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VENEZA
Esta foi uma viagem feita no Verão de 2010
Veneza é uma das poucas cidades do Mundo que pode ser descrita como verdadeiramente única.
Construída sobre os bancos de areia criados pelas correntes do Adriático na laguna Veneto e regularmente afectada por inundações tem subsistido a tudo e a todos.
Deixámos dois dias completos para visitar Veneza. Para mim era á partida o ponto alto da nossa visita a Itália. As fotos , as opiniões , o que sempre tínhamos ouvido , levava-nos a pensar que Veneza seria a “ cereja no topo do bolo “.
Bem, assim não foi , mas de qualquer forma adorámos Veneza , mas quando comparada a outra cidade acho que o tal romantismo que tanto falam não será tão assim. Mas isso vão ser contas de outro rosário.
Como atrás comentei fizemos a viagem de comboio entre Pádua e Veneza e chegámos bem no centro á estação de Santa Luzia.
Como poderão constatar lá , é muito fácil caminhar e passear em Veneza. È só olhar para uma esquina de um edíficio e escolher a direcção pretendida. A informação está lá sempre neste formato . Impossível alguém se perder
Todos aqueles que já visitaram esta maravilhosa cidade , sabem bem que o mais visto em Veneza são as incríveis GÔNDOLAS .
Com uma linha esguia e fundo chato , as gôndolas são embarcações perfeitamente adaptadas à circulação nos canais estreitos e pouco profundos, fazendo parte do quotidiano de Veneza desde o séc. XI.
Uma ligeira curvatura para a esquerda na proa compensa a força do remo, evitando que a gôndola gire sobre si mesma .
Em 1562 , foi tomada obrigatória a cor negra de forma a colocar um fim à ostentação com que alguns decoravam as gôndolas . Hoje só é permitido a utilização de flores em ocasiões muito especiais , mas não evita mesmo assim que alguns sejam um pouco mais excêntricos ( na minha opinião claro ) senão vejam
A quantidade de gôndolas é impressionante, são cerca de 400 segundo uma estatatistica da Câmara Municipal . O trabalho de gondoleiro é passado de pai para filho ou pelo menos era.
Hoje estão essencialmente ligadas ao transporte de turistas , mas também são ainda usadas em casamentos e funerais.
O preço fixado ou pelo menos indicado pelas autoridades é de cerca de 100 Euros por hora , mas poucos são os que fazem este valor.
A procura nesta altura do ano é enorme e quase se pode dizer que é maior a procura que a oferta.
E quando a hora do almoço chega , o amontoado é enorme principalmente em zonas em que existe um pouco de sombra , ou em zonas onde mesmo paradas podem ter clientes a fazer fila para as utilizar.
São montadas em oficinas chamadas "squeri" e são caras, necessitando de quase 300 peças de uns 10 tipos de madeiras diferentes e 3 meses de trabalho. Mesmo assim caras existem bastantes que estão paradas em outras zonas de Veneza . A razão só mesmo os gondoleiros saberão.
As típicas estacas raiadas onde se amarram as gôndolas chamam-se "paline" e deve ser dos poucos momentos em que elas “ descansam “.
E para terminar o assunto Gôndolas gostaria de vos mostrar duas fotos que para mim ilustram a beleza e a graciosidade deste tipo de transporte. Uma com as Gôndolas no seu ambiente natural ( a água , as pontes e os pequenos canais ) e a outra quando presas levantam a sua proa de uma forma altiva , esperando um novo dia de trabalho.
Mas também não gostaria de pelo menos deixar um imagem de um outro tipo de meio de transporte muito mais utilizado pelas massas e que diariamente cumpre o trabalho de transportar toda aquela gente pelos canais desta magnífica cidade .
Este meio de transporte chama-se “ Vaporetto “ pois no passado funcionavam com um motor a vapor daí o seu nome . Actualmente utilizam diesel . Os mais modernos são assim
Esta é uma das imagens mais comuns em Veneza mas também das mais difíceis de conseguir pois o barulho incessante dos Vaporettos , lanchas e turistas faz com que não estejam muito tempo no mesmo local.
Não será minha intenção mostrar-vos em pormenor os locais que já são conhecidos de todos vós , mas gostava de vos deixar só uns pequenos olhares de cada um deles , pelo menos os que para mim considerei mais importantes.
