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LAGOS PLITVICE – Terra de ELFOS
“Tão belos são os Lagos Plitvice que não
existe nem lápis nem pincel que os possa igualar “
I.Trnski
Bastaria esta frase para resumir todo um report sobre este lugar soberbo onde a Natureza explode, onde as águas correm em forma de cascatas e onde o verde da floresta envolve carinhosamente os lagos onde o azul das águas se confunde com o céu.
A expectativa com esta visita era enorme pois os relatos, as fotos e a recolha de informação que tínhamos feito via internet deixavam antever um lugar mágico e de beleza rara.
E foi eufóricos e nervosos que nesse dia de manhã despertámos. Os quilómetros que separavam Zagreb de Plitvice pareciam nunca terminar pois embora muito madrugada, o trânsito em direcção ás praias do Sul ( Split e Dubrovnik ) era grande e intenso.
A chuva tinha terminado de fazer a sua aparição fazendo o nosso entusiasmo descer abruptamente. Afinal o momento e a visita tão esperada corriam o risco de perderem parte do seu fascínio causada pela chuva intensa.
Os Lagos ou o Parque Natural dos Lagos Plitvice ficam relativamente distantes da principal auto estrada que atravessa a Croácia de norte a sul. Após a saída são cerca de 80 km que nos separam dos Lagos.
Este troço de estrada não é fácil de percorrer pois atravessa diversas localidades e zonas habitacionais bastante densas.
Uma dessas cidades é KARLOVAC onde estão muito visíveis e muito marcadas as consequências de uma guerra ainda recente. Muitos são os edifícios que ostentam quase que orgulhosamente a marca de balas e obuses de uma guerra duradoura.
A estrada que nos leva até Plitvice serpenteia através de pequenos montes e colinas cobertas de um manto verde onde as pequenas casas se confundem e se disfarçam na paisagem envolvente.
Com a aproximação dos Lagos , a chuva foi aos poucos desaparecendo , mas deixando umas nuvens negras e ameaçadoras do que estaria para vir.
Como a escassez de hotéis por aquela zona é bastante grande e porque a oferta se torna exageradamente cara , foi com alguma perspicácia e sentido de oportunidade que muito habitantes locais descobriram uma fantástica fonte de rendimentos ao alugar quartos das suas próprias casas a turistas menos ricos e que não estão dispostos a pagar alojamento nos dois hotéis que se encontram dentro do Parque.
Assim uma das indicações que se tem da chegada aos parques é a quantidade impressionante de anúncios de alugueres de quartos que existem junto á estrada .
A todas e quase sem excepções chamam “ House “ . A nossa era a “ HOUSE TINA “ situada numa pequena localidade , no meio do campo e a uns escassos 4 quilómetros da entrada do Parque.
O Parque é formado por 16 Lagos interligados entre si formados através de pequenos rios superficiais e subterrâneos.
As cores variam entre o azul ao cinza e entre o cinza ao verde . Devido á quantidade de minerais ou de organismos presentes nestas águas , as cores mudam e transformam por completo a paisagem.
Existem diversos trilhos designados por letras e que determinam o tipo de percurso a percorrer . Para visitar com segurança basta escolher o trilho em função do tempo disponível e seguir as indicações que existem ao longo do caminho. Passear por ali é fácil , seguro além de se tornar um revigorante exercício físico.
Logo após a entrada e como cartão de apresentação avista-se a Grande Cascata , impressiona pela altura , pela dimensão e pela quantidade de água que corre pelas suas paredes.
O barulho é ensurdecedor e junto ao lago de recepção desta cascata muitos são os casais e namorados que se submetem a uma molha quase certa mas que aproveitam para tirar uma fotografia para a posteridade.
O azul único e fascinante dos seus lagos inferiores contrasta com o verde das encostas agrestes e rochosas que os circundam. Podem ser vistos através dos trilhos superiores que acompanhando os abruptos declives dos montes nos guiam através de caminhos tranquilos rodeados de vegetação luxuriante até ao Grande Lago.
Caminhar por estas florestas de verde intenso é um exercício que cansa as pernas, enche o peito de ar puro e maravilha os olhos.
Seguindo o trilho que previamente tínhamos escolhido e após muito sobe e desce , deparámo-nos com o Grande Lago. È nesta confluência de trilhos que muitos dos caminhantes tomam a decisão de cortar caminho e apanhar o barco para a margem mais longínqua . Embora tivéssemos planeado rodear o Lago caminhando desistimos da ideia pois o tempo continuava ameaçador.
Assim entrámos no barco eléctrico e em menos de 15 m estávamos perto dos Lagos Superiores onde a Natureza se mantinha fascinante e bela.
Nos Lagos Superiores a paisagem muda radicalmente. Deixamos de ter zonas de terra para passar a ter caminhos elevados sobre alguns dos Lagos . Fácilmente se constata a existência de diversas zonas pantanosas que emboar cobertas por uma fina película de água , tornam muito dificil a caminhada.
Pontes intermináveis de madeira , suportadas por estacas conduzem-nos através do Lagos Superiores. Caminhar por aqui não é tarefa fácil principalmente depois de uma chuva intensa que torna a sua superfície muito escorregadia devido ao tipo de madeira utilizada. Escorregar é fácil ..!!
Afinal ninguém se importa muito pois uma pequena queda dará direito a uma banho único nas águas cristalinas e quentes dos Lagos. Afinal se não é permitido tomar banho , que o seja á força. não foi o nosso caso.
E é através destas pontes que aos poucos vamos descobrindo a beleza de pequenos lagos de um azul brilhante e único .
A cada olhar , a cada volta , por detrás de qualquer árvore de maior porte , encontramos um lago pequeno , sedutor e brilhante .
A cada toque na água sentimos o veludo , o cheiro e a pureza de uma Natureza vibrante.
As cascatas aqui são substituídas por pequenos riachos que vencem o caminho através de pequenas rochas já desgastadas pelo tempo e que se protegem da acção de desgaste das águas através da cobertura de musgo verde e espesso.
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