Churchill chamou-lhe “A pérola de África”, para outros é conhecida como “o berço do Nilo”, para alguns são os gorilas da montanha que despertam a atenção mas no fundo o Uganda é um dos mais encantadores e bem escondidos segredos do continente africano.
O Uganda é África no seu estado mais puro. Onde o melhor e o pior que existem no nosso planeta coabitam lado a lado. Obviamente que tem as suas infra-estruturas viradas para o turista mas é muito fácil para o turista “infiltrar-se” na vida local e perceber o que existe além do que é construído para ele. A grande vantagem face ao Quénia (onde estive o ano passado) é mesmo esta experiencia de contacto com o povo que vai muito além dos safaris e dos lodges.
Antes do report deixem-me introduzir algumas notas prévias para a realidade que vão encontrar se pretenderem visitar este magnifico local:
1. É muito dificil obter, sobretudo em Portugal, informações fidedignas sobre a realidade Ugandesa. Sempre que mencionávamos a alguem que iamos para o Uganda as reacções eram relacionadas com o regime do Idi Amin ou com o genocídio ocorrido “recentemente” no seu vizinho Ruanda. Pois bem, o Amin já foi há mais de 25 anos (penso que com a queda do Kadaffi na Líbia o presidente do Uganda passa a ser o chefe de estado à mais tempo no governo) e o Ruanda recuperou de forma espectacular da guerra civil e é actualmente um dos países mais interessantes de África (que com muita pena não consegui visitar).
2. Em termos de segurança é excelente. São necessários os cuidados habituais com passaportes, dinheiro e maquinas fotográficas, sobretudo em Kampala, mas nada de especial. A principal preocupação é não deixarem coisas de valor dentro dos carros.
3. É um pais deslumbrante pela sua paisagem (não existem palavras para descrever a surpresa de estar no centro de África e ver verde por todo o lado), pela cor da terra, pelos gorilas da montanha, pelo sorriso das pessoas, pelo à vontade com que se circula no meio da população local (é possível visitar mercados de rua, andar nos transportes locais, passear pelas ruas em segurança sem ser incomodado/pressionado para comprar coisas). Em termos de Game Drives (Safari) não é muito interessante mas em contrapartida tem diversos passeios de barco muito interessantes.
4. No entanto é um país onde, apesar de não existir fome como em alguns países vizinhos (chove muito por isso têm muitos produtos agrícolas), a miséria é visível por todo o lado. Onde pessoas não têm roupas nem sapatos (especialmente as crianças), onde as crianças têm de percorrer 5km descalças para ir à escola, onde as crianças trabalham em pedreiras e hortas e afins, onde as escolas não têm electricidade nem janelas e o chão é terra, onde as mulheres (especialmente no campo) não têm direitos e têm de fazer todo o trabalho, onde a agua que é usada para beber e cozinhar é a mesma que é usada para lavar veículos, onde as pessoas morrem com muita facilidade, onde as pessoas ainda são solidárias mas por outro lado onde tudo custa sempre qualquer coisa…. É certo que existem programas de férias onde se pode ver apenas os pontos positivos mas isso não é o Uganda. O Uganda é uma experiencia de vida que se sente no contacto com a população.
5. Culturalmente é tão diferente da Europa que a minha sugestão é que esvaziem a cabeça de tudo o que conhecem. Todos os povos estão condicionados pela informação que recebem, logo é obvio que vão encontrar um povo muito diferente de nós. Não vão com ideias pré-concebidas do que está certo ou errado, nós não vivemos lá. Uma das questões que nunca vamos esquecer é que eles arrotam tranquilamente enquanto falam connosco, mesmo às refeições.
6. Em termos de infra-estruturas para o turismo os lodges são pequenos mas com condições bastante agradáveis, não existem Wc´s nas estradas pelo que estejam preparados para Bush toilet, poucos restaurantes mas em regra comida bastante boa e barata. É normal aparecerem ratos, osgas, lagartos, aranhas…nos quartos.
7. As tradições e costumes antigos ainda estão bastante presentes. Existem reis (sem poderes de decisão) mas com direito a palácios e outros privilégios.
8. Por último (algo que devemos aprender com eles), quando não temos dinheiro temos que improvisar pelo que preparem-se para ver coisas que não vos passam pela cabeça.
Taxa de Cambio: 1 EUR/3.767 UGX (é engraçado ter 1.800.000 no bolso)
Custo de fotografias a pessoas: Variavel :lol: . É dificil tirar fotos directamente a pessoas, se eles virem vêm logo pedir dinheiro.
