Frederico
Membro
Muito tenho lido sobre Cabo Verde neste portal. Sinto-me encorajado a dar o meu relato da minha experiência caboverdiana durante o meu período de vivência e permanência no país da Morabeza.
A minha experiência em Cabo Verde iniciou-se em 2010, quando gozei 1 semana de férias na Ilha do Sal, por altura da Páscoa, em finais de Abril desse ano.
Alguns meses depois, o meu destino profissional orientou-se para Cabo Verde, com a permanência, durante o 1º semestre de 2011 na capital, Cidade da Praia, na ilha de Santiago. Durante este período, tive o privilégio de conhecer quase todo o arquipélago, de todas as maneiras e feitios, as pessoas, as paisagens, as atracções turísticas e não só. é este relato que partilho, na expectativa que vos possa elucidar caso pretendam um dia visitar e/ou viver em Cabo Verde, tal como eu.
Clima:
Começo pelo clima, pois é algo presente em todas as questões dos que vão visitar Cabo Verde. Pois bem, o clima é muito seco e com vento constante durante o ano inteiro. A temperatura raramente baixa dos 20ºC, nos meses mais "frios" (Fevereiro/Março). Nos meses mais quentes, Julho a Outubro, chega perto dos 30ºC, com maior humidade, dando a verdadeira sensação de trópicos. No entanto, nos outros meses a temperatura é muito agradável, sendo possível fazer praia o ano inteiro.
Apesar do clima ser muito seco, tem a denominada "estação chuvosa", de Agosto a Outubro, sendo muito irregular e geralmente com fraca pluviosidade, em especial nas ilhas do Sal e da Boavista, onde em alguns anos não se regista uma gota de chuva. As ilhas mais acidentadas são abençoadas por períodos de maior pluviosidade, como o Fogo, Santiago e Santo Antão.
Nesta altura, de estação seca, os ventos são constantes e por vezes fortes. Assistiu-se, ainda esta semana, à denominada bruma seca, trazida pelo vento oriundo do Sahara, com a presença de um pó que escurece a paisagem e retira muita visibilidade. Para terem uma ideia, os aeroportos ficaram fechados durante 2 dias.
Segurança:
O país é muito seguro, podemos estar completamente à vontade em todas as ilhas, os visitantes são todos muito bem-vindos ao Arquipélago e a sua segurança é um factor primordial para as autoridades caboverdianas.
No entanto podemos assistir a alguns focos de pequena criminalidade nas cidades mais relevantes (Mindelo ou Cidade da Praia), mas nada de preocupante.
Vamos às ilhas:
| Santiago
A maior ilha do arquipélago, onde se localiza a Capital - Cidade da Praia. Vivi lá 5 meses, conheci-a de fio a pavio. A Cidade propriamente dita não tem uma vocação turística, no entanto tem pormenores que carecem de alguma atenção caso queiram visitar:
- Plateau: O centro histórico, única porção da cidade que preserva a origem colonial da cidade, com uma arquitectura rica, onde se destaca o Palácio Presidencial e o Liceu.
- Quebra-Canela: uma das raras praias da Cidade, com um belo spot para ver a paisagem ao sabor de uma Strela e de um hamburguer;
- Noite: Quintal da Música (Plateau) e Fogo de áfrica (Tira-Chapéu) são locais onde se preserva a identidade cultural cabo-verdiana, a não perder.
Fora da cidade, é imperdível a Cidade Velha, a 15 minutos da Capital, berço da nação cabo-verdiana, com o seu imponente forte. E, por outro lado, o Tarrafal, pela sua praia (talvez a mais bonita do país) e pelo campo de concentração, alicerçado num museu simples mas que retrata bem o que foi aquele espaço no tempo da presença colonial portuguesa.
Praia do Tarrafal | Ilha de Santiago
A minha experiência em Cabo Verde iniciou-se em 2010, quando gozei 1 semana de férias na Ilha do Sal, por altura da Páscoa, em finais de Abril desse ano.
