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[Report] Maldivas - Holiday Island & Sun Island (Março 2015)

calu

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O PARAÍSO?
Maldivas.
Para uns o arquétipo do céu na terra, onde peixes exóticos jorram de recifes banhados por mares de esmeraldas cristalinas. Para outros, um mero grupo de calhaus de origem vulcânica no meio do nada, desprovido de interesse, isolados num profundo aborrecimento e polvilhados de letargia inútil.
Para mim, o meu primeiro paraíso. Dos destinos tropicais por onde passei até hoje, foi o primeiro que teve o condão de me provocar arrepios de felicidade cada vez que saia do bungalow e pisava a areia que me acariciava os pés com a sua textura incrivelmente suave e finíssima. Ou quando o meu olhar se perdia no verde incrivelmente translúcido e opalino daquelas águas. Longe de tudo e (quase) todos.
O primeiro destino que me fez desejar que, caso o paraíso exista, o tenham feito à sua imagem.


Filitheyo, Maldivas 2012
Para mim, foi como que um primeiro degrau de paraíso que é necessário trepar, até um dia atingir o Santo Graal que será viajar até à Polinésia Francesa, e deliciar-me com a beleza etérea de Moorea, Bora Bora ou Taiti, enquanto me trazem o pequeno almoço de barco ao meu bungalow de água. Como degustar vinhos gradualmente melhores, até um dia ter um palato suficientemente maduro para saber apreciar aquela reserva daquele ano especial, que todos os especialistas dizem que é O melhor vinho que há. Sou uma pessoa de gostos simples, mas todos nós temos um pequeno guilty pleasure hedonista escondido algures nos meandros do nosso ser ;)

A INSPIRAÇÃO
Tenho dentro de mim um desejo insaciável de conhecer novos lugares, pessoas que me inspirem e que me encham a alma e me digam algo. Quanto mais conheço, mais a natureza do mundo e a natureza das pessoas me mostram quão pequenos somos, e quão mais humildes devemos ser. Que grão irrelevante somos no planeta fantástico criado pela natureza, quão triviais e irrelevantes são muitos dos nossos problemas, quando comparados com outras realidades, umas vezes longínquas, outras vezes nem tanto. Conhecer o mundo ajudou-me a perceber melhor o meu lugar nele.
Não poucas vezes, ainda estou num destino e já oiço as engrenagens do meu cérebro a engendrarem qual será o próximo. A juntar a isso, tenho sempre muito presente a noção a que alguns se referem como Carpe Diem, ou seja, nunca sabemos o dia de amanhã ou quanto mais tempo temos neste planeta. Com a areia esvaindo-se aos poucos, a minha ampulheta subconsciente mantém-me em sentido para aproveitar a vida, sem urgências ou pressas, mas com consciência qb de que isto não é um free pass permanente. Como tal, e como ainda me faltam várias das minhas viagens de sonho, por norma e pelo menos para já, ainda regresso muito pouco a destinos onde tenha estado, por muito que me tenha apaixonado por esses locais. Há tanto ainda por ver. É um pouco como na leitura: adoraria ler novamente alguns dos meus livros favoritos, mas ao mesmo tempo tenho tantos outros que estou em pulgas para ler!

A RETROSPECTIVA
Como já tive oportunidade de partilhar convosco antes no meu report de Maldivas 2012, a minha primeira viagem em 2004 às Maldivas foi feita em condições muito especiais, após uma longa poupança com esse objetivo e praticamente numa abordagem de viagem “é uma vez na vida”. Isto alimentou de forma intensa todas as emoções que nos inundavam à medida que viajávamos para as Maldivas nesse ano, enquanto lá estivemos, e mais ainda quando de lá tivemos que sair.

A caminho do Kuredu, Maldivas 2004

Quis a boa sorte, à mistura com perseverança pessoal, que a vida entretanto me permitisse lá regressar em 2012, cumprindo outro sonho de lá levar a minha filhota aventureira. Pasmámos juntos com a beleza das praias, passámos horas juntos dentro de água, fizemos corridas de caranguejos e nadámos de mãos dadas enquanto acompanhávamos as tartarugas. Ri-me perdidamente enquanto a ouvia trauteando alegremente pelo tubo de snorkelling enquanto admirávamos “nemos” nas suas anémonas, agitados com as nossas figuras gigantes e desajeitadas, pairando sobre as suas casas. Pasmámos nervosos e excitados enquanto tubarões adultos de ponta preta passavam por nós, aparentemente desinteressados.
Filitheyo, Maldivas 2012

Podendo, não é difícil arranjar motivos para voltar. Cada vez mais, tenho por norma escolher o destino não só pelo que é, pelo que permite ver, mas também pelas experiências que me pode proporcionar e a quem viaja comigo. Penso que faz parte da nossa evolução como viajantes, mas também como pessoas. Quando olho para trás e comparo o meu perfil de viajante de hoje com o meu perfil de turista de há 15 anos, olho também para quão diferente sou hoje como pessoa do que era há 15 anos. E quanto isso se reflete nas escolhas que faço hoje em dia. Reconhecer esta evolução em nós, revisitar defeitos e caprichos passados ajuda-nos e compreender melhor as pessoas, a criar empatia com as mesmas e a julgar cada vez menos os outros. Com esta evolução, e mais uma vez fazendo uma retrospetiva, sinto-me também mais feliz comigo mesmo, reconhecendo mais os defeitos próprios e sendo menos irritável com as pequenas falhas dos outros, sejam as pessoas do nosso dia a dia, sejam as que encontramos quando viajamos. Desta vez, entre visitar as Maurícias pela primeira vez, fazer um muito desejado regresso às Seychelles (onde já temos novo itinerário planeado) ou regressar às Maldivas, ganhou este último. As Maurícias perderam derivado acima de tudo aos preços superiores dos voos, bem como à distância adicional em termos de horas, algo que não ajudou.
Porquê então regressar, pela terceira vez, a um destino algo unidimensional, ainda que espetacular nessa dimensão?

O MOTIVO
Este vídeo ajuda a explicar mais um pouco, acima de tudo a partir dos 30 segundos.

Como fã acérrimo da mãe natureza e de toda a incrível fauna e flora com que o nosso planeta foi brindado, há já alguns anos que venho desenvolvendo uma admiração especial por um animal em particular: o tubarão baleia. Este gentil gigante dos nossos oceanos, o maior peixe do mundo (a baleia azul, maior, é um mamífero, não peixe) e o maior dos tubarões que pode chegar a medir 18 metros e a pesar 13 toneladas, tem vindo a fomentar em mim um interesse especial em conhecer melhor esta maravilha da natureza.
Foto tirada da internet
Quis o meu ouvido esquerdo desenvolver características particulares que me impedem de fazer mergulho ou de mergulhar a profundidades superiores a 4/5 metros (a menos que eu tenha prazer que o meu tímpano rebente ou tenha dores incríveis). Não há truque de equalização de ouvidos que aguente. Assim, vendo-me limitado ao snorkelling (que ainda assim é capaz de proporcionar experiências incríveis), nadar ao lado de tubarões baleia é uma dessas experiências que figuram no topo da minha lista. Neste processo de aferir se e onde seria possível nadar com o tubarão baleia, comecei a analisar quais os sítios no mundo onde há maiores probabilidades de ser ver o animal enquanto se faz snorkelling (e não mergulho de botija), em que altura do ano, em que condições, distâncias, etc. Verifiquei com agrado que as Maldivas, e em particular na zona do atol South Ari, é um local onde há frequentes avistamentos durante todo o ano, e que haviam hotéis com tours regulares para este efeito.
Há outros locais com maiores probabilidades de avistamento, inclusivamente alguns quase 100% garantidos em certas alturas do ano (como por exemplo próximo de Isla Mujeres no México no Verão) mas tendo ido já duas vezes ao México e tendo visto já muito do que há para ver, não tinha muita vontade de lá voltar desta vez. Especialmente neste Verão, uma vez já tínhamos planeado que o Verão seria dedicado a uma roadtrip por Itália ou safari em Africa.
A esta nova viagem às Maldivas, juntou-se outro fator muito interessante e para nós inédito: o facto de apadrinharmos a primeira viagem às Maldivas de uma família amiga que conhecemos numa viagem anterior ao Brasil. Esta amizade foi crescendo ao ponto de fazermos uma viagem destas juntos.

A RESERVA
Roteiro: Lisboa > Dubai > Malé
Tempo de voo: Lisboa > Dubai: 8h. Dubai > Malé: 4h
Companhia aérea: Emirates
Hotel: Holiday Island Resort + 2 dias de visita ao Sun Island Resort
Transfer: Avioneta (25 mins) + Barco (5 mins)
Tempo completo “porta a porta”: cerca de 21 horas
Noites: 8 em meia pensão (pensão completa não compensava para nós)
Marcação: acabei por marcar com a Top Atlântico de Miraflores, onde tenho já de há alguns anos muitíssimas boas referências e experiência, em particular num certo ano em que me desenrascaram à ultima hora. Comecei por marcar esta viagem por conta própria, mas quando comecei a somar tudo, incluindo os impostos locais que não fazem parte dos preços do booking.com nas Maldivas, mais os preços dos transferes de avião, vi que fazia mais sentido ir por esta agência, já que tinham um pacote para a zona/hotel que eu pretendia com preços mais baixos para aquela que é, infelizmente, uma das semanas mais caras do ano.
Período: época alta, uma das semanas mais caras do ano (semana da Páscoa que termina no Domingo de Páscoa).
Custo: 5.800 EUR (3 pessoas) Se fosse 2 ou 3 semanas depois, o preço por pessoa rondava uns meros 1.300 EUR/pessoa ao invés de cerca de 1.900 EUR.

