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[Report] Transiberiano [Fev 2015] Moscovo - Pequim & Pequim - Hong Kong [Manual de sobrevivência]

rum

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TRANSIBERIANO


Nota prévia
Este report descreve uma viagem que geograficamente aconteceu em 2 continentes, Europa e Ásia. E porque grande parte da viagem aconteceu na Ásia, apesar de Moscovo ser continente Europeu tomei a decisão de fazer um só report e fazer a sua publicação na secção Ásia.

Introdução
Foi num fim de tarde/noite entre copos de Gin que soou nos meus ouvidos uma frase chave com um desafio, do género: “Tu eras o gajo certo para ir comigo fazer o Transiberiano”. Não respondi, pelo contrário, perguntei: “Quando é que partimos?”
Sempre olhei para o Transiberiano como uma aventura e um grande desafio, mas nunca tinha oportunidade de pensar nele a sério. Após amadurecer a ideia, percebemos que precisaríamos de 4 a 6 meses antes de partir. Isto porque devido aos meus compromissos profissionais era obrigado a ter um calendário rígido e sem grandes margens para falhas. Posto isto havia muito para ler e investigar, perceber as rotas escolher as paragens o que ver e o que fazer.

Rússia
Um dos pontos que foi definido à partida é que a Rússia é um país de inverno e teria de ser feito no inverno… atravessar a Sibéria no pico do frio, gelo e neve parecia loucura. Mas se há tanta gente que o faz porque é que eu não o faço? E fiz.
Como já referi, o nosso calendário era apertado e tendo eu um emprego normal, por conta de outrem, conseguir férias para isto tudo não era tarefa fácil, mas depois de muita engenharia e fazendo manobras com o calendário lá consegui 26 dias seguidos para concretizar a loucura.
Decidimos fazer o Transiberiano e rapidamente escolhemos a versão Trans-Mongol. Com isto percebemos que Ulan Bator iria balizar para trás e para a frente a nossa viagem, já que durante o inverno só há um comboio semanal de Ulan Bator para Pequim e sai à quinta-feira. Há outras opções para sair de Ulan Bator, nomeadamente o avião (que não era opção) e outras opções ferroviárias e rodoviárias mas não eram diretas e menos confortáveis.
E já que o destino é a China, há que dedicar uns dias à China.

Compra de bilhetes
Depois de ler algumas coisas percebemos que a melhor opção é comprar os bilhetes a uma agência. É possível comprar bilhetes online de Moscovo para Pequim, ou para Ulan Bator. Mas não era esse o nosso objetivo, queríamos fazer algumas paragens e é possível comprar bilhetes para essas paragens, mas não é possível comprar bilhetes online na Mongólia. As agências que vendem bilhetes conseguem com antecedência fazer as reservas e garantir os lugares, além de que o risco erro é reduzido substancialmente.
Também é possível ir diretamente à estação e sujeitando à disponibilidade, comprar os bilhetes. Mas eu tinha um calendário sem margem para manobras. Escolhemos a realrussia.co.uk.
No site da realrussia, fizemos várias simulações e quando chegámos a um calendário favorável avançámos para a compra. Primeiro fizemos a reserva e pagámos um depósito e por fim a confirmação com o resto do pagamento.
Real Russia | Travel and Visas for Russia and the region

Vistos
Para a Rússia e China é obrigatório um visto. Para a Mongólia até ao fim de 2015, julgo eu, para potenciar e facilitar o turismo não é preciso visto.
Portanto o primeiro passo antes de avançar com qualquer compra era garantir que conseguíamos entrar na Rússia, e para a obtenção do visto precisamos de uma carta convite. A realrussia, no ato da reserva emite e envia essa carta convite e com ela podemos então solicitar o visto. Também é exigido um seguro, e é aconselhável (para não levantarem questões) fazer numa agência acreditada pela embaixada da Rússia. Fomos ao consulado no restelo solicitar o visto.
Com o visto concedido fizemos a confirmação junto da realrussia e pedimos o visto para a China.
Russia: VHS Portugal
China: Visto para a China

Aviões e hotéis
Ao longo do tempo fui acompanhado a evolução dos preços dos voos. Com o visto na mão e a confirmação dada à realrussia já podia marcar o voo. Para grande azar meu e por um par de horas os bilhetes em económica na TAP para a o dia em que queria viajar acabaram. De 178 euros os bilhetes de avião passaram para 700. Fui obrigado e muito rapidamente a procurar soluções, a melhor opção era usar a SWISS com escala em Zurique. Consegui bilhete por 210 euros. O regresso foi feito de Hong Kong pela Emirates.

China
Traçámos um plano para a China. Tínhamos o objetivo além de Pequim de ir a Harbin, a Xi’na e Shanghai. Para comprar bilhetes de comboio na china online há uma agência oficial governamental que disponibiliza o serviço. Para comprar online diretamente à companhia que opera os comboios só para quem reside na China e com um cartão de crédito emitido por um banco chinês. Quando tentei comprar os bilhetes, que são postos à venda entre 20 a 60 dias antes da data da viagem, os troços Pequim para Harbin e de Harbin para Xian estavam esgotados. Enviei um mail à agência mas nunca obtive resposta… afinal se o site diz que estão esgotados porque é que se vão dar ao trabalho de responder.
Decidi então recorrer à ajuda de uma agência de um Australiano que vive em Pequim e que fornece o serviço de venda de bilhetes entre outros serviços na China. Foram bastante céleres a responder e disseram que aquela era altura do ano novo lunar Chinês e assim que os bilhetes foram colocados à venda em pouco tempo esgotaram. China Train tickets online - China DIY Travel

Fomos obrigados a repensar o nosso trajeto na China e perante as opções de bilhetes disponíveis decidimos a seguir a Pequim estender o percurso para Shanghai, Guangzhou, Hong Kong e Macau. Não era, para nós, a melhor opção mas sim a possível.

Mongólia
Com a investigação que fomos fazendo, depressa percebemos que a principal paragem da Mongólia, Ulaambaatar, não tem tanto interesso como à partida se possa pensar, ao contrário do resto do país que merece pelo menos uma semana de visita. Por isso e devido ao rigoroso apertado calendário decidimos dedicar só uma noite a Ulaambaatar. Nota importante, até ao fim de 2015, se não estou em erro, nós Portugueses estamos isentos de visto.

Ferramentas
How to plan & book a journey on the Trans-Siberian Railway
Real Russia | Travel and Visas for Russia and the region
China Train tickets online - China DIY Travel
Booking.com: 788,473 hotels worldwide. Book your hotel now!
VHS Portugal
Visto para a China
Trans-Siberian Handbook
 
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[Moscovo] - [29-01-2015 a 01-02-2015]


Clima
[tr1][th]Moscovo[/th][th]Max[/th][th]Min[/th][th]Precip[/th][th]Neve[/th][th]Med Max[/th][th]Med Min[/th][/tr1][tr2][td]29-01-2015[/td][td2] -2 [/td2] [td2]-4[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]2.0 cm[/td2][td2]-8[/td2][td2]-15[/td2] [/tr2] [tr1][td]30-01-2015[/td][td2]-1[/td2][td2]-4[/td2][td2]1 mm[/td2][td2]3.8 cm[/td2][td2]-8[/td2][td2]-15[/td2][/tr1][tr2][td2]31-01-2015[/td2][td2]2[/td2][td2]-5[/td2][td2]3 mm[/td2][td2]7.9 cm[/td2][td2]-8[/td2][td2]-15[/td2][/tr2][tr1][td]01-02-2015[/td][td2]3[/td2][td2]-3[/td2][td2]17 mm[/td2][td2]66.0 cm[/td2][td2]-8[/td2][td2]-15[/td2][/tr1]

Gastos
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Alojamento: ★★★ Ibis Moscow Paveletskaya, Moscovo, Rússia

[29-01-2015]
A saída a Portela, em direção a Moscovo não tem nada de interessante ou importante a reportar. Foi só mais uma viagem de avião como tantas outras com escala em Zurique. A chegada a Moscovo aconteceu por volta das 2 da manhã. O hotel escolhido em Mocovo foi o Ibis Moscow Paveletskaya. A escolha recaiu sobre ele porque tinha um preço interessante, relativamente perto do metro e porque ficava perto da estação de comboios que nos levava desde do Aeroporto até à cidade. Mas com a troca de voos, a chegada foi antecipada para as 2 da manhã e a essa hora não há comboios. A Solução foi recorrer a um serviço de táxi, marcado previamente e online, em http://angel-taxi.com/transfers-from-moscow-airports/. Estávamos a recolher a bagagem já o taxista estava a ligar-nos para confirmar que tínhamos chegado.

Ainda no aeroporto decidimos trocar dinheiro porque precisávamos de pelo menos pagar o táxi. À saída do aeroporto tivemos o primeiro impacto com o frio, gelo e neve que iriam ser uma constante durante a viagem.

Após chegada ao hotel, que era simples com as comodidades básicas, afinal era um Ibis, foi altura de dormir.

[30-01-2015]
Na manhã seguinte, o primeiro objetivo era levantar os bilhetes de comboio nas instalações da realrussia. Com a morada na mão e um plano do metro lá nos colocámos a caminho. O frio era algum até entrarmos no metro, e quando saímos do outro lado da cidade caía um nevão enorme.













Lá demos com a morada e levantámos os bilhetes. Após isto rumámos ao centro da cidade, Praça Vermelha, Kremlin e arredores para visitas e fotos da praxe.

Ao fim da tarde rumámos ao Gorki Park onde há um circuito enorme de patinagem no gelo e claro que fomos experimentar. Não foi fácil para quem não tem o hábito de se meter dentro de patins. Para mim no gelo foi a primeira vez, mas consegui fazer o percurso todo só com uma queda…


Após isso seguiu-se um passeio de barco no rio Moskva com jantar a bordo onde pudemos ver a cidade de uma outra perspetiva.











