PatriciAbrantes
Membro Conhecido
Esta viagem, toda já paga, esteve para ser cancelada pela passagem de dois tufões seguidinhos. Mas após duas semanas a ver forecasts a cada 4 horas e dadas as previsões, decidimos tentar a nossa sorte, mas sem grandes expectativas. Resumo: uma semana fantástica com bom tempo e um terceiro tufão que entrou no dia seguinte à nossa partida. Que gigante prenda de Natal para nós. Que gigante martírio para os Filipinos, que não viam tufões em Dezembro creio que desde 2011.
Vamos ao report .
El Nido (penso que Filipinas no geral): Lugar onde a natureza se impõe ao homem, moldando-o, obrigando-o a estar em constante adaptação .Terra onde, pela sua força, a natureza se mantém imponente e luxuriante. Onde a alma do visitante que aluga uma scooter para calcorrear a pontinha deste maravilhoso pedaço de terra e mar paradisíacos se torna imediatamente livre e plena. Trazendo-nos para casa cheios, leves e felizes.
Foram apenas uma dezena de dias. Aproveitamos a janela do Natal à passagem de ano e fomos experienciar esta época noutro clima, um clima nas antípodas do nosso .
Saímos daqui a 23.
24 de manhã estávamos em Manila. Muitos impactos sensoriais e emocionais se experimentaram em poucas horas. A maravilha do calor e humidade face ao frio deixado há pouco mais de 24 horas por um lado. Por outro, véspera de Natal e as ruas pontilhadas por pobreza que fere o coração. Crianças e Crianças jogadas nas bermas do alcatrão quente ou ao abrigo da sombra debaixo das pontes. E pesos que saiam dos nossos bolsos e as despertavam para lhes roubar um sorriso sincero mas que transparecia uma enorme apatia e infelicidade. Fantasmas com corpo. Preferimos não fotografar apesar da disponibilidade e simpatia destes meninos e meninas. Quisemos deixar-lhes a ideia de que dinheiro de turistas não é para comprar cartões postais de miséria. Deixar-lhes dignidade.
Aquilo que estava no plano era ir a intramuros nessa tarde. Típico roteiro de turista. Mas rapidamente os planos se transformaram pelo que atrás descrevi e acabamos sentados em diversos degraus nas ruas pelas redondezas do hotel a tentar perceber a "real life" das pessoas.
Intramuros fica para a próxima ( sim, porque Filipinas é para voltar ).
Mas não só de tristeza e pobreza se escrevem as linhas deste dia. Com esta realidade coabitam ruas cheias de vida com trabalhadores, uns árduos outros nem tanto. Coabitam pessoas alegres nos preparativos natalícios. Coabitamos nós fascinados com uma espécie de Habana Asiática cheia de meios de transportes absolutamente únicos e originais. Coabita o singular e apaixonante sentimento de estar na Ásia.
Acerca das pessoas nesta altura ainda estávamos confusos. Não pareciam muito simpáticas. Pareciam ser filhas da sua terra, uma terra acidentada, escarpada, apaixonante, vibrante, sujeita a imensas intempéries. Uma terra deslumbrante, mas que exige resiliência para quem dela tem de viver.
Volvidas umas horas, hora era de ir para a nossa Ceia Natalícia. E nada como ir onde os Filipinos vão. Táxi rumo ao seamarket. Escolher o jantar num mercado alvoroçado, sem turistas e a transbordar de marisco. Compras feitas era altura agora de escolher um dos muitos restaurantes que confeccionam aquilo que compramos e ....voilà, saiu para a mesa um caril de caranguejo, uma travessa de camarão grelhado umas lulas panadas fritas e umas cervejas locais.
Chegados de novo ao hotel a rua era festa em cada quarteirão. Colunas debitavam música e garrafas eram esvaziadas ao ritmo desta.
No geral os Filipinos adoram o Natal. Começam em Setembro a celebração do mesmo. A grande maioria celebra a noite de natal em casa, muito à semelhança da realidade Portuguesa, com a diferença que o dia 25 é reservado para passear com as crianças. Temos a aprender com isto. Outros no entanto celebram o Natal em jeito de passagem de ano, o que nos logrou umas belas gargalhadas.
Dia 25, acordámos relaxadamente para o pequeno almoço e de seguida rumámos ao aeroporto para voar, pelas 11:00 a.m, para El Nido.
