Sim, posso. Há coisas que não são explicaveis, são fruto da experiência: as expressões faciais negativas, a multidão predominantemente de tromras (claro que com as devidas excepções, com caras sorridentes e muito boa gente, mas não o suficiente para mudar o pendor da massa global), os olhares de soslaio, os modos hostis.
A forma como conduzem é um espelho da sua alma. À minha frente, uma senhora teria sido literalmente passada a ferro por um camião numa passadeira, não tivesse dado uma corrida. Ao contrário do que sucede na Croácia, colam-se ao teu carro (como alguns fazem em Portugal, mas lá não são alguns, são quase todos), dirigem e velocidades criminosas.
Num café fui atendido pela empregada de cu, que aceitou a minha encomenda com modos bruscos sem se voltar uma vez para me olhar; noutro café, depois de 10 min à espera à mesa, fui informado que só self-service.. mas o só self-service era apenas para mim que era estrangeiro, porque logo a vi atender amigos eslovenos às mesas.
Onde quer que fosse, fui olhado com carrancas, como quem diz "caraças dos estrangeiros, o que é que estás aqui a fazer". De resto, em conversa com outros companheiros viajantes, exceptuando duas opiniões, a ideia é consensual, Um amigo meu que foi joguslavo definiu os eslovenos deliciosamente: "sempre tiveram a mania que eram diferentes, eram mais alemães que eslavos, tinham até toques de nazi". Nem mais. É um povo cheio de peneiras, que se pensam orgulhosamente alemães mas que depois têm um país miserável que pode ser mais próspero que outras partes da ex-Josguslávia mas que até comparado conosco é terceiro mundo. Muita mania sem fundamento.
A sério; da Europa, tirando os micro-Estados, falta-me ir à Estónia, Islândia, Finlândia, Rússia e Bielorússia. Cada mais. Já conheci esses povos todos por ai fora, e mais uns quantos fora do nosso continente. Até agora os Checos - que conheco intimamente, tendo lá vivido e sendo um apaixonado pelo país - eram o ppovo mais hostil. Até ter conhecido os eslovenos. Até porque os checos têm os seus muito defeitos mas também têm muito de bom, O que há de bom nos eslovenos escapa-me. Tudo isto, claro, salvaguardando as devidas excepções individuais.