 
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[Moscovo - Continuação]
[31-01-2015]


O dia seguinte foi dedicado mais uma vez ao centro da cidade sem rumo definido… a ideia era passear sem o rigor de um plano ou horários.

Ainda fomos a um miradouro para ver a cidade à noite, mas o nevoeiro e a neve não permitiram ver grande coisa.
 
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[Moscovo – Yekaterinburg] – [01-02-2015 a 02-02-2015]

Tempo de viagem: 25:21 Horas
Distancia: 2026 Km

Gastos
[tr1] [th]Comboio[/th][th]Alimentação[/th][th]Estadia[/th][th]Souvenirs[/th][th]Transportes[/th][th]Outros[/th][th]Total[/th] [/tr1] [tr2][td]02-02-2015[/td][td]1,10[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]1,10[/td][/tr2]

[01-02-2015]
No dia seguinte, o dia 1 era o dia de início do Transiberiano. O nosso comboio saía às 13:30 por isso havia tempo para atravessar a cidade e chegar à estação. Era imperativo passar por um supermercado e comprar algumas provisões para levar no comboio, quem vai para o mar avia-se em terra, entre elas os famosos noodles que toda a gente come a bordo e chá.
Posto isto e alguma calma e descontração chegámos à estação como pouco mais de 20 minutos antes da saída do comboio. Lá demos com a plataforma e com o nosso comboio e depois da pravadnitsa verificar os bilhetes e os passaportes foi-nos permitido entrar a bordo.

O que é uma pravadnitsa? Cada carruagem de todos os comboios é chefiada/apoiada por uma pravadnitsa que normalmente é uma senhora que verifica os bilhetes e dá apoio aos passageiros. Iniciámos, finalmente a vigem. Pontualidade é um ponto de honra nos comboios russos. No nosso compartimento não viajava mais ninguém, o que nos deu alguma privacidade. Fizemos logo um petisco à portuguesa com um paio e um queijo que levámos de Portugal com pão Russo que diga-se de passagem que é muito bom.
Em todas as carruagens há um reservatório de água quente, onde os passageiros se podem servir para fazer chá, e refeições instantâneas.

Feito o primeiro reconhecimento ao comboio e ao nosso compartimento, verificámos que para já não tínhamos companhia. Posto isto e à hora certa começou a nossa jornada que nos levaria a atravessar a Rússia profunda.

Ao fim de 3:30 tivemos a primeira paragem, em Vladimir. O comboio encheu de militares e tivemos que passar a partilhar no nosso compartimento com 2 soldados. Apesar de pouco falarem inglês mostraram-se simpáticos. Ainda não o referi mas a pessoa que viajava comigo fala alguma coisa de Russo e consegue ler bem o cirílico. Não é impossível fazer esta vigem sem perceber ou falar Russo… mas é não é fácil.

Chegada a hora do jantar, os soldados Russos sacaram de um verdadeiro farnel… digno dos melhores picnics, que partilharam connosco e ficariam ofendidos se não aceitasse-mos a oferta. É normal durante as viagens de comboio na Rússia partilhar os alimentos com os “vizinhos” de viagem. Por isso não nos fizemos de rogados e aceitámos.
Este troço de viagem tínhamos direito a uma refeição. Essa refeição era composta de snacks, bolachas, leite e um iogurte.

Ainda demos um pulo ao vagão-restaurante para beber um chá e um café. O vagão-restaurante também foi uma constante nos nossos percursos.

Quando regressámos ao nosso compartimento já os soldados dormiam. Um outro pormenor que reparámos ao longo da viagem, os Russos assim que entram no comboio a primeira coisa que fazem é a cama e viajam por norma deitados. Nisto nós não alinhámos e só fazíamos a cama na altura que iriamos dormir.
A primeira noite a bordo foi de calor, apesar de no exterior estar muito frio, dentro do comboio estava muito quente… de tal modo que tivemos de abrir a porta do compartimento.
Lá fora o firo parecia ser infernal.

[02-02-2015]
Ao fim de 4 paragens, 1600 Km e 8 horas de viagem os soldados deixaram-nos. Para o lugar deles entraram uma rapariga e um rapaz. Entraram mudos e saíram calados. Rapidamente fizeram a cama, vestiram uma roupa mais confortável e deitaram-se. Passaram o tempo entre filmes nos tablets/computadores de smartphones. Nós optamos pelo vagão-restaurante para passar a manhã e almoçar.
Entre outras coisas pedimos um dos pratos tradicionais da Rússia, Pelmeni. Numa palavra, delicioso.

Pelmeni – Wikipédia, a enciclopédia livre
Lá fora a paisagem mantinha-se inalterada, florestas intermináveis de Bétulas que de vez em quando eram interrompidas por pequenas aldeias completamente brancas.
 
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[Yecaterinburg] – [02-02-2015 a 03-02-2015]

Clima
[tr1][th]Yekaterinburg[/th][th]Max[/th][th]Min[/th][th]Precip[/th][th]Neve[/th][th]Med Max[/th][th]Med Min[/th][/tr1][tr2][td]02-02-2015[/td][td2] 0 [/td2] [td2]-9[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0 cm[/td2][td2]-12[/td2][td2]-18[/td2] [/tr2] [tr1][td]03-02-2015[/td][td2]2[/td2][td2]-6[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0 cm[/td2][td2]-12[/td2][td2]-18[/td2][/tr1]

Gastos
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Moscow time: +2

Estadia: Marins Park Hotel


Chegados a Yekaterimburg, não foi difícil chegar ao hotel. Era mesmo em frente à estação e foi escolhido em função disso. Yekaterinburg é uma das principais paragens da rota do Transiberiano, a cidade não é muito grande e é conhecida por ter sido local da execução da família Romanov que tinha sido deposta enviada para exilio pelos Bolsheviks. É também conhecida por ter o metro mais pequeno do mundo. A linha principal durante muito tempo foi a única da rede e só tinha 6 estações, atualmente está maior e tem 3 linhas. E fica também perto de Yekaterinburg o local onde está definida a fronteira entre a Ásia e a Europa. Fica a cerca de 20 Km a Oeste da cidade.


Depois de instalados, fomos à procura de um local para jantar. Tínhamos a referência de um restaurante, tipo buffet com comida típica. Lá demos com o local, muito giro e acolhedor com comida boa e barata. Deu ainda para vermos um bocado da cidade durante a noite e procurámos um local de animação noturna. Como era dia de semana não havia muita oferta, encontrámos um Irish pub (há muitos por toda a Rússia) e deparámos logo na entrada com um cachecol de apoio à seleção Portuguesa. O Dono do pub disse-nos que não é normal haver Portugueses por aqueles lados… pelo menos no Pub dele. Depois de uns vodkas regressámos ao hotel.

[03-02-2015]
Na manhã seguinte o objetivo era a fronteira Euro-Ásia. Há autocarros que vão para outra cidade e passam perto do local, e é normal pedir ao motorista para parar na autoestrada, que não é mais que uma via-rápida, no local onde fica o monumento que marca a separação. Basta seguir um atalho de algumas centenas de metros no meio do bosque cheio de neve e damos com o dito. Após as fotos da praxe com um pé em cada continente quisemos regressar à autoestrada pelo mesmo atalho, quando ao longe ouvimos alguém a gritar. Era um militar e chamava por nós… Existe uma guarita de vigilância ao lado do monumento, com vidros espelhados e o individuo estava lá dentro e não demos por ele. Voltámos para trás e começou o inquérito… em Russo. Quem eramos de onde vínhamos, para onde íamos o que fazíamos e não queria que fossemos pelo atalho. Foi então que nos pediu o passaporte… e o meu amigo perguntou porque e para quê. Ele disse que precisava de confirmar o que dizíamos e o meu amigo no seu Russo disse claramente que não lhe dava o passaporte e que nos íamos embora pelo atalho. Sabíamos que a partir do momento em que os passaportes saíssem das nossas mãos corríamos o risco de sermos extorquidos. No fim acabou por correr bem, acabou por simpatizar connosco e permitiu que voltássemos à autoestrada pelo atalho, mas com cuidado.

Já na autoestrada, assim que passou o primeiro autocarro foi fazer sinal e ele parou. De regresso à cidade, voltámos ao hotel para fazer o check out. As meninas da receção quiseram tirar uma foto connosco alegando que era para publicar no site do hotel, porque não é normal haver Portugueses por ali e ainda nos pediram para assinar o livro de honra. Pedimos para nos guardarem a bagagem enquanto visitamos o resto da cidade já que o nosso comboio era só há noite.


Visitámos a Igreja do Sangue, majestosa e enorme muito bonito por dentro e com penha minha não pude tirar fotografias. Estava a decorrer uma cerimónia ortodoxa. Esta igreja foi contruída no local onde outrora era a casa onde vivia a família Romanov. No exterior da igreja havia muitas esculturas em gelo, e com o frio que se fazia sentir não eram difíceis de manter. Durante o passeio entre outras coisas deparámo-nos com uma agência de viagens onde havia uma [/SIZE]maqueta da torre de Belém.

Durante o passeio que demos passámos por uma zona de alguns restaurantes e decidimos jantar no TGI Friday’s. Nada tem de típico mas estávamos com vontade de um bom hamburger e uma grande cerveja e a escolha correu bem.

Regresso ao hotel para recolher as bagagens e ida para a estação para o segundo trecho da viagem.
 
