Alcaide
Membro Ativo
Bom dia a todos os - mais ou menos - viajantes. Decidi criar este tópico para que possa recordar e partilhar convosco sensações muito particulares de umas férias recentes, e obter ter o vosso feedback sobre experiências semelhantes.
Uma vez que as saudades de viajar já são algumas, espero que possamos trocar algumas vivências neste tópico.
Bom, decidi partilhar convosco a minha única experiência (até ao momento) de marcar uma viagem longa e... completamente sozinho. À data em que partilho esta experiência convosco, comemoro precisamente um ano da minha semana de férias na República Dominicana em Junho de 2019.
Começo por dizer que sou um apaixonado por destinos de praia. Já havia estado em Punta Cana em 2009, sendo que uma década mais tarde resolvi partir na aventura de voltar ao Caribe. Todavia, dez anos volvidos, existiria uma diferença substancial. Para além de já não viver os primeiros anos da década dos "20", desta feita não iria em família, sendo que namorada - desta feita - também não existia.
Em meados de fevereiro a ideia começou a tornar-se cada vez mais real. 2019 iria levar-me novamente ao caribe, e - após as cotações da praxe - lá marquei viagem. Acontece que, durante este processo de oficialização da viagem, alguns (muitos) foram os receios que se levantaram, assumo-o honestamente.
Os amigos/as, não tinham disponibilidade para a viagem. Por uma ou outra razão, vários foram os companheiros/as que "roeram a corda" à última da hora e que me deixavam sempre a começar do zero. Novas cotações, novos hoteis, novos destinos. Faria sentido viajar sozinho para tão longe? Não existiriam destinos mais próximos e que poderiam cumprir com o propósito de apanhar sol? Creio que sim. Por outro lado, havia sempre uma voz que me dizia "tu queres o Caribe! Não marques mais nada. Vai!"
Confesso que ponderei imenso. Sempre fui um rapaz que convive bastante bem com o facto de viver a sua vida de forma independente. Mas, e se numa viagem tão longa, afinal não fosse nada fácil estar uma semana inteira sem conhecer ninguém? Será que tal iria acontecer? Que me iria arrepender? Que o regresso sonhado não iria ser o que ambicionava? Mandei todas estas dúvidas para trás das costas e com 34 anos lá fui em busca de sensações desconhecidas.
Um "estranho" no Aeroporto
No dia da partida, os primeiros feelings não foram muito animadores. Se, por um lado, estava feliz por me encontrar a horas de voltar à República Dominicana, por outro lado, quando me dirigi ao balcão de Check-In no Aeroporto de Lisboa, sentia-me uma personagem um pouco deslocada. Nas centenas de pessoas que lá se encontravam prontas para comigo embarcar, foi impossível não reparar que deveria ser o único que viajava sozinho (mais tarde perceberia que não seria bem assim...). A acrescer a isso, era olhado pela maior parte dos viajantes como se de um estranho me tratasse. Mas "este" está sozinho? Sentia-o nos seus olhares meio reprovadores e com alguma estranheza. Mas o rapaz vai para o Caribe sem mais ninguém?
Ora estas sensações só adensavam ainda mais as minhas dúvidas. Essa é a verdade. Dei por mim a pensar "mas que raio foste tu fazer, onde te vais meter. Para ires sozinho, deverias esolher algo mais perto. Ou nem deverias ter vindo...". Bem equivocado estava...
A magia própria do Caribe
Sou um apaixonado confesso por tudo o que envolve o caribe. As suas gentes, a cultura, os ritmos quentes da bachata. Tudo me fazia sonhar com o regresso. Esta vontade adensou-se por magia dentro do avião. A cada hora ultrapassada parecia sentir-me cada vez menos só e mais seguro do que havia decidido fazer. O apogeu de tais feelings acontece quando uma década depois volto a ver à minha frente o tão característico Aeroporto Internacional de Punta Cana. Já não estava tão arcaico como em 2009. Avistavam-se menos canas e madeiras, mas continuava um local muito próprio.
Dali até ao hotel (Natura Park - O pior das férias) tudo passou num ápice. Horas depois os receios começaram a esfumar-se a uma velocidade incrível. O transfer proporcionou a conversa da praxe com mais uma dúzia de viajantes para o mesmo hotel, e os ritmos que sempre se escutaram durante a viagem (mesmo que com muita chuva...) mostravam que a opção de estar ali havia sido a melhor.
Bolívia, Argentina, Peru, Espanha, Chile, Arábia Saudita e Coreia do Sul. Estes são apenas exemplos de países que fiquei a conhecer um pouco melhor depois de confraternizar a todo o momento com originários destes territórios.
Claro que existem momentos de algum individualismo, e que devemos estar preparados para com eles saber conviver. No meu caso particular, também esses momentos me faziam falta.
Concluindo, aconselho deixarem temores de lado, e com uma grande dose de responsabilidade e sensatez, guiem-se pela aventura!
Sabermo nos rodear de quem a nossa consciência diz serem pessoas confiáveis, manter algum contacto regular com as nossas referências à distãncia, são conselhos que deixo, mas acaba por ser um pouco uma questão de senso-comum.
Voltaria, sem qualquer dúvida, a efetuar uma viagem do género. Fiz amigos - com quem ainda mantenho contacto assíduo - voltei a mergulhar no sabor caribeño, e sim, estou morto de saudades e com vontade de regressar!