A ESCOLHA
Voltando às Maldivas, um pequeno problema é que quase todos os hotéis no South Ari atol que tinham estes tours ou eram caríssimos ou já estavam cheios na semana em que podíamos viajar. O ideal seria por exemplo o fabuloso Conrad Maldives Rangali Island quefaz parte do programa de pesquisa e conservação do tubarão baleia nas Maldivas (MWSRP), mas quando vi os preços, tive uma aguda dor de dentes, acompanhada de uma súbita quebra de tensão e uma incontrolável vontade de ir a correr para a casa de banho, tudo ao mesmo tempo. Preços ...proibitivos, para ser simpático.
Depois de muito procurar, os únicos resorts que tinham preços aceitáveis, disponibilidade, que estavam na zona que eu pretendia, tinham zonas de praia bonitas e snorkelling de alguma qualidade eram principalmente o Holiday Island Resort, e alternativamente o Sun Island Resort. Era muito importante que tivessem boa praia e algum snorkelling, na medida em que queríamos umas férias de qualidade na mesma, naturalmente que valessem o dinheiro, independentemente do resultado da busca pela tubarão baleia. Sim, porque já nessa altura tinha a consciência que isto de procurar animais selvagens que não querem ser encontrados acarreta um certo risco que a pessoa tem que compreender e aceitar, logo à priori.
Ambos os hotéis dispunham de dois tours por semana para o tubarão baleia. Entre os dois (Holiday ou Sun) o Sun Island aparentava ter uma das zonas de praia/areais mais bonitos das Maldivas mas tirando isso, era demasiado grande para o meu gosto (ao ponto de serem necessárias bicicletas para deslocações na ilha), as muitas reviews (no tripadvisor e inclusive aqui no fórum) falavam na quantidade insana de russos que para lá iam e que, regra geral, não era muito bem comportados, criticava-se a o excesso de desportos motorizados que cortava a aura de tranquilidade que se busca nas Maldivas, bem como a comida de muita quantidade mas pouca qualidade. As opções de snorkelling também pareciam excessivamente escassas nessa ilha.

Vista no Holiday Island Resort, a partir do ancoradouro
Por outro lado, o Holiday Island tinha uma ponta e parte do lado da ilha nada bonita (virada para a pequena ilha em frente onde aterram os pequenos aviões que trazem as pessoas para o Holiday e Sun Island), e a nível de hotel não parecia nada de espetacular. No entanto, tirando isso, era uma ilha muito mais pequena, parecia ter o outro lado da ilha todo pautado por uma praia fenomenal, várias referências a snorkelling bastante aceitável, um ambiente muito mais tranquilo e algo muito importante para nós que viajamos com crianças, referências consistentes a comida boa.
A juntar a isso, o Holiday e o Sun distam uns meros 10 minutos de barco um do outro. Como pertencem ao mesmo grupo hoteleiro, ambos dispõem de vários transferes diários grátis para os convidados de ambos os hotéis poderem visitar a outra ilha. Isto abria uma possibilidade muito interessante de também ficar a conhecer a Sun Island, mesmo não estando alojado lá (ou vice-versa, para quem prefira o Sun).
Assim, finalmente optámos pelo Holiday Island como ilha principal e fizemos logo planos de ir um ou dois dias à outra ilha.


A VIAGEM
Como já tive oportunidade de referir noutros reports das Maldivas, a Emirates apresentou mais uma vez uma boa qualidade para estes voos de longo curso: os aviões confortáveis do costume, boa seleção de filmes, razoável comida, peluches e lápis de pintar para as crianças e pontualidade razoável. Nos últimos 4 anos, viajei 3 vezes com a Emirates pelo Dubai, em trânsito para outros destinos. De cada vez que chego ao aeroporto do Dubai, há sempre grandes alterações e mal reconheço certas zonas, tal a sua evolução a cada ano que passa. Novas e cada vez mais longas pistas, terminais, etc. Estão de facto empenhados em serem o principal hub que liga o mundo ocidental ao mundo oriental. Haja petróleo.
Ao contrário de anos anteriores, este transfer no Dubai assumiu contornos quase dramáticos. Apesar de o avião de Lisboa ter aterrado no Dubai com apenas 20 minutos de atraso, o nosso tempo de ligação algo reduzido (1h e 30m) não nos deixava tempo para engonhar. Arrastando o pessoal todo meio ensonado por não ter dormido nada de jeito no avião, seguimos com eficiência e rapidez as indicações para o nosso terminal, mas nunca mais chegávamos. Quase 30 minutos haviam passado e após uma curva, verificamos que depois de tudo o que tínhamos andado, ainda tínhamos que apanhar um shuttle para chegar à nossa porta. O embarque já tinha começado, de acordo com os painéis. Argh! O que vale é que costumam ser sempre aviões grandes e o embarque demora. Passados 45 minutos, chegamos finalmente à porta de embarque e somos dos últimos a embarcar. Estamos suados, peganhentos e agora bem acordados.
Detenho-me uns segundos a pensar que alguém que tivesse vindo um pouco mais lentamente ou que se tenha detido um pouco numa loja ou casa de banho não terá chegado a tempo. Não faz sentido nenhum um tempo de ligação tão curto quando se atribui uma porta tão longínqua a voos de ligação, mas enfim... companhias aéreas grandes e aeroportos enormes. À medida que nos aproximamos de Malé, começa a sentir-se no avião o burburinho daqueles que avistam pela primeira vez os
nenúfares maldivianos, ilhas e atóis que pintam o oceano Índico num quadro surreal até então apenas uma miragem em revistas e panfletos.
Começa então a batalha: toda a gente do avião disparando para baixo, as máquinas fotográficas em ação frenética, com uma trovoada de flashes a ressoar pelo avião, os passageiros a encavalitarem-se uns nos outros, tão escassas e preciosas parecem agora as janelas. Já tinha preparado os amigos que connosco viajam para este momento, pelo que são dos primeiros a registar estes momentos.

Como apaixonado confesso pelas Maldivas, o meu olhar mergulha uma vez mais no azul profundo do mar e perco-me por entre os rasgos das ilhas coralinas. Algumas, já se sabe, cobertas agora pelo manto oceânico que, lenta mas gradualmente vai subindo o seu nível. Outras, resistem estoicamente a este avanço, impedindo que o mar engula para sempre estas pequenas maravilhas. Aterramos em Malé no horário previsto, e somos envolvidos pelo sufocante, mas igualmente desejado bafo húmido, tão típico destas latitudes. O sol dá-nos as boas vindas como que anunciando que já falta pouco.
Não nos entregaram no avião os papéis da imigração para preencher (falha da Emirates, em minha opinião), pelo que à chegada, é cada um por si para tentar agarrar os últimos formulários que estão nas bancadas. Sejam rápidos e assertivos, mas pela vossa dignidade, não atropelem ninguém, nem se chateiem por outros terem ficado com os últimos impressos, como vi acontecer. Perguntem e peçam aos (ahem) oficiais de emigraçãoque porali andam perdidos. Durante largos minutos, ninguém tem formulários que possam preencher e há muita gente à espera, alguma confusão, totalmente desnecessária num país tão habituado a turistas. Passado meia hora, tudo tranquilo, regularizado e o pessoal segue para ir buscar as malas.

O nosso transfer para a ilha faz-se através de um pequeno avião da Maldivian Airlines, que nos levará à pequena pista do mini aeroporto da ilha Maamigili, de onde é possível avistar a nossa ilha. Uma hora de espera, mais 30 minutos de novo voo, que provoca nova corrida às fotografias das ilhas que desfilam por baixo de nós.
Chegados ao Villa International Airport em Maamigili (não é mais do que um pequeno pavilhão de rés do chão que mais parece uma loja de souvenirs), somos transportados por um dhoni para a nossa ilha (típico barco maldivano, muito utilizado nestas deslocações dos turistas). Há pessoal que vai para o Sun Island Resort faz exatamente o mesmo trajeto que nós, só que apanham um dhoni diferente que segue diretamente para a Sun Island. Deixam-nos na nossa ilha (trajeto de 5 minutos). Está um calor absolutamente tórrido, mas ninguém se queixa. Estamos todos demasiado ocupados a ficar embasbacados.
O resort dá a sensação de se situar no centro de uma gigantesca piscina oceânica. Mesmo sendo a terceira vez que venho para estas paragens e tendo já visto algumas das praias mais bonitas do nosso planeta, arrepios percorrem-me a espinha, tal a beleza deste mosaico transparente criado pelo mar e luz solar. Sem nenhum coral ou alga que polua esta visão, o oceano é um manto uniforme e imperturbado de verde esmeralda a perder de vista.

O hotel quase parece uma miragem, visto do fim do embarcadouro, tão visíveis que são as deformações provocadas pelas ondas de calor na estrutura retilínea do mesmo. Só pensamos no momento em que faremos a primeira bomba para dentro de água, embora já haja alguma fome à mistura.
O nosso horário é fenomenal. Pouco passa do meio dia e já estamos na ilha, preparados para uma banhoca. Normalmente, o primeiro dia pauta-se por uma chegada tardia, quanto muito por volta das 16:00/17:00, por vezes até pior. O nosso horário de saída será igualmente excelente: o vôo é às 23:00 em Malé, pelo que a saída da ilha será por volta das 19:00, o que nos confere praticamente o ultimo dia inteiro para gozar a ilha. Wohoo!