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rum

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[Yekaterinburg - Krasnoyarsk] – [03-02-2015 a 05-02-2015]

Tempo de viagem: 35:10 Horas
Distancia: 1999 Km

Gastos
[tr1][th]Comboio[/th][th]Alimentação[/th][th]Estadia[/th][th]Souvenirs[/th][th]Transportes[/th][th]Outros[/th][th]Total[/th][/tr1][tr2][td]05-02-2015[/td][td]21,40[/td][td]0,00[/td][td]3,84[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]25,24[/td][/tr2]



Quando chegámos à estação já lá estava o comboio. Dirigimos à nossa carruagem, são todas numeradas, e à porta lá estava a pravadnitsa, confirmou os nossos bilhetes e permitiu a entrada. No nosso camarote já viajava um Russo. Nos primeiros momentos manteve-se calado, mas pelo olhar mostrava ser afável e simpático. Ao fim de algum tempo falámos (falou o meu amigo em Russo) com ele mostrou-se conversador. Este individuo seria alguém com alguma importância, ao fim de algum tempo a tripulação do comboio ao saber que ele viaja ali, veio ter com ele e perguntou se ele queria um camarote de 1ª classe, e ele prontamente disse que não. Preferia ficar com os Portugueses que eram muito simpáticos, trouxeram também o livro d honra do comboio para ele assinar. Ele saiu em Novosibirski, como o comboio parava durante uma hora também saímos do comboio. À espera dele estava o motorista. Até hoje não sabemos que era também não perguntámos.
Este troço de comboio era dos mais longos que tínhamos pela frente, uma noite, um dia e mais uma noite.
Após entrarmos no comboio, a pravadnitsa veio ter connosco para nos etregar o Kit cama. O kit é composto por 2 lençóis, uma almofada e respetiva capa, um cobertor e uma tolha de rosto. No fim da viagem é da responsabilidade do passageiro desfazer a cama e devolver o kit completo.

Para não incomodarmos o parceiro de compartimento fomos até ao vagão-restaurante, beber um chá.


Regressámos ao compartimento para uma noite de sono embalados pelo movimento do comboio, deixem-me que vos diga, não obstante o calor que se faz sentir dentro do comboio, dorme-se muito bem.

[04-02-2015]
O dia a bordo do comboio foi passado entre o camarote e a vagão-restaurante, é mais simpático estar sentado a uma mesa a comer e beber qualquer coisa em amena cavaqueira ou mesmo a ler qualquer coisa ou a ver só a paisagem que insistia em ser branca, salpicada por datchas. Datchas são uma espécie de casa de campo que os Russos usam na primavera e verão. Todos os russos tem uma datcha, mas na verdade (digo eu) mais de 90% das datchas são barracas ou abarracadas.

Nos tempos mortos dava para tudo, até passar tempo a olhar para o horário e treinar o cirílico… ainda aprendi alguma coisa.

Nas estações é normal verem-se pessoas a venderem comida aos passageiros dos comboios que vão rasgando a Sibéria, esta prática é mais comum no verão. Vendem boas refeições que rivalizam com os preços do restaurante do comboio porque são bem mais baratos. Uma das iguaria que se vê à venda é o famoso Omul, peixe fumado.

Os comboios mais novos por norma têm uma ficha de 220 volts nos compartimentos, o que não era o caso deste. Tinha 2 ou 3 fichas ao longo de cada carruagem. Uma ficha tripla dá jeito, até para partilhar com alguém e fazer amigos.

Após Novosibirski onde saiu o nosso companheiro de camarote, entraram outroa dois Russos, que mal falaram. O comboio parou durante hora e meia e fomos até à rua… gelar um bocado. O frio apertava e bem.

À noite mais uma vez fomos ao vagão-restaurante e este estava com um verdadeiro ambiente russo que se imagina num comboio destes, onde pela primeira vez vimos muita gente a confraternizar e a beber vodka enquanto lá fora fazia um frio de rachar abaixo dos 20 graus negativos.
 
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[Krasnoyarsk] – [05-02-2015 a 06-02-2015]


Clima
[tr1][th]Krasnoyarsk[/th][th]Max[/th][th]Min[/th][th]Precip[/th][th]Neve[/th][th]Med Max[/th][th]Med Min[/th][/tr1][tr2][td]05-02-2015[/td][td2] -7 [/td2] [td2]-17[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]-[/td2][td2]-[/td2] [/tr2] [tr1][td]06-02-2015[/td][td2]-16[/td2][td2]-22[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]-[/td2][td2]-[/td2][/tr1]
[tr1]

Gastos
[tr1][th]Krasnoyarsk[/th][th]Alimentação[/th][th]Estadia[/th][th]Souvenirs[/th][th]Transportes[/th][th]Outros[/th][th]Total[/th][/tr1][tr2][td]06-02-2015[/td][td2]89,28[/td2][td2]0,00[/td2][td2]0,00[/td2][td2]0,00[/td2][td2]0,00[/td2][td2]89,28[/td2][/tr2][tr1][td]07-02-2015[/td][td2]8,51[/td2][td2]34,56[/td2][td2]6,14[/td2][td2]5,12[/td2][td2]93,70[/td2][td2]148,03[/td2][/tr1][tr2][td]Total Cidade[/td][td2]97,79[/td2][td2]34,56[/td2][td2]6,14[/td2][td2]5,12[/td2][td2]93,70[/td2][td2]237,31[/td2][/tr2]


Moscow Time: +4

Estadia: SibTourGuide Hostel


[05-02-2015]
Às 8:40 locais, chegámos ao nosso destino. Krasnoyarsk. Aqui nesta cidade contratámos alguém para fazer um tour connosco, SibTourGuide - Krasnoyarsk, Siberia, Russia guided tours, accommodation. A nota de 10 rublos russa é ornamentada com motivos desta cidade, e aproveitaram para fazer um tour com esses motivos, 10-ruble tour. O tour é simples mas envolvente, começa pela capela Saint Paraskeva Pyatnitsa, no mesmo local há um canhão que dispara fogo real todos os dias ao meio dia e ao qual pudemos assistir (e ouvir) e é de facto estrondoso.


Na cidade há uma praça de homenagem aos soldados mortos na IIª guerra mundial onde há alguns túmulos e vários exemplos de tanques e artilharia pesada do exército Russo. Durante muitos anos Krasnoyarsk era uma espécie de cidade proibida, muitas das fábricas de material de guerra da ex-URSS ficam nesta cidade e por razões lógicas o acesso à cidade por parte de estrangeiros era proibida.


Após isso passamos por um barco que foi usado por Nicolas II na sua viagem à Sibéria e mais tarde para transportar o Lenin para o exílio. O barco é um museu… mas eu como bom tuga disse que só queria tirar umas fotos, entrei sem pagar fotografei e saí.


Vimos a ponte que liga as duas margens da cidade, e que também está representada na nota de 10 rublos.


O almoço estava programado no restaurante de uma estância de Ski. Bom e barato.

[/tr1]
 
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[Krasnoyarsk] – Continuação

De seguida fomos ver uma barragem que consta na nota de 10 rublos e é uma obra monumental. Pelo caminho parámos em dois locais ao longo do rio onde há paisagens soberbas. A barragem, a segunda maior da Rússia e uma das maiores do mundo, é um dos motivos de orgulho dos Russos. É de facto muito grande e tem um engenho (elevador) para barcos que é o maior do mundo. Aqui nesta zona a Jusante da barragem o rio não está congelado à imagem daquilo que são os rios e lagos de toda a Sibéria. A água que sai da barragem e circula leito abaixo sai das profundezas do rio onde a mesma não está congelada e durante alguns km o rio não está congelado, obviamente que esta ação terá algum impacto ecológico.


A Montante da barragem todo o rio é congelado, e bastante largo. É conhecido como Mar de Krasnoyarsk. Durante o inverno o 10-ruble tour tem um bónus de condução sobre o gelo. Fizemos cerca de 20 km rio acima no meio do gelo onde nos cruzamos com outros carros que eram de pescadores. Ao fim de 20 Km páramos para um chá quente e umas bolachinhas a 13 graus negativos.


A Sibtourguide é propriedade do Anatoliy Bryuhanov, que nos acompanhou no tour. É uma pessoa excecional, muito simpático e prestável e aparentemente muito conhecedor da história da cidade. Tem também um hostel no centro da cidade, onde pernoitámos nessa nessa noite. Um hostel simpático sem grandes luxos mas confortável. Eramos os únicos hóspedes. Nessa noite fomos jantar a um restaurante ucraniano recomentado pelo Anatoliy, onde comemos e bebemos muito bem. Acabámos a noite num Irish pub (mais um dos muitos que há na Rússia).

[06-02-2015]
A saída de Krasnoyarsk aconteceu às 13:15, apanhamos um táxi para a estação. Quando mandámos parar o táxi, o condutor tinha cara de poucos amigos, grande, careca e feio… mas já não havia volta a dar… já tinha parado. Mas lá está juízos de valor só pela aparência. Simpático e conversador. Quando chegámos à estação não tinha troco para nos dar. Deu meia volta ao táxi, foi colocar combustível para arranjar troco. Levou-nos de volta à estação e desejou-nos boa viagem.


Esperava-nos mais uma tarde e uma noite sobre carris.
 
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rum

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-8-​
[Krasnoyarsk - Irkutsk] – [06-02-2015 a 07-02-2015]


Tempo de viagem: 19:11 Horas
Distancia: 1087 Km

Gastos
[tr1] [th]Comboio[/th][th]Alimentação[/th][th]Estadia[/th][th]Souvenirs[/th][th]Transportes[/th][th]Outros[/th][th]Total[/th] [/tr1] [tr2][td]07-02-2015[/td][td]22,50[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]22,50[/td][/tr2]


Irkutsk, Sibéria profunda era a nossa próxima paragem mas não era o nosso destino. Íamos para Listvyanka, uma aldeia nas margens do lago Baikal. O lago Baikal é o maior lago de águia doce do mundo, o mais profundo e o mais antigo.
A viagem não tem grande história, a tarde passada entre o vagão-restaurante e o nosso compartimento. Durante a nossa ida ao vagão-restaurante, apareceu um outro passageiro que se sentou na mesa ao lado da nossa. Parecia interessado na nossa conversa, sem perceber nada do que dizíamos e convidou-nos para nos sentarmos na mesa dele. Acedemos, mandou vir algumas cervejas e fomos conversando entre o fraco inglês dele e o Russo do meu amigo. Deu-nos algumas informações sofre Irkutsk e Listvyanka e partilhou alguns factos curiosos connosco. Quis saber a nossa opinião sobre a Ucrânia, já que ele é de uma cidade próxima da Ucrânia mas obviamente não abrimos o jogos e mostrámos a nossa neutralidade e demos a entender que não sabíamos muito bem o que se estava a acontecer alguma coisa.
Ainda nos deu o contacto dele a oferecer algum tipo de ajuda que precisássemos enquanto estivéssemos na Rússia. Posso confirmar que de uma forma geral os Russos são prestáveis e simpáticos, imagino eu, desde que não sejamos Americanos.
Durante a noite o comboio parou algures no meio da Sibéria saímos para um cigarrinho apesar de nenhum de nós fumar, mas foi-nos dito para nos equiparmos bem porque a temperatura estava nos -25 graus… nem imaginam o que é tirar fotografias nestas condições. Estava também parado o comboio que ligava Pequim a Moscovo.


