Gonçalo Martins
Membro Ativo
Bom dia viajantes!
Este ano decidimos fazer as nossas férias em família em Marrocos (por diversos motivos, nomeadamente a vontade de descansar e não nos preocuparmos com as responsabilidades quotidianas habituais), e tendo em vista o orçamento que tínhamos, Marrocos foi a escolha.
As espectativas eram médias, lê-se muita coisa, e muitas vezes divergente, pelo que a cautela e o "relevar" era a palavra de ordem.
Como sempre, marcámos pela Bestravel (agência de Coimbra).
Voo pela Ibéria no dia 2 julho, aeroporto do Porto, tudo normal.
Voo carregado de tugas, malta a falar como se tivessem na sala de casa, coisas pelo ar, putos aos berros, enfim... a toirada normal destas situações. Chegada a Oujda um pouco antes da hora prevista.
Recebidos pelo operador turístico à saída do aeroporto, pela frente 1 hora de caminho até ao hotel, e as férias a começarem e a fasquia a começar a elevar-se. As cores, os locais, as pessoas, isto através do vidro sujo e quente do autocarro.
Melancias de metro vendidas por todo o lado
Posto da polícia fixos, na berma da estrada
Lojas de cacos... muitas lojas de cacos.
As lombas nestas estradas são um pouco diferentes das nossas. Existem "delimitadores de velocidade" deste tipo em vários locais. É garantido que a malta anda devagar aqui...
A fronteira.
Ao longo da semana, fomos ouvindo histórias de separação e da vontade dos reencontros, da hostilidade e das vontades de ambos os povos. Quando os governantes não se entendem, é sempre o povo que paga. Pelo que ouvimos dos locais, é mais um destes casos.
A fronteira com a Argélia encontra-se fechada, e as relações entre ambos os países muito limitadas. A presença militar é constante, e o arame farpado de um lado, e o fosso de 3 metros do outro, indicam que ainda haverá um caminho a percorrer, até que a vontade de ambos os povos prevaleça. Há algo de... comum.. de familiar, quando se fala abertamente com uma pessoa marroquina. Há algo que nos liga. Não sei o que é, mas irei continuar a tentar perceber, com certeza.
Chegada ao hotel, a presença policial (normalmente 2 polícias e um carro "anti-motim) estão no acesso ao resort. Pelo que percebi, é o mesmo nos restantes resorts da zona.
Recebidos pelos funcionários do hotel numa sala, incluindo a sub-gerente do hotel que é a Sara, uma portuguesa que trabalha há vários anos no grupo, que é muito simpática e gosta de ajudar. Check in feito de forma rápida, parabéns pela organização.
O Hotel:
Não tenho grandes fotos do hotel, porque também não há grande coisa para ver. Existe muita foto na net, para quem quiser.
O Iberostar é um hotel normal, para este contexto. Nem novo nem velho.. nem grande nem pequeno. Bonito em alguns locais, mas nada de especial. Não há grande coisa a dizer, honestamente.
Na receção trocam euro por dirham (moeda local), mas não o contrário. A taxa é normal.
A piscina principal é uma confusão, quem gosta de "animacion" está lá bem. As outras são relativamente calmas.
A praia é bonita e limpa, água quentinha, existe animação (voleyball normalmente) mas ou se vai de madrugada, como quem vai à carne ao Pingo Doce ao sábado de manhã, ou não há sombras disponíveis nos horários em que a sombra é necessária. Utilizámos muito pouco a praia, infelizmente, pois esquecemo-nos dos chapéus de sol em Coimbra...
A equipa de animação é excelente, para quem gosta de animação. Já li comentários que é fraca, mas suponho que a partir de julho a coisa mude, pois havia animação de manhã até à noite, na piscina, bares, sala de espetáculos, etc... são todos muito simpáticos, metem-se com as pessoas, para quem gosta é muito bom. De minha parte, estavam bem era quietos, mas isso sou eu que sou velho e rabugento.
O pessoal é genericamente muito simpático.
