O Japão nunca foi um dos países que mais me atraíam. Não sou fanático por sushi, não gosto muito de anime (mesmo em miúdo, lembro-me do Dragon Ball e do Tsubasa, mas creio que nunca vi mais nada de origem japonesa), nem de outras excentricidades da cultura “Otaku”, e sempre tive o preconceito de que era um país muito industrializado e urbanizado. Para além disso sabia o espaço urbano do Japão era muito amorfo, moderno e que quase tudo o que era histórico havia sido arrasado na II Guerra Mundial.
Só recentemente, após ver fotos de amigos que lá haviam estado e que me diziam de que eu iria gostar, e de ter estado a investigar um pouco, em fóruns e blogues, o preconceito que eu tinha contra o Japão se começou a desvanecer. Até que este ano, um pouco cansado de destinos sempre relativamente semelhantes na Europa, à procura de algo diferente, decidi que iria ao Japão.
A época do ano não era a ideal, julho marca a transição da época das chuvas (muitas vezes torrenciais e destrutivas – aconteceu este ano em regiões que não visitei) e o tórrido e húmido verão. No entanto, já tinha a data das férias marcada, e aproveitar uma época menos favorável permite também viajar com preços mais baixos e com menos confusão.
O Japão que encontrei acabou por me surpreender muito, e pela positiva. Mais do que o país altamente urbanizado com cidades desinteressantes e barulhentas que corresponde à impressão de que a maior parte dos ocidentais tem do Japão, encontrei vários locais, mesmo no interior de grandes cidades, que se assemelham mais a paraísos tropicais, com vasta vegetação, o som dos animais e o cheiro a floresta húmida.
Peculiaridades dos japoneses
Os japoneses são muito gentis, com uma humildade e grande respeito pelos outros, por vezes até excessivo. Por exemplo, quando o revisor entra ou sai de uma carruagem do comboio faz uma prolongada vénia aos passageiros. Quando o motorista de autocarro muda, também se vira para os passageiros e cumprimenta-os com uma vénia.
Vêem-se muitos miúdos, em uniforme escolar, mesmo aos fins de semana, não só nos transportes públicos, mas também nas diversas atracções turísticas. Costumam andar em grupo de 5 ou 6, e estão quase sempre em frente ao telemóvel ou a pentear ao milímetro todos os fios de cabelo das suas franjas.
Durante os dias quentes, uma grande quantidade de japoneses anda com o seu guarda-chuva aberto a proteger-se do Sol. Parece-me que para além de evitar o calor, o ideal de beleza da mulher japonesa passa pela extrema palidez, basta ver que as gueixas se pintam todas de branco. Chega ao extremo de estarem de guarda-chuva aberto à sombra, debaixo de um telheiro.
A fila para o jardim zoológico de Ueno, com vários guarda-chuva abertos:
Muitos andam de ventoinha portátil, apetrecho que alguns turistas também adoptaram:
Os japoneses têm também uma enorme facilidade para adormecerem. Qualquer viagem de 5 minutos é suficiente para que metade dos passageiros “passe pelas brasas”. Alguns, até de pé…
Apesar de serem uma sociedade muito automatizada, a necessidade de servir bem e de forma eficaz reflecte-se na manutenção de várias profissões que no ocidente estão praticamente extintas, entre as quais, polícias sinaleiros, chefes de estação, um auxiliar de megafone na paragem de autocarros a orientar os passageiros e até um senhor que simplesmente se coloca à frente da passadeira para impedir os peões de atravessar quando passa um autocarro.
Só recentemente, após ver fotos de amigos que lá haviam estado e que me diziam de que eu iria gostar, e de ter estado a investigar um pouco, em fóruns e blogues, o preconceito que eu tinha contra o Japão se começou a desvanecer. Até que este ano, um pouco cansado de destinos sempre relativamente semelhantes na Europa, à procura de algo diferente, decidi que iria ao Japão.
A época do ano não era a ideal, julho marca a transição da época das chuvas (muitas vezes torrenciais e destrutivas – aconteceu este ano em regiões que não visitei) e o tórrido e húmido verão. No entanto, já tinha a data das férias marcada, e aproveitar uma época menos favorável permite também viajar com preços mais baixos e com menos confusão.
O Japão que encontrei acabou por me surpreender muito, e pela positiva. Mais do que o país altamente urbanizado com cidades desinteressantes e barulhentas que corresponde à impressão de que a maior parte dos ocidentais tem do Japão, encontrei vários locais, mesmo no interior de grandes cidades, que se assemelham mais a paraísos tropicais, com vasta vegetação, o som dos animais e o cheiro a floresta húmida.
Peculiaridades dos japoneses
Os japoneses são muito gentis, com uma humildade e grande respeito pelos outros, por vezes até excessivo. Por exemplo, quando o revisor entra ou sai de uma carruagem do comboio faz uma prolongada vénia aos passageiros. Quando o motorista de autocarro muda, também se vira para os passageiros e cumprimenta-os com uma vénia.
Vêem-se muitos miúdos, em uniforme escolar, mesmo aos fins de semana, não só nos transportes públicos, mas também nas diversas atracções turísticas. Costumam andar em grupo de 5 ou 6, e estão quase sempre em frente ao telemóvel ou a pentear ao milímetro todos os fios de cabelo das suas franjas.
Durante os dias quentes, uma grande quantidade de japoneses anda com o seu guarda-chuva aberto a proteger-se do Sol. Parece-me que para além de evitar o calor, o ideal de beleza da mulher japonesa passa pela extrema palidez, basta ver que as gueixas se pintam todas de branco. Chega ao extremo de estarem de guarda-chuva aberto à sombra, debaixo de um telheiro.
A fila para o jardim zoológico de Ueno, com vários guarda-chuva abertos:
Muitos andam de ventoinha portátil, apetrecho que alguns turistas também adoptaram:
Os japoneses têm também uma enorme facilidade para adormecerem. Qualquer viagem de 5 minutos é suficiente para que metade dos passageiros “passe pelas brasas”. Alguns, até de pé…
Apesar de serem uma sociedade muito automatizada, a necessidade de servir bem e de forma eficaz reflecte-se na manutenção de várias profissões que no ocidente estão praticamente extintas, entre as quais, polícias sinaleiros, chefes de estação, um auxiliar de megafone na paragem de autocarros a orientar os passageiros e até um senhor que simplesmente se coloca à frente da passadeira para impedir os peões de atravessar quando passa um autocarro.