quarto 511, o bestseller "Por quem os sinos dobram"
No final do dia, estávamos de rastos. O calor abrasador e a humidade quase sufocante, juntamente com a longa caminhada pelas ruas de Havana, deixaram-nos exaustos. Regressamos ao hotel, tomamos um banho e descemos para jantar, e de seguida fomos descansar para o quarto. No dia seguinte saíriamos para Cayo Santa Maria, para uns dias de sol, praia e tranquilidade!
3º a 7º dia : Havana - Cayo Santa Maria
O dia começou bem cedo, uma vez que o transfer do Hotel para o Aeroporto de Playa Baracoa era às 6h30 da manhã!
Depois de ter-mos tomado um pequeno-almoço rápido, que tínhamos pedido na recepção do hotel no dia anterior, dirigimo-nos para o lobby do hotel e à hora marcada chegou o nosso transporte para o Aeroporto de Playa Baracoa, para a tão ansiada viagem rumo a uns dias de sol e praia de águas cristalinas. Este Aeroporto, a cerca de 40 km’s da cidade de Havana, é hoje em dia utilizado somente para voos domésticos, mas foi já um importantíssimo aeroporto para viagens internacionais, nomeadamente para os Estados Unidos da América, principalmente durante o regime de Fulgêncio Batista. É um aeroporto muito pequeno, sem grandes condições, onde tudo é processado lentamente, à boa maneira das Caraíbas.
Após uma hora e meia de espera (!!!), pudemos finalmente rumar a Cayo Santa Maria, com vista privilegiada ao longo de toda a costa norte de Cuba. A bordo, foram oferecidos caramelos de menta e uma bebida (água ou sumo). Um gesto simpático e bem recebido por todos, ao qual não deixámos de sorrir. A viagem foi tranquila, e 50 minutos depois estávamos a aterrar no aeroporto de Las Brujas. Retiradas as malas e colocadas no autocarro, 20 minutos depois estávamos a chegar ao Hotel Meliá Cayo Santa Maria.
Vista aérea sobre Varadero
Chegada ao Hotel Meliá Cayo Santa Maria
Após a recepção inicial, fomos encaminhados para o nosso quarto, uma habitação na primeira linha da praia mas que mesmo assim ainda distava cerca de cem metros da água, e com muita vegetação pelo meio. O quarto tinha boas condições, uma cama enorme e muito confortável, um sofá, televisão, mini-bar, secretária, e tudo o demais que normalmente equipa os quartos de hotel. Apenas dois contras…o sistema de ar condicionado parecia não funcionar e o de ventilação da casa de banho também não. Após tentarmos resolver a questão, responderam-nos muito amavelmente que enviariam um técnico para verificar as questões mas que a ventilação da casa de banho não seria possível, uma vez que nunca tinha funcionado, Algo que a princípio nos causou alguma estranheza, mas que depois nos fez sorrir e que muito sinceramente, nunca mais nos incomodou! Afinal…estávamos nas Caraíbas….RELAX!
Dirigimo-nos para a praia, para poder ter um primeiro contacto com a praia do hotel…e a primeira impressão foi simplesmente…fantástica. Areia branca, água cristalina até perder de vista, com cores que nunca tinha visto, tão intensas, desde um azul turqueza até um verde esmeralda…simplesmente de cortar a respiração. E claro, com uma temperatura excelente, mesmo tratando-se de água do oceano atlântico, tal como todas as praias da costa norte da ilha de Cuba.
Já tivemos algumas experiências em praias tropicais e nunca tivemos uma água assim, tão cristalina…que mesmo depois de entrarmos na água e ficarmos quase sem pé, podíamos ver nitidamente os nossos pés tocar no fundo…bem como várias espécies de peixes que por nós passavam. Numa palavra…inesquescível!
O Hotel possui vários restaurantes à la carte (Mediterrâneo, Italiano, Francês e Japonês), um restaurante buffet e dois snack-bar (um junto à praia, outro junto à piscina). Dos restaurantes à la carte, experimentamos unicamente o restaurante italiano, que gostamos muito. Comida muito bem confeccionada, atendimento muito profissional e um ambiente bastante acolhedor, que muito nos agradou. Tentamos reservar igualmente para o restaurante Mediterrâneo, mas infelizmente encontrava-se fechado para obras de renovação e iria reabrir na semana seguinte, pelo que não foi possível realizar nenhuma refeição lá. Nos restantes, não experimentámos…embora tenha ouvido críticas bastante positivas de outras pessoas que nele jantaram.