 
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O ALOJAMENTO
Este resort tem um tipo de quarto apenas (bungalow de praia), ao contrário do que é normal nas Maldivas, onde há 3 ou 4 tipos de quartos tipicamente, mais as water villas. No entanto, isto pelo menos teve o dom de facilitar a escolha do tipo de alojamento.
Mapa do hotel
Ainda em Portugal, já tinha incluído na minha reserva um pedido para ficarmos numa zona específica de quartos. Como acontece em muitos dos resorts nas Maldivas, há uma parte da ilha (a ponta esquerda – ver mapa mais abaixo) que não é muito agradável de se ficar, pelo que após ler várias reviews, pedi para ficarmos especificamente na zona da ilha do lado do embarcadouro (que eles designam por jetty) e próximo da ponta direita da ilha, onde se põe o Sol. A zona que recomendo é entre os quartos 136 e 169. Foi muito bom verificar que o hotel teve em atenção o nosso pedido e colocaram-nos na zona solicitada. Os nossos quartos foram o 166 e 167.
O nosso bungalow
A localização era ótima, já que ficava a meio caminho entre a receção/restaurante principal e a ponta direita(lado poente), onde se punha o sol e também onde se concentra a melhor zona de snorkelling. Demorávamos uns 3 minutos a chegar à receção e andávamos apenas uns 100m para chegar à ponta da ilha onde se punha o sol. Tinha imensa sombra natural à frente e duas excelentes espreguiçadeiras de madeira com colchão correspondente.
Os quartos são simples, o mobiliário básico e com um ar de quem já passou o seu auge, mas ainda assim funcional e com camas confortáveis. A ventoinha no teto foi extremamente útil e mais usada até do que o ar condicionado. Havia um pequeno minibar. Cada quarto tem 1,5L de água grátis por dia (3 garrafas pequenas ou uma de 1,5L). Não havia rede mosquiteira como em alguns resorts, mas também devo dizer que apesar de usarmos repelente, não tivemos grandes problemas com picadelas. Não é uma ilha com muitos mosquitos, ou pelo menos na altura em que fomos.
As várias tomadas disponíveis requerem um adaptador que se compra facilmente cá em qualquer loja de eletrónica. O quarto tem cofre bastante espaçoso com código e é grátis, um LCD (que nunca ligámos) e não tem internet (graças aos céus). Não poder sequer estar online no quarto retira tentações a toda a gente e hoje em dia, sabe muito bem não estar online e estar a fazer coisas melhores do que andar no facebook a fazer pirralha a quem trabalha. Haja decência e respeito J. No cofre, cabia por exemplo um portátil pequeno, máquina fotográfica SLR e lentes, iPad, carteiras, telemóveis e até um certo peluche de orelhas grandes, muito valioso para uma certa menina ;)
Também ao contrário de alguns resorts, casa de banho é fechada e não a céu aberto, algo que pode ser giro, mas pessoalmente eu prefiro fechada. Estar no trono com aquela humidade toda, por vezes a levar com o sol e preocupado com a bicheza não é propriamente agradável. Tem uma zona de duche, essa sim exterior e que liga com a casa de banho. O quarto foi sempre limpo a tempo e horas e a reposição das águas também foi certinha.

A ILHA
A ilha é relativamente pequena, algo que era por nós desejado. Dar a volta demoraria cerca de uns 20/25 minutos. Conforme já referi, a ponta esquerda do lado contrário ao jetty não é agradável. Para começar, está muito próxima da outra ilha que de bonita, não tem nada. É uma zona onde o que se avista são barcos velhos, estruturas velhas e a central de dessalinização de água existente na ilha e que suprime as necessidades básicas de água da mesma (banhos, etc). É também nessa zona que se localiza o centro de mergulho e de onde saem as excursões de snorkelling ou mergulho.

Vista para a pista de aterragem (zona quartos 230)

Continuando para a direita e ainda desse lado, vemos ao longe a pista de aterragem dos pequenos aviões que nos trazem para ali e ao chegar ao meio da ilha, esse lado torna-se mais agradável à vista e praticamente nada à nossa vista nos choca. O mar estende-se calmo e preguiçoso, enquanto pequenos tubarões deslizam à borda da água, mais deste lado que do outro. A beleza da ilha começa a mostrar-se a partir daqui.

Caminho interior, próximo da receção

A caminho do quarto, com o Spa à direita

A PRAIA
Bom, neste aspeto, costumo dizer que pouco há a dizer por palavras, mais vale deixar as fotos tratarem disso.

Chegando à ponta direita (lado poente da ilha) temos o local da habitual peregrinação do pôr do sol (sempre espetacular). Do lado do jetty, a praia é lindíssima. Simplesmente espetacular. Areia fina dentro e fora de água, sem coral ou algas.

A zona de coral mais adequada para o snorkelling está marcada no mapa e embora não pareça, é enorme. Começa na ponta direita da ilha e estende-se mar adentro. Detalhes sobre isso no capítulo de snorkelling mais adiante.

A primeira vez que passei por estas escadas lembrei-me logo do clássico dos Led Zeppelin “Stairway to Heaven”. A temperatura da água era do mais quente que me lembro de apanhar em qualquer sítio do mundo onde já estive. Estando em grupo com outra família e com a conversa, dias houveram em que passámos tantas horas dentro de água, que quase ficámos com os dentes engelhados. A temperatura da água estava simplesmente excecional, certamente muito próxima dos 30º.

Zona de descanso no bar e ancoradouro

O longo e sempre fotogénico ancoradouro a partir do qual chegam e partem os turistas.

É também a partir daqui que sai o transfer grátis para a Sun Island. As saídas para os tours aquáticos não são aqui. Essas partidas efetuam-se na ponta esquerda da ilha, onde se situa o centro de mergulho diveOceanus. No fim do ancoradouro há um baloiço muito fotogénico. É também aqui que todas as noites, decorre a atividade de alimentação de raias que aí se juntam à espera do repasto. Mais detalhes sobre isto no capitulo da animação.

Vista da praia a partir do ancoradouro para a zona onde se situavam os nossos quartos

Um clássico das fotografias em sítios tropicais :) Por trás, a zona escura no mar é a zona de coral onde fazíamos snorkelling a maioria das vezes.

Mesmo em frente aos nossos quartos, tínhamos uma enorme palmeira que providenciava uma excelente sombra durante praticamente todo o dia. O sítio perfeito para ler um bom livro, conversar entre amigos ou simplesmente contar pestanas.

 
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A COMIDA
Sendo um dos critérios que me levaram a escolher esta ilha em detrimento da Sun Island, a comida era não era ainda assim nada de espetacular, mas tendo em conta que se trata de um dos resorts mais em conta das Maldivas, a qualidade da comida era, no geral, boa. Por vezes, era muito boa, uma ou outra vez, simplesmente razoável. Não havia uma variedade incrível como por exemplo se encontra em resorts das Caraíbas, mas havia variedade suficiente para ter refeições agradáveis. Em suma, uma boa relação qualidade/preço.

O restaurante principal perto da receção serve o pequeno almoço, o almoço e jantar, em formato buffet. Não venceria nenhum concurso de beleza estética, mas é funcional e é mantido limpo. Ao lado, está o bar de praia que, para além das óbvias bebidas, durante o dia serve também alguma comida mais rápida como pizzas, saladas, hambúrgueres ou bifes de frango. Era o nosso poiso de almoço. Para gáudio da minha pequenota, o bar era também a casa do Magnum de amêndoas, ainda que o preço aleijasse um bocadinho (4 ou 5 USD). Os pontos mais positivos na nossa memória são as saborosas panquecas ao pequeno almoço com maple siroup, algumas das pizzas ao almoço (fininhas, com bons ingredientes e saborosas) e as sopas ao jantar, juntamente com alguns pratos muito bons que apareciam de vez em quando como um risotto de cogumelos ou umas massas. O peixe nunca era particularmente saboroso. As sobremesas não eram grande coisa, muito prejudicadas pelo facto de eles não as manterem frescas numa vitrine, deixando-as à mercê do ambiente húmido tropical. O ananás era bom e acabava por ser a escolha primordial.
No restaurante principal, e como é costume nas Maldivas, é-nos atribuída uma mesa que nos acompanha durante a nossa estadia, ao pequeno almoço e jantar (meia pensão no nosso caso). A qualidade do serviço de mesa depende muito do empregado que nos toca, já que acaba por ser sempre o mesmo também. No nosso caso, correu bem, já que ele era competente q.b. e atencioso. Mereceu a gorjeta que lhe demos no dia da saída. Ao almoço, aconteceu uma vez o bar ter problemas de eletricidade e não podermos comer pizza (para grande desalento da minha filhota) porque cada vez que ligavam o forno das pizzas, a luz ia abaixo. Já apanhei algo similar uma vez no Kuredu, mas esta situação não foi regra, sim uma exceção. Como tínhamos meia pensão, comíamos bem a ambas as refeições incluídas no nosso pacote (pagando apenas as bebidas ao jantar) e ao almoço comíamos algo mais leve/barato no bar, para podermos rapidamente voltar à água, fazer snorkelling, ler ou preguiçar, conforme o desporto favorito de cada um.
De memória, uma pizza ficava a rondar uns 12 dolares, ao passo que uma salada rondava os 10 dolares. Fizemos as contas antes de irmos e os valores de pensão completa (inclui almoço) ou tudo incluído (inclui almoço e uma bebida por refeição, mais soft drinks no bar) não compensava no nosso caso. No final, contas feitas, poupámos cerca de 150/200 doláres em comparação com o preço que pagaríamos pela pensão completa, por exemplo.


A SURPRESA
Como é costume nestes sítios, aquando do check-in no hotel, preenchemos um cartão com os nossos dados. Neste caso, esse cartão inquiria também se era a nossa primeira vez nas Maldivas e se sim, em que resort(s) já havíamos estado. No meu caso, coloquei os dois resorts que já conhecia previamente. Os nossos parceiros de viagem, como era a primeira vez nas Maldivas, não colocaram nada. Por volta do 3º dia da nossa estadia, o nosso empregado veio ter connosco referindo que um dos 2 casais (parecia que era a minha família) tínhamos direito a um jantar especial, 100% grátis. No inglês macarrónico dos empregados, nem percebemos bem qual a razão que eles evocavam para essa oferta. Parecia “repeater’s dinner” mas ficámos na dúvida. De qualquer forma, como eramos um grupo de 6 e já tínhamos os jantares pagos, não queríamos fazer uma refeição separados por causa desse jantar. É certo que a ementa desse jantar era convidativa (creme de lagosta, tornedó de bife australiano, etc.) mas o certo é que continuávamos sem perceber a razão exata do jantar grátis, pelo que fomos declinando gentilmente a oferta, vez após vez, no seguimento de várias insistências. Apresentaram-nos também como alternativa oferecerem-nos boas garrafas de vinho para o nosso jantar de buffet. Curiosamente, nenhum de nós aprecia vinho, pelo que mais uma vez, e de forma o mais gentil que conseguimos, fomos declinando as ofertas. Até que num dia ao almoço, o nosso empregado nos disse: “falei com o meu chefe, expliquei-lhe a situação e ele disse que podem fazer o jantar todos juntos”.

