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[Report] Rolas + São Tomé, Junho 2017

Kalibr

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Serve o presente post para informar os interessados em visitar São Tomé, da minha experiência pessoal. Faço-o por gratidão para com aqueles que partilharam as suas experiências, sob as quais fundamentei as minhas opções. Apenas recordo que a opinião que partilho é pessoal e é apenas isso, uma opinião.

  1. Escolha da Altura do Ano: Eu fui em Junho porque não tinha outra opção. Estava convencido que a gravana seria a melhor altura mas agora penso que Dezembro, Janeiro seriam talvez melhor opção. Vale o que vale pois só sei que apanhei uma semana de tempo nublado em que chuviscou no 1º e o no 6º dia.
  2. Escolha da Companhia Aérea: Optei pela STP devido ao voo directo e ao horário. Nisto creio ter estado correcto. O voo da TAP faz escala em Acra no Gana e é mais cansativo. Imagino que tenha a vantagem do avião ser melhor. O da STP já tem os seus anos e estava francamente sujo. Serviram jantar e pequeno almoço no voo que não chega a 6 horas que passam... a voar.
  3. Chegada a São Tomé: Escolhi 3 dias de férias nas Rolas para relaxar portanto à chegada a indicação era seguir para o autocarro velhinho do Pestana... 1º embate! Não, não é a humidade tropical. Francamente pareceu-me ligeira. O embate é mesmo com os Guias e os jovens que querem ajudar ou simplesmente pedir ao turista. Em boa verdade "o crime compensa" no sentido que vários soltam logo no aeroporto umas notas 5€... trabalhar para quê? Quem tem culpa são os turistas... Os guias são outra conversa...
  4. Viajem para as Rolas: No meu caso fizeram uma paragem logo no Miramar e encaminharam o pessoal para o bar. Demoramos uns 30min e podemos tomar um café expresso em condições a preço normal. Aqui fiquei logo desconfiado com as malas que iam no atrelado do autocarro... sempre se confirmaram os meus resseios ainda que em muito menor grau. A viagem para o sul é inicialmente agradável... até a estrada ficar em muito mau estado. Depois dessa viagem compreende-se a sugestão de começar a visita do sul lá mais abaixo!
  5. Travessia de "barco": A saída do autocarro no porto baleia, novo "assalto" dos guias locais. Bem, justiça seja feita aquela gente é que são 5* de pessoas. É incomodativo mas são boa gente. A passagem foi feita debaixo de chuva e ondulação significativa (estou a ser generoso) o que deixou bem patente o perigo da mesma... o pessoal era experiente e competente mas se o motor falha com aquela ondulação o barco virava!
  6. Pestana Equador: Chegados ao Pestana tivemos uma surpresa na recepção... pelos vistos a água de coco é só para alguns, nesse dia não havia. Foi-nos indicado o quarto e que as malas iriam ao nosso encontro. Nova surpresa desagradável. Aconselho a identificar fortemente as malas pois não fomos os únicos a que tal passou. O quarto é decente mas tem algumas falhas, nada grave. Têm insecticida no roupeiro o que dá jeito. O restaurante é agradável assim como a comida, sempre num ambiente tropical. É fácil ver porcos junto ao restaurante. Isso e cães a urinar e defecar no relvado em frente aos bungalows. No restaurante fomos abordados por mais dois guias (penso que foram uns 6 no total...). Anteriormente, na recepção, já nos tinham avisado que no 2º dia iria ser realizada uma visita à ilha pelo guia do hotel (gratuita) com saída ás 9h. As visitas são agradáveis