Os snack-bar, localizados na praia e na piscina, eram onde se realizavam os almoços. Agradou-nos mais o da praia, uma vez que se encontrava mais próximo da mesma, da nossa habitação e nos agradou muito mais a comida à disposição. Podiamos simplesmente pedir um prato que se encontrava no menu ou então dirigirmo-nos ao barbecue e escolhermos uma variedade de comida grelhada na hora e pedir posteriormente acompanhamento para a mesma. Destaque para uma sopa de creme de marisco fantástica, para uma sopa de galinha muito saborosa mas extraaaaa picante J e para a qualidade do frango assado e paelha do barbecue. Já o snack-bar da piscina apresentava menos variedade, centrando-se mais na fast-food, como pizzas, cachorros quentes, hambúrgueres, embora também tivesse alguns pratos disponíveis e um pequeníssimo serviço de buffet.
Para finalizar, o buffet Santa Maria, onde se realizavam os pequenos-almoços e os jantares buffet. Espaço muito agradável, bem localizado, mas com pouca variedade de alimentos. Foi aqui que mais sentimos a diferença deste hotel em relação aos restantes hotéis em que já estivemos, principalmente no que diz respeito à variedade de carnes e à quase ausência de peixe no menu. Ainda assim, era possível pedir para grelharem na hora carne ou peixe numa das zonas de restauração, o que acabou por ser um elemento atenuador da falta de variedade que o restante buffet apresentava. O mesmo se passaria na zona de sobremesas, sem haver uma grande variedade e, surpresa, pouquíssima fruta. Estando nas Caraíbas, pensaria que haveria grande abundância de fruta e com grande qualidade…o que não se viria a verificar. De facto, apenas pudemos saborear papaia, melão, melancia e uma espécie de laranja que por lá se utiliza e é bastante apreciada mas que achámos deveras…amarga J E era só…o que nos desiludiu.
A animação do hotel, para além de todas as actividades normais neste género de resorts, tais como o volleyball de praia, aulas de dança, aulas de hidroginástica bem originais, jogos de pólo aquático, etc, tinha ainda um espectáculo sempre diferente todas as noites. Adorámos particularmente a noite de magia e de danças flamencas, espectacular mesmo! O único senão é mesmo a pouca audiência que este género de espectáculos proporcionou durante a nossa estadia. Algo que não diminuiu em nada a qualidade dos espectáculos referidos, mas que na nossa opinião merecia mais público e até talvez, mais divulgação do espectáculo junto dos hóspedes. Porém, convém referir que o número de hóspedes durante a nossa estadia não era elevado…o que talvez justificasse a fraca audiência. E claro, bem próximo do nosso hotel e ao lado do Hotel Meliá Las Dunas, encontra-se o Pueblo Las Dunas, com lojas, zona de restauração e claro, uma discoteca para acabar a noite em beleza…o que roubou certamente muitos espectadores.
Em resumo, a nossa estadia no Meliá Cayo Santa Maria foi bastante boa e mais do que suficiente para tornar as nossa férias inesquecíveis. É um hotel perfeito para quem, como nós, procura um destino mais tranquilo do que a agitação de Varadero, perfeito para uns dias de praia relaxantes, sossegados e retemperadores. Para poder disfrutar de um sol abrasador, água com uma temperatura a rondar os 30 graus e de cores magníficas, um areal extenso de um branco incrível.
Essa imagem…ficará para sempre na nossa memória…e no nosso coração!
8º dia: Cayo Santa Maria - Havana
No dia de despedida de Cayo Santa Maria para regresso a Havana, não pudemos deixar de sentir alguma nostalgia por deixar aquela praia para trás…marcou-nos muito aquela água fantástica, de cores indescritíveis que ainda hoje quando olhamos para aquelas fotos, não conseguimos explicar.
