ucipista
Membro Novo
No passado dia 5 de Setembro, fui com a minha mulher realizar o circuito “Tunísia Desconhecida”, que eu achava ser uma viagem de sonho. Contudo, as coisas não correram bem do modo como eu esperava.
Ainda em Portugal vimos o voo ser adiado duas horas, das 20:25 para depois das 22 horas. Tudo bem, pensamos nós, estas coisas acontecem, antes esperar um pouco que ter algum problema de maior. Mesmo com este atraso ouvi pessoas queixarem-se da limpeza do avião, como não andei muitas vezes de avião (e apenas com a TAP, bastante melhor) não me pronuncio. Contudo não deixei de reparar na falta de simpatia da tripulação.
O voo decorreu sem grandes sobressaltos. Tratamos do visto e seguimos no transfer para o primeiro hotel (El Mouradi Cap Mahdia 3*). Chegamos perto das 5 da manhã, o circuito começava às 7:30! Com uma hora e meia de sono a disposição não era a melhor. Fizemos o circuito e andamos de camelo (um extra que comparamos ao guia). Aí, não gostamos que aproveitassem a pausa a meio do passeio para quase obrigarem as pessoas a comprar as bugigangas que tinham para vender.
O hotel dois do circuito (que não tenho a certeza do nome, por isso não coloco aqui, um suposto 3* com nível inferior a muitas pensões nacionais) não agradou à maioria das pessoas. Compreendo que naquele local as condições não sejam óptimas, já com receio fiz questão de me informar previamente com a agência de viagens e esta com a Travelplan, e terão dito que não têm tido queixas, pois então aqui fica a minha (e ouvi mais pessoas dizer que iam fazer o mesmo). Não queríamos luxo, apenas limpeza e um mínimo de simpatia. Ao jantar (atrasado) vi pessoas comerem apenas melancia, não conseguiram comer mais nada… e não era por não terem fome, que o almoço já não tinha sido muito forte. Pior foi quando compramos umas águas para a viagem e não deram a totalidade de troco à minha mulher, ela coitada reclamou que faltava dinheiro e eles em tom agressivo mandaram-na embora… isso é roubar a olhos vistos!
No dia seguinte as coisas correram melhor, não gostamos foi que ter de aturar os vendedores em quase todas as paragens. Do hotel 3 (El Mouradi Tozeur 4*) não há motivos de queixa, foi como se tivéssemos encontrado um oásis. Nessa noite fizemos o jantar tradicional, um dos melhores momentos de todo o circuito. Gostamos muito.
Não gostamos foi de ouvir o guia dizer para dar “recompensa” aos motoristas dos jipes, ao motorista do autocarro, e implicitamente a ele próprio.
Destino final Hotel El Mouradi El Menzah 4*. O primeiro jantar buffet não correu da melhor forma, não tínhamos mesa posta, parecia tudo um pouco caótico. Um empregado lá nos deu uma pequena ajuda, mas como não deitamos nada na mão dele quando ele a deixou ficar para trás, a ajuda ficou por aí, tivemos de nos desenrascar. Ficamos depois aterrorizados quando vimos os empregados deixar cair a loiça e chutar os cacos para debaixo da mesa. Nessa noite ponderamos contactar Portugal para tentar mudar de hotel. Resolvemos dar o benefício da dúvida e ver como corriam as coisas no dia seguinte. Fizemos as refeições mais cedo, demos gorjetas a um outro empregado e tudo correreu melhor.
A última noite foi passada na casa de banho, com diarreia. Socorri-me de uma medicação que levava e ao almoço já começava a sentir-me melhor, resolvi comer uma coisa leve no restaurante barbecue para aguentar a viagem de regresso. A minha acompanhante foi-me buscar uma garrafa de água ao bar do restaurante (dada por um empregado) e serviu-me no copo. Cheio de sede (pela abundante perda de líquidos motivada pela diarreia) peguei no copo e bebi. Achei um sabor estranho mas já tinha bebido uma parte. Saí correndo para a casa de banho vomitar, a minha mulher vendo aquilo provou a água e aconteceu-lhe o mesmo. Depois de muito vomitar reclamamos junto dos empregados que minimizaram a situação dizendo inicialmente que era água da torneira, incluído o director do hotel (pelo menos identificou-se como tal) que apareceu quando pedi na recepção o livro de reclamações, que nunca apareceu! A garrafa com o produto já tinha desaparecido quando voltamos ao bar, esqueceram-se de fazer desaparecer o copo onde puderam constatar que pelo cheiro não era água nenhuma, parecia lexívia. Disseram depois que era água com cloro, mas que o cloro era um constituinte da água, que estava tudo bem. Mas não estava, cada vez que vomitava cheirava a lexívia (hipoclorito) e sentia uma queimadura ao longo do trato digestivo superior. Contactei a minha agência de viagens em Portugal e esta a Travelplan, que supostamente iria entrar em contacto comigo para me orientar, o que ainda não aconteceu.