Um dos simpáticos chefs que preparavam as massas ao jantar

Pensámos: “caramba, querem mesmo oferecer o jantar.” Posto isto, claro que aceitámos. Foi-nos dado a escolher 2 entradas, sopa, prato principal, sobremesa e vinho (caso quiséssemos) do tal menu especial. Depois de escolhermos e apercebendo-nos da qualidade do menu, não deixámos de ficar a pensar “isto é uma pipa de massa, será mesmo tudo 100% grátis, como eles dizem?” ou “isto ainda vai sobrar para o nosso lado e acabamos todos a lavar pratos”. No dia do jantar, havia um clima de antecipação e expectativa entre nós, tão denso que se podia tropeçar nele. Depois de mais um dia de praia cheio de intensa atividade laboral, saímos dos nossos quartos todos arranjadinhos e cheirosos, com a expectativa de termos um jantar especial, embora sempre com a pulga atrás da orelha.
Nada nos podia ter preparado para o que aí vinha.
Quando nos sentámos na zona do restaurante/bar a aguardar que fossem horas do jantar, reparámos que numa luz ténue que emanava da praia, a cerca de 20m do bar. Como nas Maldivas está sempre tudo a meia luz e a noite já havia caído, não se percebia bem a origem dessa luz. Durante a tarde, tínhamos reparado que estavam a preparar algo do outro lado da praia para um casamento, pelo que pensámos que estivesse relacionado.A espécie animal oriunda da península ibérica com designação científica de “tuga” é, por natureza, muito curiosa em particular a tuga fêmea :). Temos excelentes exemplos no nosso quotidiano que ilustram esta curiosidade, como por exemplo o eterno fascínio por acidentes de viação, que cria engarrafamentos monumentais em sentido contrário ao do acidente, maiores que as filas nas faixas obstruídas. Assim, as madames e os miúdos foram investigar e nós homens, não admitindo, mas curiosos em igual medida, seguimo-las. O que quer que fosse, tinha um aspeto muito convidativo, bastante fino.

À nossa frente, meio caminho entre o mar e o bar, estava uma bela e comprida mesa de jantar, cuidadosamente preparada, iluminada por 4 velas e onde desfilava uma parada de talheres alinhados com rigor militar. Convenientemente, seis belas cadeiras de madeira com decorações acolchoadas descansavam sobre a areia. A seis cadeiras denunciaram a trama: era certamente a nossa mesa. Quando chega um empregado vestido a rigor e nos dá as boas vindas, obtivemos a confirmação que faltava. “Ui, isto agora é outra loiça, a malta agora é V.I.P. !” foram as primeiras palhaçadas atiradas entre nós, mais ainda quando reparámos que do bar, muitos dos convidados do hotel nos observavam com curiosidade. Sentamo-nos nas cadeiras, pés massajados pela areia agora fresca, olhamos para o céu estrelado, tocados ao de leve pela brisa noturna. "Podia-me habituar a isto." pensei.
A refeição começou com umas entradas frias de marisco, ao que se seguiu um brilhante creme de lagosta de comer e chorar por mais. O prato principal foi, para a maioria, uns belos tornedós, cada qual cozinhado ao ponto seleccionado por cada um.

Entre garfadas, e apesar da ausência de álcool (se houvesse sangria é teria sido uma desgraça), as piadas parvas e os risinhos idiotas continuavam a pontuar o nosso jantar. “Epa podemos repetir isto ou senão temos que pagar?” ou “Quando eles trouxerem a conta, desatamos a fugir praia fora, não se vê nada!” ou “Tu é que ficas a lavar pratos que eu corro mais que tu.”. No entanto, a pergunta que todos tinham em mente, mas que poucas vezes era formulada era mesmo: “Será possível que depois de tudo isto, de facto seja tudo grátis? Se calhar pagamos pelo menos as bebidas, não?”.
Até que a meio do jantar inocentemente perguntei diretamente ao empregado como quem não quer a coisa: “Olhe, só para relembrar aqui o meu amigo do lado, pode-nos explicar novamente a razão específica deste jantar”. Ao que responde o empregado que falava um inglês infinitamente melhor do que qualquer um dos outros com quem havíamos falado antes: “Repeater’s dinner. Because you have been here in our hotel before, so you are a repeater at our hotel. This is our way of saying thank you for coming back.”
E eu, sabendo que isto não era verdade de maneira nenhuma, o meu cérebro pensando na quantidade insana de dinheiro que eles investiram neste jantar, nós já de bandulho cheio, só consegui responder: “Err ... thanks”. Assim que ele se afastou, ficámos estupefactos a olhar uns para os outros. Durante uns poucos segundos, pairou no ar uma densa nuvem de sentimentos diversos, uma mistura de vontade incontrolável de rir, pânico, estupefação, incredulidade, receio de lavar pratos. Mais uns segundos e uma gigantesca gargalhada generalizada ecoou pela praia, causando um mini tsunami. Ou não. “Como é possível que tenham cometido um erro destes?” pensámos, ainda incrédulos. Um sem número de perguntas sem resposta assolava as nossas mentes. O centro da discussão tornou-se então o adivinhar do valor de um jantar destes, num lugar destes, nestas condições. Lembro-me que a minha estimativa rondava os 600 USD. Enquanto serviam a sobremesa, e constatando uma vez mais a opulência e qualidade da mesma, a gargalhada generalizada desvaneceu e converteu-se num nervoso miudinho. Será que vão trazer a conta ou não, teremos que pagar algo, uma parte?

A sobremesa mais selecionada foi uma salada de fruta tropical, servida num ananás natural, juntamente com duas bolas de gelado. Minham! Por respeito a vocês leitores, não me vou alongar no quão deliciosa a refeição foi.
O receio do final do jantar era real e omnipresente. Mais estranho ainda foi o facto de o empregado ter referido que a “repeater” era a nossa amiga do casal que estava pela primeira vez nas Maldivas. “Já cá viste em sonhos, sim!” atirei à minha amiga. Terminada as sobremesas, vemos o empregado aproximar-se ao longe. Corações saltaram para fora de caixas toráxicas, pêlos em sítios recônditos eriçaram-se e joias de família caíram ao chão quando todos nos apercebemos que na mão, o empregado trazia algo que se assemelhava aos caderninhos onde estava a conta das bebidas que usualmente pagávamos ao jantar. O QUÊÊÊÊÊÊ!?!??!
Passei as mãos pelo cabelo e inclinei-me para trás nervosamente. Só pensava “Eles disseram que era grátis, mas se calhar não era tudo? Afinal, isto foi um banquete digno de reis”. “Talvez seja só as bebidas.” Tentei eu acalmar os outros (e a mim). Sem sucesso. A cada passo que ele dava a aproximar-se, eu só ouvia o som de moedas, como se elas voassem para longe do meu bolso. Tchim, tchim, tchim. Por fim, entrega-me (logo a mim!) o caderninho com um sorriso simpático e algo normal, que não denotava o mínimo de chacota, o que me deixou ainda mais nervoso. Ao abrir o caderno, e uma vez que o nosso impulso é ler de cima para baixo, começo a ler em cima “Bill for services provided” e a longuíssima lista que incluía as várias entradas, sopa, pratos principais, sobremesa e as várias bebidas. Nessa altura, o sangue abandonou o meu corpo e só apetecia esconder-me num buraco e enrolar-me na posição fetal gritando "Mãmãããã!". Mais ainda quando vejo a quantidade de zeros e o montante da conta final: 825 dólares!!!
Continuo a olhar para baixo e, de um momento para o outro, como se a sétima cavalaria rasgasse o manto de uma tempestade e aparecesse cavalgando triunfalmente para nos salvar do inimigo que se aprontava para nos dar a estocada final,vejo uma linha salvadora, debruada a ouro, emanando aromas florais e escrita por um anjo que tocava uma enorme trompete do alto de um unicórnio voador, anunciando o dia da salvação:
Repeater’s dinner offer: -825 USD
Total to pay: 0 USD
Fogos de artifícios dispararam em direção às estrelas, balões e confetis jorraram do céu, tubarões baleia saltaram para fora da água, cruzando-se com orcas côr de rosa num bailado gracioso, tamanho foi o alívio.
O empregado atirou-me um sorriso maroto, certamente tendo notado a minha reação tensa e o esgar de preocupação (horror), quando olhei para a conta. Sacana. Aliás, #&$%#!!!!! Ainda assim, quando o sangue regressou e me devolveu a minha côr habitual, entreguei-lhe uma choruda gorjeta, que supostamente iria distribuir pelos seus colegas da cozinha também.
No fim desta odisseia, e tentando explicar o mistério, penso que tenha sido simplesmente uma coincidência de nomes, em que alguém exatamente com o mesmo nome da minha amiga tenha lá estado anteriormente e eles tivessem pensado que era a mesma pessoa a regressar ao hotel, querendo então premiar essa fidelização. Parece um erro algo básico, mas na altura, não vimos melhor explicação. Enfim, um gesto extremamente amável por parte do hotel, que infelizmente para eles, não recompensou quem devia, mas que teve a sua qualidade reconhecida e méritos profundamente agradecidos da nossa parte.
800 biscas!!!

A ANIMAÇÃO
Como já se referiu em alguns reports das Maldivas por aqui, quem deseja animação ao estilo caribenho é melhor ir dançar para noutras paragens. Quem procura as Maldivas, tipicamente não busca um ambiente festivo, pejado de música e regado a alcool. Para isso, há uma infinidade de outros destinos mais adequados e muito mais baratos. Uma vez que as Maldivas são reconhecidas e procuradas por serem ilhas algo remotas e tranquilas, onde impera a calma e o silencio é de ouro, a animação dos resorts reflete isso também. Aqui é tudo muito relax,
dolce far niente.
A animação no Holiday Island Resort é essencialmente suportada num ou noutro evento à noite no bar, como por exemplo as já típicas e por vezes divertidas corridas de caranguejos. Cada concorrente escolhe um caranguejo, colocam-se todos os pobres coitados no centro de um circulo grande desenhado no chão do bar e o concorrente cujo caranguejo saia do círculo primeiro ganha (tipicamente umas bejecas). Há também a projeção de documentários sobre fauna existente nas Maldivas, por exemplo. Outra noite havia música ao vivo.
Talvez o “ponto alto” (por assim dizer) da animação seja a alimentação de raias e tubarões depois de jantar, mesmo na ponta do ancoradouro (jetty). Todos os dias, a partir das 21:30, um funcionário do hotel leva um balde de peixe/restos e atira-os à água, provocando um enorme frenesim na água, onde se mistura uma autêntica salada de atum, tubarão e raia.
É uma romaria habitual que sempre distrai um pouco após o jantar, embora seja daquelas coisas que, depois de se ver uma ou duas vezes, perde o interesse. É uma boa oportunidade para ver não só muitas raias, mas em acima de tudo grandes quantidades de tubarões. Assim que estes meninos aparecem, as raias e os atuns ficam apenas com os restos. Ainda fiz umas filmagens com a GoPro debaixo de água, usando um selfiestick submergido e a GoPro em modo invertido, mas não ficaram nada de especial. Simplesmente arranjei uma lembrança na caixa da GoPro: dentadas de tubarão. Estava-se mesmo a ver, seu tótó.

