JJPPMM
Membro Conhecido
AUSCHWITZ -BIRKENAU
To remember
To remember
" THOSE WHO DO NOT REMEMBER THE PAST ARE CONDEMNED TO REPEAT IT "
George Santayana
Este não é simples reporte de uma viagem. Pode conter expressões , fotos e palavras que possam ferir pessoas mais sensíveis.
Se for o seu caso ,por favor não prossiga. Obrigado
Foi neste frio Inverno de 2017 que decidimos visitar Cracóvia, tendo como interesse principal a visita ao Campo de Concentração de Auschwitz - Birkenau.
Não foi a nossa primeira visita a um Campo, já tinhamos visitado DACHAU perto de Munique e Sachsenhausen perto de Berlim, sendo que estes dois foram Campos de Concentração e não Campos de Exterminio em massa como é o caso de Auschwitz - Birkenau.
Não deixei passar muito tempo entre a visita e a escrita deste report, pois acreditem que as emoções e sensações ainda estão demasiado frescas e vivas na minha memória.
COMO CHEGAR : Existem 3 possibilidades :
. De comboio desde Cracovia estação Central até á Estação de Oswiecim. Demora cerca de 2.20 hrs a viagem
. De Camioneta a partir da Estação Central de Camionagem. Barato. Demora cercade 1.40 hrs
. Com os Tours que são organizados por diversas companhias em Cracóvia. Mais caro ( bastante ) mas o mais cómodo.
COMO VISITAR :
A visita após as 10.00 hrs da manha é obrigatória que seja com um guia. Se optarem por fazer a viagem individualmente serão íncluidos á chegada num grupo de visitantes ao qual será atribuido um guia.
MAIS INFORMAÇÃO :
A entrada e saída do Campo era controlada na perfeição. A todo o momento os oficiais de serviço sabiam quem tinha saído e quem tinha entrado no Campo.
A entrada de viaturas era rigorosamente controlada para evitar a fuga de um ou mais prisioneiros. Mesmo a entrega de comida era controlada através da inserção nas sacas e nas barricas de espadas para garantir que o que lá dentro de encontrava era o que estava indicado nas guias de controlo e não qualquer outro tipo de artefactos que permitissem a posterior fuga de prisioneiros.
A casa dos oficiais das SS e do director do Campo encontrava-se situada numa posição estratégica, mesmo junto ao portão principal .
A torre de vigia que possuia permitia aos oficiais uma visão global das 2 ruas principais do campo, mas também do controlo de entradas e saídas .
No Inverno tinha a vantagem de estar protegida do frio intenso que se fazia sentir e assim permitir a presença constante de um oficial.
Já dentro do perímetro do campo, o primeiro edificio que se destaca pela quantidade de chaminés é a cozinha do Campo.
O primeiro pensamento vai para a possibilidade de ser a zona dos crematórios, mas não, trata-se da cozinha onde eram confecionadas as refeições para os soldados e oficiais do exercito alemão.
Os prisioneiros tinham direito a uma ração diária à base de pão e água e uma vez por mês, em filas intermináveis, tinham direito a menos de 1 kg de carne em salmoura .
A comida neste refeitório era preparada por mulheres prisioneiras que eram obrigadas a provar a comida que preparavam para garantir que não adicionavam nada que pudesse colocar em perigo os soldados alemães.
Um pouco mais à frente do lado esquerdo temos o primeiro contacto com os edificios que albergavam os presos.
Neste caso o bloco nr. 24 que não tem nenhuma exposição ou informação no seu interior.
Era um dos blocos mistos utilizados pelo exercito alemão para escritórios, arquivos e em alguns momentos para dispensa do refeitório.
Como todos os blocos são austeros e fabricados em tijolo (ladrilho) com a indicação do numero do bloco e uma lanterna com a mesma informação que permitia distingui-los durante a noite.
E foi assim que nos dirigimos calmamente para o interior do Campo para cumprir um roteiro que está previamente estabelecido pois todos os grupos percorrem de uma forma espaçada o mesmo caminho.
Uma das características que se destacam nos primeiros metros percorridos é o SILÊNCIO quase absoluto que se vive no Campo.
Ouvem-se os passos de cada participante, as pessoas falam muito baixinho, ao longe consegue-se ouvir o guia a falar nos auscultadores do colega do lado.