A placa indica o percurso do comboio nas línguas dos três países que atravessa. China, Mongólia e Rússia.


Chegámos às 8:30 da manhã[/CENTER]
 

rum

Membro Conhecido
-9-​
[Listvyanka] – [07-02-2015 a 08-02-2015]


Clima
[tr1][th]Listvyanka[/th][th]Max[/th][th]Min[/th][th]Precip[/th][th]Neve[/th][th]Med Max[/th][th]Med Min[/th][/tr1][tr2][td]07-02-2015[/td][td2] -11 [/td2] [td2]-29[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]-13[/td2][td2]-25[/td2] [/tr2] [tr1][td]08-02-2015[/td][td2]-11[/td2][td2]-23[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]-13[/td2][td2]-25[/td2][/tr1]


Gastos
[tr1][th]Listvyanka[/th][th]Alimentação[/th][th]Estadia[/th][th]Souvenirs[/th][th]Transportes[/th][th]Outros[/th][th]Total[/th][/tr1][tr2][td]08-02-2015[/td][td2]2,30[/td2][td2]56,32[/td2][td2]0,00[/td2][td2]15,87[/td2][td2]204,00[/td2][td2]278,50[/td2][/tr2][tr1][td]Total Cidade[/td][td2]2,30[/td2][td2]56,32[/td2][td2]0,00[/td2][td2]15,87[/td2][td2]204,00[/td2][td2]278,50[/td2][/tr1]

Moscow Time: +5

Estadia: Listvyanka Chalet


[07-02-2015]
Chegados a Irkutsk tínhamos alguém à nossa espera que tínhamos contratado para irmos fazer um passeio de trenó puxado por cães, eles também fornecem o serviço de transfer e resolvemos usar o mesmo pare chegar a Listvyanka que fica a cerca de 70 km de Irkutsk onde para o comboio.
O Lago Baikal é de facto muito bonito e a localidade tem algumas casas em madeira muito aprazíveis. De inverno a paisagem é brutal mas parece que de verão também é muito bonita e há muitos veraneantes.
Chegados lá fomos ao nosso hotel fazer o check in, o hotel é um chalé muito giro e simpático todo em madeira apesar de não ficar nas margens do lago, fica a cerca de 700 metros, tem uma vista engraçada para a aldeia. Não houve qualquer problema em fazer o check in mais cedo e a dona é bastante simpática apesar de pouco inglês falar.






Fomos então para o nosso passeio de trenó, escolhemos a modalidade de 20 km com almoço. Dura cerca de 3 horas. Foi um atividade muito engraçada e entusiasmante. Impressionante como os cães estão sempre a querer correr, e como respondem bem às ordens (em Russo) que lhes dão. Em frente, segue, esquerda e direita. O meu trenó era puxado por 10 cães ia eu e um Neozelandês, que nos safou porque não tínhamos rublos nem conseguimos levantar nas únicas duas máquinas que existem em Listvyanka porque estavam fora de serviço, e a “condutora” dos cães. A condução é feita meramente por voz e passageiros, neste caso eu tem a responsabilidade de travar o trenó quando for caso disso. Ou seja quando é para parar ou quando algum dos cães se embrulha, porque tropeça e vai literalmente aos trambolhões puxado pelos outros. Como já tinha dito, os bichos estão sempre com sangue na guelra para correr. Estão de arnês e são estão a fazer força para correr, assim que se levanta o travão se não estamos seguros levamos um esticão e ficamos em terra. No início da jornada a velocidade é de 50 km hora ao fim de 20 km a velocidade já ronda os 15. Ainda tive, tivemos todos em alturas diferentes, por falte de experiência uma queda… curva e contra curva a 50 km/h o trenó não se aguantou e eu saí disparado e claro dei meia dúzia de cambalhotas a rebolar… sem qualquer consequência física. Levantei, corri para o trenó e continuei viagem. A adrenalina era alguma. Chegados ao lugar do almoço, já alguém tinha ido à frente, numa mota de neve, para preparar o mesmo. E é um almoço como se querer, feito com fogueira e uma panela toda queimada pendurada sobre o lume. Almoçámos pelmenis, já tínhamos comido uma ou duas vezes no comboio em em Yekaterinburg. Basicamente é uma massa com carne por dentro, muito semelhante a raviolis, cozido em água. Claro que a água foi um bocado de gelo e neve apanhados ali mesmo, derretido e fervido, acompanhado com chá. Muito bom. Após o almoço, foi fazer o caminho de regresso com os dois trenós lado a lado com alguns metros de distância a fazer uns “picanços”.

 
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rum

Membro Conhecido
-10-​
[Listvyanka] – Continuação

Antes de regressarmos ao nosso hotel, despedimos do nosso amigo Neozelandês que viríamos a encontrar no dia seguinte em Irkutsk e
fomos visitar um mercado local onde vendem entre outras coisas o famoso peixe fumado do Baikal.


No nosso hotel, fomos presenteados com um chá (muito chá bebe aquela gente) e uns bolinhos. Ainda saí para fazer umas fotografias do
por do sol sobre o lago com um frio de rachar. A temperatura estava para lá dos 20 negativos e fazia um vento tramado que tornava
ainda o ar mais frio. Achei piada à dona do Chalé, que só me deixava sair se levasse gorro… e tinha razão.


Jantámos no Chalé, fizemos uma petiscada com a comida que nos permitiram levar para lá. Muito simpáticos.
 

rum

Membro Conhecido
-11-​
[Irkutsk] – [08-02-2015 a 09-02-2015]

Clima
[tr1][th]Irkutsk[/th][th]Max[/th][th]Min[/th][th]Precip[/th][th]Neve[/th][th]Med Max[/th][th]Med Min[/th][/tr1][tr2][td]08-02-2015[/td][td2]-11[/td2][td2]-23[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]-13[/td2][td2]-25[/td2][/tr2][tr1][td]09-02-2015[/td][td2]-11[/td2][td2]-23[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]-13[/td2][td2]-25[/td2][/tr1]
Gastos
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Moscow Time: +5

Estadia: Apartment 38 City center


[08-02-2015]
Na manhã seguinte tínhamos um pequeno-almoço muito bom à nossa espera. Saímos durante a manhã em direção a Irkutsk. Fomos até ao centro da aldeia onde param os autocarros e também as Marshrutka. As Marshrutkas são carrinhas à semelhança dos Coletivos da Riviera Maya e Bestas do Brasil. Vão para determinados destinos e só arrancam quando estão cheias.
Deste dia não tenho muitas fotografias porque tive um acidente com um dos cartões, mas além do frio e da deslocação a até Irkutsk Chegados a Irkutsk, procurámos o apartamento que tínhamos alugado. Há muitos e bons hotéis mas aqui, sem razão aparente, optamos por um apartamento.
Após instalados e descansarmos um pouco saímos para ver a cidade, tentámos ir ao mercado local mas à hora que chegámos já estava a fechar. Decidimos então ir até ao bairro 130, que tinha sido aconselhado pelo russo que conhecemos no comboio mas que deveria ser só para visitar já que o bairro era muito caro. É uma zona da cidade com muitos bares e restaurantes e lojas, estilo centro comercial a céu aberto. Acabamos por entrar e ficar numa cervejaria a petiscar e a beber umas cervejas. Telefonámos ao Neozelandês que no dia anterior nos fez companhia nos trenós e nos safou com a venda de rublos. Queríamos experimentar a cozinha Buriati, foi-nos sugerido um restaurante ali mesmo no bairro 130 e por ali ficámos. Foi uma boa solução já que a comida agradou e muito.


Após o jantar e com um frio de rachar na rua, seguiu-se um jogo de bowling num bar/discoteca da cidade ao que parece a maior da Sibéria mas como era domingo estava para lá de vazia. Deu para beber mais umas cervejas já que tínhamos bebido poucas… apesar disso o bowling correu bem com vários strikes.

[09-02-2015]
No dia seguinte almoçamos no apartamento e a tarde foi dedicada a um circuito a pé pela cidade e pelas suas muitas igrejas, maioritariamente ortodoxas e algumas católicas.


Ao fim do dia, apanhamos o tram e seguimos para a estação.


Acabámos por jantar na estação, e como sempre a comida agradou. Na Rússia é fácil comer bem. Quando chegámos à sala de espera/embarque da estação, o caos estava instalado. Era gente por todo o lado. Após algum tempo e algumas movimentações percebemos que estavam 3 comboios nas plataformas com horários de saída muito próximos e a maioria era para os outros dois.
Este seria o comboio que nos faria abandonar a Rússia e nos levava à Mongólia, por isso a bordo a maioria era Mongol, e tal como em todos os outros comboios nós eramos os únicos ocidentais.
 