MZUNGO: A palavra que define Branco. Vão ouvi-la por todo o lado em que passam. O curioso é que lá eles chamam-me de branco mas por cá...Conversas para outros locais.
Dia 1 – Viagem (KLM)
Aeroporto de Lisboa às 05h00 da manhã para apanhar voo das 07h00 para Amesterdão. 10H de escala em Amesterdão com passagem no escritório de um cliente. A forma de trabalhar na Holanda é tão diferente da nossa, muito mais descontraidos. Ainda fui conhecer o marido da pessoa com quem trabalho neste cliente. Era grego pelo foi um momento divinal, ao fim de 5 minutos já eramos os maiores amigos do mundo tal a simpatia e hospitalidade dele. Dificil foi convence-lo que tinhamos de voltar para o aeroporto.
Voo operado pela Kenya Airways para Nairobi, duas horas de escala e mais cerca de 45m de voo para Entebbe.
De destacar o regresso ao aeroporto de Nairobi onde o ano passado tive uma péssima experiencia. Apesar do numero de cadeiras nas areas de espera ter aumento significativamente confirma-se que é uma ***** de aeroporto. As casas de banho então são nojentas. No voo para Entebbe tambem somos surpreendidos com a novidade que não podiamos levar malas como bagagem de mão porque como tinham poucos passageiros mudaram o avião para um mais pequeno (para quem costuma viajar por terras de Africa sabe que trocas de aviões bem como de horários são comuns - nada de novo). Toca de tirar o material de valor das malas e lá foram elas para o porão.
Para a entrada no Uganda o visto custa 50USD e o processo é bastante rápido.
Dia 2 – Chegada a Entebbe/City tour em Kampala
Para a realização desta viagem optei por contratar um operador local e não uma agência portuguesa (poupança de cerca de 50%) pelo que a minha principal preocupação à chegada prendia-se com esta questão.
Lá estava o guia e um Toyota Land Cruiser à nossa espera. Cerca de uma hora de viagem para o hotel em Kampala que ficava nas instalações de empresa que nos vendeu a viagem. O hotel “City Sanctuary Lodge” é bastante simples mas em contrapartida fomos recebidos de forma bastante afectiva/entusiasta pelas pessoas com que tínhamos estado a trocar e-mails e telefonemas desde Fevereiro.
Após mais de 5 minutos em abraços (eles não dão beijos mas sim abraços - beijos em publico é falta de educação) efectuámos o pagamento dos 70% finais (atenção que as notas de USD têm de ser de séries superiores a 2002), almoço e city tour. Kampala é uma típica capital africana, estradas com buracos (quando chove o centro inunda sempre), pó vermelho por todo o lado, lixo por todo o lado, trânsito caótico, pessoas por todo o lado, o comércio é todo efectuado à beira da estrada, um calor sufocante…mas com uma atmosfera incrível que após uns minutos para nos adaptarmos é impossível não ficarmos encantados pela forma como tudo se movimenta/faz na cidade (curiosidade – Tal como Lisboa também é conhecida pelas 7 colinas).
Jantar num restaurante oferecido pela pessoa (Warren) a quem comprámos a viagem onde assistimos a uma cerimónia pré-casamento (por lá as prendas não se oferecem no dia, os convidados encontram-se antes do casamento numa espécie de leilão onde cada um diz o que vai pagar/oferecer) e onde provámos uma iguaria nacional – Tilapia. Peixe que vive nos lagos e que normalmente é servido frito, uma delícia.
Em Kampala aproveitem para ir ao supermercado comprar caixas de água, bolachas e o que mais acharem que dá jeito para comer entre as refeições principais. Não comprem fruta porque podem compra-la mais barata e melhor nos mercados junto às estradas
Todo o comercio é efectuado à beira da estrada
Os famosos taxis africanos - Matatau (tal como no Quénia)
Dia 3 – Kampala/Murchisson Falls
Saída bem cedo. Trânsito caótico (1h30 para percorrer uma rua), estradas más, paragem para almoço (12.000UGX/pessoa – 3,5EUR) e de repente…carro avariado numa zona de moscas tse tse. Quase sem nos apercebemos como já o guia tinha arranjado uma boleia para nos levar para o ferry que tínhamos de apanhar. Boleia com uma guia alemã que vive no Uganda (notava-se que já estava africanizada por aos contrário dos seus compatriotas era muito simpática), chegada ao ferry, mochilas às costas e ai fomos nós tranquilamente no meio da população local. Do outro lado estava um jeep do hotel à nossa espera.
