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Situação lamentavel no aeroporto de Las Palmas

Pacheco

Membro Ativo
Venho por este meio denunciar uma situação que considero lamentável, condenável e que aconteceu esta semana com uma cidadã portuguesa e consequentemente da União Europeia violando um dos direitos fundamentais da União Europeia, a livre circulação de pessoas, além de atentar contra a dignidade da pessoa.
Informo que apresentei queixa junto da Comissão Europeia e transcrevo o texto enviado num formulário que serve especificamente para queixas de cidadãos contra países da EU.


No dia 06 de Setembro pelas 12h30 a passageira .........., com 50 anos de idade, que viajava para Gran Canária proveniente dos Açores com escala na cidade do Funchal, com o intuito de umas férias retemperadoras foi abordada no aeroporto para uma revista de bagagem.
Após finalizar a revista foi questionada sobre a razão de viajar sózinha, não satisfeitos com a resposta foi pressionada para responder sobre quem a iria buscar ao aeroporto apesar da passageira informar que era a primeira vez que estava na ilha e que apenas pretendia apanhar um taxi para se dirigir para o hotel.
Foi interrogada sobre o hotel que ia, como tinha reservado o mesmo, foi solicitada para comprovar com o recibo do pagamento a informação relativa ao hotel, data de regresso e posteriormente direccionada para um quarto com uma senhora que trajava uma farda verde e que ordenou que a passageira se despisse e colocasse de pernas afastadas onde foi sujeita a uma revista íntima além de ter sido alvo de gozo por parte da funcionária que a revistou..
Após esta situação humilhante foi mandada embora sem qualquer justificação e sem qualquer pedido de desculpas.

Obviamente que a passageira, que por acaso é minha mãe, encontra-se humilhada, traumatizada e obviamente com as férias arruinadas em virtude deste triste episódio e com receio de ter de passar pelo mesmo quando regressar uma vez que ficaram com os dados dela e com a data de regresso.
Compreendo que se combata o tráfico e o terrorismo no entanto há que ter em atenção a dignidade das pessoas e acima de tudo perceber a razão das escolhas para estas revistas, não deveriam estas ser direccionadas para pessoas suspeitas? Com antecedentes? Com cadastro? etc. e acima de tudo tratá-las com respeito e não humilhá-las como fizeram com a minha mãe quando a ordenaram para se despir continuando com o "gozo deliberado" quando esta estava nua

Posto isto já enviei 1 e-mail dirigido a vários endereços de correio electrónicos do aeroporto de Las Palmas e para a aena (correspondente à Ana em Portugal) e tentarei ir o mais longe possivel, caso saibam de mais algum sítio onde me possa dirigir não hesitem.
Tentarei entrar em contacto com a embaixada de Portugal a informar do modo desrespeitoso como uma cidadã portuguesa foi tratada em Espanha.



Pacheco
 

TeK

Membro Conhecido
Oi,

ainda ontem estive a ver o programa "Controlo de fronteiras" no Discovery Channel e no geral, todo esse depoimento se enquadra naquilo que vi, ou seja, pode acontecer a qualquer um e a metodologia seguida é mesmo essa, perguntas sobre de onde vem, com quem, para onde vai, hotel, etc. Eles antes de nós embarcarmos já têm muita informação sobre cada passageiro e escolhem alguns que lhes pareçam suspeitos de algo.

No entanto, a parte da revista, pelo que vi, poderia ser feita com a pessoa vestida, mas para uma revista mais minuciosa ou por exemplo exames clínicos de despistagem só quem o pode fazer é a polícia federal ou a entidade policial responsável que represente este organismo e que não tem representação em espaço físico nos aeroporto, são sempre chamados de fora.

Assim, é obviamente de lamentar e alertar tal acto, mas devias ter aprofundado mais o conhecimento das leis aeroportuárias e quem sabe, a queixa não pudesse ser fundamentada de outro modo em que fosse ainda mais negativa para eles.

Isto é só a minha opinião, eu não detenho poder nenhum para que as minhas palavras sejam levadas à letra.

