Segundo a ANA, empresa responsável pela gestão dos aeroportos em Portugal, "todos os utilizadores particulares que pretendam deixar ou ir buscar passageiros ao aeroporto têm direito a 10 minutos grátis" para o fazer. Se o tempo se esgotar, os utilizadores começam a ser taxados: um euro no período de 5 minutos após os 10 minutos grátis e dois euros por cada cinco minutos acima dos 15 minutos.
O objetivo do programa, designado Kiss&Fly, é "desincentivar o uso intensivo" das zonas de partidas e de chegadas da aerogare, refere a ANA. Por isso, apenas serão permitidas duas entradas gratuitas por dia. À terceira, não há período de carência e as paragens começarão a ser cobradas com valores"superiores aos dos parques públicos".
Em resposta ao JN, a ANA refere também o que acontece aos operadores públicos e privados. "Os autocarros públicos não pagam qualquer taxa, os táxis em largada de passageiros não pagam qualquer tarifa se utilizarem a faixa de Bus nas partidas, e os táxis em tomada de passageiros irão manter-se no espaço atualmente disponibilizado para o efeito, que irá ser de acesso reservado a portadores de avença válida". Os autocarros e shuttles turísticos "terão espaços próprios adequados para aceder ao aeroporto", no parque número sete. Bem como os rent-a-car, sem instalações no aeroporto: "Também terão parque de estacionamento no parque oito". A ANA não esclarecer se será pago.
Para todos os outros utilizadores, "haverá uma contagem de tempo de estacionamento" nas zonas de acesso limitado "que se inicia no momento da emissão do bilhete e acaba no momento em que o ticket é introduzido na máquina". Assim, se o período entre estes dois momentos for inferior (ou igual) a 10 minutos, o bilhete ficará validado e o condutor passa a ter cinco minutos para sair do espaço. Se o período se alargar, "o utente terá de pagar os minutos em excesso, cuja contagem se inicia ao 11º minuto".
A ANA não esclareceu como se processará o pagamento, mas o JN sabe que uma das possibilidades será a Via Verde.
Questionada sobre as receitas que a medida irá gerar, a ANA responde que "a questão da receita não é a mais importante". "Não fizemos, sequer, previsões dessa natureza. O objetivo é melhorar o serviço que prestamos aos nossos utilizadores, tornando-o mais cómodo, mais rápido e mais tranquilo", assegura a empresa
Sobre o porquê de a medida apenas entrar em vigor depois da privatização da empresa, a ANA reitera que tal se deve apenas "ao crescente congestionamento dos acessos aos terminais".
Faro já tem o sistema
Já se sabia que o Kiss&Fly iria entrar em vigor nos principais aeroportos do país, desde junho do ano passado, quando começaram a funcionar as barreiras no aeroporto do Faro.
Ao contrário do que está previsto para o aeroporto do Porto, em Faro o acesso às zonas das chegadas e partidas passou a taxado à terceira entrada com um valor de 3,50 euros.
O modelo só será implementado em Lisboa para o próximo ano. A data e valores ainda não são conhecidos