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rum

Membro Conhecido
-12-​
[Irkutsk - Ullaanbaator] – [09-02-2015 a 11-02-2015]

Tempo de viagem: 32:05
Distancia: 1119 Km

Gastos
[tr1][th]Comboio[/th][th]Alimentação[/th][th]Estadia[/th][th]Souvenirs[/th][th]Transportes[/th][th]Outros[/th][th]Total[/th][/tr1][tr2][td]10-02-2015[/td][td]7,87[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]0,22[/td][td]8,09[/td][/tr2]


O nosso compartimento foi partilhado com uma senhora Mongol que viaja numa companhia de mais umas 5 senhoras que tinham ido à Rússia às compras. Não imaginam o pandemónio em que aquele comboio se transformou com as ditas compras. Eram caixas e sacos por todo o lado, caixas de bananas, caixas de tangerinas, de vodka (com fartura) garrafas de sangria e de vinho, caixas de gomas, de frutos secos, roupa, pequenos eletrodomésticos de cozinha, enchidos… tudo e mais alguma coisa que possam imaginar. Como é óbvio e podem imaginar nada disto poderia passar pela fronteira quanto mais não seja pelas quantidades envolvidas. Então passaram a noite e o dia abrir caixas e a mudarem as coisas de compartimento para compartimento e a esconder em tudo o que era buraco que havia no comboio. Foi uma paródia pegada, com a conivência dos pravadnitsas, na nossa carruagem era uma mulher e um homem. Abriam portas, armários, alçapões por todo o comboio para esconder as coisas que levam.
A senhora que viaja connosco só falava Mongol e muito pouco Russo, por isso a comunicação era quase impossível. Com ela viajava outra senhora que falava Russo, Inglês e Alemão e com ela já era possível dialogar. Disse que foram às compras à Rússia porque os produtos Russos eram melhores e que aquilo era para celebrar a passagem do ano lunar chinês que eles também celebram. E passaram a noite e o dia a dissimular as compras.

[10-02-2015]


Pelo caminho páramos durante cerca de duas horas última localidade antes da fronteira, onde ficou só a nossa carruagem que era a única que seguia para a Mongólia e aproveitámos para almoçar num tasco à séria naquele local remoto da sibéria, que diria que só existe porque passa lá uma linha de comboio.

Após a chegada de uma locomotiva Mongol, seguimos em direção à fronteira. Entraram uns 15 polícias e um cão para revistar de alto a baixo o comboio e para fazerem o controlo de passaportes. Os polícias Russos sabendo dos hábitos do Mongóis, revistaram tudo a pente fino e acreditem que passou muita coisa sem ser descoberta. Mas até as grelhas de aquecimento que percorrem o comboio de uma ponta à outra junto ao chão abriram… mas aí acho que não havia nada escondido. Quando passámos para o lado Mongol passou-se o mesmo filme, os policias na maioria mulheres mais brandas e menos agressivas mas não perdoaram na multas. O bom disto é que a nós ocidentais ninguém incomoda ou faz perguntas, só pedem os passaportes e perguntam qual é a nossa bagagem que não revistam e revistam tudo o resto… seja Russo, Mongol ou Chinês. Esta brincadeira das fronteiras leva quase 6 horas… um mal necessário.
Ainda na fronteira do lado Mongol é normal entrarem pelo comboio pessoas a venderem tugriks, a moeda mongol. Obviamente que é mercado negro mas fazem-no sem esconder nada e com a policia ali ao lado. Vendemos os rublos que tínhamos e comprámos tugriks até porque chegaríamos às 6 da manhã a Ulaambataar e poderia não ser fácil arranjar dinheiro.
 
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rum

Membro Conhecido
-13-​
[Ulaanbataar 11-02-2015 a 12-02-2015]

Clima
[tr1][th]Ulaanbataar[/th][th]Max[/th][th]Min[/th][th]Precip[/th][th]Neve[/th][th]Med Max[/th][th]Med Min[/th][/tr1][tr2][td]11-02-2015[/td][td2]-4[/td2][td2]-16[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]-12[/td2][td2]-23[/td2][/tr2][tr1][td]12-02-2015[/td][td2]-5[/td2][td2]-19[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]-12[/td2][td2]-23[/td2][/tr1]
[tr1]

Gastos
[tr1][th]Ulaanbataar[/th][th]Alimentação[/th][th]Estadia[/th][th]Souvenirs[/th][th]Transportes[/th][th]Outros[/th][th]Total[/th][/tr1][tr2][td]11-02-2015[/td][td2]20,84[/td2][td2]94,70[/td2][td2]0,00[/td2][td2]65,20[/td2][td2]26,40[/td2][td2]207,14[/td2][/tr2][tr1][td]Total Cidade[/td][td2]20,84[/td2][td2]94,70[/td2][td2]0,00[/td2][td2]65,20[/td2][td2]26,40[/td2][td2]207,14[/td2][/tr1]

Moscow Time: +6

Estadia: Naranbulag Hotel


[11-02-2015]
Após mais uma noite de viagem chegámos de madrugada a Ulaanbataar, a o país era outro o frio era o mesmo… aliás estávamos na capital com a temperatura média mais baixa do mundo, -1 grau de temperatura média ao longo do ano, mas estranhamente até se suportava porque o ar é seco. Às 6:30 estávamos a chegar ao hotel que ficava perto da estação e optámos por ir a pé. À chegada o segurança em pleno alerta no sentido do dever dormia e ressonava como gente grande em cima de um sofá… na receção não havia ninguém. Tocámos na campainha que estava no balcão e o segurança parecia uma ponta e mola a saltar do sofá… mas desconfio que nunca abriu os olhos. De uma sala apareceu uma rececionista com um ar algo ensonado e trazia na cara a marca da almofada… claramente que também estava alerta… Lá nos deu os quartos onde era suposto fazermos check in após as 12 horas… chegámos 6 horas antes não levantaram qualquer problema nem fizeram questões.
Após uma subida aos quartos para um banho descemos para o pequeno-almoço, preparado pela rececionista que era um espécie de faz tudo… apesar do hotel ser grande com bastantes comodidades e serviços.

Queríamos ir ao complexo Ghengis Khan complex que é um local de homenagem ao dito, onde há um museu e uma estátua dele enorme. O museu até é interessante, a estátua enorme mas grotesca…. Uma coisa que custou 4,1 mil milhões de dólares (se não estou em erro). Ainda cá em Portugal procurámos um serviço de táxi mas pediam-nos qualquer coisa como 100 euros, decidimos não marcar nada e no local procurar uma alternativa. Na receção do hotel dissemos onde queiramos ir e pediram-nos um táxi… a estátua fica a cerca de 100 km, pediram-nos 50 euros para nos levar, esperar por nós enquanto fazíamos a visita e regresso ao hotel. A única diferença é que o taxista não falava inglês… para nós não era problema já que ele sabia qual era o nosso plano e o preço parecia justo.
Saímos ainda antes das 8 do hotel e com a saída da cidade começamos a cruzar locais inóspitos onde predominam as paisagens lunares. Pouco passava das 9 da manhã e estávamos a chegar ao complexo… que estava fechado, só abria às 10. O motorista decidiu então dar umas voltas pelas redondezas e mostrou-nos alguns acampamentos de gers. Às 10 horas voltámos ao complexo que estava a abrir. Visitámos o museu que achei interessante e subimos à cabeça do cavalo onde temos uma vista panorâmica brutal.



Comprámos uns recuerdos numa das lojas do complexo, tomámos um café e regressámos ao hotel. Se saímos da cidade bastante cedo, circulámos com facilidade… no regresso deu para ver como o trânsito é caótico… não há qualquer tipo de ordem onde impera a buzina… só apitam por duas coisas… por tudo e por nada. Impressionante.
Após a difícil chegada ao hotel, tínhamos de ir às instalações da realrussia na Mongólia para levantar os bilhetes de comboio, visto que na Rússia só pudemos levantar os bilhetes para os troços Russos. De smartphonena mão com recurso ao gps lá nos colocámos a caminho, a pé já que o trânsito era um inferno.
Pelo caminho, e como tínhamos uma lista de restaurantes recomendados, decidimos escolher um. Assim foi, entrámos e quando perceberam que eramos ocidentais, o que não era difícil de perceber, trouxeram a ementa em inglês. Quando fizemos o pedido a rapariga que nos atendia chegou a um ponto e disse enough… e ficámos com o pedido a meio. Quando a comida chegou percebemos que era muito… aquilo que nas fotografias e pelo preço nos parecia mini pratos eram doses bem generosas… o nosso pedido ficou pela metade e metade do que chegou à mesa… ficou lá.
Findo o almoço, lá fomos levantar os bilhetes. Com os bilhetes na mão, estávamos sem planos… ou fazíamos um percurso na cidade sugerido pelo Lonely Planet ou íamos ao mercado negro, um dos maiores locais de concentração de carteiristas do mundo. Quem lá vai de forma descontraída é quase certo que é subtraído… A escolha, e pela aventura que seria, caiu claramente no mercado negro. Com o recurso ao GPS lá fomos nós a pé… já que o trânsito continuava parado, ainda era longe mas nada nos demovia. Depois de alguns km a pé, lá chegámos ao mercado… mas o simpático do GPS levou-nos às traseiras do mesmo. Com o aproximar da noite, algo cansado e com sinal de pouca atividade que se sentia do outro lado do muro e um quarteirão muito grande para contornar… decidimos voltar atrás…
Voltámos ao centro da cidade, por onde passámos não vimos nada de especial, apenas betão, muita gente e muito transito. No centro da cidade alberga a praça Chinggis Khaan que é enorme e de onde se avistam muitos edifícios modernos que rasgam o céu da cidade que sofre das consequências da poluição e tem um certo toque de cinzento que contrasta com todo o resto do país.