Sem qualquer tipo de apoio da operadora exigi ser visto por um médico. Passado algum tempo aparece um médico (pelo menos identificou-se como tal), que depois de falar com o suposto director do hotel veio com a mesma conversa, passado algum tempo já dizia que as lexívias não faziam mal, que muitas pessoas tentavam-se suicidar com lexívia e não lhes acontecia nada. Eu por outro lado já vi pessoas muito mal, e mesmo morrerem após ingerirem este tipo de produtos, até porque não se chegou a saber o que era aquilo, pelo menos nós não soubemos. O médico sugeriu então que fosse visto por um especialista e que fizesse uma endoscopia digestiva alta, que o hotel pagaria. Com receio de perder o transfer (que era às 15:15), por um lado, e com receio de problemas graves de saúde por outro decidi fazer o exame recomendado. Fomos até à cidade, fui visto por um especialista que lá me enfiou um tubo pela boca a baixo para ver o estado do meu esófago e do meu estômago. Felizmente não parecia nada de grave. Prescreveu-me uma medicação, que aviamos na farmácia em frente e viemos embora.
O médico que nos tinha visto no hotel e levado ao especialista quis levar-nos de volta, embora disséssemos que ainda tínhamos tempo para ir de táxi. Achamos estranho o médico que no hotel tinha dito que teríamos que ser nós a pagar o táxi (o que lucrava ele com isso?) e que depois disse muito chateado que ele próprio pagava do bolso dele, e que depois disse que ele pagava e que depois o hotel lhe restituía tudo, querer levar-nos pessoalmente. Finalmente alguém tem um gesto simpático, pensei. Mas só mais tarde quando paramos para pensar é que percebemos que não foi mais que uma tentativa de ganhar algum dinheiro extra. Durante a viagem repetiu várias vezes que geralmente estes exames eram feitos com marcação, que levava tempo, e no regresso começa a mexer em montes de notas, dinares e euros, dizendo que lhe pagavam em várias moedas, que não tinha nenhum problema com isso. Mais tarde compreendemos a mensagem implícita: mesmo que já não tenham dinares podem dar-me euros, que eu aceito. Já na farmácia tinha ficado com a ideia que iria cobrar um medicamento extra ao hotel (era um protector gástrico, que o especialista disse que podíamos tomar um que levávamos na mala, mas que ele pediu na farmácia e guardou).
Que tristeza de país, de mais pobre ao mais rico, é tudo igual! Nem as autoridades escapam. Já mesmo no aeroporto, quando pensava já estar a salvo, o “policia” que estava a controlar os passaportes, depois de me perguntar se tinha dinares e de dizer várias vezes não sei o quê, pediu-me claramente para pôr 2 euros no passaporte e entregar-lhe. Parecia que lhe estava a pedir para deixar passar alguma ilegalidade, quando a única coisa ilegal era mesmo a sua actuação. Ainda assim, não querendo mais problemas lá lhe dei os euros pedidos, queríamos era sair dali o mais rápido possível e esquecer tudo. Contudo, mais uma vez a pontualidade do voo deixou a desejar, muitas pessoas, eu próprio incluído, perderam os transferes… na espera conversamos com várias pessoas, quase todas se queixavam de situações semelhantes, com a diferença que ninguém tinha bebido lexívia.
Em suma, umas férias para esquecer, um país para não voltar e uma operadora que se preocupa exclusivamente em ganhar dinheiro. Espero que com a minha falta de sorte alguma coisa mude e outros possam beneficiar futuramente, mas este é destino que não recomendo a ninguém. Se forem, escolham hoteis 5* e de cadeia internacional.
