Cristina Sousa
Membro Conhecido
As terras de Montemor, dada a sua localização geográfica, foram sendo ao longo dos tempos objecto de disputa entre cristãos e muçulmanos.
Em 991 Al-Mansur conquistou Montemor-o-Velho, e terá sido depois desta data que se levantou uma fortificação islâmica, com mesquita.
Desta construção nada resta e o castelo que hoje existe é obra dos tempos medievais.
Altaneiro, do castelo avistam-se os belos campos de arroz do Mondego.
Em 1064, com a conquista de Coimbra, Montemor-o-Velho passou em definitivo para as mãos dos cristãos, e julga-se que terá sido Afonso VI de Castela que reedificou a estrutura defensiva.
Com Afonso Henriques e Sancho I a estrutura da fortaleza foi reforçada, uma vez que Montemor manteve a sua importância geo-estratégica depois da independência.
O castelo de Montemor-o-Velho foi também palco de uma das mais trágicas histórias da história. Foi aqui que, nos primeiros dias de 1355, o rei Afonso IV se reuniu com os seus conselheiros para debaterem o perigo que constituía para a política portuguesa a união do infante D. Pedro com Inês de Castro. Filha de um dos mais poderosos nobres de Castela, Inês vivia maritalmente com o herdeiro do trono desde a morte da mulher deste, em 1345.
Afonso IV deixou-se convencer de que o amor de Pedro e Inês era um assunto de estado, e que a Castro constituía um perigo para a independência nacional… Foi assim, aqui, ditada a sorte de Inês que, poucos dias depois e a mando do rei, era assassinada no Paço de Santa Clara, em Coimbra.
O paço do castelo foi remodelado por ordem das Infantas Teresa e Mafalda, que o transformaram num típico paço senhorial.
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