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Praga, República Checa
Cidade inebriante pela sua beleza e misticismo histórico, Praga é hoje uma cidade fervilhante de arte e de cultura. As suas ruas transpiram história e os recantos dos seus bairros sussurram força e identidade. Uma identidade ainda hoje silenciada pela esmagadora pressão do passado (e pesado) comunismo que governou o país durante 40 anos.
Tantas vezes assolada por guerras de sucessão, invasões de território e pelas duas grandes guerras mundiais, a cidade da boémia tornou-se dura e resistente, prosperou na adversidade e na opressão. O seu povo cresceu forte e criou raízes históricas nas mais diversas formas de arte, alquimia, astronomia, medicina e, fundamentalmente, no comércio de bens.
Situada bem no coração da Europa, a República Checa (outrora Checoslováquia) faz fronteira com quatro países (Alemanha, Áustria, Polónia e Eslováquia) e desde cedo Praha (em checo) adquiriu reputação de cidade do mundo, devido ao seu contacto com vários povos, seus costumes, influências artísticas e demais bens, comercialmente apetecíveis.
A imagem que guardo desta cidade é a de uma rosa, que desabrocha aos pés dos seus visitantes. Praga garante uma descoberta fácil e intuitiva a quem se disponha a conhece-la, pela proximidade dos seus cinco bairros históricos e pela rede de transportes fiável que os serve.
A capital da República Checa tem pouco mais de 1 milhão de habitantes e diariamente recebe perto de 2 milhões de pessoas, entre turistas e habitantes. País recém membro da UE, ainda mantém a sua moeda (coroa checa, sendo 1 euro = 27 Kc) e tem como língua oficial o checo, apesar de muitos dos seus habitantes dominarem o alemão, o francês e o russo. Uma das dificuldades que encontrei foi o seu pouco à vontade com o inglês, mesmo nas gerações mais jovens.
Praga é neste momento uma cidade totalmente orientada para o turismo, para as massas que hoje percorrem as suas ruas de granito escuro. Tem para partilhar a sua história magnânime, a sua arquitectura ecléctica, a sua arte sob as formas de pintura, escultura, música, teatro e literatura.
Para quem procura viagens com história e cultura, Praga é o destino ideal. A cidade oferece exemplos de grandiosidade e mestria na fusão ecléctica da arte com a arquitectura, como é o caso do Castelo de Praga (Prazky Hrad), que conjuga em si o Palácio Real (antiga residência dos príncipes boémios, onde ocorreu a segunda defenestração de Praga e local da tomada de posse de Vaclav Havel, em 1989), a Catedral gótica de S. Vito, cuja construção demorou 7 séculos a ser concluída e onde se pode observar a porta dourada, antigo pórtico de entrada, que retrata cenas do Juízo Final; o santuário barroco do Loretto, inspirado na cidade italiana com o mesmo nome, onde o arcanjo Gabriel terá anunciado a Maria o nascimento de Jesus, entre outros locais a visitar.
Cidade banhada pelo rio Moldava, tem as suas duas margens unidas por 17 pontes, sendo a mais conhecida a histórica Ponte Carlos.