Ficámos no Paraa Safari Lodge. Em termos de instalações é excelente com uma vista deslumbrante para o Nilo e uma boa piscina. Em termos de comida e simpatia dos funcionários foi o pior onde passámos (jantar: 60000UGX/pessoa – 16EUR).
Resto da tarde a descansar na piscina.
A vaca "nacional"
Curioso como num sitio cheio de pó as fardas dos policias de transito são brancas...
Alguma vez vos ocorreu transportar ferro assim?
Onde andam os inspectores da Autoridade Condições de Trabalho?
O talho
Matoke - Bananas verdes são só para cozinhar
O transito
Dia 4 – Murchisson Falls
Game drive matinal,
A savana verde...Surpresa
visita à parte de cima das Murchisson Falls (ponto mais estreito do Nilo),
Toda a agua do Nilo (do Uganda - Tambem existe uma nascente do Nilo na Etiópia) passa neste estreito
regresso ao hotel para cerca de uma hora na piscina e da parte da tarde passeio no Nilo até à base das Murchisson falls
Nota: a espuma que se vê na agua (visivel até cerca de 10 Km cas cascatas) não é poluição. É originada pela força da agua na queda de 42 metros
Cu Cu
Ainda tempo para mais um game drive que teve a particularidade de acabar já de noite.
Não é que este resolveu investir contra o carro e não largava. Tivemos de nos por a andar.
Dia 5 - Murchisson Falls/Hoima
Pela manhã novo passeio de barco no Nilo. Desta vez em direcção oposta ao do dia anterior tendo como destino o Delta do Nilo.
Murchison Falls é um parque para turista. Não existe qualquer contacto com a população, os safaris não são nada de especial (sobretudo se comparados com o Quénia - comparação inevitável quer face à proximidade geográfica quer por ter lá estado o ano passado). Vale pelo factor surpresa de encontrar uma savana verde e pelos passeios de barco no Nilo (em termos de paisagens são bem mais bonitos que os Cruzeiros do Egipto)
Os animais no Uganda não estão tão acostumados à presença das viaturas pelo que facilmente se assustam e fogem o que pode proporcionar momentos de grande beleza ao observar-mos o seu movimento em corrida. Existem muito menos carros nos parques que no Quénia e na Tanzania pelo que se conseguem ver os animais com mais tranquilidade.
A partir daqui passámos a ter contacto com o Uganda que eu ia à procura. Viagem até Hoima com almoço num restaurante local (14000UGX - 4EUR). Chegada ao hotel Kontiki por volta das 15H e resto da tarde para descansar. Hotel simples e agradável.
O hotel Kontiki é usado pelos Ugandeses como local de descanso para quem viaja entre Kampala e Kabale pelo que é normal estarem bastantes nos jardins do hotel e meterem conversa connosco. Quem não gosta muito que eles metam conversa com as Mzungas são elas, xiiii que olhar que ela deitava...
Vi a primeira caçada de todas as viagens a Africa: Uma osga comeu um gafanhoto :blush:
Dia 6- Hoima/Kibale Forest
Saída bem cedo para mais uma viagem com destino à Kibale Forest. No caminho paragem em Fort Portal para almoço (12000UGX – 3,20EUR) onde aproveitámos para entrar num mercado de rua onde eles vendem um pouco de tudo.
Comida tipica - Não me perguntem os nomes que já não faço ideia mas era tudo excelente
Ó filhote estes senhores na viatura são os otários dos turistas que nos atiram coisas para comer!
Agora a sério: não atirem comida a nenhum animal, mesmo aos babuinos, porque estão a interferir e a alterar hábitos da vida selvagem. Tambem não deêm dinheiro nem doces às crianças à beira da estrada porque eles habituam-se a receber isso do turista e deixam de ir à escola para estarem a pedir à beira da estrada. Se levarem coisas para dar perguntem ao vosso guia qual o melhor sitio para o fazer.
