goliver
Membro Novo
Viagem a Israel
A pedido de algumas famílias vou tentar fazer o meu primeiro Report neste portal, sobre as minhas viagens a Israel, que ocorreram entre os anos 2000 e 2002.
Introdução
As minhas viagens a Israel foram todas à custa do meu emprego na altura, o que não me impedia de passear por lá quando tinha tempo e ficava mais dias do que eram necessários, principalmente ao fim de semana. Apenas referir que o fim de semana por lá é a sexta-feira e o sábado. Ao domingo trabalha-se e é o equivalente à nossa segunda-feira.
Viagem e logística
A primeira coisa que se sente é o inquérito a que somos sujeitos. Se viajarmos na companhia aérea israelita El-Al, então é garantido que o inquérito é feito também no aeroporto de partida. Isso não nos livra de levarmos um novo inquérito quando chegamos a Tel-Aviv. De preferência o passaporte não deve ir carimbado com países estranhos, senão têm de fazer um report ao oficial que vos questiona sobre cada carimbo. É aconselhável serem honestos, pois além de eles terem os métodos para saber se estão a dizer a verdade, também não têm problemas em colocar-vos numa sala de interrogatório.
Os hoteis onde ficava eram sempre bons, mas pagos pela empresa. Ficavam sempre junto à praia, e havia bastante oferta. O preço variava bastante bastante, consoante o clima de tensão que se vivia no país na altura. O Carlton custava em 2000 cerca de 80 USD por noite, em 2002 custava cerca de 40 USD. Já agora, a moeda oficial é o NIS - New Israeli Schekel.
(In)segurança
Sempre que fui a Israel nunca me senti inseguro. Andei sempre na rua, muitos dias até altas horas da noite, e nunca tive qualquer problema. Aliás, a criminalidade é muito reduzida por lá.
As primeiras vezes, dada a oferta de bares, restaurantes e discotecas, chegava a não dormir para aproveitar a noite, que era sensacional.
Com o agravar do conflito Israelo-palestiniano, a segurança e o sentimento não mudou. Apenas se notou que muitos locais de diversão fecharam, as ruas ficam mais vazias de noite, e há muito menos turismo.
Locais visitados
Tel-Aviv
Tel-Aviv é uma cidade à beira do Mediterrâneo. Como não podia deixar de ser, tem uma praia bastante longa, e bastante agradável. O tempo costuma ajudar, já que não costuma chover muito por aqueles lados, mas quando chove é a sério. É muito agradável passear pela marginal ao longo da costa de Tel-Aviv ao fim do dia.
No lado sul da marginal chega-se a Old Jaffa, uma cidade que aconselho vivamente a visitar, dada a história que representa, conquistada por uma série de povos que foram deixando a sua marca, incluindo os portugueses. É por lá que se encontram as lojas mais típicas, onde se pode regatear, e os restaurantes mais pitorescos. Para os restaurantes de Old Jaffa convém ir com alguém local, já que os pitéus são mais típicos e podem trazer surpresas.
Em Tel-Aviv, é tudo bastante americanizado. Há um MacDonalds mesmo ao lado da embaixada americana, e o Pizza Hut também está por lá, apesar de ser casher. Isto em termos práticos quer dizer que tem um autocolante na porta a dizer que é casher (kosher) e que as pizzas não levam carne, porque levam queijo.
Lembro-me do restaurante mongol que havia na marginal e do London à beira-mar, onde os sumos naturais eram uma verdadeira delícia.
Jerusalém
Infelizmente não pude conhecer muito de Jerusalém, já que a viagem foi feita à sexta-feira que é o dia de culto para os árabes. Isto implica que algumas das áreas estejam vedadas a turistas nesse dia. Mesmo assim deu para ver o monte das Oliveiras, e a partir do miradouro, e parte da cidade velha, o muro das lamentações, a Dome of the Rock e a cua cúpula dourada. A viagem foi feita numa excursão que partiu de Tel-Aviv de manhã cedo.
Massada (Mesada)
Atravessando o deserto do Negev, partindo mais uma vez de Tel-Aviv, visitei as ruinas de Massada. Esta cidade situa-se no topo de um rochedo, a uma altitude superior a tudo o que a rodeia. É muito interessante como no tempo do Rei Herodes já tinham algumas facilidades que só hoje julgamos possíveis. Também gostei do pormenor das bolas de pedra lançadas por catapultas romanas que ainda por lá perduram.