Mais umas fotografias da praxe e parámos num café, com um ar muito “clean”, moderno e muito iluminado. Antes de contar o que nos aconteceu, deixem-me só dizer que em Ulaanbataar proliferam muitos carteiristas, e que andar de transportes públicos ou ir ao mercado negro é meio caminho andado para os incautos serem subtraídos. Mais, há guias de viagem que abordam a temática de como ser roubado na Mongólia. Não quero com isto dizer que o país é inseguro ou há violência, pelo contrário. Senti-me de uma forma geral seguro e as pessoas são muito simpáticas e prestáveis… há, é de facto, carteiristas e são habilidosos.
Posto isto, continuemos. Entrámos no café e escolhemos o que queríamos. O meu amigo foi ao quarto dos alívios e eu voltei ao balcão para pedir a senha de acesso ao Wi-Fi, e foi-me dito que estava inscrita na fatura.
Voltei à mesa, aguardei que o meu amigo regressasse do wc e fui observando as pessoas. A clientela era na sua maioria jovens e quase na totalidade estavam ou agarrados aos smartphones, ou tablets ou portáteis e a estudar. Na mesa imediatamente a seguir à nossa estava uma senhora a dar explicações a uma miúda e estávamos sentados junto a uma grande vitrina que dava para a rua. O meu amigo regressou e pedi-lhe a fatura, num ato contínuo tirou a fatura do bolso interior do casaco, que estava pendurado na cadeira, juntamente com o dinheiro Mongol. Deu-me a fatura e voltou a guardar o dinheiro. Cerca de 15 minutos depois falámos sobre o dinheiro e ele quis confirmar qualquer coisa sobre o mesmo… quando foi à procura dele… já não o tinha. Não sabemos o que se passou, no mesmo bolso tiha mais dinheiro (euros) bilhetes de comboio e passaporte e estava lá tudo. Mas o dinheiro Mongol desapareceu. Se lhe meteram a mão no bolso, foram habilidosos a escolher. O mais certo foi ter caído enquanto pensava que guardava e alguém (provavelmente a senhora e a miúda que estavam na mesa ao lado) viu e apanhou. O espantoso disto, é que estávamos em alerta por causa da fama dos carteiristas e num espaço exíguo e em pouco tempo… o dinheiro sumiu sem darmos por nada. Não fomos abordados por ninguém nem ninguém, além da senhora e da miúda (que tivéssemos reparado), se aproximou de nós. No fim e contas feitas, foram 28 euros.
Após isto e alguma incredulidade, decidimos ir beber umas cervejas para esquecer o que aconteceu. Após alguma consulta fomos a um bar da moda em Ulaanbaatar, não passava de um Irish Pub. Era grande, bem ]frequentado e entre outras tinha uma bandeira Portuguesa. Depois de virarmos umas canecas e sem jantar, decidimos regressar ao hotel. Na Mongólia por imposição do governo tudo fecha à meia-noite e como tínhamos comboio às 6:30 da manhã não havia tempo para muitas loucuras. Sem dinheiro Mongol, e com a despesa paga no bar com o cartão de crédito, precisávamos levantar dinheiro para um táxi. Depois de procurar não entrámos um multibanco (mas há), abordámos um taxista, mostrámos uma nota de 10 euros, dissemos o nome do hotel atrás de um sorriso veio logo um “No problem”.

[/tr1]
 
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rum

Membro Conhecido
-14-​
[Ulaanbaatar – Pequim 12-02-2015 a 13-02-2015]

Tempo de viagem: 28:25 Horas
Distancia: 1317 Km

Gastos
[tr1][th]Comboio[/th][th]Alimentação[/th][th]Estadia[/th][th]Souvenirs[/th][th]Transportes[/th][th]Outros[/th][th]Total[/th][/tr1][tr2][td]12-02-2015[/td][td]22,13[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]0,00[/td][td]22,13[/td][/tr2]


[12-02-2015]
Após a bagunça a que tínhamos assistido na viagem anterior de Irkutsk para Ullanbaatar, estávamos expectantes quanto percurso que nos esperava. Ao chegarmos à estação já lá estava o comboio. O primeiro impacto foi de surpresa, era de longe o comboio com melhor ar. Não que os outros fossem maus mas a primeira imagem agradou. Dirigimo-nos ao nosso compartimento e já lá estavam aqueles que seriam os nossos parceiros de viagem, dois miúdos de 18 e 19 anos Alemães. Pela primeira vez víamos no comboio alguém ocidental. Viajavam desde Moscovo como nós mas já levavam duas semanas de viagem e nós só duas. Viajavam sem rumo muito certo e sem calendário, tinham como objetivo chegar à Austrália depois de percorrerem a China e alguma coisa do sudeste Asiático.
Era manhã cedo, quisemos ir tomar o pequeno almoço ao vagão-restaurante. Pedimos um menu pequeno almoço, que era composto por uma omelte, umas fatias de fiambre, pão manteiga e chá ou café. O dia estava a nascer e o sol impunha-se imponente no horizonte. À saída de Ulaanbaatar, o percurso da linha de comboio começa a subir ligeiramente e a serpentear as colinas que pautam a paisagem inóspita e diga-se, completamente lunar.


Esta zona do percurso é a ideal para tirar fotografias com o comboio a efetuar as curvas fazendo umas panorâmicas engraçadas, só é pena as janelas não abrirem. Ao longo da viagem vamos vendo os típicos acampamentos de Gers.


Começamos a aproximar do Gobi. Durante km a paisagem é completamente árida com km a perder de vista. São visíveis alguns rebanhos que vão salpicando a paisagem tal como cáfilas de camelos e gamos ou veados.


O comboio vai passando por pequenas estações e terrolas perdidas no meio do nada onde não há mais do que meias dúzia de edifícios, o que achei muito curioso é que todos estes conjuntos de edifícios ou casario que seriam de apoio à infraestrutura da linha, acho que nem se pode dizer que fossem aldeias, tinham uma tabela de basket.


A China aproximava-se, em determinado local, a última estação antes da fronteira. A viagem através do Gobi continuava serena, íamos trocando umas impressões com os nossos parceiros de compartimento, estavam há 4 semanas a fazer o transiberiano e seguiam sem calendário até à Austrália, até lá iam deambular pela China e pelo Sudeste Asiático. Aproveitámos para sair do comboio e verificar que continuava fresquinho, e comprámos uns noodles e uns snacks que vendiam na plataforma da estação.


Em pleno deserto de Gobi avistávamos a fauna local, local perfeitamente inóspito que merece uma visita mais prolongada.


Chegados à fronteira, lá vem a polícia com a sua pose militar para o controlo de passaportes e revista de bagagens. A pose militar e autoritária é uma constante tanto nos Russos, como nos Mongóis e nos Chineses, com a diferença da polícia fronteiriça Mongol ser, pelo menos no nosso caso, maioritariamente composta por mulheres. Apesar da postura a relação com os turistas ocidentais é muito cordial e pacífica não fazem grandes questões, olham para o passaporte e para nós, perguntam qual é a nossa bagagem e não a revistam. Já os locais são alvos de grandes inquéritos, discussões e revistas… e depois no fim há as multas.
Após o controlo Mongol vem o controlo Chinês. Mais do mesmo. O controlo fronteiriço do lado Chinês é feito numa estação onde não é permitida a saída aos passageiros que seguem viagem, mas a localidade recebe os passageiros com toda a pompa e é decorada como muitas luzes e neons onde parece que há uma constante iluminação de natal durante todo o ano.
Após o controlo há que trocar as rodas às carruagens, o sistema de carris da China é diferente do Mongol e do Russo. O comboio é levado para uma garagem onde é partido em 3 blocos de carruagens. Entretanto sem que os passageiros se apercebam as carruagens são levantadas por uns elevadores e retiram os rodados e colocam outros. A troca feita com tal suavidade que só nos apercebemos que alguma coisa está a acontecer quando se ouve os rodados a baterem uns nos outros quando estão a ser trocados.


Rodas novas e paragem na primeira estação Chinesa. Há tempo para sair do comboio, uma visita rápida à estação onde há um pequeno supermercado. Aqui temos logo o primeiro impacto do que é o comércio na China… vendem todo o tipo de porcarias e tudo, tem um aspeto artificial cheio de coisas nocivas à saúde e claro os rótulos não são legíveis… tens que te fiar nas fotografias. Comprámos fruta e água, pelo menos sabemos o que estamos a comprar e mais meia dúzia de snacks que certamente só fazem mal…
Última noite a bordo do transiberiano, com o nascer do dia já podíamos ver a paisagem. A neve que tinha sido uma constante desvaneceu-se na Mongólia e na China já era pouca apesar do gelo ainda se fazer sentir e os rios estarem congelados. Começava a ser percetível a poluição que carregava o ar, e tornava-se cada vez pior com a aproximação a Pequim.
 