BASÍLICA DE S. MARCOS
A mais famosa basílica de Veneza é considerada um dos mais belos edifícios da Europa, combinando estilos arquitectónicos e decorativos do ocidente e do Oriente.
A basílica foi consagrada em 1094, no mesmo ano em que o corpo de São Marcos foi supostamente reencontrado num pilar pelo Doge Vitale Falier. A cripta passou então a abrigar as relíquias até 1811. O edifício também possui uma torre baixa, que alguns pensam ter integrado o Palácio dos Doges original
.
Não tirei nenhuma foto da totalidade da Basílica já que foi totalmente impossível pois a Praça de S. Marcos estava uma prte em obras e a outra parte totalmente ocupada por um palco enorme e por cadeiras dispostas para um concerto que ia ocorrer.
Mesmo na Praça por muitos considerada com a mais bonita do Mundo , isto acontece em pleno Julho.
Os portais exteriores estão ornamentados com mosaicos de diferentes épocas.
Embora no interior seja proibido tirar fotos ( não só aqui mas como quase todos os lugares de Veneza ) mesmo assim lá se conseguiu esta um pouco á pressa
O Campanile
Não conseguimos subir já que as filas eram tão extensas que demoravam cerca de 1 h.
Ao Sol , sem sombras e com o calor que estava, dissemos não obrigado.
PALAZZO DUCALE
O palácio Ducal ou Palácio dos Doges , foi a residência oficial dos governantes venezianos e foi fundado no séc. IX . O Palácio actual mantém a aparência externa conferida pelos restauros dos sec. XIV e XV.
A entrada foi relativamente fácil e o seu custo é de 12 Euros incluindo mais dois museus sem grande interesse.
O Palácio está dividido em salas , cada uma ricamente decorada , principalmente os tectos.
A Sala del Maggior Consiglio é lindíssima. Possui um tecto em madeira totalmente trabalhada e uma pintura famosa “ O Paraíso “ de Tintoretto ocupa toda a parede do fundo.
Tentei por diversas vezes uma foto mas sem sucesso pois a quantidade de vigilantes é incrível.
Pelo menos deu para estas duas sendo que uma é do seu pátio interior.
Fazendo a volta total ao Palácio terão a oportunidade de passar no interior da Ponte Del Sospiri e visitar a prisão.
Um dos locais imperdíveis de Veneza são as galerias que contornam a Praça de S. Marcos local onde existem diversos cafés e onde muitos dizem ter pago o mais caro café do Mundo
O ambiente ao redor destes cafés é fantástico , já que muitos deles têm uma pequena orquestra a tocar ou durante todo o dia ou já mesmo ao final da tarde.
Também não admira os preços já que alguns são perfeitas obras primas. Vejam este
PONTE DOS SUSPIROS
Foi construída em pedra D`Istria em estilo barroco por António Contim.
O nome foi atribuído porque a lenda diz que, em tempos remotos, os prisioneiros (atravessando-a) suspiravam na ocasião de ver pela última vez o mundo externo.
Tal como grande parte dos monumentos em Veneza e em Itália , também a Ponte está a ser alvo de restauração pelo que a imagem é esta
E saindo da Praça de S. Marcos e seguindo o Grande Canal , encontramos imagens lindíssimas de uma Veneza que nunca descansa.
Senão vejamos:
Grande Canal com a Igreja de Santa Maria della Salut ao fundo
Mais de um milhão de pilares de madeira suportam o peso desta igreja barroca
Um dos muitos Pallazos que se podem encontrar no Grande Canal
Uma zona muito movimentada do Grande Canal.
PONTE RIALTO
Só em 1588, após a ruína, derrocada ou sabotagem das estruturas de madeira primitivas foi construída uma ponte de pedra em Rialto.
Terminada em 1591 a nova ponte era o único meio de atravessar o Grande Canal a pé.
De cada lado das rampas há uma fila de cubículos rematados com arcos de meio ponto, que servem como espaços de comércio. A ponte é apoiada em 600 pilaretes de madeira
Quase todos os visitantes de Veneza passam pela ponte do Rialto , vendo e fotografando a intensa actividade dos barcos no Grande Canal.
Mas para mim o que mais valeu foi o passeio pelas ruas de Veneza.
Em cada porta , em cada rua se pode encontrar uma casa de máscaras , grande parte delas iguais , é verdade mas também cada uma delas com algo de diferente, mais que não seja nas cores das plumas.