Alguns meses depois, o meu destino profissional orientou-se para Cabo Verde, com a permanência, durante o 1º semestre de 2011 na capital, Cidade da Praia, na ilha de Santiago. Durante este período, tive o privilégio de conhecer quase todo o arquipélago, de todas as maneiras e feitios, as pessoas, as paisagens, as atracções turísticas e não só. é este relato que partilho, na expectativa que vos possa elucidar caso pretendam um dia visitar e/ou viver em Cabo Verde, tal como eu.
Clima:
Começo pelo clima, pois é algo presente em todas as questões dos que vão visitar Cabo Verde. Pois bem, o clima é muito seco e com vento constante durante o ano inteiro. A temperatura raramente baixa dos 20ºC, nos meses mais "frios" (Fevereiro/Março). Nos meses mais quentes, Julho a Outubro, chega perto dos 30ºC, com maior humidade, dando a verdadeira sensação de trópicos. No entanto, nos outros meses a temperatura é muito agradável, sendo possível fazer praia o ano inteiro.
Apesar do clima ser muito seco, tem a denominada "estação chuvosa", de Agosto a Outubro, sendo muito irregular e geralmente com fraca pluviosidade, em especial nas ilhas do Sal e da Boavista, onde em alguns anos não se regista uma gota de chuva. As ilhas mais acidentadas são abençoadas por períodos de maior pluviosidade, como o Fogo, Santiago e Santo Antão.
Nesta altura, de estação seca, os ventos são constantes e por vezes fortes. Assistiu-se, ainda esta semana, à denominada bruma seca, trazida pelo vento oriundo do Sahara, com a presença de um pó que escurece a paisagem e retira muita visibilidade. Para terem uma ideia, os aeroportos ficaram fechados durante 2 dias.
Segurança:
O país é muito seguro, podemos estar completamente à vontade em todas as ilhas, os visitantes são todos muito bem-vindos ao Arquipélago e a sua segurança é um factor primordial para as autoridades caboverdianas.
No entanto podemos assistir a alguns focos de pequena criminalidade nas cidades mais relevantes (Mindelo ou Cidade da Praia), mas nada de preocupante.
Vamos às ilhas:
| Santiago
A maior ilha do arquipélago, onde se localiza a Capital - Cidade da Praia. Vivi lá 5 meses, conheci-a de fio a pavio. A Cidade propriamente dita não tem uma vocação turística, no entanto tem pormenores que carecem de alguma atenção caso queiram visitar:
- Plateau: O centro histórico, única porção da cidade que preserva a origem colonial da cidade, com uma arquitectura rica, onde se destaca o Palácio Presidencial e o Liceu.
- Quebra-Canela: uma das raras praias da Cidade, com um belo spot para ver a paisagem ao sabor de uma Strela e de um hamburguer;
- Noite: Quintal da Música (Plateau) e Fogo de áfrica (Tira-Chapéu) são locais onde se preserva a identidade cultural cabo-verdiana, a não perder.
Fora da cidade, é imperdível a Cidade Velha, a 15 minutos da Capital, berço da nação cabo-verdiana, com o seu imponente forte. E, por outro lado, o Tarrafal, pela sua praia (talvez a mais bonita do país) e pelo campo de concentração, alicerçado num museu simples mas que retrata bem o que foi aquele espaço no tempo da presença colonial portuguesa.
Praia do Tarrafal | Ilha de Santiago
Gamboa | Cidade da Praia | Ilha de Santiago
|Sal
Talvez a ilha mais conhecida para o comum turista. Muito já se escreveu sobre a ilha, não vou acrescentar muito mais. é um óptimo destino para umas férias que combine Sol e Praia a um preço low-cost, digamos assim. Santa Maria é o centro nefrálgico do Turismo da ilha, onde situam a esmagadora maioria dos hotéis, com alguns resorts de qualidade. Fora do conceito praia, a reter a experiência de mergulho, uma visita aos tubarões e a visita às salinas. Para esta experiência, levem uns chinelos para não se cortarem no fundo salino e disfrutarem de um retemperador banho salgado.