A OUTRA
Fomos dois dias ao Sun Island. Faz-se a marcação na receção do Holiday Island no dia anterior, mencionando que no dia seguinte pretendemos ir à outra ilha, referimos as horas de saída e a hora a que pretendemos voltar. No nosso caso, apontámos para sair do nosso resort às 09:30 e regressar por volta das 16:30. Também é possível regressar apenas à noite.

Para além do transfer grátis, é igualmente muito útil o fato de podermos fazer despesa no outro hotel (Sun Island) e assinar o recibo com o numero do nosso quarto no Holiday Island. Ou seja, se quisermos, não precisamos de levar dinheiro para a outra ilha sequer. Á hora marcada, lá veio um dhoni buscar-nos. Quando vinha ao longe, parecia flutuar no ar, tão transparente que era a água.
Um breve caminho de 10 minutos apenas leva-nos à Sun Island, através de um mar calmo e pachorrento, afagado por uma brisa suave e confortante.
Antes de chegar ao ancoradouro Sun Island, passamos por um barco que está a fazer reposição de areia num dos lados da ilha. Não é bonito de se ver, mas é necessário de vez em quando, para repor a areia que o mar vai engolindo de forma incessante e imparável.
Mesmo ao lado do ancoradouro, a caminho da receção, já no Sun Island. A visão desta mangueira gigante a bombear areia não é obviamente a melhor das boas vindas a um local paradisíaco, mas a ilha é tão grande que o fato de esta parte da praia estar ocupada (temporariamente, diga-se) por esta estrutura, não retira o devido mérito às belíssimas zonas de praia que este resort tem. Afeta apenas um pouco o impacto positivo quando se chega, nada mais.
Como que para compensar esse impacto, quando vamos em cima do ancoradouro e em ambos os dias que lá fomos, vimos um tubarão de bom tamanho e uma raia igualmente grande a passearem despreocupadamente nesta zona.
Como já referi anteriormente, uma das razões pelas quais escolhi o Holiday Island em detrimento da Sun Island foi o tamanho. Prefiro ilhas mais pequenas como o Holiday. Esta é enorme. Como tal, a zona de lazer onde desemboca o ancoradouro é vasta, com uma piscina igualmente grande, bares, etc.
Como não tínhamos interesse nenhum na piscina, dirigimo-nos a pé para a praia. No primeiro dia, cometemos o erro de não alugar logo as bicicletas para nos deslocarmos para a zona de praia desejada (assinalada no mapa acima). Assim, demorámos quase 20 penosos e muito longos minutos a chegar e nem o fato de o caminho interior ter imensa sombra ajudou. No segundo dia, tratámos de alugar as bicicletas logo à chegada (cerca de 7/8 USD por bicicleta, o dia inteiro), e lá fomos a caminho da zona de praia pretendida, assobiando por ali fora e trauteando a música do saudoso Verão Azul.
A meio caminho, fomos espreitar o outro lado da ilha oposto ao do ancoradouro, nomeadamente a zona dos bungalows de água que, como é habitual, tem um tremendo de um bom aspeto. Por uma questão óbvia de bom senso, não é permitido circular com as bicicletas nestes passadiços sobre a água (excetuando os empregados do hotel).
A bela praia à direita dos bungalows de água
Quase a chegar. São uns meros 5 minutos a pedalar tranquilamente.
A chegar à ponta esquerda da ilha, onde se situa a zona mais espetacular de praia
Chegados, valeu mesmo a pena. Não está praticamente ninguém na praia e ocupamos uma das (enormes) sombrinhas, já que há inúmeras disponíveis.
É das mais belas praias que já vi. E é toda nossa. As fotos não fazem o mínimo de justiça ao local. A visão panorâmica do local é inebriante e relaxante ao mesmo tempo.

Um pouco mais abaixo, já perto da ponta da ilha.

A vegetação rasteira que pontua uma parte das margens. Diretamente em frente a esta zona, uns 20 metros mar adentro, há uma zona de snorkelling que dá para distrair, com muito coral e alguns peixes interessantes, embora a quase totalidade do coral se encontre já branqueado, como aliás acontece em várias ilhas e um pouco por todo o globo, quando se trata de profundidades até 1m/1m e meio.


Pairando no vazio

Visão panorâmica da ponta da ilha
 
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calu

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Olhando a ilha a partir do mar
O barzinho de praia onde almoçámos nos dois dias que nos deslocámos a esta ilha. Serve o típico menu de bar de praia: hambúrguer, cachorro, tostas de frango, saladas, etc. Como referi anteriormente, simplesmente assinávamos com o número do nosso quarto no Holiday e pronto, muito conveniente. Não é que me interessasse, mas tinha WiFi disponível.
Depois do almoço, tempo para algumas palhaçadas:

“Magia super especial!”. “Finish him!”
Sim, fiquei à rasca da lombeira. Até porque foi necessário mais do que 1 take para que ficasse bem ;) Se tiverem ideias de tentar algo similar, sugiro veementemente que escolham uma zona ligeiramente mais profunda. Foi dolorosamente divertido.

O habitualmente espetacular pôr do sol que nos brindava com quadros perfeitos, pouco antes do regresso à nossa ilha.

O TUBARÃO
O desejado tour do tubarão baleia custava 45 USD por pessoa, infelizmente sem desconto para criança. Para reservar, bastava ir à receção, ao lado da qual estavam uns painéis com uns caderninhos, onde as pessoas escreviam o seu nome e numero de quarto nas excursões e dias desejados. Depois, o custo das mesmas é adicionado às despesas do quarto, a pagar no dia do check-out. Escusado será dizer que a expectativa era grande. A probabilidade de avistamento neste local e na altura em que nós fomos era bastante grande, tendo em conta as reviews em sites como o tripadvisor, virtualtourist e alguns sites da especialidade. Quando lá chegámos, o pessoal do diveOceanus (o centro de atividades subaquáticas do hotel) mostrou-nos fotos e vídeos espetaculares das ultimas 4 saídas (provados através da informação exif das fotos), ou seja, 100% de sucesso nas ultimas 2 semanas, já que fazem o tour 2x por semana.
O diveOceanus situa-se na área mais feia da ilha, na ponta esquerda (de acordo com o mapa que já aqui coloquei). Têm disponível o material habitual para aluguer, para quem não levede cá. Fazem-nos uma breve explicação sobre o comportamento do animal, como nos devemos comportar, como o barco faz a aproximação quando um é detetado, etc. Sendo animais graciosos e bastante calmos, o importante é não tentar tocar-lhes, não lhes passar à frente e perceber que todos querem ver, portanto permitir espaço para todos verem e não assustar os animais ou persegui-los de forma ostensiva e agressiva. É-nos feita também a explicação de que, tal como eu já sabia, esta zona é bastante privilegiada, já que há uma comunidade de tubarões baleia residente no South Ari Atol e que permite avistamentos praticamente ao longo de todo o ano. O recife exterior ao Holiday Island e que se estende até à parte da frente da Sun Island é uma das zonas que costuma ser
batida pelos barcos dos tours.
Saímos num dohni, o nosso grupo de 6, mais um grupo de 4. Assim que saímos da nossa ilha, temos um bom augúrio: um grande grupo de golfinhos, a maioria dos quais jovens, saltando alegremente de vez em quando.
Toda a gente ficou excitada, mas isto era apenas um aperitivo. O que o pessoal queria era o prato principal.
O tour é essencialmente feito de paciência e vigília constante. São 3h, divididos da seguinte forma, com um máximo de 2h à procura de tubarões baleia. Se não se encontrasse um tubarão no decorrer das duas primeiras horas, a última hora seria dedicada a um snorkelling de “consolação” numa zona onde havia muita fauna marinha. Se houvessem avistamentos, as 3h seriam inteiramente dedicadas ao tubarão baleia. Parecia-me logo à partida uma abordagem equilibrada e bem pensada. À medida que iniciávamos a busca no recife exterior, o pessoal ia preparando todo o equipamento para garantir que tudo estava pronto assim que houvesse um avistamento. No meu caso, certificava-me que ambas as máquinas estavam nos modos corretos, que as mascaras estavam ok, as barbatanas a jeito, o colete da minha filha colocado e bem apertado, etc. Entretanto, todos íamos perscrutando a linha de água, perto e ao longe. O pessoal do diveOceanus estavam numa posição um pouco mais elevada no barco para conseguirem ver um pouco melhor, mas ainda assim parecia-me uma abordagem um pouco rudimentar e com poucas hipóteses. No entanto, o histórico provado deles apresentava resultados, portanto nem duvidei da abordagem. Verificámos passado pouco tempo que haviam cerca de outros 10 barcos na zona, andando para trás e para diante. Tudo isto aumenta também as probabilidades de avistamento, já que são muitos olhos à procura, e acima de tudo, muita experiência conjunta por parte dos capitães dos barcos.Ainda assim, pensei logo de início que mais valia os operadores juntarem-se e contratarem um pequeno avião para garantirem mais avistamentos, e gerir o negócio de uma forma mais profissional e lucrativa. Ou mesmo considerarem a utilização de drones, já que avistar animais daquele tamanho numa área relativamente pequena seria muito mais simples de uma posição elevada a uns 50/100 metros.

