DIA 1 - 26/05/2018
Chegado ao aeroporto, passei pela Imigração. Tendo eu estado várias vezes nos Estado Unidos, estava a contar ser bombardeado com o mesmo tipo de questões que fazem lá, mas até foi bastante pacífico. Apenas me perguntaram por onde iria viajar, onde iria ficar e pouco mais. Deram-me um papel separado, o visto de entrada, e não fizeram carimbo no passaporte. Depois de recolher a mala passei por outro checkpoint onde tive que passar o código QR desse visto. Estava finalmente em Israel!!
Decidi levantar dinheiro no multibanco para andar com algum cash. Levantei cerca de 200 Shekels.
Tinha visto na internet que no aeroporto tinha uma loja onde se podia levantar um cartão SIM com dados e algumas chamadas incluídas a partir de 30$. Infelizmente estava fechado exactamente quando cheguei por causa do dia de descanso Judeu. Quem estiver interessado o site é este:
019Mobile – Mobile and Internet packages
Fui então à zona dos Rent a Car para levantar o carro que tinha alugado. Tudo nos conformes, pagamento e disseram-me que depois o tinha de devolver noutro terminal (estava no Terminal 3 mas a devolução daquela empresa era no Terminal 1).
Segui então viagem em direcção a Eilat, com desvio em Masada.
Durante o caminho passei no meio do mítico deserto da Judeia, onde por vezes era mostrado a que nível estávamos acima do nível do mar. Só sei que fui das centenas de metros, quase 1000, até aos cerca de -400!!
Antes do desvio para a estrada que dava para Masada, vários miradouros sobre o mar morto. É pena ver-se quase sempre aquele "nevoeiro" senão a vista era brutal!
Masada, decidi ir para a entrada Este porque tinha uma espécie de teleférico que nos levava lá no topo. Na altura ia com a dúvida se ia ou não a pé, no entanto era de manhã e já fazia mais de 30 graus... O tempo não era muito por isso comprei o bilhete de ida e volta por 76 shekels. Sem o teleférico ficava por 29 shekels. Não estou arrependido porque subir Masada a pé, com aquele calor, não é para qualquer um. Lá no topo reparei que pela entrada Oeste, o caminho a pé é bem menos duro. Fica a nota.
Segui então para Eilat, Sul de Israel. Quando cheguei lá estavam perto de 40ºC e muito abafado, fazendo-me lembrar quando estive em Las Vegas. Decido almoçar por lá, e depois fui em direcção à fronteira com a Jordânia.
Praia em Eilat com Aqaba/Jordânia lá ao fundo:
Tal como mencionei, não é possível passar com o carro de Israel para a Jordânia, aliás todo o aparato montado nas fronteiras está de acordo com que não passem carros por lá (embora seja possível, têm é de levantar umas 10 barreiras). Assim, estacionei num parque de terra gratuito logo ali antes de entrar na fronteira, onde estavam mais uns 30 carros pelo menos. Um casal de argentinos tinha acabado de estacionar e mete conversa, eu disse que tinha carro alugado em Aqaba e combinamos que eles pagavam o taxi e nós dávamos-lhes boleia até Petra. Pensávamos nós que ia ser assim...
Segui a pé para a fronteira Israelita então, no primeiro controlo apenas tive de mostrar o Passaporte. Depois seguimos para uma fila onde temos de pagar a taxa de saída de Israel. São 32 Dólares Americanos ou 103,5 Shekels, eu paguei em Shekels. Perguntaram-me se queria trocar dinheiro por Dinars (JOD), a moeda da Jordânia, mas acabei por dizer que não. No entanto aconselho a levarem pelo menos alguns JOD convosco, como irei explicar mais à frente.
Depois segui para outra fila, onde tenho de mostrar o recibo de pagamento da taxa de saída, fazem-me as habituais perguntas de o que vou fazer à Jordânia, quando cheguei a Israel, quanto tempo mais vou estar, para onde vou, etc. Deram-me um papelinho que é o visto de saída. Depois de passar por uma pequena loja duty free, passo pelo último checkpoint onde tenho de passar o visto de saída com o código QR para me deixar passar! Tudo isto apenas para Israel!
Caminho então pela terra de ninguém até ao lado fronteiriço Jordão.
Primeiro precisamos de ir a um checkpoint onde mostramos o Passaporte e eles nos dão um papel que funciona como visto, o "
Visa Card for Foreigners". Preenchemos com as nossas informações que vem no passaporte. Eu preencho num papel, o meu colega de viagem noutro papel e o casal argentino coloca o nome dos dois num papel também. Pensámos que era por família, tal como acontece na maioria dos países onde já estive. O oficial coloca um carimbo e seguimos para outro checkpoint.
Neste checkpoint o oficial pega no visto, faz 2 ou 3 perguntas, nada demais, e coloca outro carimbo. No papel há depois espaço para ser colocado um carimbo em Petra e outro para quando regressarmos à fronteira. Segue-se depois para o último checkpoint onde apenas é mostrado o visto e o passaporte. E finalmente estamos na Jordânia!
A folha / visto tem o seguinte aspecto:
Fomos ter à zona onde estavam os taxis e começam os esquemas.
Pedimos um taxi para nos levar a Aqaba e o chefe dos taxistas lá da zona pediu-nos para mostrar os vistos. Informa-nos que temos de pedir um taxi por cada folha...
Nós dissemos que íamos juntos e ele disse que trabalhava para o governo e que as coisas funcionavam assim que depois tinha de justificar porque razão saíram taxis a menos que papeis, bla bla bla. Bem, o casal disse que ia para Petra e ele disse que eram 55 JOD (salvo erro) para os levar até lá. Lá seguiram para Petra. Nós ainda tentámos mostrar-lhe que era ridículo irmos em dois taxis para a mesma localização em Aqaba mas sem efeito, disse-nos que os taxistas estavam cansados por ser Ramadão para nós nos mexermos.