Boas viagens!
Ainda em Portugal vimos o voo ser adiado duas horas, das 20:25 para depois das 22 horas. Tudo bem, pensamos nós, estas coisas acontecem, antes esperar um pouco que ter algum problema de maior. Mesmo com este atraso ouvi pessoas queixarem-se da limpeza do avião, como não andei muitas vezes de avião (e apenas com a TAP, bastante melhor) não me pronuncio. Contudo não deixei de reparar na falta de simpatia da tripulação.
O voo decorreu sem grandes sobressaltos. Tratamos do visto e seguimos no transfer para o primeiro hotel (El Mouradi Cap Mahdia 3*). Chegamos perto das 5 da manhã, o circuito começava às 7:30! Com uma hora e meia de sono a disposição não era a melhor. Fizemos o circuito e andamos de camelo (um extra que comparamos ao guia). Aí, não gostamos que aproveitassem a pausa a meio do passeio para quase obrigarem as pessoas a comprar as bugigangas que tinham para vender.
O hotel dois do circuito (que não tenho a certeza do nome, por isso não coloco aqui, um suposto 3* com nível inferior a muitas pensões nacionais) não agradou à maioria das pessoas. Compreendo que naquele local as condições não sejam óptimas, já com receio fiz questão de me informar previamente com a agência de viagens e esta com a Travelplan, e terão dito que não têm tido queixas, pois então aqui fica a minha (e ouvi mais pessoas dizer que iam fazer o mesmo). Não queríamos luxo, apenas limpeza e um mínimo de simpatia. Ao jantar (atrasado) vi pessoas comerem apenas melancia, não conseguiram comer mais nada… e não era por não terem fome, que o almoço já não tinha sido muito forte. Pior foi quando compramos umas águas para a viagem e não deram a totalidade de troco à minha mulher, ela coitada reclamou que faltava dinheiro e eles em tom agressivo mandaram-na embora… isso é roubar a olhos vistos!
No dia seguinte as coisas correram melhor, não gostamos foi que ter de aturar os vendedores em quase todas as paragens. Do hotel 3 (El Mouradi Tozeur 4*) não há motivos de queixa, foi como se tivéssemos encontrado um oásis. Nessa noite fizemos o jantar tradicional, um dos melhores momentos de todo o circuito. Gostamos muito.
Não gostamos foi de ouvir o guia dizer para dar “recompensa” aos motoristas dos jipes, ao motorista do autocarro, e implicitamente a ele próprio.
Destino final Hotel El Mouradi El Menzah 4*. O primeiro jantar buffet não correu da melhor forma, não tínhamos mesa posta, parecia tudo um pouco caótico. Um empregado lá nos deu uma pequena ajuda, mas como não deitamos nada na mão dele quando ele a deixou ficar para trás, a ajuda ficou por aí, tivemos de nos desenrascar. Ficamos depois aterrorizados quando vimos os empregados deixar cair a loiça e chutar os cacos para debaixo da mesa. Nessa noite ponderamos contactar Portugal para tentar mudar de hotel. Resolvemos dar o benefício da dúvida e ver como corriam as coisas no dia seguinte. Fizemos as refeições mais cedo, demos gorjetas a um outro empregado e tudo correreu melhor.
A última noite foi passada na casa de banho, com diarreia. Socorri-me de uma medicação que levava e ao almoço já começava a sentir-me melhor, resolvi comer uma coisa leve no restaurante barbecue para aguentar a viagem de regresso. A minha acompanhante foi-me buscar uma garrafa de água ao bar do restaurante (dada por um empregado) e serviu-me no copo. Cheio de sede (pela abundante perda de líquidos motivada pela diarreia) peguei no copo e bebi. Achei um sabor estranho mas já tinha bebido uma parte. Saí correndo para a casa de banho vomitar, a minha mulher vendo aquilo provou a água e aconteceu-lhe o mesmo. Depois de muito vomitar reclamamos junto dos empregados que minimizaram a situação dizendo inicialmente que era água da torneira, incluído o director do hotel (pelo menos identificou-se como tal) que apareceu quando pedi na recepção o livro de reclamações, que nunca apareceu! A garrafa com o produto já tinha desaparecido quando voltamos ao bar, esqueceram-se de fazer desaparecer o copo onde puderam constatar que pelo cheiro não era água nenhuma, parecia lexívia. Disseram depois que era água com cloro, mas que o cloro era um constituinte da água, que estava tudo bem. Mas não estava, cada vez que vomitava cheirava a lexívia (hipoclorito) e sentia uma queimadura ao longo do trato digestivo superior. Contactei a minha agência de viagens em Portugal e esta a Travelplan, que supostamente iria entrar em contacto comigo para me orientar, o que ainda não aconteceu.