A vista em direcção ao Mar Morto é também ela espectacular, apesar da aridez do terreno circundante.
Mar Morto
Posso dizer que foi uma das experiências com água que mais gozo me deu até hoje. A sensação de "nadar" no Mar Morto é algo que não se consegue descrever. A água apresenta uma textura mais próxima do leite do que a própria água como a conhecemos. O fundo é lamacento, e há quem use a lama para barrar na pele. Já a água é altamente desaconselhável beber ou usar para lavar o que quer que seja. Para isso estão nos resorts os chuveiros de água doce. E em cada resort há sempre as lojas com os produtos cosméticos provenientes do Mar Morto.
Eilat
Eilat situa-se na ponta sul de Israel e a viagem foi de avião. É a estância turística de eleição de Israelitas e de muitos povos árabes. Situa-se mesmo à beira do Mar Vermelho, e ao olhar para Oeste avistamos o Egipto, para Este avistamos a Jordânia. Petra fica a uma centena de quilómetros, mas infelizmente não pude visitar.
Os banhos no mar vermelho são agradáveis, mesmo em Janeiro, quando lá estive. A água é límpida e o mar é calmo. É também possível de mergulhar na barreira de coral e havia um restaurante com paisagem submarina, localizado abaixo da superfície do mar.
Regresso
Se acham que as medidas de segurança no aeroporto de Lisboa são muito apertadas desde o 11 de Setembro, então nunca viajaram para Israel. Preparem-se para ver as vossas bagagens desarrumadas, literalmente, com todo o conteúdo de fora, e um interrogatório individual lonngo. Os grupos são separados e as pessoas questionadas individualmente e em simultâneo. É aconselhável chegar com 5 horas (!) de antecedência ao Check-In, para se ter tempo para todos os interrogatórios e restantes procedimentos de segurança.
Conclusão
Israel é um país muito interessante de visitar. Tem muita história, e mesmo a parte mais moderna deve ser visitada. Têm é de estar preparados para os procedimentos no aeroporto, e para um eventual clima de desconfiança na cidade, dada a situação do conflito.
.::Goliver::.
A pedido de algumas famílias vou tentar fazer o meu primeiro Report neste portal, sobre as minhas viagens a Israel, que ocorreram entre os anos 2000 e 2002.
Introdução
As minhas viagens a Israel foram todas à custa do meu emprego na altura, o que não me impedia de passear por lá quando tinha tempo e ficava mais dias do que eram necessários, principalmente ao fim de semana. Apenas referir que o fim de semana por lá é a sexta-feira e o sábado. Ao domingo trabalha-se e é o equivalente à nossa segunda-feira.
Viagem e logística
A primeira coisa que se sente é o inquérito a que somos sujeitos. Se viajarmos na companhia aérea israelita El-Al, então é garantido que o inquérito é feito também no aeroporto de partida. Isso não nos livra de levarmos um novo inquérito quando chegamos a Tel-Aviv. De preferência o passaporte não deve ir carimbado com países estranhos, senão têm de fazer um report ao oficial que vos questiona sobre cada carimbo. É aconselhável serem honestos, pois além de eles terem os métodos para saber se estão a dizer a verdade, também não têm problemas em colocar-vos numa sala de interrogatório.
Os hoteis onde ficava eram sempre bons, mas pagos pela empresa. Ficavam sempre junto à praia, e havia bastante oferta. O preço variava bastante bastante, consoante o clima de tensão que se vivia no país na altura. O Carlton custava em 2000 cerca de 80 USD por noite, em 2002 custava cerca de 40 USD. Já agora, a moeda oficial é o NIS - New Israeli Schekel.
(In)segurança
Sempre que fui a Israel nunca me senti inseguro. Andei sempre na rua, muitos dias até altas horas da noite, e nunca tive qualquer problema. Aliás, a criminalidade é muito reduzida por lá.
As primeiras vezes, dada a oferta de bares, restaurantes e discotecas, chegava a não dormir para aproveitar a noite, que era sensacional.
Com o agravar do conflito Israelo-palestiniano, a segurança e o sentimento não mudou. Apenas se notou que muitos locais de diversão fecharam, as ruas ficam mais vazias de noite, e há muito menos turismo.