E por aí? Partilhem os vossos relatos e sensações vividas com experiências semelhantes!
Saúde para todos e boas viagens!
Alcaide
Uma vez que as saudades de viajar já são algumas, espero que possamos trocar algumas vivências neste tópico.
Bom, decidi partilhar convosco a minha única experiência (até ao momento) de marcar uma viagem longa e... completamente sozinho. À data em que partilho esta experiência convosco, comemoro precisamente um ano da minha semana de férias na República Dominicana em Junho de 2019.
Começo por dizer que sou um apaixonado por destinos de praia. Já havia estado em Punta Cana em 2009, sendo que uma década mais tarde resolvi partir na aventura de voltar ao Caribe. Todavia, dez anos volvidos, existiria uma diferença substancial. Para além de já não viver os primeiros anos da década dos "20", desta feita não iria em família, sendo que namorada - desta feita - também não existia.
Em meados de fevereiro a ideia começou a tornar-se cada vez mais real. 2019 iria levar-me novamente ao caribe, e - após as cotações da praxe - lá marquei viagem. Acontece que, durante este processo de oficialização da viagem, alguns (muitos) foram os receios que se levantaram, assumo-o honestamente.
Os amigos/as, não tinham disponibilidade para a viagem. Por uma ou outra razão, vários foram os companheiros/as que "roeram a corda" à última da hora e que me deixavam sempre a começar do zero. Novas cotações, novos hoteis, novos destinos. Faria sentido viajar sozinho para tão longe? Não existiriam destinos mais próximos e que poderiam cumprir com o propósito de apanhar sol? Creio que sim. Por outro lado, havia sempre uma voz que me dizia "tu queres o Caribe! Não marques mais nada. Vai!"
Confesso que ponderei imenso. Sempre fui um rapaz que convive bastante bem com o facto de viver a sua vida de forma independente. Mas, e se numa viagem tão longa, afinal não fosse nada fácil estar uma semana inteira sem conhecer ninguém? Será que tal iria acontecer? Que me iria arrepender? Que o regresso sonhado não iria ser o que ambicionava? Mandei todas estas dúvidas para trás das costas e com 34 anos lá fui em busca de sensações desconhecidas.
Um "estranho" no Aeroporto
No dia da partida, os primeiros feelings não foram muito animadores. Se, por um lado, estava feliz por me encontrar a horas de voltar à República Dominicana, por outro lado, quando me dirigi ao balcão de Check-In no Aeroporto de Lisboa, sentia-me uma personagem um pouco deslocada. Nas centenas de pessoas que lá se encontravam prontas para comigo embarcar, foi impossível não reparar que deveria ser o único que viajava sozinho (mais tarde perceberia que não seria bem assim...). A acrescer a isso, era olhado pela maior parte dos viajantes como se de um estranho me tratasse. Mas "este" está sozinho? Sentia-o nos seus olhares meio reprovadores e com alguma estranheza. Mas o rapaz vai para o Caribe sem mais ninguém?
Ora estas sensações só adensavam ainda mais as minhas dúvidas. Essa é a verdade. Dei por mim a pensar "mas que raio foste tu fazer, onde te vais meter. Para ires sozinho, deverias esolher algo mais perto. Ou nem deverias ter vindo...". Bem equivocado estava...
A magia própria do Caribe
Sou um apaixonado confesso por tudo o que envolve o caribe. As suas gentes, a cultura, os ritmos quentes da bachata. Tudo me fazia sonhar com o regresso. Esta vontade adensou-se por magia dentro do avião. A cada hora ultrapassada parecia sentir-me cada vez menos só e mais seguro do que havia decidido fazer. O apogeu de tais feelings acontece quando uma década depois volto a ver à minha frente o tão característico Aeroporto Internacional de Punta Cana. Já não estava tão arcaico como em 2009. Avistavam-se menos canas e madeiras, mas continuava um local muito próprio.
Dali até ao hotel (Natura Park - O pior das férias) tudo passou num ápice. Horas depois os receios começaram a esfumar-se a uma velocidade incrível. O transfer proporcionou a conversa da praxe com mais uma dúzia de viajantes para o mesmo hotel, e os ritmos que sempre se escutaram durante a viagem (mesmo que com muita chuva...) mostravam que a opção de estar ali havia sido a melhor.
Bolívia, Argentina, Peru, Espanha, Chile, Arábia Saudita e Coreia do Sul. Estes são apenas exemplos de países que fiquei a conhecer um pouco melhor depois de confraternizar a todo o momento com originários destes territórios.
Claro que existem momentos de algum individualismo, e que devemos estar preparados para com eles saber conviver. No meu caso particular, também esses momentos me faziam falta.
Concluindo, aconselho deixarem temores de lado, e com uma grande dose de responsabilidade e sensatez, guiem-se pela aventura!
Sabermo nos rodear de quem a nossa consciência diz serem pessoas confiáveis, manter algum contacto regular com as nossas referências à distãncia, são conselhos que deixo, mas acaba por ser um pouco uma questão de senso-comum.
Voltaria, sem qualquer dúvida, a efetuar uma viagem do género. Fiz amigos - com quem ainda mantenho contacto assíduo - voltei a mergulhar no sabor caribeño, e sim, estou morto de saudades e com vontade de regressar!
E por aí? Partilhem os vossos relatos e sensações vividas com experiências semelhantes!
Saúde para todos e boas viagens!
Alcaide