Desilusão
A verdade é que passadas 2h à procura num mar cristalino e calmo, nenhum avistamento, por nenhum dos barcos. Nem nos molhámos nessas primeiras 2 horas. Psicologicamente, estava preparado para isso, e tinha preparado também o resto do pessoal, já que como é óbvio, procurar animais selvagens no seu habitat não é como ir ao jardim zoológico, onde temos a certeza que eles estão lá. Só podemos escolher sítios onde hajam boas possibilidades e depois esperar que tenhamos a sorte do nosso lado. Ainda assim, havia naturalmente uma aura de desilusão no ar, mais ainda tendo em conta o sucesso das tours anteriores. No meu caso, eu já tinha decidido que caso não visse no tour de 2ª feira, tentaria novamente no de 5ª feira. Ter essa pequena margem de segurança de poder tentar novamente daí a uns dias ajudou a minimizar a tristeza e seguimos para o “snorkelling de consolação”. E que bela consolação. Levaram-nos para um recife que ladeia uma pequena ilha a uns 15 minutos de barco da Holiday Island. Diziam-nos que era uma zona conhecida por haverem tartarugas, grande variedade de espécies de peixes e ocasionalmente tubarões.

A voltinha de consolação

Um bonito Stripped Surgeon fish

Uma das minhas incursões a maiores profundidades, para fotografar anémonas com peixes palhaço. Pena ter ficado um pouco desfocada, mas adoro esta fotografia :) Fica aqui um agradecimento especial ao amigo que a tirou ;)


O resultado:

Um cardume gigantesco de Convict Surgeon Fish que praticamente cobria o fundo do mar nesta zona. Esta espécie tem este nome engraçado (convict=condenado) devido à sua côr e listas que se assemelham ao uniforme de presidiários.


Uma tartaruga Hawksbill passeia tranquilamente entre mim e a minha mais que tudo.

Uma grande moreia que me obrigou a outro mergulho mais profundo, quando a descobri num buraco mesmo na orla do recife, no início da descida para o “abismo”.

Um belíssimo Clown Trigger Fish a esconder-se, juntamente com um Long Nosed Butterflyfish.

Outra tartaruga Hawksbill, pouco depois deste ter subido para respirar.

Um cardume enorme de Powerblue Surgeonfish.

Uma bonita zona de coral.

A espécie deste cardume não consegui identificar.

Um grande Black Blotched Porcupinefish

Mais uma belíssima tartaruga Hawksbill , esta bem maior que as anteriores
Como se pode facilmente constatar, embora estivéssemos claramente desapontados por não ver o tubarão baleia, foi ainda assim um bom prémio de consolação. Serviu para nos levantar o espírito termos visto inúmeras tartarugas, vários cardumes enormes, outras tantas espécies menos comuns e ainda vários tubarões de ponta branca que foram demasiado rápidos para ficarem bem nas fotos. Foi suficiente para nos animar, de maneira que concordámos que iriamos todos fazer uma segunda tentativa de ver os tubarões baleia na 5ª feira (a partir do Holiday Island, este tour era à 2ª e 5ª feira).

Segunda tentativa
Lá fomos novamente na 5ª feira, cientes que era a última possibilidade que teríamos de ver o “santo graal” que buscávamos. Nos primeiros 30 minutos, tudo igual, ninguém viu nada. Um pouco mais tarde, um barco à frente estava parado e finalmente, o nosso guia faz sinal para toda a gente se preparar para ir para a água. O barco acelera, dispara a azáfama a bordo. Os corações vão do 8 ao 80 em apenas um segundo. Todos estão hiper excitados. Eu dou alguns passos calculistas para garantir uma boa posição para mim e para o meu pessoal entrarmos na água o mais rápido possível, assim que tivermos o ok para tal. Quando chegamos, estão dois barcos parados e cerca de 20 pessoas já na água. O barco posiciona-nos um pouco atrás do tubarão baleia, ao contrário do que o guia havia referido no briefing inicial, onde ele tinha dito que nos deixariam à frente do animal, para que depois ele passasse por nós e fosse mais fácil acompanhá-lo, ao invés de ter que “correr” atrás dele.
Assim que que o guia diz “Go! Go! Go!” salto de imediato para dentro de água, de mãos dadas com a minha filha. Por todo o lado, oiço splashes de pessoal a entrar dentro de água e rezo repetidamente a Neptuno para que os vários barcos e o pessoal que o identificou primeiro não tenham assustado o tubarão.
Começamos de imediato a nadar na direção que nos indicaram e assim que metemos a cabeça debaixo de água, conseguimos vê-lo uns 5 metros por baixo de nós. Tentamos segui-lo, mas ele nada muito rápido e torna-se claro que as minhas preces não foram ouvidas. Ele está já em fuga para longe de toda esta comoção. Tenho tempo de tirar 4 ou 5 fotos de longe, e nem tive oportunidade de tentar mergulhar mais fundo para o ver melhor. Saberemos mais tarde através do nosso guia que este era “apenas” um juvenil com cerca de 3 a 4 metros. Um adulto costuma ser 4 vezes maior, passando por vezes os 12 metros.

De volta ao barco, apercebo-me que, apesar de tudo, eu e a minha filha fomos os que tivemos mais sorte do nosso barco. Os outros nem o viram, nenhum vulto, nem uma sombra, zero. Faço ver ao guia o erro deles na colocação do barco em relação à posição do tubarão. Ele diz-me que o animal mudou de direção. Aceito a explicação, já que nada tenho a contrapor. Apesar da desilusão relativa, e como ainda mal começamos o tour, paira no ar a excitação inerente ao fato de já alguém ter visto alguma coisa e que eles andam por aí. Há uma certa confiança em que vamos ter mais oportunidades. O tempo vai-se esfumando, enquanto o pessoal regressa ao ritual de preparar o material, em antecipação de novo eventual mergulho. Cardumes de peixes voadores passam por nós em sentido contrário. Nem me dão tempo para sacar a outra máquina. Passa-se cerca de 1h sem nenhuma nova oportunidade e começamos a recear que não tenhamos nova oportunidade.
De repente, somos arrancados do nosso torpor por um grito. Há um barco parado mais à frente e já há gente na água. Nova oportunidade! Lá vamos nós. Material, máquinas, posição check, check, check, tudo preparado. O barco acelera e num ápice estamos na zona.
“Go!Go!Go!” Acho que já estávamos na água, antes de ele gritar. No entanto, desta vez estamos ainda mais longe do tubarão e nem sequer o cheiramos. Esfuma-se por entre os dedos, o que sinto ter sido a última possibilidade de ver este maravilhoso animal de perto nesta viagem.
E de fato assim se veio a verificar. Nos restantes 45 minutos, continuamos a nossa busca infrutífera e eu volto a confrontar o guia com a posição uma vez mais errada em que nos colocaram. Não faço ideia se os tubarões mudaram de direção ou não, mas o fato foi que nos deixaram sempre na posição oposta à que nos haviam dito no briefing. Factos são factos e quando estamos frustrados, agarramo-nos a qualquer coisa para tentar soltar um pouco da frustração.
Mais tarde, antes de desembarcarmos, o guia reconhece os erros numa conversa que ele se força a ter comigo, mas não tem a humildade de elaborar um simples pedido de desculpa por um erro cometido. Bastava isso para nos sentirmos um pouco menos mal e amenizar a frustração. Mas não.
Não por causa dos resultados em si, mas mais pela atitude no geral, não apreciei a abordagem do guia, não gostei da incoerência entre o que disse e o que fez, bem como a maneira como lidou com a frustração das pessoas que não atingiram o objetivo pretendido. Não era garantido, como é óbvio, mas é necessário ter alguma empatia para ajudar as pessoas a lidarem com isso e este guia claramente não tinha essa capacidade.

Vejo-me incapaz de proferir uma palavra mais em toda a longa viagem de regresso. Nem depois de desembarcar. Não estou propriamente zangado, mas encontro-me a lidar com a minha própria desilusão e indiretamente com a desilusão de quem me acompanhou, que não demonstrando tanto, também a sentem certamente. Estava de fato preparado para não conseguir ver o tubarão e apesar de o ter visto, é claro não o VI. Ver de ver, não ver uma sombra. Estar com ele, ainda que por uns segundos, poder observá-lo calmamente, ver os detalhes do seu manto, a textura e os padrões da sua pele, a sua movimentação, e proporcionar isso à minha filha, mulher e amigos, conseguir apreciar de perto a beleza única de um dos animais mais portentosos e espantosos dos nossos mares. Ficará para uma próxima, muito provavelmente num destino diferente e onde as probabilidades são tão altas que é quase impossível não os ver, por vezes às dezenas. Próximo de Islas Mujeres, no México, de Junho a Setembro, juntam-se por vezes centenas de tubarões baleia para um ritual anual de alimentação de plâncton que aparentemente abunda nessa região. A próxima tentativa será certamente nesse local, quando estas feridas sararem.
Tudo isto lembra-me aquela t-shirt que se vê às vezes em alguns turistas: “My friend went to SomeCountry and all I got was this lousy t-shirt”. No meu caso, eu persegui tubarões baleia, mas tudo o que consegui foi esta péssima foto.

Redenção
Há dias como o do tubarão baleia, em que a deceção se apodera de nós como se de umas algemas sem chave se tratasse. E há dias como o nosso primeiro dia de safari no Kruger, apenas 3 meses depois do tubarão baleia. Durante mais de 10 horas calcorreámos o Kruger em busca de animais, tentando se possível completar o naipe dos Big Five (esse chavão criado pelos ingleses em África para tentar potenciar o turismo de caça nesse continente, há muitos anos). Ao longo do dia, gradualmente fomos vendo tudo o que queríamos, mas havia um animal em particular que nos continuava a iludir: o furtivo leopardo. O nosso guia dizia-nos que há dias em que ele tem a sorte (e saber) de ver dois leopardos, e há alturas em que podem-se passar dias em que apesar de todos os esforços, não consegue avistar sequer um.
Já tínhamos visto os Big Four (Elefante, Búfalo, Rinoceronte e Leão) mas faltava o leopardo, pelo qual a minha filha e eu temos um especial fascínio, tendo referido isso ao guia logo no início do safari, pouco antes das 06:00 da manhã. Era agora quase 17:00 e faltavam cerca de 30 minutos para terminar o nosso longo safari e já estávamos na estrada que nos levaria à saída do parque. Estávamos felizes pelo que havíamos visto mas com uma certa tristeza pelo que não tínhamos visto. Faltava, uma vez mais, a cereja no topo de bolo. O mais desejado.
De repente, saído do nada, um leopardo atravessa-se à frente do jipe num comportamento altamente invulgar (normalmente não se expõem desta forma, passando à frente de carros em movimento) e desaparece rapidamente entre os arbustos. Mais à frente, decidiu descansar numa pequena colina onde, após vários minutos de busca com os binóculos, o voltámos a detectar e pudemos finalmente observar devidamente e fotografar, culminando assim um dia absolutamente épico e perfeito. Enquanto o fotografava em condições extremamente complicadas que mais tarde serão detalhadas em report apropriado, criava algumas das melhores fotos que já tirei. Ao mesmo tempo, lembrei-me do tubarão baleia. Juro que é verdade. Admito que fiquei com os olhos aguados e me arrepiava, enquanto olhava pela minha lente e fotografava este “santo graal” das savanas, pensando no outro das profundezas dos oceanos, o tal que nos tinha iludido.