Plantação de chá
Estrada Nacional - Esta era boa
Escola
Chegada ao Chimp´s Nest. Os quartos deste lodge são isolados no meio da selva (necessário escolta à noite), a casa de banho é ao ar livre, a água é aquecida por uma fogueira e durante a noite (com sorte) ouve-se os macacos no telhado. Refeição com sopa, prato principal e sobremesa 30000UGX/8EUR
O aquecedor da agua do duche
O wc exterior
O Uganda é África no seu estado mais puro. Onde o melhor e o pior que existem no nosso planeta coabitam lado a lado. Obviamente que tem as suas infra-estruturas viradas para o turista mas é muito fácil para o turista “infiltrar-se” na vida local e perceber o que existe além do que é construído para ele. A grande vantagem face ao Quénia (onde estive o ano passado) é mesmo esta experiencia de contacto com o povo que vai muito além dos safaris e dos lodges.
Antes do report deixem-me introduzir algumas notas prévias para a realidade que vão encontrar se pretenderem visitar este magnifico local:
1. É muito dificil obter, sobretudo em Portugal, informações fidedignas sobre a realidade Ugandesa. Sempre que mencionávamos a alguem que iamos para o Uganda as reacções eram relacionadas com o regime do Idi Amin ou com o genocídio ocorrido “recentemente” no seu vizinho Ruanda. Pois bem, o Amin já foi há mais de 25 anos (penso que com a queda do Kadaffi na Líbia o presidente do Uganda passa a ser o chefe de estado à mais tempo no governo) e o Ruanda recuperou de forma espectacular da guerra civil e é actualmente um dos países mais interessantes de África (que com muita pena não consegui visitar).
2. Em termos de segurança é excelente. São necessários os cuidados habituais com passaportes, dinheiro e maquinas fotográficas, sobretudo em Kampala, mas nada de especial. A principal preocupação é não deixarem coisas de valor dentro dos carros.
3. É um pais deslumbrante pela sua paisagem (não existem palavras para descrever a surpresa de estar no centro de África e ver verde por todo o lado), pela cor da terra, pelos gorilas da montanha, pelo sorriso das pessoas, pelo à vontade com que se circula no meio da população local (é possível visitar mercados de rua, andar nos transportes locais, passear pelas ruas em segurança sem ser incomodado/pressionado para comprar coisas). Em termos de Game Drives (Safari) não é muito interessante mas em contrapartida tem diversos passeios de barco muito interessantes.
4. No entanto é um país onde, apesar de não existir fome como em alguns países vizinhos (chove muito por isso têm muitos produtos agrícolas), a miséria é visível por todo o lado. Onde pessoas não têm roupas nem sapatos (especialmente as crianças), onde as crianças têm de percorrer 5km descalças para ir à escola, onde as crianças trabalham em pedreiras e hortas e afins, onde as escolas não têm electricidade nem janelas e o chão é terra, onde as mulheres (especialmente no campo) não têm direitos e têm de fazer todo o trabalho, onde a agua que é usada para beber e cozinhar é a mesma que é usada para lavar veículos, onde as pessoas morrem com muita facilidade, onde as pessoas ainda são solidárias mas por outro lado onde tudo custa sempre qualquer coisa…. É certo que existem programas de férias onde se pode ver apenas os pontos positivos mas isso não é o Uganda. O Uganda é uma experiencia de vida que se sente no contacto com a população.
5. Culturalmente é tão diferente da Europa que a minha sugestão é que esvaziem a cabeça de tudo o que conhecem. Todos os povos estão condicionados pela informação que recebem, logo é obvio que vão encontrar um povo muito diferente de nós. Não vão com ideias pré-concebidas do que está certo ou errado, nós não vivemos lá. Uma das questões que nunca vamos esquecer é que eles arrotam tranquilamente enquanto falam connosco, mesmo às refeições.
6. Em termos de infra-estruturas para o turismo os lodges são pequenos mas com condições bastante agradáveis, não existem Wc´s nas estradas pelo que estejam preparados para Bush toilet, poucos restaurantes mas em regra comida bastante boa e barata. É normal aparecerem ratos, osgas, lagartos, aranhas…nos quartos.
7. As tradições e costumes antigos ainda estão bastante presentes. Existem reis (sem poderes de decisão) mas com direito a palácios e outros privilégios.
8. Por último (algo que devemos aprender com eles), quando não temos dinheiro temos que improvisar pelo que preparem-se para ver coisas que não vos passam pela cabeça.
Taxa de Cambio: 1 EUR/3.767 UGX (é engraçado ter 1.800.000 no bolso)
Custo de fotografias a pessoas: Variavel :lol: . É dificil tirar fotos directamente a pessoas, se eles virem vêm logo pedir dinheiro.