A limpeza do quarto foi EXCELENTE! Foi esta a nossa experiência. Extremo cuidado, ótima limpeza, trocavam as toalhas do quarto todos os dias. Eu nem sou disso, mas fui à receção fazer um elogio formal ao profissionalismo das pessoas. No resort, a limpeza também é muito boa, de manhã andam sempre a lavar tudo.
Os bares... o buffet... enfim, vou tentar ser meigo.
As bebidas incluídas no TI são más. Já estive em 7 resorts desde as caraíbas, ilhas espanholas e maldivas, e é do pior. Os senhores que lá estão a trabalhar são pouco conhecedores do ofício, ou arrogantes (principalmente os da noite). Há quase sempre filas para pedir uma bebida... enfim, é mau demais para não se mudar alguma coisa.
O Buffet é o mais limitado e desorganizado onde já estive. A variedade é pouca, a qualidade é fraca, a quantidade é... triste de ver. Fruta, por exemplo. Havia sempre melancia a toda a hora. Para quem fosse na primeira hora, havia melão, às vezes laranja, às vezes pêssego, ameixas, umas maçãs... e está feito. Se me dissessem, antes de ir para lá, que neste buffet não havia banana ou ananás por exemplo, eu diria que estavam a gozar comigo.
O local onde está o buffet é apertado, há encontrões por todo o lado, filas... enfim.
As pessoas no buffet...
É difícil despir o papel de europeu ocidental, que gosta de comer a comida do prato e de não sujar a mesa, cadeira, chão e as mesas do lado. Mas tenho de dizer que é uma experiência... inquietante, ver alguns frequentadores do resort a comer. A levar 4 e 5 pratos cheios de comida para a mesa, deixar metade sem sequer lhes tocar (para os empregados depois levarem para o lixo), e deixarem as mesas e o ambiente em redor cheio de comida, como se tivesse passado ali um javali. E pronto, tenho dito. Permitam-me não me adiantar mais no assunto, mas nunca tinha visto tal, em lado nenhum. E isto aconteceu todos os dias, em todas as refeições, numa parte considerável das mesas.
Relativamente às férias propriamente ditas, as visitas que fizemos foram excelente experiências.
Saidia,
Alugar o taxi do hotel (o motorista é extremamente simpático, e prestativo) é barato e um excelente meio a lá chegar. São 10 minutos, e consegue-se contactar com alguma realidade marroquina a sério (apesar da cidade ser basicamente um posto balnear).
Homens (e sempre só homens) tilintam chaves o dia todo, para saberem que têm casas para alugar.
Mercado pequeno, mas interessante de se visitar. Parte velha com alguns recantos bonitos, gentes simpáticas e acolhedoras, praia grande mas interessante de se visitar.
Para arejar do resort, é uma boa opção.
A famosa Marina fica perto do hotel, cerca de 3km, caminhada que se faz muito bem pela praia, ou mesmo pelo calçadão (não escolher a hora de calor para ir pelo calçadão!).
Espaço bonito, com muitas lojas fechadas mas vale a pena ir. Eu fui 4 vezes, só para sair do resort. Tem um supermercado com tudo (menos bebidas alcoolicas...), mas não aceitam euros.
Já agora, fica aqui a minha observação: os marroquinos não se deitam em toalhas na areia. Não vim um homem, mulher, criança, deitado no chão em toalhas. Vão para a praia para se sentar em cadeiras de esplanada, mesas à frente, conviver, estar em família, comer (muito, sempre) e beber (água, pouca...).
Fica a faltar a viagem a Oujda com guia, que foi o ponto alto da semana, mas como não dá para colocar mais fotos, depois faço outro report só com essa saída... fintar as regras
Em suma, foi uma viagem em família que correu muito bem, por diversos motivos, mas o principal foi as pessoas. Os marroquinos são pessoas incrivelmente simpáticas, de forma natural. Isso foi muito fácil de perceber, fora do hotel. Em diversos locais e contextos, em que não existia interesse nenhum (comercial ou outro), foram extremamente simpáticos e prestáveis connosco. Povo de sorriso fácil, com um calor natural para quem chega. Povo de hábitos e tradições muito diferentes dos meus, o que por vezes choca, outras vezes atrai, mas fica a vontade enorme de voltar a apanhar um avião, para conhecer mais acerca deste país.