Na margem esquerda e abaixo da zona do castelo encontra-se o Bairro Pequeno (Malá Strana), onde podemos encontrar um vasto espólio de arte barroca, composto por magníficas igrejas e palácios aristocráticos. Na margem direita do rio, a Cidade Velha (Staré Mesto) é o bairro mais antigo da cidade e as suas ruelas medievais despertam a imaginação com o ponto culminante na praça central (Praça da Cidade Velha), que conduz à Ponte Carlos, ponte que deve o seu nome ao imperador Carlos IV e é decorada por 46 estátuas de inspiração religiosa e militar e magníficas torres em cada extremidade, cuja função principal no passado era a defesa da cidade. Obrigatória é aqui a visita ao Relógio Astronómico, relógio que indica as horas, os signos do zodíaco e os movimentos da Lua e do Sol em redor da Terra (visão geocêntrica do universo); à Casa Municipal, belíssimo exemplar do apogeu da Arte Nova e multifacetado edifício (salão de chá, salão de concertos, restaurante francês e cervejaria); à Torre da Pólvora, com 65 metros de altura e situada na rua Celetná (e mesmo ao lado da Casa Municipal), era uma das 13 antigas entradas da Cidade Velha, que no séc. XVII serviu de depósito de pólvora. Muitas vezes confundido com a Cidade Velha, o Bairro Judeu é o mais pequeno bairro histórico de Praga, com origens medievais adquiriu o nome de Josefov, como forma de agradecimento ao imperador José II, por ter reduzido as descriminações de que estes eram alvo (irónica mudança de mentalidade por alturas da Segunda Guerra Mundial…). A não perder aí são os exemplos de arte cubista e o cemitério judeu, que durante 600 anos foi o único local de sepultura permitido aos judeus.
Ainda na margem direita do rio Moldava, encontra-se a Cidade Nova (Nové Mesto) fundada por Carlos IV no séc. XIV, como resposta ao crescente aumento da população, e que é hoje o centro financeiro e comercial da cidade. Aí podemos encontrar belíssimos exemplares arquitectónicos do renascimento checo (caso do Museu Nacional) e de arte nova (na Estação de Caminhos de Ferro), entre outros estilos.
Mas Praga é tão mais que a sua história passada. É a sua história presente, feita de arte, teatro (a não perder o Black Light Theater, teatro mímico com luzes negras como pano de fundo), pintura (sob a forma de originais e assinada por conceituados nomes, como Alphonse Mucha, entre outros), literatura (mais conhecida no nome de Franz Kafka), música e arquitectura que encantam o seu visitante… E a conjunção destes factores continua a fazer de Praga uma eterna cidade do mundo, iluminada pela misteriosa curiosidade que nos impele à sua descoberta, pois a cidade carrega em si uma tão própria e tão íntima fusão do seu passado no seu presente.
Cristal da Boémia; finas peças de design em joalharia com materiais nobres e pedras preciosas, de onde se destacam as granadas e o âmbar; antiquários de Arte Nova e de armas militares de colecção; boticários e lojas de produtos naturais; pinturas em carvão ou aguarelas de recantos, ruelas e edifícios; trabalhos em vidro com gatos coloridos; marionetas de madeira… Talvez tudo o que personifica o conceito de souvenir de viagem. E acreditem que Praga não vos permitirá abandoná-la sem levarem convosco uma parte da sua arte.
Mas a República Checa e a Boémia não se resumem à imensa e apaixonante cidade de Praga. Para quem gosta de turismo natural e/ ou termal, uma visita à cidade termal de Karlovy Vary, a cerca de 140 km da capital, irá revelar-se verdadeiramente revitalizante. Esta cidade perto da fronteira com a Alemanha, guarda a sua história ancestral no imperador Carlos IV, que ao caçar na zona reparou no seu rio de água quente. A localidade depressa prosperou e passou mais tarde para o poder da Alemanha, que lhe deu o nome de Karlsbad, para depois voltar a pertencer à República Checa desta feita com o nome actual de Karlovy Vary.
A encantadora cidade entranhada num vale rodeado de montanhas de luxuriosa vegetação é um exemplar perfeito do estilo arte nova, cujas casas se prolongam nas margens do rio ‘milagroso’, intercalando edifícios com jardins voluptuosos. O ar está aí tão saturado em oxigénio que no final do dia o cansaço pesa no corpo. Mas antes que o cansaço chegue, façamos o caminho até ás 12 fontes termais para aí nos saciarmos com a água rica em minerais que garantiram a Karlovy Vary a sua conceituada reputação.