MZUNGO: A palavra que define Branco. Vão ouvi-la por todo o lado em que passam. O curioso é que lá eles chamam-me de branco mas por cá...Conversas para outros locais.
Dia 1 – Viagem (KLM)
Aeroporto de Lisboa às 05h00 da manhã para apanhar voo das 07h00 para Amesterdão. 10H de escala em Amesterdão com passagem no escritório de um cliente. A forma de trabalhar na Holanda é tão diferente da nossa, muito mais descontraidos. Ainda fui conhecer o marido da pessoa com quem trabalho neste cliente. Era grego pelo foi um momento divinal, ao fim de 5 minutos já eramos os maiores amigos do mundo tal a simpatia e hospitalidade dele. Dificil foi convence-lo que tinhamos de voltar para o aeroporto.
Voo operado pela Kenya Airways para Nairobi, duas horas de escala e mais cerca de 45m de voo para Entebbe.
De destacar o regresso ao aeroporto de Nairobi onde o ano passado tive uma péssima experiencia. Apesar do numero de cadeiras nas areas de espera ter aumento significativamente confirma-se que é uma ***** de aeroporto. As casas de banho então são nojentas. No voo para Entebbe tambem somos surpreendidos com a novidade que não podiamos levar malas como bagagem de mão porque como tinham poucos passageiros mudaram o avião para um mais pequeno (para quem costuma viajar por terras de Africa sabe que trocas de aviões bem como de horários são comuns - nada de novo). Toca de tirar o material de valor das malas e lá foram elas para o porão.
Para a entrada no Uganda o visto custa 50USD e o processo é bastante rápido.
Dia 2 – Chegada a Entebbe/City tour em Kampala
Para a realização desta viagem optei por contratar um operador local e não uma agência portuguesa (poupança de cerca de 50%) pelo que a minha principal preocupação à chegada prendia-se com esta questão.
Lá estava o guia e um Toyota Land Cruiser à nossa espera. Cerca de uma hora de viagem para o hotel em Kampala que ficava nas instalações de empresa que nos vendeu a viagem. O hotel “City Sanctuary Lodge” é bastante simples mas em contrapartida fomos recebidos de forma bastante afectiva/entusiasta pelas pessoas com que tínhamos estado a trocar e-mails e telefonemas desde Fevereiro.
Após mais de 5 minutos em abraços (eles não dão beijos mas sim abraços - beijos em publico é falta de educação) efectuámos o pagamento dos 70% finais (atenção que as notas de USD têm de ser de séries superiores a 2002), almoço e city tour. Kampala é uma típica capital africana, estradas com buracos (quando chove o centro inunda sempre), pó vermelho por todo o lado, lixo por todo o lado, trânsito caótico, pessoas por todo o lado, o comércio é todo efectuado à beira da estrada, um calor sufocante…mas com uma atmosfera incrível que após uns minutos para nos adaptarmos é impossível não ficarmos encantados pela forma como tudo se movimenta/faz na cidade (curiosidade – Tal como Lisboa também é conhecida pelas 7 colinas).
Jantar num restaurante oferecido pela pessoa (Warren) a quem comprámos a viagem onde assistimos a uma cerimónia pré-casamento (por lá as prendas não se oferecem no dia, os convidados encontram-se antes do casamento numa espécie de leilão onde cada um diz o que vai pagar/oferecer) e onde provámos uma iguaria nacional – Tilapia. Peixe que vive nos lagos e que normalmente é servido frito, uma delícia.
Em Kampala aproveitem para ir ao supermercado comprar caixas de água, bolachas e o que mais acharem que dá jeito para comer entre as refeições principais. Não comprem fruta porque podem compra-la mais barata e melhor nos mercados junto às estradas
Todo o comercio é efectuado à beira da estrada
Os famosos taxis africanos - Matatau (tal como no Quénia)
Dia 3 – Kampala/Murchisson Falls
Saída bem cedo. Trânsito caótico (1h30 para percorrer uma rua), estradas más, paragem para almoço (12.000UGX/pessoa – 3,5EUR) e de repente…carro avariado numa zona de moscas tse tse. Quase sem nos apercebemos como já o guia tinha arranjado uma boleia para nos levar para o ferry que tínhamos de apanhar. Boleia com uma guia alemã que vive no Uganda (notava-se que já estava africanizada por aos contrário dos seus compatriotas era muito simpática), chegada ao ferry, mochilas às costas e ai fomos nós tranquilamente no meio da população local. Do outro lado estava um jeep do hotel à nossa espera.