Este ano decidimos fazer as nossas férias em família em Marrocos (por diversos motivos, nomeadamente a vontade de descansar e não nos preocuparmos com as responsabilidades quotidianas habituais), e tendo em vista o orçamento que tínhamos, Marrocos foi a escolha.
As espectativas eram médias, lê-se muita coisa, e muitas vezes divergente, pelo que a cautela e o "relevar" era a palavra de ordem.
Como sempre, marcámos pela Bestravel (agência de Coimbra).
Voo pela Ibéria no dia 2 julho, aeroporto do Porto, tudo normal.
Voo carregado de tugas, malta a falar como se tivessem na sala de casa, coisas pelo ar, putos aos berros, enfim... a toirada normal destas situações. Chegada a Oujda um pouco antes da hora prevista.
Recebidos pelo operador turístico à saída do aeroporto, pela frente 1 hora de caminho até ao hotel, e as férias a começarem e a fasquia a começar a elevar-se. As cores, os locais, as pessoas, isto através do vidro sujo e quente do autocarro.
Melancias de metro vendidas por todo o lado
Posto da polícia fixos, na berma da estrada
Lojas de cacos... muitas lojas de cacos.
As lombas nestas estradas são um pouco diferentes das nossas. Existem "delimitadores de velocidade" deste tipo em vários locais. É garantido que a malta anda devagar aqui...
A fronteira.
Ao longo da semana, fomos ouvindo histórias de separação e da vontade dos reencontros, da hostilidade e das vontades de ambos os povos. Quando os governantes não se entendem, é sempre o povo que paga. Pelo que ouvimos dos locais, é mais um destes casos.
A fronteira com a Argélia encontra-se fechada, e as relações entre ambos os países muito limitadas. A presença militar é constante, e o arame farpado de um lado, e o fosso de 3 metros do outro, indicam que ainda haverá um caminho a percorrer, até que a vontade de ambos os povos prevaleça. Há algo de... comum.. de familiar, quando se fala abertamente com uma pessoa marroquina. Há algo que nos liga. Não sei o que é, mas irei continuar a tentar perceber, com certeza.
Chegada ao hotel, a presença policial (normalmente 2 polícias e um carro "anti-motim) estão no acesso ao resort. Pelo que percebi, é o mesmo nos restantes resorts da zona.
Recebidos pelos funcionários do hotel numa sala, incluindo a sub-gerente do hotel que é a Sara, uma portuguesa que trabalha há vários anos no grupo, que é muito simpática e gosta de ajudar. Check in feito de forma rápida, parabéns pela organização.
O Hotel:
Não tenho grandes fotos do hotel, porque também não há grande coisa para ver. Existe muita foto na net, para quem quiser.
O Iberostar é um hotel normal, para este contexto. Nem novo nem velho.. nem grande nem pequeno. Bonito em alguns locais, mas nada de especial. Não há grande coisa a dizer, honestamente.
Na receção trocam euro por dirham (moeda local), mas não o contrário. A taxa é normal.
A piscina principal é uma confusão, quem gosta de "animacion" está lá bem. As outras são relativamente calmas.
A praia é bonita e limpa, água quentinha, existe animação (voleyball normalmente) mas ou se vai de madrugada, como quem vai à carne ao Pingo Doce ao sábado de manhã, ou não há sombras disponíveis nos horários em que a sombra é necessária. Utilizámos muito pouco a praia, infelizmente, pois esquecemo-nos dos chapéus de sol em Coimbra...
A equipa de animação é excelente, para quem gosta de animação. Já li comentários que é fraca, mas suponho que a partir de julho a coisa mude, pois havia animação de manhã até à noite, na piscina, bares, sala de espetáculos, etc... são todos muito simpáticos, metem-se com as pessoas, para quem gosta é muito bom. De minha parte, estavam bem era quietos, mas isso sou eu que sou velho e rabugento.
O pessoal é genericamente muito simpático.
A limpeza do quarto foi EXCELENTE! Foi esta a nossa experiência. Extremo cuidado, ótima limpeza, trocavam as toalhas do quarto todos os dias. Eu nem sou disso, mas fui à receção fazer um elogio formal ao profissionalismo das pessoas. No resort, a limpeza também é muito boa, de manhã andam sempre a lavar tudo.