Realizamos todo o percurso de regresso até Havana e quando nos preparávamos para aterrar, percebemos que não iríamos aterrar no Aeroporto de Playa Baracoa mas sim, e para nossa surpresa, no Aeroporto Internacional José Marti. Pelo que nos disseram, pelo simples motivo de que o Aeroporto de Playa Baracoa não possuía condições para realizar aterragens nocturnas (eram já 21h00), pelo que sentimos uma espécie de dejá vu na aterragem J Saímos do avião, entrámos no autocarro do aeroporto para nos levar para a zona de recolha de bagagens, e qual não foi o meu espanto, breves momentos depois estávamos a parar para sairmos. Saímos do autocarro e percebemos que tínhamos acabado de realizar um percurso de cerca de 50 metros entre o avião e o terminal de recolha de bagagens…surreal!
Chegámos ao hotel, jantámos e fomos dormir…amanhã seria o último dia em Cuba, seguido de viagem cansativa de 10 horas até Madrid…tínhamos de descansar e aproveitar ao máximo o último dia!
9º dia: Havana - Madrid - Lisboa
Depois do pequeno-almoço tomado, decidimos alugar um coco táxi e tentar conhecer o máximo possível do que ainda não conhecíamos de Havana. Depois de negociado o preço com o condutor, cerca de 35 CUC por 2 horas, saímos em direcção à Plaza de la Revolutión.
Plaza de la Revolutión
De seguida, uma visita ao Atelier Che Guevara e à casa onde ainda hoje mora a mulher de Che Guevara e a sua filha (ou pelo menos, foi o que nos foi dito!)
A casa onde ainda hoje vivem a mulher e a filha de Che Guevara
Perguntou-nos se queríamos conhecer o Bosque de Havana, ao qual dissemos prontamente que sim. O bosque é lindíssimo, cheio de vegetação, mas infelizmente atravessado por um rio muito poluído, fruto de um deficiente sistema de tratamento de águas residuais. Ainda assim, é um ponto da cidade muito concorrido pelos habitantes, para passearem, namorarem, e até para realizarem rituais de Santeria, com sacrificío de animais incluídos. Ou seja, um verdadeiro espaço multiusos!
Neste parque, foi-nos contada uma história, ou pelo que me pareceu lenda, em como uma mulher tinha morrido durante o parto da sua filha, tendo a filha igualmente morrido quando nasceu. Ambas foram enterradas naquele bosque, porque eram pessoas de poucas posses e não tinha uma campa no cemitério, com a filha recém nascida a ser sepultada aos pés da mãe…e só anos mais tarde a puderam transladar para o cemitério local. Quando foi realizada a transladação, conta a lenda que encontraram o corpo da filha recém nascida nos braços da mãe…o que causou grande espanto e logo, motivo de peregrinação até esse local, onde hoje está uma estátua a evocar a lenda.
Partimos então para o último ponto da visita, o Museo del Ron de Havana, para podermos visitar e conhecer mais de perto o fabrico de uma das marcas mais conhecidas de run de todo o mundo…o famoso Havana Club.
Regressámos ao hotel, não sem antes passear mais um pouco pela Plaza de San Francisco, El Templete e zona do Castillo de la Real Fuerza...e era tempo de regressar a Portugal.
Para trás...umas férias fantásticas, enriquecedoras, que nunca sairam do nosso pensamento...do nosso coraç
Após muitas visitas a este fórum, muitas horas de leitura atenta de reports das viagens por vocês realizadas, decidimos a nossa estadia em Cuba por um combinado Havana + Cayo Santa Maria. Agora que esta experiência fantástica chegou ao fim, só conseguimos pensar que a escolha foi acertada.
Mas, comecemos a nossa história…
1º dia : Lisboa - Madrid - Havana
A nossa viagem para Cuba teve início em Lisboa, num voo de ligação a Madrid, para depois realizarmos a viagem para Cuba, ambos em voos da Air Europa. Nunca tínhamos viajado por esta companhia aérea, pelo que estávamos algo curiosos por embarcar e ver as condições que nos esperavam por um total de 10 longas horas de voo. E só podemos dizer bem do que vimos, tanto das condições do avião, como da atenção e eficiência de toda a tripulação, tudo fez com que o tempo passasse um pouquinho mais depressa. Uma curiosidade: este voo não apresentava, em tempo real, a rota realizada…tão pouco mencionava o tempo de voo e as horas restantes para a chegada a Havana. Isso fez com que me lembrasse de todas as outras viagens realizadas, da impaciência crescente e da ansiedade que ia surgindo para chegar ao destino…algo que não experimentamos de forma tão nítida nesta viagem.