A chegada a El Nido é um verdadeiro espectáculo da natureza visto do ar. Dezenas e dezenas de ilhas orladas por azuis e verdes esmeraldas quase florescentes. Aterrar em El Nido é estar imediatamente rodeado de uma paisagem dramática de montanhas pontiagudas pintadas de um verde que parece saído do Photoshop.
Chegados ao Aeroporto, dirigimo-nos ao exterior para contratar um "triciclo" que nos levasse até ao centro de El Nido (250 pesos para turistas /50 para locais) e lá estaria um mais pequeno que nos levaria entre ruelas, areais, rochas, caminhos de terra batida até ao hotel. O "até" está com aspas, pois o acesso ao hotel na parte final é a pé (cerca de 5 minutos sem malas, uma eternidade sofrida de 10 minutos com as malas às costas). Mas depois de ver as praias de El Nido town, valeu cada segundo de esforço. Estávamos num pedaço abençoado daquele lugar estranho.
Muitos foram os dias ao longo de vários anos que li e vi coisas sobre El Nido e tudo o descrevia como o verdadeiro paraíso na terra. Pessoas com uma bagagem de viagens absolutamente invejável adjectivavam El Nido como algo inigualável .
Confesso que quando chegamos a decepção assolou-nos. Onde estava aquele maravilhoso paraíso?
Foram precisas umas horas de descompressão, umas cervejas, umas conversas e traçar um plano para o dia seguinte e a beleza do lugar começou a desabrochar. O delicioso pôr-do-sol sobre montanhas com formas dramáticas foi maravilhoso. Depois de um choque inicial, esta tarde acabou já com muita expectativa é entusiasmo.
No dia seguinte saímos para as típicas tours. A escolhida foi a A. Os lugares a que se chega e por onde se passa são de facto divinais. Experimentamos água de uma cor que nunca havíamos visto.
As tours são de facto a melhor forma de chegar a estes lugares a um preço comportável . No entanto, o amontoado de barcos, de coletes laranjas, de coral devastado, o estar nos lugares com tempo contado, passando às vezes uma hora num lugar que não nos enche as medidas e logo depois apenas 20 minutos em lugares em que dá vontade de passar todo um dia, retira a vontade de fazer mais tours.
(as private tours são caríssimas e por vezes, porque as marés são cruciais para conseguir ir ou não a determinados lugares, o que leva a que toda a gente, sejam grandes grupos, sejam private tous , tenha de ir aos mesmos lugares à mesma hora).
Vamos ao report .
El Nido (penso que Filipinas no geral): Lugar onde a natureza se impõe ao homem, moldando-o, obrigando-o a estar em constante adaptação .Terra onde, pela sua força, a natureza se mantém imponente e luxuriante. Onde a alma do visitante que aluga uma scooter para calcorrear a pontinha deste maravilhoso pedaço de terra e mar paradisíacos se torna imediatamente livre e plena. Trazendo-nos para casa cheios, leves e felizes.
Foram apenas uma dezena de dias. Aproveitamos a janela do Natal à passagem de ano e fomos experienciar esta época noutro clima, um clima nas antípodas do nosso .
Saímos daqui a 23.
24 de manhã estávamos em Manila. Muitos impactos sensoriais e emocionais se experimentaram em poucas horas. A maravilha do calor e humidade face ao frio deixado há pouco mais de 24 horas por um lado. Por outro, véspera de Natal e as ruas pontilhadas por pobreza que fere o coração. Crianças e Crianças jogadas nas bermas do alcatrão quente ou ao abrigo da sombra debaixo das pontes. E pesos que saiam dos nossos bolsos e as despertavam para lhes roubar um sorriso sincero mas que transparecia uma enorme apatia e infelicidade. Fantasmas com corpo. Preferimos não fotografar apesar da disponibilidade e simpatia destes meninos e meninas. Quisemos deixar-lhes a ideia de que dinheiro de turistas não é para comprar cartões postais de miséria. Deixar-lhes dignidade.
Aquilo que estava no plano era ir a intramuros nessa tarde. Típico roteiro de turista. Mas rapidamente os planos se transformaram pelo que atrás descrevi e acabamos sentados em diversos degraus nas ruas pelas redondezas do hotel a tentar perceber a "real life" das pessoas.
Intramuros fica para a próxima ( sim, porque Filipinas é para voltar ).