Leopardo no Kruger Park, Julho 2015
Há dias como o do tubarão baleia e há dias como o do leopardo.
Há que aceitá-lo. Passei o caminho de regresso ao Pestana Kruger a pensar naquele dia nas Maldivas, sorrindo, sentindo o vento no cabelo enquanto o jipe acelerava pelo parque, e enquanto ouvia a minha filha em êxtase a comentar a nossa sorte neste dia. Não é sorte, é a natureza. Há que ir tentando, e às vezes, simplesmente a natureza acontece. E penso que é o fato de a natureza poder ser ao mesmo tempo tão cruel e tão recompensadora, que torna tão fascinante esta procura pelos seus momentos ou intérpretes mais especiais.
 
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O SNORKELLING
Como já tive oportunidade de referir anteriormente, não escolhi esta ilha por ter snorkelling particularmente brilhante. Não é o prato principal deste resort. No entanto, posso dizer que depois de passar inúmeras horas a observar, fotografar e filmar a peixada à volta da ilha, fiquei positivamente surpreendido. Esperava muito menos. Acabei até por ver várias espécies que nunca tinha visto noutros sítios, vi algumas espécies de tamanhos que nunca tinha visto (pepinos do mar enormes, por exemplo) e inclusivamente alguns tubarões de ponta preta crescidos, em zonas muito próximas da praia (10/20 metros do areal). Tirei muitas mais fotos a variadas outras espécies, mas para evitar colocar aqui um excesso de fotos de peixes, ficam algumas das melhores. Para além das espécies que estão nas fotos, vi muitas outras como vários tipos de bodiões (wrasse), vários tipos de Filefish, Fusilier, Goldfinger Dart, inúmeros tipos de Butterflyfish, etc. Se estão a pensar de onde vêm estes nomes todos, alguns eu já os conheço, mas muitos deles tenho que usar um guia de peixes das Maldivas que se compra, por exemplo, no aeroporto de Malé.
Desta vez, usei uma Panasonic Lumix DMC-FT25 em cerca de 80% das fotos e experimentei também uma GoPro Hero 3, nas fotos restantes. O modo utilizado na Lumix foi o já habitual “underwater” (não usar o modo “snorkelling”) e o flash sempre desligado. O modo “snorkelling” é menos rápido e muito menos fiel nas cores. Na GoPro, uma vez que não tem zoom, usei o modo "Narrow" que é o máximo da aproximação em termos de zoom.
De salientar que todas estas fotos deste capítulo foram tiradas no Holiday Island Resort.
Uma chamada de atenção: o tipo de coral que rodeia esta zona de snorkelling é um coral muitíssimo pontiagudo e como sempre, muito afiado. Qualquer toque na nossa pele fará quase de imediato uma ferida que, por norma, demora um bocado a sarar em virtude dos fungos que habitam no coral. É necessário ter imenso cuidado, em particular quando a maré está mais baixa para não nadar para uma zona muito baixa rodeada de coral e depois à medida que a maré baixa mais, e depois correr o risco de ficar “presos” numa zona de coral muito afiado. Bom senso basta para evitar esta situação, mas a fica a chamada de atenção.

Um pequeno “aquário” com centenas de peixes

Um belo exemplar da espécie Bluefin Jack (família do atum). São relativamente comuns de ver neste resort e têm bom tamanho. Os vários que vi teriam entre 3 e 8 kgs.

Não tenho a certeza, mas pela boca e olhos, penso que é da família da garoupa, embora este fosse ainda um pequenote que gostava de se manter imóvel, tentando confundir-se com o meio ambiente que o rodeava.

Um dos vários tubarões de ponta preta com que me cruzei no Holiday Island. Como se pode ver, a profundidade rondava apenas uns 2m no máximo.


Um belíssimo e grande Spot-fin Porcupine Fish

Um Coris Wrasse, algo invulgar (foi a primeira vez que vi um destes)


Uma moreia tipo albina, talvez Spotted Morey


Um Orange Stripped Triggerfish, muito bonito e algo comum nas águas do Holiday Island.

Um Peacok Rockcod (da família do bacalhau)

Mais um tubarão de ponta preta grandito (talvez 1,5m)

Um Moorish Idol, apesar de comum, é um dos meus favoritos

O Threadfin Butterflyfish

Uma pequena família do lindíssimo Harlequin Filefish (nunca tinha visto antes)

Um Decorated Sand Goby

Um grande cardume de Convict Surgeon Fish para terminar em beleza.

AS COMPRAS
O hotel tem uma pequena loja de souvenirs, mas como já sabíamos que o aeroporto tem de há uns 3 anos a esta parte várias lojas de souvenirs grandes e bem recheadas, fizemos a maioria das comprinhas no aeroporto. Os preços eram mais ou menos razoáveis, embora não tão baratos como por exemplo nas lojas do centro de Malé, ao pé do mercado do peixe, mas desta vez não tivemos tempo para apanhar o barco público e ir até lá para fazer as compras. Gastei o resto dos dólares que havia levado e paguei algumas coisas com cartão, sem problema. Se porventura saírem muito cedo da vossa ilha e chegarem ao aeroporto por exemplo umas 5 ou 6 horas antes do vosso vôo, aproveitem para ir ao centro de malé e façam lá as compras. Há algumas lojas bem grandes e com preços mais em conta (foi o que fizemos em 2012).

A NOSTALGIA
Os vários tons de pôr do sol nas Maldivas, para todos os gostos, sempre especiais e que despertam em nós uma nostalgia que perdura muito para além do regresso a casa.

Para quem gosta de tons mais pastel/dourados

Para os fãs dos laranjas

E para os adeptos dos côr de rosa/salmão
A CONCLUSÃO
O meu principal objetivo não foi cumprido desta vez. Doeu um bocado. Mas não foi por isso que a viagem não valeu a pena. Maldivas é ... Maldivas. Para mim, é sempre um destino espetacular e que consegue, como poucos, transportar-nos para um mundo de isolamento realmente paradisíaco. Se ver o tubarão baleia de perto seria épico, a verdade é que fazer uma viagem destas juntando a família e amigos criou memórias inesquecíveis, ainda mais preciosas.
Se recomendo o Holiday Island Resort? Pelo preço certo, sim, recomendo. Se conseguirem um bom preço comparativamente às outras opções que tenham para a altura em que viajam, é uma boa opção, tendo em conta os vários pontos positivos e negativos que mencionei acima. Excelentes praias nas zonas mencionadas, bom snorkelling no Holiday, comida razoável/boa, tours para tentar ver um animal espetacular e a possibilidade de visitar outra ilha de forma gratuita (algo raro nas Maldivas).
Alguém que queira uma ilha com snorkelling de topo, ou sentir-se apaparicado com luxos nas Maldivas, bungalows de água e afins, deve escolher outras ilhas.
Há muitos resorts nas Maldivas que são melhores do ponto de vista de hotel, com alojamentos infinitamente mais luxuosos, vários restaurantes com inúmeras opções, comida de topo, etc. Mas regra geral, são bem mais caros. Por isso digo, quando o preço estiver no ponto, este hotel pode ser uma boa opção, digamos quase low cost. E ainda assim, temos acesso a duas praias que são do melhor que há nas Maldivas. Não esquecer.
Eu não esquecerei.

Este report é dedicado aos amigos que nos acompanharam nesta aventura, que a tornaram muito especial e pela primeira vez visitaram este paraíso, depois de passarem momentos muito difíceis nos meses anteriores. You know who you are ;)

 
Última edição por um moderador:

PauloNev

Moderador Honorário
Staff
@calu, mais um fantástico report, grandes fotos, texto fantástico, de fazer sonhar qualquer um,
e eu sonho com o dia em que irei visitar esse paraiso.
Muito obrigado pela partilha, e por mais uma vez me fazer viajar sem sair da cadeira.
Boas viagens, e claro sempre acompanhadas por estes report's magnificos. ;)
 
Última edição:

Maria Artur

Membro Conhecido
Olá Calu,
Que maravilha de Report, fiquei em êxtase :eek:
Ansiava por este Report, super detalhado e assim já tirei algumas dúvidas e conclusões mais acertivas de um futuro destino (lua de mel) que espero ser em breve.
Adorei a praia, ou seja, tudinho :p
Obrigada pela excelente partilha.
Continuação de boas viagens.
 

calu

Membro Conhecido
Olá Calu,
Que maravilha de Report, fiquei em êxtase :eek:
Ansiava por este Report, super detalhado e assim já tirei algumas dúvidas e conclusões mais acertivas de um futuro destino (lua de mel) que espero ser em breve.
Adorei a praia, ou seja, tudinho :p
Obrigada pela excelente partilha.
Continuação de boas viagens.
Olá Maria, obrigado! Já sabia que serias uma espectadora particularmente atenta deste report ;) Se tiveres mais alguma dúvida ou questão, estás à vontade :)
 

Maria Artur

Membro Conhecido
Olá,
Estava mesmo ansiosa é um destino que quero muito visitar.
* enviei te mensagem para não estragar a beleza deste magnífico Report.
Muito obrigada.
 