Ficámos no Paraa Safari Lodge. Em termos de instalações é excelente com uma vista deslumbrante para o Nilo e uma boa piscina. Em termos de comida e simpatia dos funcionários foi o pior onde passámos (jantar: 60000UGX/pessoa – 16EUR).
Resto da tarde a descansar na piscina.
A vaca "nacional"
Curioso como num sitio cheio de pó as fardas dos policias de transito são brancas...
Alguma vez vos ocorreu transportar ferro assim?
Onde andam os inspectores da Autoridade Condições de Trabalho?
O talho
Matoke - Bananas verdes são só para cozinhar
O transito
Dia 4 – Murchisson Falls
Game drive matinal,
A savana verde...Surpresa
visita à parte de cima das Murchisson Falls (ponto mais estreito do Nilo),
Toda a agua do Nilo (do Uganda - Tambem existe uma nascente do Nilo na Etiópia) passa neste estreito
regresso ao hotel para cerca de uma hora na piscina e da parte da tarde passeio no Nilo até à base das Murchisson falls
Nota: a espuma que se vê na agua (visivel até cerca de 10 Km cas cascatas) não é poluição. É originada pela força da agua na queda de 42 metros
Cu Cu
Ainda tempo para mais um game drive que teve a particularidade de acabar já de noite.
Não é que este resolveu investir contra o carro e não largava. Tivemos de nos por a andar.
Dia 5 - Murchisson Falls/Hoima
Pela manhã novo passeio de barco no Nilo. Desta vez em direcção oposta ao do dia anterior tendo como destino o Delta do Nilo.
Murchison Falls é um parque para turista. Não existe qualquer contacto com a população, os safaris não são nada de especial (sobretudo se comparados com o Quénia - comparação inevitável quer face à proximidade geográfica quer por ter lá estado o ano passado). Vale pelo factor surpresa de encontrar uma savana verde e pelos passeios de barco no Nilo (em termos de paisagens são bem mais bonitos que os Cruzeiros do Egipto)
Os animais no Uganda não estão tão acostumados à presença das viaturas pelo que facilmente se assustam e fogem o que pode proporcionar momentos de grande beleza ao observar-mos o seu movimento em corrida. Existem muito menos carros nos parques que no Quénia e na Tanzania pelo que se conseguem ver os animais com mais tranquilidade.
A partir daqui passámos a ter contacto com o Uganda que eu ia à procura. Viagem até Hoima com almoço num restaurante local (14000UGX - 4EUR). Chegada ao hotel Kontiki por volta das 15H e resto da tarde para descansar. Hotel simples e agradável.
O hotel Kontiki é usado pelos Ugandeses como local de descanso para quem viaja entre Kampala e Kabale pelo que é normal estarem bastantes nos jardins do hotel e meterem conversa connosco. Quem não gosta muito que eles metam conversa com as Mzungas são elas, xiiii que olhar que ela deitava...
Vi a primeira caçada de todas as viagens a Africa: Uma osga comeu um gafanhoto :blush:
Dia 6- Hoima/Kibale Forest
Saída bem cedo para mais uma viagem com destino à Kibale Forest. No caminho paragem em Fort Portal para almoço (12000UGX – 3,20EUR) onde aproveitámos para entrar num mercado de rua onde eles vendem um pouco de tudo.
Comida tipica - Não me perguntem os nomes que já não faço ideia mas era tudo excelente
Ó filhote estes senhores na viatura são os otários dos turistas que nos atiram coisas para comer!
Agora a sério: não atirem comida a nenhum animal, mesmo aos babuinos, porque estão a interferir e a alterar hábitos da vida selvagem. Tambem não deêm dinheiro nem doces às crianças à beira da estrada porque eles habituam-se a receber isso do turista e deixam de ir à escola para estarem a pedir à beira da estrada. Se levarem coisas para dar perguntem ao vosso guia qual o melhor sitio para o fazer.
Plantação de chá
Estrada Nacional - Esta era boa
Escola
Chegada ao Chimp´s Nest. Os quartos deste lodge são isolados no meio da selva (necessário escolta à noite), a casa de banho é ao ar livre, a água é aquecida por uma fogueira e durante a noite (com sorte) ouve-se os macacos no telhado. Refeição com sopa, prato principal e sobremesa 30000UGX/8EUR
O aquecedor da agua do duche
O wc exterior