Cumpts
 

goncalo82

Membro Ativo
Lamentavel.....
Em espanha nao sei, mas em Portugal queria ver como seria revistarem as partes intimas de uma pessoa sem uma ordem de um Juiz... já vão alguns anos que fiz o curso de direito e apesar da policia poder fazer revistas e buscas em casos excepcionais sem ordem judicial, estamos aqui a falar de direitos constitucionalmente muito relevantes como a reserva da vida intima privada, entre outros... e se a policia não pode forçar um automobilista a fazer o teste do balão, apesar de incorrer em pena de prisão por desobediencia se não o fizer, nao entendo como poderá forçar alguem a este tipo de situações..... enfim
 

Voyager

Membro
Simplesmente lamentável.

Certamente que pensaram que poderia ser um correio de droga, visto ser uma pessoa que viajava sozinha. Mas, há muitas pessoas que viajam sozinhas. Também actuam assim em todos esses casos?! Pelo que se lê nas notícias, há inúmeras pessoas que são revistadas e apanhadas com droga nos aeroportos, mas presumo que antes de revistarem já têm indicios para o fazer, ie, não escolhem uma pessoa ao calhas e revistam.

É um claro caso de abuso de autoridade, pelo que devias apresentar uma queixa crime.

Vai dando notícias.

Abraço
 

Gonçalo Martins

Membro Ativo
Pacheco, apenas tenho a comentar que, se fosse com a minha mãe, arranjava o melhor advogado que conseguisse, e imediatamente.

Levaria o caso às últimas consequências, até ao último tribunal que existisse, e mais além ainda. Nem que isso significasse arranjar maneira através dos meios de comunicação social de enxovalhar quem o fez.
 

Pacheco

Membro Ativo
Curiosamente também costumo ver o programa do Discovery e tenho visto praticamente sempre a solicitação de uma autorização para se proceder a revistas e inclusive ao encaminhamento de passageiros para efectuarem um RX, o que se passou não foi nada semelhante, não foi solicitada nenhuma autorização, foi dada sim uma ordem.
O que o Gonçalo82 disse foi-me dito da mesma maneira pelo organismo da Comissão Europeia a quem apresentei queixa, é claramente um acto de violação da vida privada e um atentado á dignidade da pessoa e mesmo que uma pessoa seja traficante ou correio de droga não pode ver estes direitos quebrados (foi-me dito precisamente desta forma)
Temos que ver igualmente que pelo que me pude aperceber a funcionária nem membro das autoridades é mas sim funcionária de uma empresa privada de segurança aeroportuária e aqui não está apenas em causa a revista mas sim a chacota de que a minha mãe foi alvo pela funcionária durante a situação, isto ainda é mais grave.

Pacheco
 

Pacheco

Membro Ativo
Só para actualizar informação contactei a embaixada de Portugal em Madrid através de e-mail que respondeu prontamente e já entrou em contacto com a minha mãe mostrando toda a solidariedade, apoio e apresentou um pedido de desculpas, e cito, "pela forma lamentavel e condenável como uma cidadã portuguesa foi tratada em território espanhol".
Além disto fui informado que a Embaixada irá apresentar uma queixa/protesto formal no aeroporto e eventualmente contra as autoridades.
Foi fornecido igualmente o número pessoal do encarregado da secção consular da Embaixada de Portugal em Madrid para alguma eventualidade.

Foi-me pedido igualmente que mantivesse a embaixada ao corrente dos desenvolvimentos que advirão da queixa apresentada junto do Centro Solvit http://ec.europa.eu/solvit/site/index_pt.htm da Comissão Europeia.
Deixo aqui uma nota: este centro trabalha muito bem no que toca a situações de desrespeito dos direitos dos cidadão europeus contra outros países tendo inclusive o responsavel consular ter achado a minha queixa no respectivo centro "muito pertinente"

Pacheco
 

toly

Membro Ativo
De salientar, pela positiva, a acção da Embaixada.
Além de pedirem desculpas por algo de que não foram responsáveis, acccionaram os meios disponíveis para defender um cidadão Português.
Estou surpreendido e bastante mais aliviado.
Temos alguém que intercede por nós quando estamos longe de casa.
Assim sejam as outras embaixadas.

Obrigado pela divulgação do caso e vai actualizando o post com os desenvolvimentos.
Amanhã pode acontecer o mesmo a um de nós e estas informações deixam-nos mais preparados.
 
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