Hugo Morais

Membro Conhecido
Boa tarde @calu
Palavras para quê;)
Mais um fantástico Report,completado com excelentes fotografias:D do meu destino de sonho,que irei realizar um dia.:)
A pergunta que se impõe.....Para quando uma edição de um Livro?;)
Obrigado pela partilha,de mais um FANTÁSTICO REPORT:)
 

Violet

Membro Ativo
Boa tarde,
Fiquei WOWWWWW, sem palavras....
Fabuloso report, do melhor.
Como eu gostaria de ir às Maldivas :)
 

Jorge Gonçalves

Membro Conhecido
@calu, o Grande Mestre dos Reports!!!:D

Todo o relato da viagem está magnífico, mas quero destacar o texto da Inspiração, que está soberbo!!! Fiquei arrepiado com a eloquência! Se tivesse o teu talento para trabalhar com as palavras, era exactamente assim que me descreveria... falta-me "só" ter o teu dom! :)
A INSPIRAÇÃO
Tenho dentro de mim um desejo insaciável de conhecer novos lugares, pessoas que me inspirem e que me encham a alma e me digam algo. Quanto mais conheço, mais a natureza do mundo e a natureza das pessoas me mostram quão pequenos somos, e quão mais humildes devemos ser. Que grão irrelevante somos no planeta fantástico criado pela natureza, quão triviais e irrelevantes são muitos dos nossos problemas, quando comparados com outras realidades, umas vezes longínquas, outras vezes nem tanto. Conhecer o mundo ajudou-me a perceber melhor o meu lugar nele.
Não poucas vezes, ainda estou num destino e já oiço as engrenagens do meu cérebro a engendrarem qual será o próximo. A juntar a isso, tenho sempre muito presente a noção a que alguns se referem como Carpe Diem, ou seja, nunca sabemos o dia de amanhã ou quanto mais tempo temos neste planeta. Com a areia esvaindo-se aos poucos, a minha ampulheta subconsciente mantém-me em sentido para aproveitar a vida, sem urgências ou pressas, mas com consciência qb de que isto não é um free pass permanente. Como tal, e como ainda me faltam várias das minhas viagens de sonho, por norma e pelo menos para já, ainda regresso muito pouco a destinos onde tenha estado, por muito que me tenha apaixonado por esses locais. Há tanto ainda por ver. É um pouco como na leitura: adoraria ler novamente alguns dos meus livros favoritos, mas ao mesmo tempo tenho tantos outros que estou em pulgas para ler!
As Maldivas estão na lista à uns bons anitos, mas por motivos vários tenho optado por outras paragens. No regresso da última viagem, vindo do Vietname e tal como tu, já pensava na próxima viagem e as Maldivas começaram a afigurar-se como o destino mais provável. Só que, uma promoção irresistível para Lima (Perú) na Páscoa do próximo ano, voltaram a colocar este destino em 2º plano, mas sei que não vai tardar. Reports como este confirmam este feeling e servem de inspiração e motivação!

Muito obrigado pela partilha! ;)
Reports destes mereciam um reforço no catálogo dos "bonecos":
ai340.photobucket.com_albums_o339_sevenzuil_Emoticons_emoticons_1196.gif
(nota para a moderação....:p)
 
Última edição:

CristinaBF

Membro Conhecido
Muitos parabens @calu exelente report, lindas as palavras e as fotos.
Fiquei sem palavras:eek::eek: lindoooo mesmo ;)
As Maldivas é a minha viagem de sonho, não sei quando mas gostava de ir um dia :)
Aquele jantar deve ter sido mesmo divinal :D
Continuação de boas viagens para estes maravilhosos reports.;)
Obrigado pela partilha
 

JATG

Membro Ativo
Espetáculo!!! Obrigado pelo testemunho.
Apenas uma curiosidade: uma vez que foram em meia pensão, qual o preço das bebidas no hotel (água, cerveja...)?
 

correia

Membro Conhecido
Calu.
Antes de mais tenho que dar os Parabéns a fantástica narrativa que nos deixa ( a nos leitores deste fantástico portal ) inspirados .
( .... Que grão irrelevante somos no planeta fantástico criado pela natureza, quão triviais e irrelevantes são muitos dos nossos problemas, quando comparados com outras realidades, umas vezes longínquas, outras vezes nem tanto. Conhecer o mundo ajudou-me a perceber melhor o meu lugar nele ...)
Agradeço a partilha da tua aventura e das fotos magnificas .
Obrigado bons passeios :)
 

Cristina Sousa

Membro Conhecido
Ai Calu, Calu, Calu :)
Isto não se faz! :p
Cada vez que leio um report teu, apetece-me fazer a mala pois já me sinto teletransportada para o destino. Tens mesmo um dom, consegues transmitir todas as sensações que sentiste, e nós conseguimos vivê-las o nosso imaginário. :)
Já não tenho muitas palavras para exprimir o quanto admiro a tua escrita, és o verdadeiro poeta viajante. Os teus relatos são do melhor que li até hoje.
E concordo contigo quando comparas a atitude de turista versus viajante. De facto, a visão e o modo de viver as viagens é completamente diferente quando se viaja mais e mais e se buscam experiências e não apenas um lugar ao sol.
Obrigada por mais um excelente report. ;)
Hoje ficamos mais ricos.... :)
 

Vitor62

Banidos
Calu,
Estive a ler os teus reports sobre as Maldivas e fiquei impressionado com o detalhe e lindas fotos q publicaste. Tenho muita pena mas nunca na vida consegurei publicar um report assim :)
Devo dizer-te q me abriu o apetite ainda mais para Fevereiro.
 

calu

Membro Conhecido
, mais um fantástico report, grandes fotos, texto fantástico, de fazer sonhar qualquer um,
e eu sonho com o dia em que irei visitar esse paraiso. Muito obrigado pela partilha, e por mais uma vez me fazer viajar sem sair da cadeira. Boas viagens, e claro sempre acompanhadas por estes report's magnificos. ;)
:) O sítio merece esse sonho e objetivo :)

Olá, Estava mesmo ansiosa é um destino que quero muito visitar. * enviei te mensagem para não estragar a beleza deste magnífico Report. Muito obrigada.
Não te esqueças que as tuas dúvidas podem ser as dúvidas de outros também, portanto podes perfeitamente colocar as dúvidas aqui no tópico e certamente ajudará a esclarecer outros também ;)

Boa tarde Palavras para quê;) Mais um fantástico Report,completado com excelentes fotografias:D do meu destino de sonho,que irei realizar um dia.:) A pergunta que se impõe.....Para quando uma edição de um Livro?;) Obrigado pela partilha,de mais um FANTÁSTICO REPORT:)
A questão do livro é mais fácil pensar que faz sentido do que fazer acontecer. Se aparecesse um "patrocinador" interessado, podia perfeitamente acontecer. Até lá ...

o Grande Mestre dos Reports!!!:D Todo o relato da viagem está magnífico, mas quero destacar o texto da Inspiração, que está soberbo!!! Fiquei arrepiado com a eloquência! Se tivesse o teu talento para trabalhar com as palavras, era exactamente assim que me descreveria... falta-me "só" ter o teu dom! :)
Obrigado :oops: Em boa verdade, toda a introdução foi escrita no aeroporto de Berlim à espera de um embarque para Lisboa e durante mesmo vôo. Não era um ambiente propriamente inspirador, e no vôo tinha os cotovelos enfiados na caixa toráxica devido à simpatia da pessoa no banco da frente que reclinou o banco por inteiro, mas a coisa foi saindo e eu fui escrevendo :D

As Maldivas estão na lista à uns bons anitos, mas por motivos vários tenho optado por outras paragens. No regresso da última viagem, vindo do Vietname e tal como tu, já pensava na próxima viagem e as Maldivas começaram a afigurar-se como o destino mais provável. Só que, uma promoção irresistível para Lima (Perú) na Páscoa do próximo ano, voltaram a colocar este destino em 2º plano, mas sei que não vai tardar. Reports como este confirmam este feeling e servem de inspiração e motivação!
Não te arrependerás quando lá fores, se gostas de praia e peixada, é do melhor que há, quando se escolhe bem o hotel.

Muitos parabens exelente report, lindas as palavras e as fotos.
Fiquei sem palavras:eek::eek: lindoooo mesmo ;) As Maldivas é a minha viagem de sonho, não sei quando mas gostava de ir um dia :) Aquele jantar deve ter sido mesmo divinal :D Continuação de boas viagens para estes maravilhosos reports.;) Obrigado pela partilh
O jantar foi uma montanha russa de emoções, extenuante! :D Mas muito recompensador no final :D

Espetáculo!!! Obrigado pelo testemunho.Apenas uma curiosidade: uma vez que foram em meia pensão, qual o preço das bebidas no hotel (água, cerveja...)?
Por exemplo, o típico à noite era pedirmos uma garrafa de água de litro e meio que custava 3.25 dolares (2.8 EUR à taxa actual). Cerveja ninguém gostava, portanto não sei, mas um refrigerante tipo Coca Cola era uns 3 ou 4 doláres também, por aí. Nada de mais.

Calu.Antes de mais tenho que dar os Parabéns a fantástica narrativa que nos deixa ( a nos leitores deste fantástico portal ) inspirados .( .... Que grão irrelevante somos no planeta fantástico criado pela natureza, quão triviais e irrelevantes são muitos dos nossos problemas, quando comparados com outras realidades, umas vezes longínquas, outras vezes nem tanto. Conhecer o mundo ajudou-me a perceber melhor o meu lugar nele ...) Agradeço a partilha da tua aventura e das fotos magnificas .Obrigado bons passeios :)
Ai Calu, Calu, Calu :) Isto não se faz! :p Cada vez que leio um report teu, apetece-me fazer a mala pois já me sinto teletransportada para o destino. Tens mesmo um dom, consegues transmitir todas as sensações que sentiste, e nós conseguimos vivê-las o nosso imaginário. :) Já não tenho muitas palavras para exprimir o quanto admiro a tua escrita, és o verdadeiro poeta viajante. Os teus relatos são do melhor que li até hoje.
E concordo contigo quando comparas a atitude de turista versus viajante. De facto, a visão e o modo de viver as viagens é completamente diferente quando se viaja mais e mais e se buscam experiências e não apenas um lugar ao sol. Obrigada por mais um excelente report. ;) Hoje ficamos mais ricos.... :)
Muito obrigado, fico muito sensibilizado pelas vossas palavras :oops:O que posso dizer é que não me custa nada escrever e partilhar convosco. É aliás um enorme prazer e tem o condão de me pôr a viajar novamente enquanto escrevo, sentado em frente ao portátil, fazendo-me reviver novamente os momentos que passámos. Acaba por ser uma situação de win-win para todos ;)
 
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