Serra da Freita, da Arada, de Montemuro e Douro.

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Deixo-vos aqui um relato, de mais um local bastante interessante, no nosso país, para uma escapadinha de fim-de- semana Espero que vos agrade.
No ano passado, pelo fim de semana do 5 de Outubro dei uma saltada a uma região que ainda não conhecia muito bem , as serras da Freita , da Arada e Montemuro.

SERRA DA FREITA
A serra da Freita faz parte do Maciço de Gralheira, juntamente com a serra da Arada e ficam no município de Arouca. Saímos de casa bem cedo, com destino a esta região.
Existem vários pontos de interesse nesta serra. O primeiro local onde paramos, foi na capela da Sra. Da Lage:

Fica num ponto elevado e tem uma vista muito bonita sobre a serra :

Todos os anos ocorre aqui a festa das Cruzes no dia 3 de Maio, com milhares de peregrinos das aldeias à volta da serra .
Continuamos serra acima…

…até chegar à Frecha da Mizarela, uma queda de água do rio Caima com 75 metros de altura, sendo considerada uma das mais altas da Europa.

A cascata está rodeada pela natureza no seu estado mais puro.

Pena que por esta altura trazia muito pouca água.
Demos boleia ao dono desta vaquinha, e ela assim que o viu dirigiu-se logo em direcção ao nosso carro. Aposto em como ela cheirava melhor do que o dono!

Ponte sobre o rio Caima.

Adorei estas fotos.

Fomos à procura da aldeia de Castanheira, onde se encontram as pedras parideiras.
Após algumas indicações do dono da vaquinha lá demos com a povoação, que está muito mal assinalada nas placas da estrada.

Ainda sobrevive uma casa com telhado de colmo:

A população vive muito ligada à agricultura, como se pode ver pelos campos cuidados.

Tivemos de pedir indicações (mais uma vez) para as pedras parideiras, que ficam fora da povoação.
As pedras parideiras são um fenómeno de granitização único no país e muito raro no mundo.
A rocha mãe vai «parindo» rochas mais pequenas ao longo dos anos, por efeito da erosão:

Fiquei um bocadinho desiludida, as rochas estão vedadas com uma vedação bastante alta e não se consegue ver nada de jeito:

A minha filhota ao pé da vedação.

Já se sabe como são a maioria das pessoas, todas querem levar uma pedra para recordação.
Vai daí, vedaram tudo e agora quem quiser ver as ditas pedras fica a zero!
Ainda consegui ver umas pedras que já «pariram» há alguns anos, pelo caminho:

 

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Descemos a Arouca para almoçar:
E que rico almoço, no restaurante «A tasquinha da quinta».

Posta Arouquence e bacalhau em forno de lenha.

Demos uma volta pela cidade.

Largo principal e capela da Misericórdia.

Interior da igreja.

Tentamos visitar o museu, que fica no mosteiro de Arouca, mas tínhamos ainda de esperar hora e meia, desistimos!
O mosteiro data do séc.X e é considerado monumento nacional:
O EXTERIOR:

O INTERIOR:

Encontramos esta loja ao pé do restaurante e tinha artesanato lindo!

Compramos umas castanhas para trazer para casa.

 

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SERRA DA ARADA


A serra da Arada serve de linha divisória das bacias do rio Paiva e Vouga. Tem início em Castro Daire e atinge o seu ponto máximo junto a S. Pedro do Sul. Tem 20 km de comprimento e 15 km de largura.

Um dos objectivos desta viagem era fazer uma estrada que tínhamos feito à alguns anos, quando andamos nesta zona, a estrada para S. Pedro do Sul via «Portal Do Inferno», atravessando a serra da Arada, no meio de uma paisagem espectacular.
A estrada do Portal do Inferno está muito mal assinalada, temos de passar por muitas aldeias e deixa de se ver indicações. Até as gentes locais não nos sabem indicar o caminho, por isso seguimos um bocado à sorte até encontrar alguém que nos diz estarmos no caminho certo!
A estrada está em muito melhor estado do que estava quando passamos lá da outra vez. Na altura estava em obras de pavimentação e ainda não tinha rails, amedrontava um bocado, mas desta vez não tive medo nenhum.

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A paisagem é magnífica e raramente passa um carro por nós!

Quando chegamos ao fim do caminho, já na serra de S.Macário começamos a ver a aldeia da Pena a espreitar no fundo do vale.

A aldeia da Pena, fica num vale profundo da serra de S.Macário, confundindo-se com a bonita paisagem que a envolve. É uma aldeia de xisto, com apenas 8 habitantes, a 20 km de S. Pedro do Sul e é uma das mais belas aldeias portuguesas. O sol só lá chega durante 6 horas por dia, devido à altitude dos montes em redor.
Foi uma aldeia que nunca tinha visitado, apesar de já ter passado lá próximo. Na altura não estava assinalada e nunca tinha ouvido falar dela. Depois de ver uma reportagem na televisão há uns tempos, fiquei com curiosidade de visitá-la.

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A estrada para lá amedronta um bocadinho, a nossa carrinha é de 9 lugares e se vem um carro para cima não sei como vai ser, mas mesmo assim vamos avançando com cuidado e parando em alguns recantos mais largos quando nos apercebemos que vem algum carro ao longe.
O que tem de bom nesta descida é que se consegue ver bem os carros que vêm a subir, caso contrário seria complicado! Tem um bom estacionamento à entrada da aldeia que parece ter sido feito há pouco tempo. Os carros não podem entrar na povoação, é proibido.