pois também não há nada de útil para fazer nas Rolas. A piscina está degradada, a praia em frente é inútil (por causa dos ouriços mais do que das pedras) e a praia mais próxima implica andar um bom bocado. As praias nunca são vigiadas mas em boa verdade os locais são muito prestáveis no momento de chamar a atenção do turista. A visita à ilha é realizada com quase tantos guias como turistas! Levem calçado decente porque eles não se importam minimamente em manter os trilhos acessíveis. Diria até que é mesmo essa a intenção!
  7. Aldeia nas Rolas: Estive sempre na dúvida em ficar mais um dia nas Rolas, isto é, almoçar na praia um peixinho grelhado e sair no barco da tarde ou ir logo de manhã para S. Tomé. Creio que a opção acertada é ir logo de manhã mas é para visitar o sul da ilha e já lá não voltar! Quanto à aldeia podem lá dar um pulo com um dos guias ou mesmo sozinhos. O truque é que todos têm uma barraquinha seja para artesanato ou um café. O que eles queriam é que os turistas lá fossem deixar uns euros... mas não fazem verdadeiramente por isso. Em primeiro lugar, as visitas dos hotel passam ao largo da aldeia e não entram nela. Em segundo, os locais não se preocupam em cuidar da imagem da aldeia e dos seus acessos. É normal que não seja convidativo...
  8. Passeios no Ilheu: A recomendação é para levar calçado apropriado para hiking pois o terreno é em partes bastante pedregoso e acidentado. Dependendo da idade, um "cajado" mesmo que improvisado no local dá jeito. O problema maior dentro de água são mesmo os ouriços pelo que se recomenda calçado de protecção e, mais importante, não os pisar!
  9. Rota do Sul: Tem as melhores praias. Fico a pensar que gostava de ter feito uma noite em cada praia com lodge. O Pestana Equador está com um preço muito acima do seu valor. Almocei na roça do João e gostei. O tipo é simpático e prestável com os turistas. A comida também foi boa. De regresso à cidade visitei a 1ª roça, a Água Izé. Bem... já tinha passado pela de Porto Alegre.
  10. As Roças: Com a excepção da roça de Bombaim e talvez a da Bela Vista não visitaria mais nenhuma. Bem a visita à Monte Café também foi boa, em especial pela visita guiada no museu. De resto é como visitar uma zona de guerra. Imaginem a beleza que tinham aqueles locais, agora completamente destruídos. Mas fica a esperança que a economia local possa um dia recuperar esses locais da história do País.
  11. Pestana São Tomé: Fiquei numa Junior Suite, bastante decente. É um bom hotel que não se decide se quer ser tropical ou citadino. No último dia choveu quando estávamos para ir jantar pelo que optamos pelo restaurante do hotel... grave erro. O ponto claramente mais fraco do hotel com as demais condições superiores ao do Equador.
  12. Jantar no Pirata: É fácil antever que também o Pestana é local de ataque para guias e vendedores. Volto a realçar a educação dos locais é muito elevada, um ponto muito surpreendente e um valor para o País... mas também têm que tentar vender! É a vida! Bem, o Pirata faz-se a pé do Hotel e está mesmo próximo. A comida foi decente e o preço também.
  13. Rota do Centro: Fiquei estourado com a Rota do Sul. A do centro foi mais suave. O mergulho na cascata de Bombaim fica para a história. O almoço na casa museu Almada Negreiros foi surpreendente. Muito agradável e com uma vista deslumbrante. Quando preparei a viagem quase optava por não passar aqui, o que seria um erro.