O cansaço de um dia de caminhos intensos é grande já que no final de cada pequena rua existe sempre ou quase sempre uma pequena ponte de onde obrigatoriamente se para para tirar uma foto
Afinal em Veneza todos os cantos e recantos estão rodeados de água o que permite chegar a qualquer lugar com o barco particular o com as gôndolas.
Aqui tudo é feito de barco , as entregas , os funerais , a recolha de lixo , tudo , tudo funciona mas só com …… barco
MURANO
Tal como Veneza , Murano é constituída por um aglomerado de pequenas ilhas.
Em 1291, todos os cristaleiros de Veneza foram obrigados a mudar-se a Murano devido ao risco de incêndio, porque a esmagadora maioria dos edifícios de Veneza era construída em madeira. Durante o século XIV, as exportações começaram e a ilha ganhou fama, inicialmente pelo fabrico de missangas de cristal e de espelhos. O cristal aventurine foi inventado na ilha e, durante algum tempo, Murano chegou a ser o maior produtor de cristal da Europa. O arquipélago, mais tarde, ficou conhecido pelo fabrico de lustres. Embora tenha havido grande queda durante o século XVIII, a cristalaria continuou a ser a industria mais importante da ilha.
Algumas das casas construídas sobre a água datam desse período.
Murano , na minha opinião não tem muito que justifique a estadia por muito tempo. Logo á saída do barco um convite para a visita a uma fábrica de vidro que está a 100 m do cais é aliciante. Se vos convidarem não vão , afinal o que se observa da fábrica é uma pequena demonstração de dois vidreiros a fazerem uma jarra e um cavalo apoiado nas patas traseiras.
Além do calor o espectáculo é tão rápido que não dá para suarmos , mas aparece um senhor a convidar-nos para ir para o fresco da sala de exposição onde estão muitos vendedores chatos que pretendem vender as suas obras mais caras. Não utilizem a desculpa de “ Chega lá partido “ ou “ Não gosto dessa cor “ porque eles contestam logo que enviam em uma caixa muito segura , que se paga um sinal e o restante quando receber a peça , etc, etc,
Assim desta forma só tinha caído na esparrela na TUNÍSIA.
De interessante para ver existe a
BASILICA DEI SANTI MARIA E DONATO
A atracção arquitectónica mais interessante da ilha.
Foi construída no séc. XII e apesar de ter sido sujeita a diversos e intensos restauros durante o séc. XIX , ainda mantém grande parte da sua beleza original.
Além da beleza arquitectónica da Basílica , sobressai no seu exterior a excelente Torre com relógio muito bem preservada e o seu jardim envolvente
E no seu interior o tecto abobado gótico e um fabuloso pavimento com mosaicos de 1140 que agora estão proibidos de pisar ( ainda bem )
Já perto do cais de embarque para Burano podemos observar este lindíssimo cais e um pouco mais ao longe uma pequena ilhota com uma casa já em ruínas.
Não muito longe de Murano , a cerca de 15 m de navegação está o que de facto foi para mim uma surpresa a fabulosa ILHA DE BURANO
BURANO
Os primeiros ocupantes das ilhas foram provavelmente Romanos, mas é no século VI que recebe o seu nome actual quando a zona é ocupada por gente vinda de Altino, que terão dado à ilha o nome de uma das portas da sua cidade. No entanto há mais duas versões para a origem do nome; numa delas o nome deriva do apelido da primeira família que ali se estabeleceu, os Buriana, e a outra que o nome foi dado por habitantes de Buranello, uma ilha 8 Km a sul de Burano.
Apesar da ilha se ter desenvolvido depressa, continuou a ser parte do território administrado por Torcello mas sem nenhum dos privilégios que os seus habitantes, ou os de Murano, tinham. A situação só se alterou, e a ilha teve importância no século XVI, quando as mulheres locais começaram a produzir belas peças de renda, que rapidamente começou a ser exportada para o resto da Europa. No século XVIII a industria da renda começou o seu declínio, uma tendência que só seria contrariada em 1872, quando uma escola profissional foi aberta para as tecedeiras, trazendo um novo fôlego à industria, contudo actualmente já não se produzem peças de renda de maneira tradicional na ilha, uma vez que é um trabalho de mão de obra intensiva (cada peça leva várias horas para produzir), o que o torna muito caro.