Cinco dias em Praga traduzem-se em encanto e deleite puro. Cidade mágica, guarda na penumbra do seu clima temperado um povo sereno e reservado, uma história feita de desventuras e bravuras e um imenso e rico espólio de arte… Rendida, faço uma vénia e despeço-me com um ‘Até breve!’…
Praga
Cidade inebriante pela sua beleza e misticismo histórico, Praga é hoje uma cidade fervilhante de arte e de cultura. As suas ruas transpiram história e os recantos dos seus bairros sussurram força e identidade. Uma identidade ainda hoje silenciada pela esmagadora pressão do passado (e pesado) comunismo que governou o país durante 40 anos.
Tantas vezes assolada por guerras de sucessão, invasões de território e pelas duas grandes guerras mundiais, a cidade da boémia tornou-se dura e resistente, prosperou na adversidade e na opressão. O seu povo cresceu forte e criou raízes históricas nas mais diversas formas de arte, alquimia, astronomia, medicina e, fundamentalmente, no comércio de bens.
Situada bem no coração da Europa, a República Checa (outrora Checoslováquia) faz fronteira com quatro países (Alemanha, Áustria, Polónia e Eslováquia) e desde cedo Praha (em checo) adquiriu reputação de cidade do mundo, devido ao seu contacto com vários povos, seus costumes, influências artísticas e demais bens, comercialmente apetecíveis.
A imagem que guardo desta cidade é a de uma rosa, que desabrocha aos pés dos seus visitantes. Praga garante uma descoberta fácil e intuitiva a quem se disponha a conhece-la, pela proximidade dos seus cinco bairros históricos e pela rede de transportes fiável que os serve.
A capital da República Checa tem pouco mais de 1 milhão de habitantes e diariamente recebe perto de 2 milhões de pessoas, entre turistas e habitantes. País recém membro da UE, ainda mantém a sua moeda (coroa checa, sendo 1 euro = 27 Kc) e tem como língua oficial o checo, apesar de muitos dos seus habitantes dominarem o alemão, o francês e o russo. Uma das dificuldades que encontrei foi o seu pouco à vontade com o inglês, mesmo nas gerações mais jovens.
Praga é neste momento uma cidade totalmente orientada para o turismo, para as massas que hoje percorrem as suas ruas de granito escuro. Tem para partilhar a sua história magnânime, a sua arquitectura ecléctica, a sua arte sob as formas de pintura, escultura, música, teatro e literatura.
Para quem procura viagens com história e cultura, Praga é o destino ideal. A cidade oferece exemplos de grandiosidade e mestria na fusão ecléctica da arte com a arquitectura, como é o caso do Castelo de Praga (Prazky Hrad), que conjuga em si o Palácio Real (antiga residência dos príncipes boémios, onde ocorreu a segunda defenestração de Praga e local da tomada de posse de Vaclav Havel, em 1989), a Catedral gótica de S. Vito, cuja construção demorou 7 séculos a ser concluída e onde se pode observar a porta dourada, antigo pórtico de entrada, que retrata cenas do Juízo Final; o santuário barroco do Loretto, inspirado na cidade italiana com o mesmo nome, onde o arcanjo Gabriel terá anunciado a Maria o nascimento de Jesus, entre outros locais a visitar.
Cidade banhada pelo rio Moldava, tem as suas duas margens unidas por 17 pontes, sendo a mais conhecida a histórica Ponte Carlos.
Na margem esquerda e abaixo da zona do castelo encontra-se o Bairro Pequeno (Malá Strana), onde podemos encontrar um vasto espólio de arte barroca, composto por magníficas igrejas e palácios aristocráticos. Na margem direita do rio, a Cidade Velha (Staré Mesto) é o bairro mais antigo da cidade e as suas ruelas medievais despertam a imaginação com o ponto culminante na praça central (Praça da Cidade Velha), que conduz à Ponte Carlos, ponte que deve o seu nome ao imperador Carlos IV e é decorada por 46 estátuas de inspiração religiosa e militar e magníficas torres em cada extremidade, cuja função principal no passado era a defesa da cidade. Obrigatória é aqui a visita ao Relógio Astronómico, relógio que indica as horas, os signos do zodíaco e os movimentos da Lua e do Sol em redor da Terra (visão geocêntrica do universo); à Casa Municipal, belíssimo exemplar do apogeu da Arte Nova e multifacetado edifício (salão de chá, salão de concertos, restaurante francês e cervejaria); à Torre da Pólvora, com 65 metros de altura e situada na rua Celetná (e mesmo ao lado da Casa Municipal), era uma das 13 antigas entradas da Cidade Velha, que no séc. XVII serviu de depósito de pólvora. Muitas vezes confundido com a Cidade Velha, o Bairro Judeu é o mais pequeno bairro histórico de Praga, com origens medievais adquiriu o nome de Josefov, como forma de agradecimento ao imperador José II, por ter reduzido as descriminações de que estes eram alvo (irónica mudança de mentalidade por alturas da Segunda Guerra Mundial…). A não perder aí são os exemplos de arte cubista e o cemitério judeu, que durante 600 anos foi o único local de sepultura permitido aos judeus.