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[Pequim 13-02-2015 a 16-02-2015]

Clima
[tr1][th]Pequim[/th][th]Max[/th][th]Min[/th][th]Precip[/th][th]Neve[/th][th]Med Max[/th][th]Med Min[/th][/tr1][tr2][td]13-02-2015[/td][td2]-10[/td2][td2]-6[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]4[/td2][td2]-8[/td2][/tr2][tr1][td]14-02-2015[/td][td2]11[/td2][td2]-2[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]4[/td2][td2]-8[/td2][/tr1][tr2][td2]15-02-2015[/td2][td2]7[/td2][td2]-2[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]4[/td2][td2]-8[/td2][/tr2][tr1][td]16-02-2015[/td][td2]12[/td2][td2]-3[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]4[/td2][td2]-8[/td2][/tr1]


Gastos
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Moscow Time: +5

Estadia: Beijing 161 Lama Temple Courtyard Hotel

[13-02-2015]
Chegados a Pequim, a primeira impressão foi de imensidão… a estação, enorme, estava carregada de pessoas. O primeiro objetivo na chegada à China era levantar os bilhetes de comboio que já estavam comprados para o restante percurso dentro da China. Escusado será dizer que daqui para a frente não era Transiberiano. Essa etapa, que foi gratificante e uma viagem marcante, estava terminada.
Procurámos um ticket office, para levantar os bilhetes. Este levantamento é possível ser feito em qualquer estação de comboio, bastando apresentar o voucher que tínhamos imprimido. Saímos para a rua e vimos um ticket office apinhado de pessoas, com custo lá conseguimos chegar á fala com um dos operadores… e começaram as dificuldades de comunicação. Eles tem muito boa vontade, mas conhecimentos de inglês são muito poucos. Ao fim de algum tempo lá conseguimos perceber que ali não podíamos levantar os bilhetes. Decidimos voltar a entrar na estação, diga-se que é enorme, lá entrámos outro ticket office mas era só de máquinas automáticas e começámos a ficar perdidos e isso provavelmente era notório nas nossas expressões. Foi então que alguém passou por nós e olhou… fez um compasso e voltou a olhar novamente. Foi intuitivo… “Do you speek english?”. “Yes”. Respondeu ele. Amavelmente prontificou-se a ajudar-nos. Lá explicámos o que queríamos e levou-nos às máquinas. Explicámos que não queríamos comprar bilhetes mas sim levantar os bilhetes que já estavam comprados. Apesar de estar com pouco tempo, lá atravessou a estação connosco e levou-nos a outro ticket office. Disse-nos ainda que se quiséssemos ajuda de alguém para solicitar aos adolescentes visto que os mais velhos pouco inglês saberiam e dificilmente conseguiríamos ajuda.
Já no outro ticket office, não conseguimos levantar os bilhetes. Decidimos então ir ao hotel deixar as coisas e ir à estação de onde iríamos sair. Pequim tem 4 grandes estações de comboio. Nós chegámos à Central Station e iriamos sair da South Beijing Station.
Na estação de comboios há uma estação de metro, e apesar das indicações estarem em Inglês não estávamos a encontrar a entrada, tentámos perguntar a alguns adolescentes mas não percebiam o que dizíamos. Até que me lembrei de mostrar a planta da rede de metro que tinha no smart phone e a resposta foi automática… estava nas nossas costas.
Na bilheteira tivemos alguma dificuldade, queríamos comprar um passe de metro diário ou semanal ou várias viagens mas não foi possível… lá dissemos para onde queríamos ir e vendera-nos dois bilhetes. Dissemos que queríamos mais… mas só diziam one, one. Ok… lá fomos. Percebemos mais tarde que não haveria passes de metro e que o preço das viagens variava em função da distância ou estações percorridas e não era por zonas como nas outras grandes cidades. Diga-se que o metro de Pequim é enorme, tem as indicações em inglês e é muito fácil de circular. Porém fecha cedo e a frequência de comboios não é muito alta. Mas é muito eficiente.
Em todas as estações de metro a segurança é levada muito a sério. Toda a bagagem, malas, mochilas, sacos por mais que pequenos que sejam passam por máquinas de raio x. Tudo é verificado. É um mal necessário, e bem vistas as coisas não perdíamos mais do que 10 segundos neste processo que é respeitado por todos.
Chegada ao hotel, localizado num hutong histórico da cidade onde há vários edifícios transformados em hotéis típicos muitos restaurantes e comércio local. Se o local à primeira vista não parece muito simpático por ser composto por ruas estreitas e edifícios velhos depressa tirámos essa ideia da cabeça após ver hotel. Um ambiente perfeito e descontraído e muito acolhedor. Na rua o ambiente é frenético e atabalhoado onde se misturam pessoas, bicicletas, motas, muitas motas, muitas delas silenciosas e carros muitas das vezes sem qualquer tipo de ordem.


Após o check in e largar as malas no hotel e um banho para retemperar as forças, pusemo-nos a caminho da estação de comboios para levantar os bilhetes de comboio. No metro, era possível observar os chineses e tirar algumas conclusões sobre os seus hábitos. Os que viajam de metro ou estão a dormir/dormitar os agarrados aos smartphones. É impressionante a utilização que eles faze dos ditos… a maioria vê filmes mas há muitos que jogam e leem livros.


Na South Station, mais uma vez confirmámos a imponência das estações chinesas… era enorme, foi fácil encontrar o ticket office e finalmente levantar os bilhetes. A fome apertava e decidimos comer ali mesmo na estação, a oferta era enorme já vi áreas de restauração em centros comerciais mais pequenas. A escolha foi feita basicamente pelas fotografias dos cartazes dos restaurantes. A comida apesar de chinesa, claro, era tipicamente fast food. A escolha foi acertada, muito saborosa. Com isto tudo a tarde já ia a meio. Para esse dia tínhamos agendado e reservado bilhetes para um espetáculo de Kung Fu. Red Theatre Kungfu Show - Beijing Legend of Kung Fu Show Discount tickets booking. Decidimos apanhar o metro para a zona do teatro, dar uma volta pela zona e levantar os bilhetes. O espetáculo, é isso mesmo… um espetáculo. Ficámos surpreendidos pela locução ser em inglês e ter tradução num placar eletrónico para chinês. No final houve tempo para tirar fotografias (pagas) com os artistas e quem optar por tirar fotografias tem um desconto no merchandising.

Após o espetáculo fomos jantar, escolhemos um restaurante ali na zona, onde foi uma aventura fazer o pedido às miúdas que atendiam… o inglês era muito rudimentar mas lá conseguimos. Neste restaurante achámos piada ao facto de lá dentro estar uma mota ligada a uma tomada elétrica a carregar… enfim estávamos na China.


[14-02-2015]
O dia seguinte estava reservado para o Lama temple, 雍和宫欢迎您, durante a manhã já que era muito perto do nosso hotel.


Após o templo, o destino seguinte era Tiananmen e a Cidade Proibida. A saída do metro fomos abordados por uma rapariga num inglês perfeito. Quis saber quem eramos e de onde eramos e se não estaríamos interessados em tomar chá e conversar um pouco… airosamente e delicadamente recusámos o convite… sabíamos que estávamos perante umas maiores armadilhas de Pequim onde te convidam simpaticamente para um chá e no fim apresenta-te uma conta astronómica. Já na rua, na atura não demos grande importância à praça e dirigimo-nos ao Palácio da Cidade Proibida onde havia muita gente para entrar. O controlo de segurança é apertado tudo e todos são revistados por polícias com ar pouco simpático. Lá dentro, percebe-se porque é que se chama cidade… é enorme.


Visitámos alguns dos pavilhões e optámos por não visitar o palácio, já que era enorme. Saímos por uma porta lateral e caminhámos em direção à Wangfujing St. É uma rua pedonal enorme e bastante larga dedicada ao comércio. Carregada de centros comerciais com lojas de grandes marcas lado a lado com as típicas lojas chinesas.

 
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[Pequim - Continuação]​

Ainda fomos ao templo do céu. O templo fecha às 17 horas, mas à hora que chegámos 15:30 já não vendem bilhetes para o templo só vendem para os jardins. Não percebi até que horas se vendem os bilhetes. Nos jardins havia muita gente a passear, a tocar música e a cantar, muitos grupos a fazer Tai Chi e jogos tradicionais deles. Mais uma vez os jardins eram enormes.


Após sair dos jardins, do outro lado da estrada ficava o famoso Perl Marktet onde se vende tudo, decidimos ir ver. Não fomos ao último piso onde estão as famosas pérolas, muitas delas claramente falsas para enganar quem não percebe nada do assunto. O mercado é tipo loja de departamentos onde é possível encontrar tudo… mas tudo mesmo contrafeito. Eu comprei um Samsung note 3 por 100 euros, depois de regatear claro e ainda me ofereceram um cartão sd.
O fim do dia estava reservado para o famoso pato à Pequim, fomos aconselhados por quem nos tratou dos bilhetes de comboio na China um local onde eles levavam os amigos e onde se comia um verdadeiro pato sem sermos roubados. Lá nos pusemos a caminho, chegados ao local não era bem o que procurávamos… ou seja não era um local tradicional, pelo contrário um restaurante com um ar muito moderno e perfeitamente ocidental, afinal estávamos na zona financeira da cidade e onde estão sedeadas as grandes empresas na China, e na verdade com muito bom aspeto… ainda hesitámos, porque os clientes eram todos ocidentais. Mas se tínhamos ido ali por causa do pato… não havia volta atrás. Na verdade era do melhor que podíamos encontrar, não era um local tradicional como procurávamos mas muito bom no serviço e na qualidade da comida.


[15-02-2015]
No dia seguinte fomos à muralha da China. Tínhamos decidido não ir a Badaling, que é a seção mais visitada e onde há hordas de gente e íamos a Mutianyu. Ainda Portugal tinha investigado e estudado a hipótese de á chegar, através de transportes públicos mesmo sabendo que era longe e demorado. Entretanto no hotel perguntaram-nos se não estaríamos interessados em fazer uma visita à muralha a Mutianyu com a garantia de que a excursão seria só isso mesmo sem paragens em lojas ou outro objetivo e com almoço incluído. Aceitámos e foi uma escolha certa. Às 8 da amanhã após o pequeno-almoço, que neste hotel era bastante bom, uma das rececionistas saiu connosco, do hutong até à rua principal para esperar o transporte connosco. De outa forma não o conseguiríamos identificar. Lá chegou o autocarro, com uma guia e já trazia 4 americanos e um casal de franceses. A viagem foi feita de forma tranquila. Na muralha foi-nos explicado que naquela seção há dois acessos. Um deles sobe-se e desce-se de teleférico e no outro sobe-se de teleférico e desce-se de tobogan. A guia disse que iriamos para o do Tobogan porque era muito mais divertido. Ainda antes de subirmos pedimos algum tempo, como bons portugueses que somos para beber um café. Há muito café na China e ao contrário do que se possa pensar até é possível encontrar bom café… mas é muito caro. Um café pode custar quase tanto como uma refeição.