Os bares... o buffet... enfim, vou tentar ser meigo.
As bebidas incluídas no TI são más. Já estive em 7 resorts desde as caraíbas, ilhas espanholas e maldivas, e é do pior. Os senhores que lá estão a trabalhar são pouco conhecedores do ofício, ou arrogantes (principalmente os da noite). Há quase sempre filas para pedir uma bebida... enfim, é mau demais para não se mudar alguma coisa.
O Buffet é o mais limitado e desorganizado onde já estive. A variedade é pouca, a qualidade é fraca, a quantidade é... triste de ver. Fruta, por exemplo. Havia sempre melancia a toda a hora. Para quem fosse na primeira hora, havia melão, às vezes laranja, às vezes pêssego, ameixas, umas maçãs... e está feito. Se me dissessem, antes de ir para lá, que neste buffet não havia banana ou ananás por exemplo, eu diria que estavam a gozar comigo.
O local onde está o buffet é apertado, há encontrões por todo o lado, filas... enfim.
As pessoas no buffet...
É difícil despir o papel de europeu ocidental, que gosta de comer a comida do prato e de não sujar a mesa, cadeira, chão e as mesas do lado. Mas tenho de dizer que é uma experiência... inquietante, ver alguns frequentadores do resort a comer. A levar 4 e 5 pratos cheios de comida para a mesa, deixar metade sem sequer lhes tocar (para os empregados depois levarem para o lixo), e deixarem as mesas e o ambiente em redor cheio de comida, como se tivesse passado ali um javali. E pronto, tenho dito. Permitam-me não me adiantar mais no assunto, mas nunca tinha visto tal, em lado nenhum. E isto aconteceu todos os dias, em todas as refeições, numa parte considerável das mesas.
Relativamente às férias propriamente ditas, as visitas que fizemos foram excelente experiências.
Saidia,
Alugar o taxi do hotel (o motorista é extremamente simpático, e prestativo) é barato e um excelente meio a lá chegar. São 10 minutos, e consegue-se contactar com alguma realidade marroquina a sério (apesar da cidade ser basicamente um posto balnear).
Homens (e sempre só homens) tilintam chaves o dia todo, para saberem que têm casas para alugar.
Mercado pequeno, mas interessante de se visitar. Parte velha com alguns recantos bonitos, gentes simpáticas e acolhedoras, praia grande mas interessante de se visitar.
Para arejar do resort, é uma boa opção.
A famosa Marina fica perto do hotel, cerca de 3km, caminhada que se faz muito bem pela praia, ou mesmo pelo calçadão (não escolher a hora de calor para ir pelo calçadão!).
Espaço bonito, com muitas lojas fechadas mas vale a pena ir. Eu fui 4 vezes, só para sair do resort. Tem um supermercado com tudo (menos bebidas alcoolicas...), mas não aceitam euros.
Já agora, fica aqui a minha observação: os marroquinos não se deitam em toalhas na areia. Não vim um homem, mulher, criança, deitado no chão em toalhas. Vão para a praia para se sentar em cadeiras de esplanada, mesas à frente, conviver, estar em família, comer (muito, sempre) e beber (água, pouca...).
Fica a faltar a viagem a Oujda com guia, que foi o ponto alto da semana, mas como não dá para colocar mais fotos, depois faço outro report só com essa saída... fintar as regras
Em suma, foi uma viagem em família que correu muito bem, por diversos motivos, mas o principal foi as pessoas. Os marroquinos são pessoas incrivelmente simpáticas, de forma natural. Isso foi muito fácil de perceber, fora do hotel. Em diversos locais e contextos, em que não existia interesse nenhum (comercial ou outro), foram extremamente simpáticos e prestáveis connosco. Povo de sorriso fácil, com um calor natural para quem chega. Povo de hábitos e tradições muito diferentes dos meus, o que por vezes choca, outras vezes atrai, mas fica a vontade enorme de voltar a apanhar um avião, para conhecer mais acerca deste país.