Mas não só de tristeza e pobreza se escrevem as linhas deste dia. Com esta realidade coabitam ruas cheias de vida com trabalhadores, uns árduos outros nem tanto. Coabitam pessoas alegres nos preparativos natalícios. Coabitamos nós fascinados com uma espécie de Habana Asiática cheia de meios de transportes absolutamente únicos e originais. Coabita o singular e apaixonante sentimento de estar na Ásia.
Acerca das pessoas nesta altura ainda estávamos confusos. Não pareciam muito simpáticas. Pareciam ser filhas da sua terra, uma terra acidentada, escarpada, apaixonante, vibrante, sujeita a imensas intempéries. Uma terra deslumbrante, mas que exige resiliência para quem dela tem de viver.
Volvidas umas horas, hora era de ir para a nossa Ceia Natalícia. E nada como ir onde os Filipinos vão. Táxi rumo ao seamarket. Escolher o jantar num mercado alvoroçado, sem turistas e a transbordar de marisco. Compras feitas era altura agora de escolher um dos muitos restaurantes que confeccionam aquilo que compramos e ....voilà, saiu para a mesa um caril de caranguejo, uma travessa de camarão grelhado umas lulas panadas fritas e umas cervejas locais.
Chegados de novo ao hotel a rua era festa em cada quarteirão. Colunas debitavam música e garrafas eram esvaziadas ao ritmo desta.
No geral os Filipinos adoram o Natal. Começam em Setembro a celebração do mesmo. A grande maioria celebra a noite de natal em casa, muito à semelhança da realidade Portuguesa, com a diferença que o dia 25 é reservado para passear com as crianças. Temos a aprender com isto. Outros no entanto celebram o Natal em jeito de passagem de ano, o que nos logrou umas belas gargalhadas.
Dia 25, acordámos relaxadamente para o pequeno almoço e de seguida rumámos ao aeroporto para voar, pelas 11:00 a.m, para El Nido.
A chegada a El Nido é um verdadeiro espectáculo da natureza visto do ar. Dezenas e dezenas de ilhas orladas por azuis e verdes esmeraldas quase florescentes. Aterrar em El Nido é estar imediatamente rodeado de uma paisagem dramática de montanhas pontiagudas pintadas de um verde que parece saído do Photoshop.
Chegados ao Aeroporto, dirigimo-nos ao exterior para contratar um "triciclo" que nos levasse até ao centro de El Nido (250 pesos para turistas /50 para locais) e lá estaria um mais pequeno que nos levaria entre ruelas, areais, rochas, caminhos de terra batida até ao hotel. O "até" está com aspas, pois o acesso ao hotel na parte final é a pé (cerca de 5 minutos sem malas, uma eternidade sofrida de 10 minutos com as malas às costas). Mas depois de ver as praias de El Nido town, valeu cada segundo de esforço. Estávamos num pedaço abençoado daquele lugar estranho.
Muitos foram os dias ao longo de vários anos que li e vi coisas sobre El Nido e tudo o descrevia como o verdadeiro paraíso na terra. Pessoas com uma bagagem de viagens absolutamente invejável adjectivavam El Nido como algo inigualável .
Confesso que quando chegamos a decepção assolou-nos. Onde estava aquele maravilhoso paraíso?
Foram precisas umas horas de descompressão, umas cervejas, umas conversas e traçar um plano para o dia seguinte e a beleza do lugar começou a desabrochar. O delicioso pôr-do-sol sobre montanhas com formas dramáticas foi maravilhoso. Depois de um choque inicial, esta tarde acabou já com muita expectativa é entusiasmo.
No dia seguinte saímos para as típicas tours. A escolhida foi a A. Os lugares a que se chega e por onde se passa são de facto divinais. Experimentamos água de uma cor que nunca havíamos visto.
As tours são de facto a melhor forma de chegar a estes lugares a um preço comportável . No entanto, o amontoado de barcos, de coletes laranjas, de coral devastado, o estar nos lugares com tempo contado, passando às vezes uma hora num lugar que não nos enche as medidas e logo depois apenas 20 minutos em lugares em que dá vontade de passar todo um dia, retira a vontade de fazer mais tours.
(as private tours são caríssimas e por vezes, porque as marés são cruciais para conseguir ir ou não a determinados lugares, o que leva a que toda a gente, sejam grandes grupos, sejam private tous , tenha de ir aos mesmos lugares à mesma hora).
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