Ao longe quando se começa a avistar a ilha , um pormenor sobressai : A Torre inclinada do Duomo de Burano a assemelhar-se muito com a Torre de Pisa mas só na sua inclinação.
Logo antes do cais de desembarque e quando se começa a observar um pouco da ilha , a curiosidade começa a aumentar .
Como todos sabem a Ilha de Burano era no passado uma Ilha habitada essencialmente por pescadores.
As cores das suas casas são inconfundíveis e mantêm-se assim desde á muitos anos
Diz a lenda que as cores das casas são assim porque durante o longo período de Inverno e porque toda a ilha está inserida numa zona de sapais e de vales , é frequente haver uma forte e duradoura neblina. Então os pescadores decidiram pintar as casas de tons garridos para que á distância pudessem descobrir e orientar-se em direcção á ilha.
Mas o fascinante de Burano é o passeio pelas suas ruas onde os canais estão sempre presentes e onde se pode ver á porta de cada casa uma pequena embarcação que serve para a circulação neste pequeno emaranhado de rias.
As ruas estão cheias de pequenas lojas perfumadas onde se vendem as peças de bijutaria e também peças da famosa renda de BURANO.
O Duomo é simples mas rico e de facto o que se desmarca de todo o conjunto é a sua Torre.
Os seus becos estreitos , as cores das suas casas , a simpatia das suas gentes obriga a uma paragem prolongada , a um descansar em qualquer degrau de uma loja observando a profundidade de cada rua com as diferentes cores a dominarem a paisagem
Se puderem ir até Burano , escolham um dia com tempo , levem um cesto de picnic e divirtam-se passeando pelas suas pitorescas ruas, comam nos seus jardins relvados e frescos e observem uma conjunção de cores incrível e cativante.
Bem e isto foi o que vos pude mostrar de uma cidade que encanta e que nos obriga quase sempre a pensar em voltar.
No meu caso certamente que sim , nunca em Julho pois estão muitos turistas , mas certamente numa outra altura do ano que permite ver melhor tudo aquilo que agora foi impossível ver.
A jeito de saudades , deixo-vos uma foto de uma Veneza lindíssima num final de um dia de Verão.
Abraço
João Paulo
Esta foi uma viagem feita no Verão de 2010
Veneza é uma das poucas cidades do Mundo que pode ser descrita como verdadeiramente única.
Construída sobre os bancos de areia criados pelas correntes do Adriático na laguna Veneto e regularmente afectada por inundações tem subsistido a tudo e a todos.
Deixámos dois dias completos para visitar Veneza. Para mim era á partida o ponto alto da nossa visita a Itália. As fotos , as opiniões , o que sempre tínhamos ouvido , levava-nos a pensar que Veneza seria a “ cereja no topo do bolo “.
Bem, assim não foi , mas de qualquer forma adorámos Veneza , mas quando comparada a outra cidade acho que o tal romantismo que tanto falam não será tão assim. Mas isso vão ser contas de outro rosário.
Como atrás comentei fizemos a viagem de comboio entre Pádua e Veneza e chegámos bem no centro á estação de Santa Luzia.
Como poderão constatar lá , é muito fácil caminhar e passear em Veneza. È só olhar para uma esquina de um edíficio e escolher a direcção pretendida. A informação está lá sempre neste formato . Impossível alguém se perder
Todos aqueles que já visitaram esta maravilhosa cidade , sabem bem que o mais visto em Veneza são as incríveis GÔNDOLAS .
Com uma linha esguia e fundo chato , as gôndolas são embarcações perfeitamente adaptadas à circulação nos canais estreitos e pouco profundos, fazendo parte do quotidiano de Veneza desde o séc. XI.
Uma ligeira curvatura para a esquerda na proa compensa a força do remo, evitando que a gôndola gire sobre si mesma .
Em 1562 , foi tomada obrigatória a cor negra de forma a colocar um fim à ostentação com que alguns decoravam as gôndolas . Hoje só é permitido a utilização de flores em ocasiões muito especiais , mas não evita mesmo assim que alguns sejam um pouco mais excêntricos ( na minha opinião claro ) senão vejam
A quantidade de gôndolas é impressionante, são cerca de 400 segundo uma estatatistica da Câmara Municipal . O trabalho de gondoleiro é passado de pai para filho ou pelo menos era.
Hoje estão essencialmente ligadas ao transporte de turistas , mas também são ainda usadas em casamentos e funerais.