Bem, estávamos há 5 minutos na Jordânia, acabámos por ceder, e lá fomos em taxis separados... 15 JOD cada um, disse-nos lá o chefe.
Disse que não tinha JOD, mas ele disse que depois o taxi parava perto de uma caixa multibanco para eu levantar dinheiro. O meu colega lá seguiu de taxi, e eu atrás dele noutro taxi hehehe. O meu condutor não falava inglês, quando paramos tento-lhe dizer que preciso de levantar dinheiro e pergunto "how much?". Ele liga lá para o chefe e no final aponta-me para uma caixa multibanco e diz "TWENTY DINARS". Bem, nem reclamei, queria era ver-me livre desses tipos e a caixa multibanco se calhar não ia dar dinheiro certo. Cedi, levantei dinheiro e paguei-lhe. O meu colega teve mais sorte, foi a uma casa de câmbio e trocou os 15 JOD para lhe pagar.
Estava ao lado da Europcar, onde tinha uma reserva de um carro. Tratei dos papéis, quem me atendeu foi um rapaz novo com um look bastante mais Europeu do que do médio Oriente. A partir deste momento tinha 2 carros alugados ao mesmo tempo, um em cada país. A reserva para 2 dias ficou por cerca de 60€.
Vou depois à casa de câmbio onde o meu colega tinha trocado dinheiro para trocar Euros por JOD. Troquei 100€ por 80 JOD, tendo e conta que o câmbio real andava à volta dos 0,82, acabei por achar justo.
A primeira coisa que fiz foi dirigir-me a um posto de abastecimento. Chega o empregado, mandei encher o depósito e fiquei a olhar. A mangueira trava aos 29,90 JOD, mais coisa menos coisa, sei que não chegava aos 30 JOD. Dou sinal para parar e olho para o bolso para tirar o dinheiro. Dou-lhe uma nota de 50 JOD e nisto ele dá-me 15 JOD e fica a olhar para mim... Eu olho para o lado e vi que a bomba marcava uns cêntimos a mais de 30 JOD... hehehe O filho da mãe apertou a mangueira uma vez mais enquanto eu estava distraído a tirar o dinheiro, por isso aquilo aumentou para os 30 e tal JOD. Incrédulo ainda, fiquei de mão estendida e ele dá-me mais 1 JOD... outro 1 JOD e fica a olhar e faz-me um sinal com a cabeça. Ok digo eu, fica assim, o paguei 33 JOD ao tudo e o homem teve 2 JOD e pouco de gorjeta. Se fosse hoje não facilitava tanto mas lá está, estava nem há 1 hora na Jordânia e com aquele respeito de iniciante por terras do médio oriente. Tenho viajado por países onde nunca espero esse tipo de atitude por isso esta nova forma de ser abordado era nova para mim.
Lá segui viagem até Wadi Musa, onde ia passar 2 noites. As estradas são relativamente médio/boas e via-se imensos camiões, muitos camiões mesmo! Já tinha tido uma ligeira experiência de como é conduzir por Israel mas na Jordânia era ainda pior!
Era preciso muito cuidado com os camionistas, dirigiam por qualquer faixa e subitamente mudavam de faixa, tínhamos de estar muito atentos. Passei também por 2 checkpoints na via rápida que seguia até Wadi Musa mas não me mandaram parar. Também cheguei a ver animais (cabras pelo menos) no meio da via rápida...
Bem, já tinha chegado à conclusão que era preciso atenção redobrada para conduzir na Jordânia.
Chega-se a um ponto onde se tem que virar à esquerda, para uma estrada que vai pelas montanhas, no meio do deserto, até Wadi Musa. Pelo meio parei 2 vezes para tirar fotos e apreciar o local. Estava frio e algum vento mas era normal porque estava a 1000 e tal metros acima do nível do mar. Numa dessas paragens vi uma imagem duma virgem, achei curioso:
Cheguei então a Wadi Musa, ia ficar no Petra Sella Hotel. Ficou por 153 Euros por 2 noites com pequeno almoço incluído.
Após um check-in, onde fui atendido por um senhor de meia idade, fui dar uma volta a pé por Wadi Musa e aproveitei para passar numa mercearia para comprar água para o dia seguinte.
Ao voltar ao hotel vejo o homem que me atendeu no check-in bastante zangado com alguém que tinha estacionado o carro em frente ao hotel, chegando mesmo a dar alguns socos!
Bem, mas que "animação"! Decido não entrar já no hotel, ver o por do sol lá perto até que isso tudo acalmasse. Depois entrei no hotel de novo e disse ao homem que queria jantar lá. Ficou por quase 20 JOD, não foi propriamente barato mas era "buffet". Sou muito esquisito com a comida por isso é sempre uma das minhas maiores dores de cabeça quando vou para fora. Ainda por cima era comida árabe.
Ah, entretanto vejo o empregado do hotel a entrar com a pessoa que ainda há pouco tempo estava a levar porrada dele. Disse-lhe que podia sentar em X mesa e comer o que quisesse. E que "se precisasse de alguma coisa, qualquer coisa, para falar com ele"! Bem, quem diria que até há poucos minutos atrás estava a levar um enxerto de porrada! Não percebi a razão do desentendimento, apesar do gajo que levou porrada ter um aspecto daquelas zonas ele disse ser Americano e que vivia em Los Angeles. O empregado do hotel aconselhou-o a passar lá a noite porque era perigoso ir de noite para Amman, capital da Jordânia. Segundo o empregado do hotel, ia apanhar muitos camiões e os seus condutores conduzem como malucos! (fossem só os dos camiões hehehe)
Que animação para primeiro dia!