Praia de Santa Maria | Ilha do Sal
|Boavista
A “Ilha das Dunas” carinhosamente apelidada pelos locais.Tive 15 dias nesta Ilha, metade em trabalho, outra metade em lazer. Tive a feliz possibilidade de conhecer a ilha toda, tem praias idílicas, com areais a perder de vista e uma água muito limpa, pese embora com alguma ondulação, a ter algum cuidado com as crianças.
Fiquei hospedado no Hotel Iberostar, muito agradável, goza da melhor posição perante a praia de Chaves, com dunas e areal até ao perder de vista. A comida é boa e variada, não tendo nada de especial ou variável em relação a outros resorts do género. Apenas deixo um pormenor menos positivo em relação ao hotel. Deixei o fato-de-banho, uma t-shirt e os chinelos a secar na varanda do meu quarto no R/C e o “vento levou” a t-shirt e os chinelos, não deve ter gostado do fato-de-banho. Fiz queixa no Hotel, mas até hoje nunca me deram resposta.
Na ilha, podem solicitar um serviço de uma pick-up que leva as pessoas que forem precisas para dar uma volta à ilha. A ilha é a 3ª maior do arquipélago, muito extensa, não valendo a pena visitá-la na totalidade. No entanto, não se deve perder uma visita ao centro da Sede Municipal da Ilha (Sal Rei), o Barco encalhado, o Deserto de Viana e a Praia de Santa Mónica, um extenso areal de 16km a sul da Ilha, considerada uma das 10 praias mais lindas do Mundo.
Em alguns períodos do ano existem atrações imperdíveis, como a desova das tartarugas (entre Junho e Outubro), sendo a Boavista a 3ª maior reserva mundial de desova de tartaruga careta, só ultrapassada pela Flórida e por Omã.
Por outro lado, não deixar escapar entre Março e Abril a migração das baleias de bossas, que “descansam” na baía de Chaves durante esse período. Existem excursões de barco organizadas para as ver de perto, partindo do portinho de Sal Rei. Se forem lá nessa altura, é obrigatório! – no entanto, é comum vê-las ao largo, a olho nú, a partir do ponto alto do Hotel Iberostar.
Deserto de Viana | Ilha da Boavista
Praia de Chaves | Ilha da Boavista
|Fogo
A “Ilha do Vulcão” como é conhecida pelos caboverdianos. Para mim, sem pestanejar, a mais marcante, pelo vulcão a 2829m de altitude. Podemos subir até muito perto do cume, tal como eu fiz, sendo ainda possível, descer até à cratera principal e inscrever o nosso nome com as pedras presentes. Para esta aventura é “obrigatório” levar um guia local especializado no vulcão, pois o seu grau de dificuldade é elevado e a perigosidade, nomeadamente no início da descida, é considerável. Convém iniciar a subida nas primeiras horas do Sol nascente para desfrutarmos com maior calma e prazer a montanha. Entre subir, descansar, contemplar, descer e voltar a Chã de Caldeiras (localidade localizada numa das crateras do vulcão e mais próxima do mesmo) deve rondar as 5h/6h, dependendo do número de pessoas com que vão e da vossa resistência.
Os expoentes máximos é a chegada ao cume e a parte final da descida, a toda a velocidade, sobre a jorra da lava que nos permite descer quase 1000m em muitos poucos minutos, uma enorme recompensa depois de tantas horas a subir e de ter passado a parte inicial da descida, a mais perigosa e que é preciso ir com algumas cautelas.
A ilha em si é marcada pelo vulcão, vale a pena circular pela “capital” da ilha, São Filipe, e presenciar alguns elementos arquitectónicos interessantes do período colonial.
Como tive tempo, guardei o último dia para uma volta pela Ilha. Temos sempre o vulcão na perspectiva, qualquer seja o nosso local. Ainda podemos conhecer as plantações de café e provar o belo queijo do Fogo e ainda visualizar ao longe a marcante Ilha Brava na parte sul/poente da ilha.
Caso não tenham a mesma disponibilidade de tempo, 1 dia a começar bem cedo dá para desfrutarem do melhor e mais marcante que há em Cabo Verde, o Vulcão.