Depois de aterrarmos na mítica Havana e ter-mos ultrapassado todas as formalidades no aeroporto (e sim, são muitas…tanto na chegada como na partida), encaminhámo-nos para o exterior do Aeroporto Internacional José Marti, onde nos esperava o transfer para o Hotel escolhido: Hotel Meliá Cohiba.
Mal passámos as portas do aeroporto para o exterior, a primeira constatação de que efectivamente estávamos nas Caraíbas: eram 21h30 e fazia um calor imenso, o que aliado à humidade característica dos países tropicais fez com que desde logo sentíssemos uma gotazita de suor na testa!
A viagem até ao Hotel Meliá Cohiba correu sem problemas, tendo servido desde logo para dislumbrar um pouco da realidade Cubana. Em todo o lado, palavras de exaltação ao patriotismo, à celebração da revolução cubana, citações de Che Guevara, José Martí, Camilo Cienfuegos, e claro, de Fidel Castro. Muitas bandeiras de Cuba, muitas paredes pintadas com as cores de Cuba…numa manifestação clara de patriotismo.
Antes de chegar ao hotel, passagem pela Universidade de Havana e pela Plaza de la Revolutión, com destaque imediato para o retrato de Che Guevara iluminado e a famosa frase “hasta la victoria, siempre!”e que logo prendeu os nossos olhos…fantástico!
E chegámos ao nosso destino, cerca de 40 minutos depois, um hotel mesmo em frente ao mar e ao mítico Malecón, onde tivemos o previlégio de ficar numa suite, o que muito nos agradou. A cama era enormíssima, excelentes condições, muita comodidade, com sofás, secretária, duas televisões (acho que mal as ligámos), mini-bar completamente cheio, uma casa de banho enormíssima, com banheira de hidromassagem e vista panorâmica para a cidade. Um luxo!
Após um banho rápido, eram já 23h locais quando descemos ao piso 1 do hotel para jantar. Mal a porta do elevador se abriu, sentimos um aroma inconfundível a um “puro havano” no ar…mesmo à nossa frente o “clube de fumadores” do hotel, com uma loja cheia de charutos de diversos géneros e das mais variadas marcas. Mas agora era hora de jantar e à nossa disposição tínhamos 4 restaurantes possíveis: restaurante “Plaza Habana”, onde podíamos usifruir de um jantar tipo buffet, restaurante “El Albanico”, tipicamente de comida mediterrânea, restaurante italiano “La Piazza” de comida italiana e um snack bar de piscina. Após alguma indecisão, acabámos por optar pelo restaurante italiano “La Piazza” onde comemos uma pizza familiar que estava simplesmente deliciosa. De seguida, subimos ao quarto e fomos descansar…o dia seguinte ia ser muito cansativo com a descoberta de Habana Vieja.
2º dia : Havana
Hotel Meliá Cohiba
Acordámos bem dispostos e ansiosos por nos embrenharmos nas ruas de Habana Vieja. Descemos ao 1º piso para tomarmos o pequeno-almoço, a ser servido no restaurante “Plaza Habana” e onde encontramos uma enormíssima variedade de alimentos, todos muito bem confeccionados. Delicioso!
Já de barriguinha cheia, dirigimo-nos à recepção do hotel onde nos informamos do melhor meio de transporte para Habana Vieja, onde nos informaram que o hotel possuía um serviço de transporte gratuito e que o próximo autocarro sairia dentro de poucos minutos. Perfeito! Reservámos o nosso lugar, entrámos no autocarro e dirigimo-nos a Habana Vieja, sempre ao longo do Malecón, até ao Anfiteatro de La Habana, com vista para o canal de entrada da cidade, Castillo de San Salvador de la Punta. Descemos e decidimos percorrer Habana Vieja a pé…diambular pelas ruas, interagir com a cidade, as pessoas, no fundo…tentar com que nos deixássemos envolver por tudo o que nos rodeava.
Castillo de San Salvador de la Punta
Seminário
Catedral de San Cristobal, em plena Plaza de la Catedral.
El Templete
Com uma seiba magnífica na entrada. Aqui foi, segundo a lenda, fundada a cidade de San Cristobal de La Habana. Foi também aqui que se realizou a primeira reuniao do governo, bem como a primeira missa em solo Cubano. Encontra-se numa das mais importantes praças de Havana, a Plaza de Armas.