Locais visitados
Tel-Aviv
Tel-Aviv é uma cidade à beira do Mediterrâneo. Como não podia deixar de ser, tem uma praia bastante longa, e bastante agradável. O tempo costuma ajudar, já que não costuma chover muito por aqueles lados, mas quando chove é a sério. É muito agradável passear pela marginal ao longo da costa de Tel-Aviv ao fim do dia.
No lado sul da marginal chega-se a Old Jaffa, uma cidade que aconselho vivamente a visitar, dada a história que representa, conquistada por uma série de povos que foram deixando a sua marca, incluindo os portugueses. É por lá que se encontram as lojas mais típicas, onde se pode regatear, e os restaurantes mais pitorescos. Para os restaurantes de Old Jaffa convém ir com alguém local, já que os pitéus são mais típicos e podem trazer surpresas.
Em Tel-Aviv, é tudo bastante americanizado. Há um MacDonalds mesmo ao lado da embaixada americana, e o Pizza Hut também está por lá, apesar de ser casher. Isto em termos práticos quer dizer que tem um autocolante na porta a dizer que é casher (kosher) e que as pizzas não levam carne, porque levam queijo.
Lembro-me do restaurante mongol que havia na marginal e do London à beira-mar, onde os sumos naturais eram uma verdadeira delícia.
Jerusalém
Infelizmente não pude conhecer muito de Jerusalém, já que a viagem foi feita à sexta-feira que é o dia de culto para os árabes. Isto implica que algumas das áreas estejam vedadas a turistas nesse dia. Mesmo assim deu para ver o monte das Oliveiras, e a partir do miradouro, e parte da cidade velha, o muro das lamentações, a Dome of the Rock e a cua cúpula dourada. A viagem foi feita numa excursão que partiu de Tel-Aviv de manhã cedo.
Massada (Mesada)
Atravessando o deserto do Negev, partindo mais uma vez de Tel-Aviv, visitei as ruinas de Massada. Esta cidade situa-se no topo de um rochedo, a uma altitude superior a tudo o que a rodeia. É muito interessante como no tempo do Rei Herodes já tinham algumas facilidades que só hoje julgamos possíveis. Também gostei do pormenor das bolas de pedra lançadas por catapultas romanas que ainda por lá perduram.
A vista em direcção ao Mar Morto é também ela espectacular, apesar da aridez do terreno circundante.
Mar Morto
Posso dizer que foi uma das experiências com água que mais gozo me deu até hoje. A sensação de "nadar" no Mar Morto é algo que não se consegue descrever. A água apresenta uma textura mais próxima do leite do que a própria água como a conhecemos. O fundo é lamacento, e há quem use a lama para barrar na pele. Já a água é altamente desaconselhável beber ou usar para lavar o que quer que seja. Para isso estão nos resorts os chuveiros de água doce. E em cada resort há sempre as lojas com os produtos cosméticos provenientes do Mar Morto.
Eilat
Eilat situa-se na ponta sul de Israel e a viagem foi de avião. É a estância turística de eleição de Israelitas e de muitos povos árabes. Situa-se mesmo à beira do Mar Vermelho, e ao olhar para Oeste avistamos o Egipto, para Este avistamos a Jordânia. Petra fica a uma centena de quilómetros, mas infelizmente não pude visitar.
Os banhos no mar vermelho são agradáveis, mesmo em Janeiro, quando lá estive. A água é límpida e o mar é calmo. É também possível de mergulhar na barreira de coral e havia um restaurante com paisagem submarina, localizado abaixo da superfície do mar.
Regresso
Se acham que as medidas de segurança no aeroporto de Lisboa são muito apertadas desde o 11 de Setembro, então nunca viajaram para Israel. Preparem-se para ver as vossas bagagens desarrumadas, literalmente, com todo o conteúdo de fora, e um interrogatório individual lonngo. Os grupos são separados e as pessoas questionadas individualmente e em simultâneo. É aconselhável chegar com 5 horas (!) de antecedência ao Check-In, para se ter tempo para todos os interrogatórios e restantes procedimentos de segurança.
Conclusão
Israel é um país muito interessante de visitar. Tem muita história, e mesmo a parte mais moderna deve ser visitada. Têm é de estar preparados para os procedimentos no aeroporto, e para um eventual clima de desconfiança na cidade, dada a situação do conflito.
.::Goliver::.