  14. Cláudio Corallo: Lembrem-se que a visita é (ou era) ás 2ª, 4ª e 6ª e planeiem antecipadamente. O jantar nesse dia pode ser leve pois a quantidade de chocolate consumida na visita é impressionante.
  15. Rota do Norte: É um passeio muito agradável. Provavelmente iram passar na escola da roça da Bela Vista e quem tem miúdos até mais não! É um bom sítio para deixar o carregamento. Lembrem-se que podem levar uma mala de cabine. Para um homem é roupa para uma semana em S. Tomé na boa. Levem a mala de porão com material escolar em quantidade e uns docinhos e deixem-nos NA ESCOLA! Não atirem milho aos pardais que isso é muito feio. A praia dos tamarindos é um local para um bom mergulho. Cuidado com o plano das fotos para não apanhar o lixo ao magote que os locais lá deixam! Ah, e vidros na praia com fartura. É tudo muito lindo mas as verdades também são para se dizer. Almoço no Mucumbli muito bom. Ora outro local para passar uma noite.
  16. Jantar na Dona Tété: Mais outro local para comer um bom peixe! É perto do Pestana mas os acessos são maus. Não fui a pé porque não se proporcionou mas talvez convinha averiguar bem o caminho durante o dia... A Dona Tété é muito simpática. A não perder.
  17. A cidade de São Tomé: Ao sair do hotel a caminhar pela marginal (mal tratada, claro) contactamos com a realidade local. Muito tranquilo e agradável, fizemos o passeio sem sermos importunados. No centro encontramos de tudo e a preços já normais, não os de turista. Diga-se de passagem que até comprei um bolo de aniversário numa pastelaria do centro e estava muito bom! De volta ao hotel apanhei um táxi no centro e cheguei ao hotel baratinho. Fiquei com o número do taxista (Lima) e sempre que foi necessário era só telefonar. Ah, e comi uma salada de polvo no Passante muito boa (mesmo ao lado do Miramar)!
  18. O São-Tomense: Quem se deu ao trabalho de ler esta crónica, já viu que digo as coisas como são. Não conto a história e esqueço-me da parte em que fui roubado ou lá teve que pagar a gasosa. É tudo flores quando se conta as férias. Dito isto, na minha opinião, talvez o maior valor é o seu povo. Não que sejam muito trabalhadores, também com o leve-leve o que é que esperavam? O lema à estrada das escolas já deixa uma dica para o futuro da ilha "tudo muda quando tu mudas". É ver batalhões de miúdos e miúdas fardados a caminharem de e para a escola. Os que trabalham com os turistas, nos hotéis, nos restaurantes mostram que já têm claro como desenvolver o país e a importância que o turismo tem. Nota máxima.
  19. O Guia: Estive muito indeciso se alugava carro ou contratava um guia. O escolhido foi o Rabbi e é só dar um pulo ao tripadvisor para ver as críticas (Cafetours Rabbi dos Santos (São Tomé e Príncipe) - O que saber antes de ir - TripAdvisor). Sobre o Rabbi o que posso dizer é que é um profissional. Não me parece que seja do tipo que se atrasa ou deixa os clientes entalados. E o preço também estava bom (vejo por aí preços super inflacionados).
Em conclusão, São Tomé é uma ilha que merece bem a visita. Não tem jet-lag e a viagem faz-se bem. O clima é porreiro e o mar impecável. Comida MUITO boa. Tive pena de não ter optado por passar 3 dias no Príncipe em vez das Rolas. O pestana Equador está claramente caro para o que proporciona. Em geral a vista a São Tomé está caríssima mas é capaz de não baixar mais que isto. Imaginem a quantidade de turista europeu que não sonha que pode ir para ali tranquilamente!