Para irem ao Fogo, a partir das ilhas mais turísticas (Sal e Boavista) existem excursões organizadas exclusivas a turistas. Penso que tem um preço elevado e não sei se o dia passado no Fogo a partir de um voo fretado permite a subida ao cume do vulcão, é uma questão de tempo e de se informarem.
Se o barco for opção, existe um catamaran muito recente que sai diariamente da Cidade da Praia, chamado Kriola, que em 3h45m, sensivelmente, faz a ligação entre Santiago e Fogo, seguindo depois para a Ilha Brava. Fiz essa viagem na ida e confesso que não foi muito agradável, apanhei muita ondulação e o enjoo foi constante. Os aviões das regulares da TACV ou HALCYONAIR, quase pelo mesmo preço, colocam-nos no Fogo em 20 minutos, a partir da Praia, muito mais rápido e confortável.
Perspectiva do cimo do vulcão | Ilha do Fogo
Vulcão | Ilha do Fogo
| São Vicente
O berço cultural de Cabo Verde, da morna e da coladera. A cidade mais bonita de Cabo Verde – Mindelo – é a génese da identidade cultural caboverdiana, com o maior número de elementos arquitectónicos coloniais e com uma baía a contemplar um mar calmo, um porto agitado e uma “parede” ao fundo, a ilha de Santo Antão.
O seu Carnaval é o maior do Arquipélago, há quem diga que é o maior de áfrica. Aproveitem!- para além destes factores, não se dispensa uma visita à Baía das Gatas e um mergulho retemperador naquelas águas e a uma subida ao Monte Verde, ponto mais alto da ilha, a 774m. Neste ponto, se não houver nebulosidade é possível ter uma perspectiva da Ilha de Santo Antão a poente, e das ilhas de Santa Luzia e São Nicolau a nascente.
A ilha já goza de voos directos a partir da Europa, nomeadamente de Lisboa e Amesterdão.
Baía das Gatas | Ilha de São Vicente
Mindelo | Ilha de São Vicente
|Santo Antão
A ilha mais verde e montanhosa de Cabo Verde, predominada por montanhas e vales cultivados, sendo a 2ª maior do Arquipélago. Só é possível aceder à ilha de barco, a partir do Mindelo (São Vicente). A viagem demora aproximadamente 1h com relativa tranquilidade. à chegada tem sempre alguém disponível no porto a fazer-nos uma visita guiada pelos pontos mais atractivos da ilha. A ilha vale principalmente pelas paisagens esmagadoras, pelo verde e por estradas de montanha de beleza ímpar. é imperdível, igualmente, conhecer um sítio onde se produza o grogue de Cabo Verde, a bebida nacional, proveniente de aguardente de cana-de-açúcar. Se o tempo for pouco, 1 dia é suficiente para conhecer os principais encantos da Ilha, mergulhar numa paisagem singular e única em Cabo Verde.
Estrada panorâmica | Ilha de Santo Antão
Vale da Torre | Ilha de Santo Antão
As restantes ilhas (Brava, Maio, Santa Luzia, São Nicolau) não tive oportunidade de visitar.
A ilha Brava é possível visitar de barco a partir da Ilha do Fogo. Talvez seja a ilha mais isolada de Cabo Verde.
A ilha de São Nicolau está acessível por avião a partir da Ilha do Sal.
A ilha de Santa Luzia é a única ilha desabitada do arquipélago, é possível visitá-la de barco, por excursões semi-privadas e mediante autorização a partir de São Vicente ou São Nicolau.
A ilha do Maio acessível por avião a partir da Cidade da Praia, terá, a curto prazo, um aeroporto internacional de modo a potenciar turisticamente as suas areias brancas e praias virgens. Tem unidades hoteleiras recentes, com um novo cariz, longe do conceito resort. Se gostarem de praia e de um turismo mais próximo da comunidade local, seguramente o Maio é um destino a não perder.
Já me alonguei no texto, despeço-me com os votos de Boa Viagem e que desfrutem de Cabo Verde tão bem quanto eu. Se precisarem de algum esclarecimento, não hesitem em contactar-me.
Cabo Verde é sabi!