O preço fixado ou pelo menos indicado pelas autoridades é de cerca de 100 Euros por hora , mas poucos são os que fazem este valor.
A procura nesta altura do ano é enorme e quase se pode dizer que é maior a procura que a oferta.
E quando a hora do almoço chega , o amontoado é enorme principalmente em zonas em que existe um pouco de sombra , ou em zonas onde mesmo paradas podem ter clientes a fazer fila para as utilizar.
São montadas em oficinas chamadas "squeri" e são caras, necessitando de quase 300 peças de uns 10 tipos de madeiras diferentes e 3 meses de trabalho. Mesmo assim caras existem bastantes que estão paradas em outras zonas de Veneza . A razão só mesmo os gondoleiros saberão.
As típicas estacas raiadas onde se amarram as gôndolas chamam-se "paline" e deve ser dos poucos momentos em que elas “ descansam “.
E para terminar o assunto Gôndolas gostaria de vos mostrar duas fotos que para mim ilustram a beleza e a graciosidade deste tipo de transporte. Uma com as Gôndolas no seu ambiente natural ( a água , as pontes e os pequenos canais ) e a outra quando presas levantam a sua proa de uma forma altiva , esperando um novo dia de trabalho.
Mas também não gostaria de pelo menos deixar um imagem de um outro tipo de meio de transporte muito mais utilizado pelas massas e que diariamente cumpre o trabalho de transportar toda aquela gente pelos canais desta magnífica cidade .
Este meio de transporte chama-se “ Vaporetto “ pois no passado funcionavam com um motor a vapor daí o seu nome . Actualmente utilizam diesel . Os mais modernos são assim
Esta é uma das imagens mais comuns em Veneza mas também das mais difíceis de conseguir pois o barulho incessante dos Vaporettos , lanchas e turistas faz com que não estejam muito tempo no mesmo local.
Não será minha intenção mostrar-vos em pormenor os locais que já são conhecidos de todos vós , mas gostava de vos deixar só uns pequenos olhares de cada um deles , pelo menos os que para mim considerei mais importantes.
BASÍLICA DE S. MARCOS
A mais famosa basílica de Veneza é considerada um dos mais belos edifícios da Europa, combinando estilos arquitectónicos e decorativos do ocidente e do Oriente.
A basílica foi consagrada em 1094, no mesmo ano em que o corpo de São Marcos foi supostamente reencontrado num pilar pelo Doge Vitale Falier. A cripta passou então a abrigar as relíquias até 1811. O edifício também possui uma torre baixa, que alguns pensam ter integrado o Palácio dos Doges original
.
Não tirei nenhuma foto da totalidade da Basílica já que foi totalmente impossível pois a Praça de S. Marcos estava uma prte em obras e a outra parte totalmente ocupada por um palco enorme e por cadeiras dispostas para um concerto que ia ocorrer.
Mesmo na Praça por muitos considerada com a mais bonita do Mundo , isto acontece em pleno Julho.
Os portais exteriores estão ornamentados com mosaicos de diferentes épocas.
Embora no interior seja proibido tirar fotos ( não só aqui mas como quase todos os lugares de Veneza ) mesmo assim lá se conseguiu esta um pouco á pressa
O Campanile
Não conseguimos subir já que as filas eram tão extensas que demoravam cerca de 1 h.
Ao Sol , sem sombras e com o calor que estava, dissemos não obrigado.
PALAZZO DUCALE
O palácio Ducal ou Palácio dos Doges , foi a residência oficial dos governantes venezianos e foi fundado no séc. IX . O Palácio actual mantém a aparência externa conferida pelos restauros dos sec. XIV e XV.
A entrada foi relativamente fácil e o seu custo é de 12 Euros incluindo mais dois museus sem grande interesse.
O Palácio está dividido em salas , cada uma ricamente decorada , principalmente os tectos.
A Sala del Maggior Consiglio é lindíssima. Possui um tecto em madeira totalmente trabalhada e uma pintura famosa “ O Paraíso “ de Tintoretto ocupa toda a parede do fundo.
Tentei por diversas vezes uma foto mas sem sucesso pois a quantidade de vigilantes é incrível.
Pelo menos deu para estas duas sendo que uma é do seu pátio interior.
Fazendo a volta total ao Palácio terão a oportunidade de passar no interior da Ponte Del Sospiri e visitar a prisão.