A aldeia:

A varanda de uma casa típica:

O espigueiro :

A pequena capela.

O famoso caminho «onde o morto matou o vivo», devidamente assinalado:
HISTÓRIA DO MORTO QUE MATOU O VIVO:
À muito tempo atrás a aldeia não tinha cemitério para enterrar os mortos e estes tinham de ser transportados às costas, pelas curvas de um íngreme carreiro que segue junto à linha de água, até à aldeia de Covas Do Rio. Numa dessas vezes, reza a história, o caixão que era transportado por dois homens escorregou, caindo em cima do que estava na parte mais baixa do caminho, matando-o. E a jornada que havia começado com um morto terminou com dois. O caminho acabou sendo baptizado pelo trágico acidente.

A paisagem:

Um castanheiro carregado de fruto:

Um aviso a quem for para estas bandas, a estrada completa do portal do inferno, demora algumas horas a fazer, por isso disponham de uma tarde ou de uma manhã inteira, para fazê-la com calma. Não deve ser muito agradável cair a noite quando estamos na parte mais íngreme do caminho.

 

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Seguimos até S. Pedro do Sul, anoitecia já.Com muita pena nossa, deixamos algumas aldeias, que queríamos visitar, para trás.
Fomos procurar alojamento ao pé das Termas, o que foi uma tarefa complicada, desde hotéis a residenciais, estava quase tudo cheio, mas lá conseguimos arranjar quarto, depois de pedinchar um bocadinho.
S. Pedro do sul:

Zona termal:

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O edifício mais antigo das termas:

Capela junto às termas:

Hotel do Inatel:

 

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SERRA DE MONTEMURO:
A Serra de Montemuro, é a oitava maior elevação de Portugal Continental, com 1382 metros de altitude. Situa-se nos concelhos de Arouca, Cinfães, Resende e Castro Daire.
Está entre o rio Douro, a norte, e o rio Paiva a sul e confina com a cidade de Lamego.
Toda a serra tem bastante relevo e é íngreme praticamente de todos os lados. É povoada até cerca dos 11oo metros de altitude e as aldeias tradicionais encontram-se espalhadas um pouco por toda a serra, mas quase sempre próximas dos cursos de água, como o rio Bestança, que divide a zona norte, da zona sul da serra.
A serra de Montemuro é um dos últimos refúgios do lobo ibérico a sul do Douro.
A primeira povoação que visitamos, foi Campo Benfeito, que apesar de não ter muito para ver tem a particularidade de ter um grupo de teatro regional, o que é curioso no meio de uma serra longe de tudo.
Recinto do local onde fazem o teatro:

A serra ardeu por estes dias em que lá estivemos, ainda se via o fumo a sair da vegetação queimada, o que é uma pena!

A serra na primavera deve de ter uma paisagem linda.
Pequenas ermidas espalhadas pela serra.

Fomos visitar a aldeia de Gralheira, umas das mais conhecidas da serra.
Esta aldeia é conhecida como «Princesa da serra», pois é a mais desenvolvida de todas as aldeias da serra de Montemuro.

Ainda restam alguns moinhos de água:

Assim como de velhas casas com telhado de colmo:

Carroça típica:

A fonte.

A igreja matriz:

Uma capela:

Da Gralheira seguimos para a aldeia de Alhões:

Ainda restam alguns espigueiros:

Assim como as casa em pedra.

Seguimos para Bustelo, outra aldeia tradicional, também conhecida como Bustelo da Lage, devido a sua enorme lage comunitária, utilizada até aos dias de hoje como eira.

Espigueiros:

A lage comunitária com as medas da palha do milho :

Carroça.

Esta aldeia fica em pleno vale de Bestança, junto ao rio com o mesmo nome, que nasce no alto da serra e vai desaguar no Douro, atravessando um extenso vale com antigos moinhos de água e terrenos em socalcos.

 

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Algumas fotos dessa zona.

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Existe uma associação que protege esta região e organiza passeios pedestres na zona, além de outras actividades.
O rio Douro ao longe:

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Com muita pena minha, não conseguimos explorar melhor esta zona do vale, mas tivemos muita dificuldade de arranjar restaurante para almoçar. Só depois de seguir caminho, à beira do Douro, é que arranjamos um restaurante, muitos quilómetros depois, mas voltaremos com toda a certeza numa outra ocasião!
À beira do Douro, próximo de Cinfães:

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Um dos milhares de castanheiros que vimos pelo caminho:

 

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Vimos uma indicação para PENEDO DE S. JOÃO e fomos ver o que era.
Depois de subir alguns quilómetros fomos dar com este «MIRA- DOURO»

O penedo :

A vista sobre o rio Douro:

Seguimos à beira do Douro até Lamego onde ficamos esta noite:
Ainda fomos até à Sra dos Remédios, mesmo ao anoitecer:

Fonte

Arvores milenares:

No dia seguinte demos uma volta pela cidade:
A sé:

Os jardins:

A zona histórica:

Vista para a Sra dos Remédios:

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E pronto, foi tempo de regressarmos a casa pois ainda eram muitas horas de caminho.
Fica aqui uma sugestão ,para mais uns belos recantos do nosso Portugal.
Espero que tenham gostado.