Castillo de la Real Fuerza
Seminário de Havana
Plaza de San Francisco
Fundação de Comércio de Havana, na Plaza de San Francisco
La Bodeguita del Medio
O nosso almoço decorreu na famosa Bodeguita del Medio, na Calle Empedrado, local de eleição para Hemingway beber o seu Mojito. A comida estava bastante boa, e vimo-nos envolvidos por um ambiente de festa e boa disposição. Havia ali um ambiente multiracial, multicultural que nos encantou, sempre ao som de música cubana e com o aroma de um “puro” a ser fumado com prazer. Altura então para poder beber o tão famoso Mojito…já tínhamos sido alertados para o facto de os Mojitos na Bodeguita não serem, de facto, os melhores Mojitos de Cuba e quando os provámos pudemos constatar precisamente isso. Talvez por causa da preparação quase em série dos mesmos, que pode ter levado a uma crescente diminuição da qualidade de preparação da bebida. De qualquer maneira, aquele Mojito não é o melhor de Cuba…mas é definitivamente o que tem mais fama. Vale sempre a pena bebê-lo lá…nem que seja para experimentar e poder comparar com os outros que se possam beber (mais tarde, junto ao Gran Teatro de La Habana, bebemos um Mojito muito melhoooooor).
Plaza Vieja
Havana parada no tempo...
Capitólio
Gran Teatro de Havana
Museo de la Revolutión
Hotel Ambos Mundos, onde Hemingway começou a escrever, no quarto 511, o bestseller "Por quem os sinos dobram"
No final do dia, estávamos de rastos. O calor abrasador e a humidade quase sufocante, juntamente com a longa caminhada pelas ruas de Havana, deixaram-nos exaustos. Regressamos ao hotel, tomamos um banho e descemos para jantar, e de seguida fomos descansar para o quarto. No dia seguinte saíriamos para Cayo Santa Maria, para uns dias de sol, praia e tranquilidade!
3º a 7º dia : Havana - Cayo Santa Maria
O dia começou bem cedo, uma vez que o transfer do Hotel para o Aeroporto de Playa Baracoa era às 6h30 da manhã!
Depois de ter-mos tomado um pequeno-almoço rápido, que tínhamos pedido na recepção do hotel no dia anterior, dirigimo-nos para o lobby do hotel e à hora marcada chegou o nosso transporte para o Aeroporto de Playa Baracoa, para a tão ansiada viagem rumo a uns dias de sol e praia de águas cristalinas. Este Aeroporto, a cerca de 40 km’s da cidade de Havana, é hoje em dia utilizado somente para voos domésticos, mas foi já um importantíssimo aeroporto para viagens internacionais, nomeadamente para os Estados Unidos da América, principalmente durante o regime de Fulgêncio Batista. É um aeroporto muito pequeno, sem grandes condições, onde tudo é processado lentamente, à boa maneira das Caraíbas.
Após uma hora e meia de espera (!!!), pudemos finalmente rumar a Cayo Santa Maria, com vista privilegiada ao longo de toda a costa norte de Cuba. A bordo, foram oferecidos caramelos de menta e uma bebida (água ou sumo). Um gesto simpático e bem recebido por todos, ao qual não deixámos de sorrir. A viagem foi tranquila, e 50 minutos depois estávamos a aterrar no aeroporto de Las Brujas. Retiradas as malas e colocadas no autocarro, 20 minutos depois estávamos a chegar ao Hotel Meliá Cayo Santa Maria.
Vista aérea sobre Varadero
Chegada ao Hotel Meliá Cayo Santa Maria
Após a recepção inicial, fomos encaminhados para o nosso quarto, uma habitação na primeira linha da praia mas que mesmo assim ainda distava cerca de cem metros da água, e com muita vegetação pelo meio. O quarto tinha boas condições, uma cama enorme e muito confortável, um sofá, televisão, mini-bar, secretária, e tudo o demais que normalmente equipa os quartos de hotel. Apenas dois contras…o sistema de ar condicionado parecia não funcionar e o de ventilação da casa de banho também não. Após tentarmos resolver a questão, responderam-nos muito amavelmente que enviariam um técnico para verificar as questões mas que a ventilação da casa de banho não seria possível, uma vez que nunca tinha funcionado, Algo que a princípio nos causou alguma estranheza, mas que depois nos fez sorrir e que muito sinceramente, nunca mais nos incomodou! Afinal…estávamos nas Caraíbas….RELAX!