Sem qualquer tipo de apoio da operadora exigi ser visto por um médico. Passado algum tempo aparece um médico (pelo menos identificou-se como tal), que depois de falar com o suposto director do hotel veio com a mesma conversa, passado algum tempo já dizia que as lexívias não faziam mal, que muitas pessoas tentavam-se suicidar com lexívia e não lhes acontecia nada. Eu por outro lado já vi pessoas muito mal, e mesmo morrerem após ingerirem este tipo de produtos, até porque não se chegou a saber o que era aquilo, pelo menos nós não soubemos. O médico sugeriu então que fosse visto por um especialista e que fizesse uma endoscopia digestiva alta, que o hotel pagaria. Com receio de perder o transfer (que era às 15:15), por um lado, e com receio de problemas graves de saúde por outro decidi fazer o exame recomendado. Fomos até à cidade, fui visto por um especialista que lá me enfiou um tubo pela boca a baixo para ver o estado do meu esófago e do meu estômago. Felizmente não parecia nada de grave. Prescreveu-me uma medicação, que aviamos na farmácia em frente e viemos embora.
O médico que nos tinha visto no hotel e levado ao especialista quis levar-nos de volta, embora disséssemos que ainda tínhamos tempo para ir de táxi. Achamos estranho o médico que no hotel tinha dito que teríamos que ser nós a pagar o táxi (o que lucrava ele com isso?) e que depois disse muito chateado que ele próprio pagava do bolso dele, e que depois disse que ele pagava e que depois o hotel lhe restituía tudo, querer levar-nos pessoalmente. Finalmente alguém tem um gesto simpático, pensei. Mas só mais tarde quando paramos para pensar é que percebemos que não foi mais que uma tentativa de ganhar algum dinheiro extra. Durante a viagem repetiu várias vezes que geralmente estes exames eram feitos com marcação, que levava tempo, e no regresso começa a mexer em montes de notas, dinares e euros, dizendo que lhe pagavam em várias moedas, que não tinha nenhum problema com isso. Mais tarde compreendemos a mensagem implícita: mesmo que já não tenham dinares podem dar-me euros, que eu aceito. Já na farmácia tinha ficado com a ideia que iria cobrar um medicamento extra ao hotel (era um protector gástrico, que o especialista disse que podíamos tomar um que levávamos na mala, mas que ele pediu na farmácia e guardou).
Que tristeza de país, de mais pobre ao mais rico, é tudo igual! Nem as autoridades escapam. Já mesmo no aeroporto, quando pensava já estar a salvo, o “policia” que estava a controlar os passaportes, depois de me perguntar se tinha dinares e de dizer várias vezes não sei o quê, pediu-me claramente para pôr 2 euros no passaporte e entregar-lhe. Parecia que lhe estava a pedir para deixar passar alguma ilegalidade, quando a única coisa ilegal era mesmo a sua actuação. Ainda assim, não querendo mais problemas lá lhe dei os euros pedidos, queríamos era sair dali o mais rápido possível e esquecer tudo. Contudo, mais uma vez a pontualidade do voo deixou a desejar, muitas pessoas, eu próprio incluído, perderam os transferes… na espera conversamos com várias pessoas, quase todas se queixavam de situações semelhantes, com a diferença que ninguém tinha bebido lexívia.
Em suma, umas férias para esquecer, um país para não voltar e uma operadora que se preocupa exclusivamente em ganhar dinheiro. Espero que com a minha falta de sorte alguma coisa mude e outros possam beneficiar futuramente, mas este é destino que não recomendo a ninguém. Se forem, escolham hoteis 5* e de cadeia internacional.
Boas viagens!