Os operadores turísticos, bem como, a generalidade das empresas hoje em dia, trabalham nos "limites" e quando existe um problema é o cabo dos trabalhos para os clientes.
Quem nunca teve um problema com a operadora de telecomunicações, com a empresa que nos vende os electrodomésticos, com a oficina do carro, etc.
Temos que perceber, que cada vez mais, se queremos ter um serviço premium temos de pagar bem mais do que estávamos habituados. Eu também sou dos que quer pagar o menos possível, mas se fizer um exercício de consciência e verificar quanto custa um voo numa companhia regular para as caraíbas e quanto pago a estes operadores pelo pacote completo, tenho de assumir que se alguma coisa não correr bem vou ficar a "arder". É o risco que assumo por querer pagar menos.
Em resumo, para aquilo que pagamos, penso que o serviço prestado é muito bom. Nós é que estamos mal habituados
Quantos de nós também não estamos "nos limites"? Por estarmos nos limites é que tentamos os preços mais baratos. Mas temos de pagar o valor que lá está. Não podemos dizer que pagamos depois, que pagamos menos, ou que vamos lavar pratos invés de pagar. Simplesmente cumprimos integralmente o estipulado.
Segundo esse raciocínio, estas empresas ao terem clientes que estão "nos limites" deveriam também perceber que, por vezes, faz-nos falta dinheiro para outras coisas também. Se calhar também deviam dar umas abébias e perdoar uns pagamentos? Penso que não. Parece-me que o melhor será mesmo todas as partes cumprirem com o que se comprometem.
De facto já todos nós tivemos problemas com operadoras, oficinas, etc. Mas, pelo menos eu, reclamei quando isso aconteceu até ser compensado. Não aceitei ficar a arder. Tal como nenhuma dessas empresas também me pode acusar de eu me ter recusado a pagar e eles terem ficado a arder. Isto não é estarmos mal habituados. Mal habituadas estão muitas empresas que falham regularmente porque sabem que nada lhes acontece.
Parece que se está a criar um certo endeusamento destas empresas porque oferecem preços mais baixos. Elas oferecem estes preços porque prestam serviços de mais baixa qualidade. E isso significa terem, por exemplo, pouco espaço para as pernas. Ou ter de se pagar para reservar um lugar. Ou oferecem lanches que tiram a fome a uma criança apenas. Ou terem ecrãs avariados durante um voo de 9 horas. Mas uma coisa completamente diferente de baixa qualidade é incumprimento do esperado. Ninguém espera ter menos 1 dia de férias, seja na orbest ou na emirates.
No caso específico da semana passada, considero que há duas questões a avaliar - a legalidade e a qualidade do serviço. Quanto à legalidade não tenho a certeza, custa-me a acreditar que não tivessem de dar mais nada além de uns snacks e agua a meio da noite, mas não sei dizer se isto é legal ou não. Pode ser, pode estar estipulado no contrato e nesse caso não acho que faça sentido reclamarmos junto da operadora/companhia. Mas se é ilegal, há que reclamar e obter compensação devida.
Quanto à qualidade do serviço, parece-me objectivamente má. Isso não vale reclamação junto da operadora, mas vale uma passagem da mensagem a outros potenciais clientes para alertar para estas situações.
Na minha opinião, não há que ter paninhos quentes e aceitar. Primeiro porque acho moralmente reprovável um dos lados ter de cumprir o estipulado sempre, e o outro ter constantes falhas, e depois porque só vai dar margem a mais situações destas no futuro porque as empresas não vão querer saber. Os clientes vão continuar a aparecer, para quê evitar situações destas?