Dirigimo-nos para a praia, para poder ter um primeiro contacto com a praia do hotel…e a primeira impressão foi simplesmente…fantástica. Areia branca, água cristalina até perder de vista, com cores que nunca tinha visto, tão intensas, desde um azul turqueza até um verde esmeralda…simplesmente de cortar a respiração. E claro, com uma temperatura excelente, mesmo tratando-se de água do oceano atlântico, tal como todas as praias da costa norte da ilha de Cuba.
Já tivemos algumas experiências em praias tropicais e nunca tivemos uma água assim, tão cristalina…que mesmo depois de entrarmos na água e ficarmos quase sem pé, podíamos ver nitidamente os nossos pés tocar no fundo…bem como várias espécies de peixes que por nós passavam. Numa palavra…inesquescível!
O Hotel possui vários restaurantes à la carte (Mediterrâneo, Italiano, Francês e Japonês), um restaurante buffet e dois snack-bar (um junto à praia, outro junto à piscina). Dos restaurantes à la carte, experimentamos unicamente o restaurante italiano, que gostamos muito. Comida muito bem confeccionada, atendimento muito profissional e um ambiente bastante acolhedor, que muito nos agradou. Tentamos reservar igualmente para o restaurante Mediterrâneo, mas infelizmente encontrava-se fechado para obras de renovação e iria reabrir na semana seguinte, pelo que não foi possível realizar nenhuma refeição lá. Nos restantes, não experimentámos…embora tenha ouvido críticas bastante positivas de outras pessoas que nele jantaram.
Os snack-bar, localizados na praia e na piscina, eram onde se realizavam os almoços. Agradou-nos mais o da praia, uma vez que se encontrava mais próximo da mesma, da nossa habitação e nos agradou muito mais a comida à disposição. Podiamos simplesmente pedir um prato que se encontrava no menu ou então dirigirmo-nos ao barbecue e escolhermos uma variedade de comida grelhada na hora e pedir posteriormente acompanhamento para a mesma. Destaque para uma sopa de creme de marisco fantástica, para uma sopa de galinha muito saborosa mas extraaaaa picante J e para a qualidade do frango assado e paelha do barbecue. Já o snack-bar da piscina apresentava menos variedade, centrando-se mais na fast-food, como pizzas, cachorros quentes, hambúrgueres, embora também tivesse alguns pratos disponíveis e um pequeníssimo serviço de buffet.
Para finalizar, o buffet Santa Maria, onde se realizavam os pequenos-almoços e os jantares buffet. Espaço muito agradável, bem localizado, mas com pouca variedade de alimentos. Foi aqui que mais sentimos a diferença deste hotel em relação aos restantes hotéis em que já estivemos, principalmente no que diz respeito à variedade de carnes e à quase ausência de peixe no menu. Ainda assim, era possível pedir para grelharem na hora carne ou peixe numa das zonas de restauração, o que acabou por ser um elemento atenuador da falta de variedade que o restante buffet apresentava. O mesmo se passaria na zona de sobremesas, sem haver uma grande variedade e, surpresa, pouquíssima fruta. Estando nas Caraíbas, pensaria que haveria grande abundância de fruta e com grande qualidade…o que não se viria a verificar. De facto, apenas pudemos saborear papaia, melão, melancia e uma espécie de laranja que por lá se utiliza e é bastante apreciada mas que achámos deveras…amarga J E era só…o que nos desiludiu.
A animação do hotel, para além de todas as actividades normais neste género de resorts, tais como o volleyball de praia, aulas de dança, aulas de hidroginástica bem originais, jogos de pólo aquático, etc, tinha ainda um espectáculo sempre diferente todas as noites. Adorámos particularmente a noite de magia e de danças flamencas, espectacular mesmo! O único senão é mesmo a pouca audiência que este género de espectáculos proporcionou durante a nossa estadia. Algo que não diminuiu em nada a qualidade dos espectáculos referidos, mas que na nossa opinião merecia mais público e até talvez, mais divulgação do espectáculo junto dos hóspedes. Porém, convém referir que o número de hóspedes durante a nossa estadia não era elevado…o que talvez justificasse a fraca audiência. E claro, bem próximo do nosso hotel e ao lado do Hotel Meliá Las Dunas, encontra-se o Pueblo Las Dunas, com lojas, zona de restauração e claro, uma discoteca para acabar a noite em beleza…o que roubou certamente muitos espectadores.