Ainda na margem direita do rio Moldava, encontra-se a Cidade Nova (Nové Mesto) fundada por Carlos IV no séc. XIV, como resposta ao crescente aumento da população, e que é hoje o centro financeiro e comercial da cidade. Aí podemos encontrar belíssimos exemplares arquitectónicos do renascimento checo (caso do Museu Nacional) e de arte nova (na Estação de Caminhos de Ferro), entre outros estilos.
Mas Praga é tão mais que a sua história passada. É a sua história presente, feita de arte, teatro (a não perder o Black Light Theater, teatro mímico com luzes negras como pano de fundo), pintura (sob a forma de originais e assinada por conceituados nomes, como Alphonse Mucha, entre outros), literatura (mais conhecida no nome de Franz Kafka), música e arquitectura que encantam o seu visitante… E a conjunção destes factores continua a fazer de Praga uma eterna cidade do mundo, iluminada pela misteriosa curiosidade que nos impele à sua descoberta, pois a cidade carrega em si uma tão própria e tão íntima fusão do seu passado no seu presente.
Cristal da Boémia; finas peças de design em joalharia com materiais nobres e pedras preciosas, de onde se destacam as granadas e o âmbar; antiquários de Arte Nova e de armas militares de colecção; boticários e lojas de produtos naturais; pinturas em carvão ou aguarelas de recantos, ruelas e edifícios; trabalhos em vidro com gatos coloridos; marionetas de madeira… Talvez tudo o que personifica o conceito de souvenir de viagem. E acreditem que Praga não vos permitirá abandoná-la sem levarem convosco uma parte da sua arte.
Mas a República Checa e a Boémia não se resumem à imensa e apaixonante cidade de Praga. Para quem gosta de turismo natural e/ ou termal, uma visita à cidade termal de Karlovy Vary, a cerca de 140 km da capital, irá revelar-se verdadeiramente revitalizante. Esta cidade perto da fronteira com a Alemanha, guarda a sua história ancestral no imperador Carlos IV, que ao caçar na zona reparou no seu rio de água quente. A localidade depressa prosperou e passou mais tarde para o poder da Alemanha, que lhe deu o nome de Karlsbad, para depois voltar a pertencer à República Checa desta feita com o nome actual de Karlovy Vary.
A encantadora cidade entranhada num vale rodeado de montanhas de luxuriosa vegetação é um exemplar perfeito do estilo arte nova, cujas casas se prolongam nas margens do rio ‘milagroso’, intercalando edifícios com jardins voluptuosos. O ar está aí tão saturado em oxigénio que no final do dia o cansaço pesa no corpo. Mas antes que o cansaço chegue, façamos o caminho até ás 12 fontes termais para aí nos saciarmos com a água rica em minerais que garantiram a Karlovy Vary a sua conceituada reputação.
Cinco dias em Praga traduzem-se em encanto e deleite puro. Cidade mágica, guarda na penumbra do seu clima temperado um povo sereno e reservado, uma história feita de desventuras e bravuras e um imenso e rico espólio de arte… Rendida, faço uma vénia e despeço-me com um ‘Até breve!’…