Antonia.M.S.
Membro Conhecido
A riqueza etnográfica e o colorido que caracterizam a Romaria da Sra. d’ Agonia, em Viana do Castelo, a rainha de todas as romarias em Portugal, de há muito que me fascinavam. Muito embora já tivesse visitado por diversas esta maravilhosa cidade, acalentava o sonho que um dia, por altura da romaria, “Havia de ir a Viana”.
Não imaginava, porém, a dimensão, a intensidade, a contagiosa alegria daquela gloriosa festa, que finalmente este ano tive oportunidade de vivenciar.
O Santuário da Senhora d'Agonia
Pouco depois, em 1783, Sagrada Congregação dos Ritos permitiu que fosse celebrada na capela, agora conhecida como Capela de Nossa Senhora da Agonia, uma Missa Solene, todos os anos no dia 20 de agosto, data escolhida como feriado municipal em Viana do Castelo e que permanece até hoje.
Em 1861 a Festa Solene é ultrapassada pela Romaria d'Agonia, e esta última assume tal importância, torna-se tão grandiosa, que acaba por extravasar, ainda que a absorva, a festa religiosa. Torna-se um arraial repleto de cantares ao som de violas, de danças, um arraial extravagante. Em 1862, a romaria assumiu tanta popularidade que se calculava que só o fogo de artifício era já contemplado por mais de cinquenta mil pessoas. Mais tarde, foi anexado ao programa a tourada, que trouxe grandes controvérsias nos dias de hoje.
Em 1906, nesta romaria nasce a Festa do Traje e, dois anos depois, em 1908, dá-se a primeira Parada Agrícola hoje, o tão famoso cortejo etnográfico. Por essa altura a romaria deixou de estar limitada ao Campo da Agonia e invadiu toda a cidade de Viana do Castelo.
São também chamadas as Festas de Agosto, e são as maiores festas da província do Minho, talvez até de todo o país. Atualmente decorrem na semana em torno do dia 20 de agosto. Incluem diversos desfiles com cabeçudos, gigantones, zés-pereiras (grupos de bombos), carros alegóricos, uma grande variedade de trajes regionais de onde se destacam sempre as peças em ouro que as mulheres carregam, fogo de artifício e uma procissão. A tourada, que fazia parte desta romaria desde 1871, já não se encontra nos cartazes das festas pois Viana do Castelo, é, desde 2009, uma cidade anti-touradas.
A Romaria d'Agonia recebeu em 2013 a Declaração de Interesse Público para o Turismo.
Aproveitando a ponte do feriado de 15 de agosto, este ano decidimos subir até ao Minho, a Viana do Castelo, onde entre 16 e 20 de agosto decorriam as Festas da Senhora d'Agonia.
Vários cortejos, onde se desfilam os mais belos trajes tradicionais do Minho, muita alegria, cor e muita música, animam estas festas, tornando-a única. Os mais importantes são o Desfile da Mordomia, composto, este ano, por mais de 600 mulheres de 7 nacionalidades diferentes, e o Cortejo Histórico e Etnográfico, que contou nesta edição com mais de três mil figurantes, 144 quadros, 30 carros alegóricos e percorreu 2.300 metros pelas principais artérias da capital do Alto Minho.
Revelando-se muito difícil conseguir alojamento na cidade a preços simpáticos ficámos alojados nas redondezas, mais propriamente em Guimarães e em Vila de Prado.
O sábado, dia do Cortejo Histórico e Etnográfico, pareceu-nos o melhor dia para aproveitarmos a festa.
Chegámos depois de almoço e deixámos o carro estacionado na Avenida do Cabedelo, do outro lado da Ponte Eiffel, porque o trânsito na ponte já encontrava vedado. Fizemos a travessia a pé num percurso fácil e com uma paisagem magnífica. Lá do alto, o Santuário de Santa Luzia velava pela cidade.
Ao longo das ruas já se encontravam muitos milhares de pessoas dispostas a não arredar pé durante cerca de três horas. Não foi tarefa fácil encontrar um cantinho com boa visibilidade para também nos instalarmos mas lá conseguimos. Que comece a festa.