A necessidade de ouvir é bastante maior que a necessidade de falar.
E foi neste silêncio que percorremos algumas ruas desertas imaginando ao mesmo tempo como seria as caminhadas dos prisioneiros judeus em Invernos similares a este que estamos que nos dirigimos ao Bloco nr 4 , primeiro bloco de visita do Campo e que está subordinado ao tema "EXTERMINIO".
A exposição está em 4 salas do R/C e em 2 salas do primeiro andar, sendo que em uma delas existe a proibição de fotografar.
Existe muita informação em imagens sobre as diversas cidades europeias de onde eram provenientes os primeiros prisioneiros do Campo.
[/LEFT]
Fotografias raras de arquivos feitas pelos oficiais da SS no campo de Birkenau na Primavera de 1944 .
Durante este período os alemães deportaram para Auschwitz cerca de 430.000 judeus hungaros .
Nas fotos é possivel ver a chegada do transporte , a separação de familias e a formação de colunas para a selecção dos recém chegados feitas por oficiais das SS.
Esta é talvez uma das imagens mais fortes que se podem encontrar nas 4 salas do R/C .
Trata-se de uma urna com as cinzas dos prisioneiros . As cinzas foram recolhidas após o final da guerra nas proximidades dos crematórios de Birkenau.
Estima-se que mais de 90% das cinzas foram pulverizadas ou usadas como fertilizante em muitas plantações.
Mas é no primeiro andar do Bloco nr. 4 que estão talvez as imagens mais chocantes deste memorial.
As imagens acima mostram uma maquete de como funcionavam as câmaras de gás e o crematório.
Os membros das SS mantinham os prisioneiros judeus sem saberem o que lhes ia acontecer. Muitas vezes diziam que iam para o Campo mas que para isso seria necessário passarem pela desinfecção e tomarem um banho.
Os prisioneiros escolhidos para as câmaras de gás, homens, mulheres e crianças tinham de se despir antes de entrar na mesma. Estas acomodações estavam equipadas com chuveiros falsos e nos vestiários existiam bancos e cabides numerados com o objectivo de induzir os prisioneiros na convicção de que "após o banho" recolheriam as suas roupas e iriam para os barracões de alojamento.
Soldados das SS usando mascaras de gás abriam as latas de Ziklon B e despejavam os grãos saturados de cianeto de hidrogénio dentro da câmara de gás onde sob a influência da temperatura ocorria a libertação do gás causando o sufoco dos prisioneiros. A morte chegava entre 3 e 20 minutos .
No primeiro andar do bloco 4 encontra-se guardado numa vitrine uma quantidade enorme de latas vazias que continham Ziklon B.
A sala 5 situada no primeiro andar deste bloco é possivel ver uma das mais chocantes provas deste crime , cerca de 2 Toneladas de cabelos de mulheres bem como um tecido de crina feito de cabelos humanos.
As prisioneiras e prisioneiros de Auschwitz tinham o cabelo cortado . A partir de 1942 os nazis começaram a armazená-los como matéria prima industrial. Os cabelos das mulheres assasinadas nas câmaras de gás eram embalados em sacos e vendidos a empresas alemãs para o fabrico de tecidos em crina e feltro.
Este é um dos locais onde as fotos são PROIBIDAS , não só em respeito pelas vítimas mas também por imposição da Organização das Vitimas do Holocausto.
Infelizmente vi uma pessoa após a saída do guia a fazer uma foto de um lugar onde o respeito deveria ser lei.
Os membros das SS mantinham os prisioneiros judeus sem saberem o que lhes ia acontecer. Muitas vezes diziam que iam para o Campo mas que para isso seria necessário passarem pela desinfecção e tomarem um banho.
Os prisioneiros escolhidos para as câmaras de gás, homens, mulheres e crianças tinham de se despir antes de entrar na mesma. Estas acomodações estavam equipadas com chuveiros falsos e nos vestiários existiam bancos e cabides numerados com o objectivo de induzir os prisioneiros na convicção de que "após o banho" recolheriam as suas roupas e iriam para os barracões de alojamento.
Soldados das SS usando mascaras de gás abriam as latas de Ziklon B e despejavam os grãos saturados de cianeto de hidrogénio dentro da câmara de gás onde sob a influência da temperatura ocorria a libertação do gás causando o sufoco dos prisioneiros. A morte chegava entre 3 e 20 minutos .