Um dos locais imperdíveis de Veneza são as galerias que contornam a Praça de S. Marcos local onde existem diversos cafés e onde muitos dizem ter pago o mais caro café do Mundo
O ambiente ao redor destes cafés é fantástico , já que muitos deles têm uma pequena orquestra a tocar ou durante todo o dia ou já mesmo ao final da tarde.
Também não admira os preços já que alguns são perfeitas obras primas. Vejam este
PONTE DOS SUSPIROS
Foi construída em pedra D`Istria em estilo barroco por António Contim.
O nome foi atribuído porque a lenda diz que, em tempos remotos, os prisioneiros (atravessando-a) suspiravam na ocasião de ver pela última vez o mundo externo.
Tal como grande parte dos monumentos em Veneza e em Itália , também a Ponte está a ser alvo de restauração pelo que a imagem é esta
E saindo da Praça de S. Marcos e seguindo o Grande Canal , encontramos imagens lindíssimas de uma Veneza que nunca descansa.
Senão vejamos:
Grande Canal com a Igreja de Santa Maria della Salut ao fundo
Mais de um milhão de pilares de madeira suportam o peso desta igreja barroca
Um dos muitos Pallazos que se podem encontrar no Grande Canal
Uma zona muito movimentada do Grande Canal.
PONTE RIALTO
Só em 1588, após a ruína, derrocada ou sabotagem das estruturas de madeira primitivas foi construída uma ponte de pedra em Rialto.
Terminada em 1591 a nova ponte era o único meio de atravessar o Grande Canal a pé.
De cada lado das rampas há uma fila de cubículos rematados com arcos de meio ponto, que servem como espaços de comércio. A ponte é apoiada em 600 pilaretes de madeira
Quase todos os visitantes de Veneza passam pela ponte do Rialto , vendo e fotografando a intensa actividade dos barcos no Grande Canal.
Mas para mim o que mais valeu foi o passeio pelas ruas de Veneza.
Em cada porta , em cada rua se pode encontrar uma casa de máscaras , grande parte delas iguais , é verdade mas também cada uma delas com algo de diferente, mais que não seja nas cores das plumas.
O cansaço de um dia de caminhos intensos é grande já que no final de cada pequena rua existe sempre ou quase sempre uma pequena ponte de onde obrigatoriamente se para para tirar uma foto
Afinal em Veneza todos os cantos e recantos estão rodeados de água o que permite chegar a qualquer lugar com o barco particular o com as gôndolas.
Aqui tudo é feito de barco , as entregas , os funerais , a recolha de lixo , tudo , tudo funciona mas só com …… barco
MURANO
Tal como Veneza , Murano é constituída por um aglomerado de pequenas ilhas.
Em 1291, todos os cristaleiros de Veneza foram obrigados a mudar-se a Murano devido ao risco de incêndio, porque a esmagadora maioria dos edifícios de Veneza era construída em madeira. Durante o século XIV, as exportações começaram e a ilha ganhou fama, inicialmente pelo fabrico de missangas de cristal e de espelhos. O cristal aventurine foi inventado na ilha e, durante algum tempo, Murano chegou a ser o maior produtor de cristal da Europa. O arquipélago, mais tarde, ficou conhecido pelo fabrico de lustres. Embora tenha havido grande queda durante o século XVIII, a cristalaria continuou a ser a industria mais importante da ilha.
Algumas das casas construídas sobre a água datam desse período.
Murano , na minha opinião não tem muito que justifique a estadia por muito tempo. Logo á saída do barco um convite para a visita a uma fábrica de vidro que está a 100 m do cais é aliciante. Se vos convidarem não vão , afinal o que se observa da fábrica é uma pequena demonstração de dois vidreiros a fazerem uma jarra e um cavalo apoiado nas patas traseiras.
Além do calor o espectáculo é tão rápido que não dá para suarmos , mas aparece um senhor a convidar-nos para ir para o fresco da sala de exposição onde estão muitos vendedores chatos que pretendem vender as suas obras mais caras. Não utilizem a desculpa de “ Chega lá partido “ ou “ Não gosto dessa cor “ porque eles contestam logo que enviam em uma caixa muito segura , que se paga um sinal e o restante quando receber a peça , etc, etc,
Assim desta forma só tinha caído na esparrela na TUNÍSIA.