Não imaginava, porém, a dimensão, a intensidade, a contagiosa alegria daquela gloriosa festa, que finalmente este ano tive oportunidade de vivenciar.
A Romaria da Senhora d'Agonia
O culto e a devoção à Senhora da Agonia remonta a 1674, ano em que a sua imagem entrou na Capela do Bom Jesus do Santo Sepulcro do Calvário. Contudo, a romaria anual, que nasce da devoção dos homens do mar vindos da Galiza e de todo o litoral português, e inclui celebrações religiosas e pagãs, só teria o seu inicio cerca de 100 anos depois, em 1772.
O Santuário da Senhora d'Agonia
Pouco depois, em 1783, Sagrada Congregação dos Ritos permitiu que fosse celebrada na capela, agora conhecida como Capela de Nossa Senhora da Agonia, uma Missa Solene, todos os anos no dia 20 de agosto, data escolhida como feriado municipal em Viana do Castelo e que permanece até hoje.
Em 1861 a Festa Solene é ultrapassada pela Romaria d'Agonia, e esta última assume tal importância, torna-se tão grandiosa, que acaba por extravasar, ainda que a absorva, a festa religiosa. Torna-se um arraial repleto de cantares ao som de violas, de danças, um arraial extravagante. Em 1862, a romaria assumiu tanta popularidade que se calculava que só o fogo de artifício era já contemplado por mais de cinquenta mil pessoas. Mais tarde, foi anexado ao programa a tourada, que trouxe grandes controvérsias nos dias de hoje.
Em 1906, nesta romaria nasce a Festa do Traje e, dois anos depois, em 1908, dá-se a primeira Parada Agrícola hoje, o tão famoso cortejo etnográfico. Por essa altura a romaria deixou de estar limitada ao Campo da Agonia e invadiu toda a cidade de Viana do Castelo.
São também chamadas as Festas de Agosto, e são as maiores festas da província do Minho, talvez até de todo o país. Atualmente decorrem na semana em torno do dia 20 de agosto. Incluem diversos desfiles com cabeçudos, gigantones, zés-pereiras (grupos de bombos), carros alegóricos, uma grande variedade de trajes regionais de onde se destacam sempre as peças em ouro que as mulheres carregam, fogo de artifício e uma procissão. A tourada, que fazia parte desta romaria desde 1871, já não se encontra nos cartazes das festas pois Viana do Castelo, é, desde 2009, uma cidade anti-touradas.
A Romaria d'Agonia recebeu em 2013 a Declaração de Interesse Público para o Turismo.
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Aproveitando a ponte do feriado de 15 de agosto, este ano decidimos subir até ao Minho, a Viana do Castelo, onde entre 16 e 20 de agosto decorriam as Festas da Senhora d'Agonia.
Vários cortejos, onde se desfilam os mais belos trajes tradicionais do Minho, muita alegria, cor e muita música, animam estas festas, tornando-a única. Os mais importantes são o Desfile da Mordomia, composto, este ano, por mais de 600 mulheres de 7 nacionalidades diferentes, e o Cortejo Histórico e Etnográfico, que contou nesta edição com mais de três mil figurantes, 144 quadros, 30 carros alegóricos e percorreu 2.300 metros pelas principais artérias da capital do Alto Minho.
Revelando-se muito difícil conseguir alojamento na cidade a preços simpáticos ficámos alojados nas redondezas, mais propriamente em Guimarães e em Vila de Prado.
O sábado, dia do Cortejo Histórico e Etnográfico, pareceu-nos o melhor dia para aproveitarmos a festa.
Chegámos depois de almoço e deixámos o carro estacionado na Avenida do Cabedelo, do outro lado da Ponte Eiffel, porque o trânsito na ponte já encontrava vedado. Fizemos a travessia a pé num percurso fácil e com uma paisagem magnífica. Lá do alto, o Santuário de Santa Luzia velava pela cidade.
Ao longo das ruas já se encontravam muitos milhares de pessoas dispostas a não arredar pé durante cerca de três horas. Não foi tarefa fácil encontrar um cantinho com boa visibilidade para também nos instalarmos mas lá conseguimos. Que comece a festa.
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