Em resumo, a nossa estadia no Meliá Cayo Santa Maria foi bastante boa e mais do que suficiente para tornar as nossa férias inesquecíveis. É um hotel perfeito para quem, como nós, procura um destino mais tranquilo do que a agitação de Varadero, perfeito para uns dias de praia relaxantes, sossegados e retemperadores. Para poder disfrutar de um sol abrasador, água com uma temperatura a rondar os 30 graus e de cores magníficas, um areal extenso de um branco incrível.
Essa imagem…ficará para sempre na nossa memória…e no nosso coração!
8º dia: Cayo Santa Maria - Havana
No dia de despedida de Cayo Santa Maria para regresso a Havana, não pudemos deixar de sentir alguma nostalgia por deixar aquela praia para trás…marcou-nos muito aquela água fantástica, de cores indescritíveis que ainda hoje quando olhamos para aquelas fotos, não conseguimos explicar.
Realizamos todo o percurso de regresso até Havana e quando nos preparávamos para aterrar, percebemos que não iríamos aterrar no Aeroporto de Playa Baracoa mas sim, e para nossa surpresa, no Aeroporto Internacional José Marti. Pelo que nos disseram, pelo simples motivo de que o Aeroporto de Playa Baracoa não possuía condições para realizar aterragens nocturnas (eram já 21h00), pelo que sentimos uma espécie de dejá vu na aterragem J Saímos do avião, entrámos no autocarro do aeroporto para nos levar para a zona de recolha de bagagens, e qual não foi o meu espanto, breves momentos depois estávamos a parar para sairmos. Saímos do autocarro e percebemos que tínhamos acabado de realizar um percurso de cerca de 50 metros entre o avião e o terminal de recolha de bagagens…surreal!
Chegámos ao hotel, jantámos e fomos dormir…amanhã seria o último dia em Cuba, seguido de viagem cansativa de 10 horas até Madrid…tínhamos de descansar e aproveitar ao máximo o último dia!
9º dia: Havana - Madrid - Lisboa
Depois do pequeno-almoço tomado, decidimos alugar um coco táxi e tentar conhecer o máximo possível do que ainda não conhecíamos de Havana. Depois de negociado o preço com o condutor, cerca de 35 CUC por 2 horas, saímos em direcção à Plaza de la Revolutión.
Plaza de la Revolutión
De seguida, uma visita ao Atelier Che Guevara e à casa onde ainda hoje mora a mulher de Che Guevara e a sua filha (ou pelo menos, foi o que nos foi dito!)
A casa onde ainda hoje vivem a mulher e a filha de Che Guevara
Perguntou-nos se queríamos conhecer o Bosque de Havana, ao qual dissemos prontamente que sim. O bosque é lindíssimo, cheio de vegetação, mas infelizmente atravessado por um rio muito poluído, fruto de um deficiente sistema de tratamento de águas residuais. Ainda assim, é um ponto da cidade muito concorrido pelos habitantes, para passearem, namorarem, e até para realizarem rituais de Santeria, com sacrificío de animais incluídos. Ou seja, um verdadeiro espaço multiusos!
Neste parque, foi-nos contada uma história, ou pelo que me pareceu lenda, em como uma mulher tinha morrido durante o parto da sua filha, tendo a filha igualmente morrido quando nasceu. Ambas foram enterradas naquele bosque, porque eram pessoas de poucas posses e não tinha uma campa no cemitério, com a filha recém nascida a ser sepultada aos pés da mãe…e só anos mais tarde a puderam transladar para o cemitério local. Quando foi realizada a transladação, conta a lenda que encontraram o corpo da filha recém nascida nos braços da mãe…o que causou grande espanto e logo, motivo de peregrinação até esse local, onde hoje está uma estátua a evocar a lenda.
Partimos então para o último ponto da visita, o Museo del Ron de Havana, para podermos visitar e conhecer mais de perto o fabrico de uma das marcas mais conhecidas de run de todo o mundo…o famoso Havana Club.
Regressámos ao hotel, não sem antes passear mais um pouco pela Plaza de San Francisco, El Templete e zona do Castillo de la Real Fuerza...e era tempo de regressar a Portugal.
Para trás...umas férias fantásticas, enriquecedoras, que nunca sairam do nosso pensamento...do nosso coraç