De interessante para ver existe a
BASILICA DEI SANTI MARIA E DONATO
A atracção arquitectónica mais interessante da ilha.
Foi construída no séc. XII e apesar de ter sido sujeita a diversos e intensos restauros durante o séc. XIX , ainda mantém grande parte da sua beleza original.
Além da beleza arquitectónica da Basílica , sobressai no seu exterior a excelente Torre com relógio muito bem preservada e o seu jardim envolvente
E no seu interior o tecto abobado gótico e um fabuloso pavimento com mosaicos de 1140 que agora estão proibidos de pisar ( ainda bem )
Já perto do cais de embarque para Burano podemos observar este lindíssimo cais e um pouco mais ao longe uma pequena ilhota com uma casa já em ruínas.
Não muito longe de Murano , a cerca de 15 m de navegação está o que de facto foi para mim uma surpresa a fabulosa ILHA DE BURANO
BURANO
Os primeiros ocupantes das ilhas foram provavelmente Romanos, mas é no século VI que recebe o seu nome actual quando a zona é ocupada por gente vinda de Altino, que terão dado à ilha o nome de uma das portas da sua cidade. No entanto há mais duas versões para a origem do nome; numa delas o nome deriva do apelido da primeira família que ali se estabeleceu, os Buriana, e a outra que o nome foi dado por habitantes de Buranello, uma ilha 8 Km a sul de Burano.
Apesar da ilha se ter desenvolvido depressa, continuou a ser parte do território administrado por Torcello mas sem nenhum dos privilégios que os seus habitantes, ou os de Murano, tinham. A situação só se alterou, e a ilha teve importância no século XVI, quando as mulheres locais começaram a produzir belas peças de renda, que rapidamente começou a ser exportada para o resto da Europa. No século XVIII a industria da renda começou o seu declínio, uma tendência que só seria contrariada em 1872, quando uma escola profissional foi aberta para as tecedeiras, trazendo um novo fôlego à industria, contudo actualmente já não se produzem peças de renda de maneira tradicional na ilha, uma vez que é um trabalho de mão de obra intensiva (cada peça leva várias horas para produzir), o que o torna muito caro.
Ao longe quando se começa a avistar a ilha , um pormenor sobressai : A Torre inclinada do Duomo de Burano a assemelhar-se muito com a Torre de Pisa mas só na sua inclinação.
Logo antes do cais de desembarque e quando se começa a observar um pouco da ilha , a curiosidade começa a aumentar .
Como todos sabem a Ilha de Burano era no passado uma Ilha habitada essencialmente por pescadores.
As cores das suas casas são inconfundíveis e mantêm-se assim desde á muitos anos
Diz a lenda que as cores das casas são assim porque durante o longo período de Inverno e porque toda a ilha está inserida numa zona de sapais e de vales , é frequente haver uma forte e duradoura neblina. Então os pescadores decidiram pintar as casas de tons garridos para que á distância pudessem descobrir e orientar-se em direcção á ilha.
Mas o fascinante de Burano é o passeio pelas suas ruas onde os canais estão sempre presentes e onde se pode ver á porta de cada casa uma pequena embarcação que serve para a circulação neste pequeno emaranhado de rias.
As ruas estão cheias de pequenas lojas perfumadas onde se vendem as peças de bijutaria e também peças da famosa renda de BURANO.
O Duomo é simples mas rico e de facto o que se desmarca de todo o conjunto é a sua Torre.
Os seus becos estreitos , as cores das suas casas , a simpatia das suas gentes obriga a uma paragem prolongada , a um descansar em qualquer degrau de uma loja observando a profundidade de cada rua com as diferentes cores a dominarem a paisagem
Se puderem ir até Burano , escolham um dia com tempo , levem um cesto de picnic e divirtam-se passeando pelas suas pitorescas ruas, comam nos seus jardins relvados e frescos e observem uma conjunção de cores incrível e cativante.
Bem e isto foi o que vos pude mostrar de uma cidade que encanta e que nos obriga quase sempre a pensar em voltar.
No meu caso certamente que sim , nunca em Julho pois estão muitos turistas , mas certamente numa outra altura do ano que permite ver melhor tudo aquilo que agora foi impossível ver.
A jeito de saudades , deixo-vos uma foto de uma Veneza lindíssima num final de um dia de Verão.
Boas viagens até Veneza.Abraço
João Paulo
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