Após o café, e enquanto os Americanos e os Franceses esperavam por nós, lá subimos. A ordem era para caminhar e regressar ao ponto de origem até às 13 horas. Tínhamos 4 horas para andar a calcorrear as pedras. E Dizer calcorrear as pedras pode que estávamos perante um monumento menor ou sem interesse mas na verdade é o contrário. A muralha impressiona pela positiva apesar de cinzenta e sinistra e a perder de vista não cansa nem farta ver tamanha obra.
Não é preciso ser atleta para conseguir fazer a muralha, ou pelo menos algo que seja digno de ser dito caminhei na muralha da China, mas ter boa condição física ajuda já que o terreno é muito irregular. O dia estava meio cinzento e frio, a temperatura era negativa, e aliada à poluição que teima em persistir continuava a não ser possível perceber que existe um céu azul mesmo fora de Pequim. É impressionante o cinzento de todo o país que só é rasgado pelo vermelho das bandeiras e lanternas.


Após 4 horas de caminhada com paragem numa pequena esplanada, plantada estrategicamente, ao lado da muralha para beber uma Coca-Cola gelada, e que bem soube, estávamos de regresso ao ponto de origem. A descida foi feita no tal tobogan, bastante divertido e onde é possível atingir velocidades interessantes. O único senão é se apanhas algum palerma mais lento à tua frente que cause engarrafamento e a determinada altura foi o que aconteceu.


A muralha é aquilo que sempre imaginei, enorme, imponente e cinzenta… Um monumento brutal.
O almoço, que estava incluído, era composto por vários pratos. A escolha não era feita por nós mas sim pelo que eles traziam para a mesa. A ideia era partilhar os vários pratos, a comida era em quantidade suficiente, variada e saborosa.
 
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De regresso a Pequim, da parte da tarde ainda houve tempo para ir novamente ao Perl Market para mais umas compras.


À noite foi dedicada à gastronomia de rua, o destino era a Wangfujing Night Food Street onde se pode encontrar todo o tipo de iguarias… das mais estranhas às mais convencionais. Os cavalos-marinhos, os escorpiões, as estrelas-do-mar, cobra, larvas, cigarras e por aí fora. Eu aventurei-me nos escorpiões, nos cavalos-marinhos, uns calamares de comer e chorar por mais, uns noodles que me faziam cuspir fogo de picante que estava e para finalizar uma talhadazita de melão. Quando me perguntam ao que sabe os cavalos-marinhos e os escorpiões digo que sabe a jaquinzinhos… é tal e qual crocantes e tudo.


Para finalizar a noite uma ida a Tiananmen square para mais umas fotos. O dia seguinte era dia de levantar cedo, atravessar a cidade para apanhar o comboio em direção a Shangai.

 

rum

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[Xangai 16-02-2015 a 19-02-2015]

Tempo de viagem: 5:24 Horas
Distancia: 1318 Km

Clima
[tr1][th]Xangai[/th][th]Max[/th][th]Min[/th][th]Precip[/th][th]Neve[/th][th]Med Max[/th][th]Med Min[/th][/tr1][tr2][td]16-02-2015[/td][td2]14[/td2][td2]7[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]10[/td2][td2]3[/td2][/tr2][tr1][td]17-02-2015[/td][td2]13[/td2][td2]2[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]10[/td2][td2]4[/td2][/tr1][tr2][td2]18-02-2015[/td2][td2]10[/td2][td2]1[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]10[/td2][td2]4[/td2][/tr2][tr1][td]18-02-2015[/td][td2]10[/td2][td2]3[/td2][td2]0 mm[/td2][td2]0.0 cm[/td2][td2]10[/td2][td2]4[/td2][/tr1]

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Estadia: Sunrise On The Bund

[16-02-2015]
Ao contrário da Rússia onde a velocidade média era de 80 km hora, na China a velocidade dos comboios ultrapassava os 300Km sendo a média horária quase os tais 300Km.
A estação que já tínhamos percorrido anteriormente para levantar os bilhetes era para lá de grande. Era época do fim de ano Chinês e nesta altura do ano todos viajam para algum lado, a estação apesar de ter um caótico de tanta gente que tinha permitia que se circulasse sem grandes constrangimentos.
Para entrar nas estações de comboio tal como no metro a segurança é levada a sério toda a bagagem passa por um raio-x e inspecionam os passageiros, tal e qual o tratamento que se faz num aeroporto.
Por falar em aeroporto, as estações que visitámos colocam o aeroporto de Lisboa num chinelo, e não sendo o nosso aeroporto mau, pelo contrário, a dimensão das estações e fluidez e circulação de pessoas é impressionante. Uma estação de combóios de alta velocidade com 30 linhas para eles é o normal…
Após entrada na estação foi procurar a porta de embarque e esperar numa fila ordeira… afinal estamos na China. Esperava-nos uma viagem de cerca de 5:30h e 1318 Km.
Porta aberta, descida à gare e procurar a carruagem e lugares que nos estavam atribuídos. A viagem foi calma, apesar da alta velocidade a mesma não se fazia sentir. Passavam constantemente hospedeiras a verificar que estava tudo bem ou se alguém precisava de alguma coisa. Também passou um fiscal a verificar os bilhetes.


Chegados a Shanghai, era quase dia de ano novo Chinês. Ao contrário do nosso ano novo, o ano novo chinês é uma festa de família, pode ser comparado ao nosso Natal e a forma como o celebramos. Sabíamos que nesta altura muita gente sai, principalmente, de Pequim e Shanghai para as cidades e aldeias do interior e por isso os transportes costuma ser caóticos. Foi por causa desta festividade e da grande procura de bilhetes que tivemos de alterar o nosso itinerário na China. Apesar disso, as pessoas em Shanghai, tal como em Pequim, eram mais que muitas.



Com facilidade dirigimo-nos para o metro. Escusado será dizer que a esta altura para nós circular no metro já era coisa de meninos. Dirigimo-nos ao hotel que tínhamos reservado, na zona do Bundo do outro lado do rio em frente ao famoso skyline do centro financeiro de Shanghai.
Após descarregar as mochilas no hotel há que ir passear e ver a cidade. Ao contrário de Pequim não tem tantos bairros típicos, ou pelo menos não os vimos. Mas sobram arranha-céus e edifícios gigantescos. À noite a iluminação torna a cidade brutal.
Destino: Bund.

O Bund é a zona ribeirinha que corre ao longo da margem ocidental do rio Huangpu onde tem uma promenade com as famosas vistas para o centro financeiro de Shanghai, the Pudong.
As vistas noturnas são brutais, sem descrever mais… só vendo.


Dali seguimos para Nanjing road, Nanjing road é umas das mais concorridas ruas de comércio do mundo. Tem cerca de 5 km e grande parte deles são pedonais. Verdadeiras lojas de Chineses, lojas das grandes casas de luxo, centros comerciais, restaurantes chineses e as grandes cadeias de fast-food estão todos lá…. É enorme e muito movimentada. De relembrar que era a altura do ano novo chinês e muito do comércio está fechado mas nesta zona quase tudo fervilhava.



Jantámos por ali num daqueles restaurantes para enganar turistas onde nos vão buscar à rua com a ementa na mão mas fizemos, mais uma vez, uma verdadeira refeição chinesa.
Mas um passeio pela zona para apreciar luzes e neons e regresso ao hotel.

 
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[Xangai – Continuação]

[17-02-2015]
No dia seguinte o pequeno-almoço foi num Bread and Talk, nestas lojas são muito atraentes os produtos expostos tem um excelente aspeto e são muito saborosos. Basicamente levantamos um tabuleiro, recolhemos com umas pinças o que queremos, está tudo em caixas de acrílico e pagamos no fim da linha. Fazem-se pequenos-almoços e lanches muito bons, porém os preços são “ocidentais” há opções mais baratas.


Seguiu-se o Yuyuan Garden, como não tínhamos grandes objetivos de visita em Xangai além de ver as vistas não havia grande pressão para cumprir horários por isso a deslocação foi feita a pé e íamos vendo a cidade. Escusado será dizer que é umas das maiores cidades do mundo por isso por muito que quiséssemos nunca conseguiríamos ver tudo.
Yuyuan Garden é uma zona de jardins muito antigos, aliás como tudo na China, tem uma zona de pavilhões onde há todo o tipo de lojas. (nesta zona sabe-se lá porquê a minha máquina deixou de colaborar e não conseguia tirar fotografias poucas consegui aproveitar, depois disso passou-lhe e até hoje continua a funcionar bem).


Dali seguimos para o metro e fomos até à People square que é uma praça central no meio a Nanjing Road para um café e um acesso à internet. Aqui, sentados numa esplanada fomos abordados por um engraxador, que numa tentativa de comunicar connosco lá se fez entender que nos queria engraxar os sapatos. Eu estava de ténis, por isso dispensei os préstimos do senhor que se mostrava simpático e afável. O meu amigo trazia umas boas de pele e já se tinha queixado da falta de manutenção depois de terem atravessado o rigor do inverno Russo onde pontapearam muito gelo e sal e estavam a precisar de uma manutenção. O chinês lá começou o trabalho, sem termos discutido o preço, e onde nos tentava aliciar com a festa do ano novo Chinês. Feito o trabalho, que até ficou bom, pensei bom… lá vai ele cobrar uns 20 yuans, pouco menos de 3 euros. Para nosso espanto… desenhou um 100 com o dedo na mesa, uns 15 euros. Ainda dissemos que era muito, mas claro a barreira linguística criava muitos entraves e já estava a levantar a voz e a perder toda a simpatia. Bom para o calarmos lá lhe demos os 100 yuans, para nosso espanto retorquiu com gestos que era 100 por cada sapato. Assim do nada deixei de achar piada, até então estava calmamente sentado, i parecia que tinha uma mola no rabo que até tombei a cadeira e alto do meu metro e setenta e cara de poucos amigos disse-lhe em bom português e com a voz colocada “Põem-te a andar daqui e apontei-lhe com o indicador o caminho”. Finalmente, depois de ameaçado meteu o rabo entre as pernas e afastou-se sempre a mandar vir dizendo o que queria pois para nós não era percetível.

 
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