P.S.- Esqueci-me de mencionar a questão da malária. Bem, eu apanhei a vacina para a Hepatite A e creio que é sempre uma boa opção. Já a medicação com o Malorone é tomar ao deitar porque de facto tem efeitos secundários. Há noite não se nota. Não sei se justifica ou não mas a verdade é que a Malária não é para brincadeiras. Quanto a repelente optei pela Icaridina. Notem que podem comprar DEET ou Icaridina no Continente! Na minha opinião, Icaridina é de longe a melhor opção. Não fui picado nem uma vez.
 
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Sonhadora

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Obrigada por este relato, realista. E um destino que penso mas tenho sempre duvidas. O valor das refeições é caro?
 

susy4

Membro Conhecido
Na minha whishlist tenho S.Tomé como um dos destinos.
Este relato e dicas vieram aumentar a vontade de conhecer.
Obrigada pelo detalhe e pelo cuidado no report.
Já agora e fotos????!!
 

Titos

Membro Conhecido
Boas @Kalibr
Obrigado pelo teu relato directo, objectivo e por vezes até um pouco caustico, mas que apesar de não conhecer São Tomé, me parece realista.
 

Pedro Maia

Membro Conhecido
O relato, bastante detalhado, vai ao encontro da idéia que já tinha ao ler outros reports, não é destino que me atraia.
 

Karmen

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Estive em São Tomé e em Príncipe e por isso estou em condições de avaliar as diferenças que são bastantes. Príncipe é realmente um pequeno paraíso. As praias são paradísiacas, os hoteis/resort são tirados de um filme e as pessoas... as pessoas são ainda o melhor de tudo. Também adorei São Tomé mas há que ter um espírito muito aberto para absorver tudo o que tem. Tive o prazer de conhecer São Tomé com o Cau (guia mais conceituado de ST) e foram 3 dias de muito magia. Também fiquei desiludida com as praias em São Tomé, aliás não podemos dizer que seja um destino de praia a meu ver, mas que ainda assim nos enriquece muito.
Optámos por fugir à cadeia Pestana porque cedo percebemos que estava em decadência o que confirmámos lá. Penso que os pacotes das agências só vendem Pestana, provavelmente por ser a opção mais barata, mas que deixa o cliente um pouco insatisfeito. Nós também fugimos aos pacotes e apesar de também termos comprado a viagem através de agência optámos pelo Omali em ST e Bom Bom em Príncipe.
Quanto aos donativos, e para quem pensa ir (ou regressar), o ideal é levarmos medicamentos e produtos de farmácia, tipo álcool, comprensas, pensos, etc. e também material escolar. Roupa é afinal aquilo que menos precisam. Doces é um erro.
Será o meu primeiro destino a repetir. Estarei lá novamente no próximo ano, assim o espero, mas apenas para Príncipe.
 
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rita.mar

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Obrigada pelo retrato real das situações vividas, por vezes, sinto que falta um pouco da experiência pessoal no relato das viagens, pois nem sempre tudo é tão espetacular como parece nas fotos.
 
Olá! Esses voos da STP são seguros?
Já li que nem podem voar em espaço ... :/
 
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Kalibr

Membro Novo
Passado quase 1 ano da viagem, preparo-me agora para a próxima. Resolvi revisitar o meu post e dou-me ao trabalho de fazer um epílogo.

1.Volto lá outra vez, se Deus quiser. Não é propriamente um destino de praia no sentido do turismo de massas mas é um destino tropical. Tive a sensação que chegava a uma ilha Portuguesa... por falta de melhor termo, uma sensação semelhante a aterrar na Madeira ou em São Miguel... não um sentimento de posse mas sim de familiaridade, se é que faz sentido.
2. Os voos da STP. Perguntavam-me se os voos são seguros... Essa foi a minha 1ª preocupação. Atendendo a que viajo com bastante frequência a trabalho, já sabia que um voo a operar de e para a União Europeia é seguro. O que não me convenceu foi o voo interno para o Príncipe, daí ter evitado a opção (talvez um erro). Mais acrescento que o voo de Lisboa para Sao Tomé foi tranquilo num Boeing 767 já bem usado mas teoricamente com toda a segurança. A sujidade notei no regresso a Lisboa (ou seja, da responsabilidade dos locais).
3. Saudade. Talvez não seja de admirar a um Português que o que lhe deixa saudades é... a comida! Meu Deus! Só pela comida voltava lá outra vez! Claro que temperada pela natureza envolvente. São Tomé é um destino para turismo de Natureza. O da Guerra Colonial já está a dar as últimas...
4. A Ilha. Hoje em dia o que recomendo a quem quer ir a São Tomé (e recomendo ir) é evitar a TAP, fazer 2 noites no Sul, 2 na cidade, 2 no Norte (talvez 1 nas Rolas). O guia acaba por compensar na 1ª vez que se lá vai (aposto que não tinha visto metade) mas depois está mesmo a pedir alugar um Jipe. Agora fiquei com a sensação que a Polícia é capaz de ser dada à gasosa...

Em África parece-me um destino único. Não esperem um resort porque não é. É Natureza no seu estado selvagem.
 
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