No primeiro andar do bloco 4 encontra-se guardado numa vitrine uma quantidade enorme de latas vazias que continham Ziklon B.
A sala 5 situada no primeiro andar deste bloco é possivel ver uma das mais chocantes provas deste crime , cerca de 2 Toneladas de cabelos de mulheres bem como um tecido de crina feito de cabelos humanos.
As prisioneiras e prisioneiros de Auschwitz tinham o cabelo cortado . A partir de 1942 os nazis começaram a armazená-los como matéria prima industrial. Os cabelos das mulheres assasinadas nas câmaras de gás eram embalados em sacos e vendidos a empresas alemãs para o fabrico de tecidos em crina e feltro.
Este é um dos locais onde as fotos são PROIBIDAS , não só em respeito pelas vítimas mas também por imposição da Organização das Vitimas do Holocausto.
Infelizmente vi uma pessoa após a saída do guia a fazer uma foto de um lugar onde o respeito deveria ser lei.
Felizmente que embora estivesse muito frio ( - 13 ºC ) o Sol brilhava , não que a sua luz nos pudesse aquecer pois não era possivel , mas sim servia para ajudar a limpar um pouco a alma após a saída de cada um dos blocos.
A paisagem mantinha-se igual, blocos de tijolo vermelho, seguidos uns aos outros, davam uma sensação de monotonia e de calma.
O silêncio continuava a imperar e as ruas sem ninguém não ajudavam a quebrar essa monotonia que afecta a todos.
E a visita continuou , desta vez em direcção ao bloco 5
A este bloco é dado o nome de " PROVAS DOS CRIMES "
No final da guerra e em consequência da aproximação do Exercito Vermelho a Auschwitz , os nazis tentaram apagar os vestígios das suas actividades esvaziando apressadamente os armazéns de objectos roubados aos judeus.
Neste bloco encontra-se uma pequena quantidade desses pertences que os alemães não tiveram tempo de destruir. São objectos de uso diário que foram trazidos pelos prisioneiros condenados ao exterminio e que provam que não estavam conscientes daquilo que os esperava após a sua chegada ao Campo.
Sapatos de homens , mulher e criança com as marcas do duro caminho feito até Auschwitz
Malas com os nomes dos proprietários que esperavam recolhe-las brevemente
Malas com os nomes dos proprietários que esperavam recolhe-las brevemente
Muitas vezes na passagem entre um bloco e outro existe a estranha sensação de que tal como os prisioneiros também os visitantes se sentem observados.
De quando em vez são colocados nestas torres de observação alguns voluntários a quem lhes são vestidos trajes militares dos soldados nazis , para que os visitantes possam ter essa sensação de "ser controlado".
No caso desta foto não aconteceu já que a Torre está vazia, mas numa anterior foi perfeitamente visivel por momentos a "passeata" .
Tal como no tempo da WWII estes soldados aparecem e desaparecem rápidamente Tal como os presos nunca saberemos se estão, ou se não estão.
E foi assim que chegámos ao Bloco 6
Neste bloco e através de 4 salas situadas todas no rés do chão mostra-se " A Vida do Prisioneiro "
São mostradas diversas fotos com a chegada dos prisioneiros ao campo. O processo de registo era sempre uma experiência traumática.
Os prisioneiros que geralmente não entendiam as ordens recebidas em alemão, eram vitimas de assédio e agressões por parte dos soldados das SS.
Estas são algumas das fotografias de prisioneiros do Campo de Auschwitz com a indicação do sobrenome, nome e data de nascimento, profissão, data de chegada ao campo e data da morte.
Todas as mulheres e homens que aparecem nestas fotos morreram no Campo.
Grande parte destas fotos foi destruída pelas tropas nazis antes do final da guerra.
Anexos
-
153 KB Visualizações: 267
-
94,9 KB Visualizações: 234
-
60,9 KB Visualizações: 264
-
87 KB Visualizações: 259
-
134 KB Visualizações: 262
-
124,3 KB Visualizações: 268
-
29,6 KB Visualizações: 266
-
25 KB Visualizações: 263
-
33,2 KB Visualizações: 247
-
106,2 KB Visualizações: 242
-
81,3 KB Visualizações: 262
Última edição por um moderador: