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[Report] Parque Nacional da Gorongoza, Moçambique (Junho, 2017)

Leonorb

Moderador
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Olá a todos,

Em Junho do ano passado, tive oportunidade de conciliar uma viagem a Maputo com uma escapadinha e escolhi o Parque Nacional da Gorongosa. Não estava a pensar fazer este reportn mas, reflectindo melhor, o destino merece divulgação e publicidade. As visitas são uma importante fonte de receita para a continuação do projecto de recuperação, para além de, no mínimo, ficarmos deliciados com as paisagens.

Antes de passar à descrição da estadia no parque, ficam algumas informações sobre a viagem.

Para a viagem ao Parque, optei por fazer o voo Maputo-Beira-Maputo. Outra opção seria ir para Chimoio.

A estadia foi no Montebelo Gorongosa,Chitengo. O hotel e o Parque são parceiros e temos tendência a julgar que são uma só entidade, mas não é assim.

O Montebelo faz, para quem quiser essa opção, o transfer quer da Beira que do Chimoio.

Os mais abonados, podem contactar o parque/hotel e reservar um transfer de avioneta…

Outras opções de alojamento próximas só O Kapulana Gorongosa. Depois, na Beira ou Chimoio mas não é boa opção. Os Safaris da manhã começam muito cedo e estar a +/- 60 km de distância não facilita a logística.

É igualmente possível ir de Joanesburgo para Beira, caso queiram organizar um tour com SA.

Saí de Maputo no voo LAM por volta 8.00 horas, cheguei à Beira (desembarcada) cerca das 10.30 h e ao parque ao +/- 15h. A viagem de carro (Jipe) demorou cerca de 4.30 H (tudo mais ou menos). Correu muito bem, sem atrasos, o que em MZ não é fácil, principalmente com a LAM e tendo em conta que a N6 (Beira) tinha alguns troços em obras.

Gastos:

Voo MAP-BEW-MAP – 285 €

Transfer – 168 USD (paga-se o mínimo de duas pessoas, logo paguei 4 transfers)

Diária com PA, em bungalow standard – 86 USD noite

Suplemento pensão completa- 29 USD noite.

É a melhor opção até porque não há alternativa. Pode optar-se por meia pensão (ou pensão nenhuma…) e fazer uma das refeições mais ligeira, mas não compensa lá muito. Acresce que o restaurante é excelente… tentação. O “chefe” meteria o chef Ljubomir na ordem em 3 tempos, apesar de jovem; só vendo e provando. O restaurante é um dos “postais” do hotel, bastante referenciado. Espero que o chef ainda lá esteja…

Taxa de permanência no parque – 20 USD noite

4 Safaris – cerca de 140 USD

A cotação é dada em USD, mas pagamos em Meticais ao câmbio do dia USD/MT. Quem paga com cartão terá a conversão para EUR; conforme o(s) câmbio(s) sairá mais caro ou mais barato…

O hotel é muiiito bom; organizado, confortável, limpo, bom staf e refeições todas óptimas.

Tem piscina, jardim, parque infantil, zonas de convívio…

Quer o hote, quer os passeios no parque parecerem-me adequados a quem tem crianças.

Organizam jantares à fogueira na “selva”, mas não usufrui porque foi no dia em que cheguei e não me apercebi. Os meus colegas que tiveram essa oportunidade dizem que é muito giro.

Em relação ao WI FI, só algumas tipologias de quarto têm. O meu não tinha. Mas funciona muito bem na zona de estar próxima à recepção; noutras áreas comuns não experimentei. De referir que em MZ a internet, em geral, falha algumas vezes e nada tem a ver com o equipamento do lugar onde estamos…

O Hotel:
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Leonorb

Moderador
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O Parque:

Existe como Parque Nacional desde 1960, sendo que a caça foi também proibida desde então. Anteriormente foi reserva e de caça também.

O parque sofreu bastante com a guerra, principalmente com a guerra civil. Houve uma primeira tentativa de recuperação, mas só a partir de 2004, com a ajuda de uma fundação americana, se tornou consistente e com bons resultados evidentes.

O Parque apoia também as populações residentes próximas, seja porque algumas pessoas trabalham no parque, seja através da compra de produtos agrícolas, mas também com apoios em formação, escola, cuidados de saúde…, evitando que elas usem, sem regra, os recursos da região prejudicando o Parque.

Deixo alguns links sobre o Parque.

História do Parque Nacional da Gorongosa (PNG)

https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiV5sWBq_7dAhUShRoKHRR-DBAQFjAAegQIBxAB&url=http://www.gorongosa.org/pt&usg=AOvVaw1ebmlx2f3XN_nsE8orV-YC

Gorongosa Paraíso Renascido - Episódio 2 - RTP Play - RTP



O avistamento dos animais não é fácil. Alguns não existem ainda, de novo, em quantidade suficiente para que vê-los esteja “garantido”.

Os leões (alguns pelo menos) têm localizador; os “cuidadores” informam de manhã muito cedo e ao início da tarde a sua localização aos guias. Depois é uma questão de sorte. No meu caso, foi muito azar. A equipa que dá essa informação, cujo acesso é muito restrito, tinha saído para identificar um local para receberem novos leopardos. Os que haviam sido introduzidos, explicaram-me, não tiveram muita sorte e, pelo menos, um foi caçado. Não aprofundei muito… não gosto destas partes. Fiquei um pouco desiludida, com a falta da informação dos leões…

Em relação aos elefantes, os mais velhos, são sofridos. Passaram muito mal na guerra civil e, na dúvida investem e os mais novos, claro, acompanham. Nada como seguir as recomendações dos guias, quando os avistamos.

Macacos, javalis, antílopes, galinhas do mato, grus e outras aves… é fácil avistar.

Independentemente dos animais passear no parque vale muito, e só por si, a pena. A zona do lago Urema bem como o rio são muito bonitas e, uma vez lá queremos ficar. É lá a “casa dos hipopótamos”… antigo bar, agora abandonado e degradado, com uma vista deslumbrante para o lago onde moram os hipopótamos. Espero que um dia o recuperem… ecologicamente falando…

Depois há o Santuário. É onde estão as zebras, local mais preservado dos predadores, julgo. Perguntei se podia ir mas seria preciso autorização. Entendi que o acesso era limitado, mas por bons motivos e não insisti mais. No dia em que vinha embora convidaram-me para ir, mas já não pude.

Outra visita que não foi possível fazer, foi à Serra da Gorongosa. Creio que a Renamo não permitia. Felizmente já foram retomadas.

Mapa das picadas (actual)
 

Anexos

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Leonorb

Moderador
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Os passeios

O primeiro passeio foi à comunidade do Vinho. O guia foi o Máquina. Para lá chegar, fazemos um pequeno percurso de jipe de depois atravessamos o rio Pungué num pequeno barco.

Fui na expectativa de ver crocodilos, mas não tive sorte. Perguntei ao senhor do barco e ele respondeu-me que costumava andar um por ali, mas há muito que não; pelo tom da resposta… não sei se não terá tido mau destino. Li mais tarde na net história de uns ataques de crocodilo na comunidade…

A comunidade do Vinho é uma das que são apoiadas pelo Parque. Tem escola e centro de saúde. Vivem, essencialmente, da agricultura e vendem os seus produtos ao hotel/parque e algumas pessoas trabalham lá.

As pessoas são muito simpáticas e afáveis, mas um pouco tímidas. Falam um dialeto que não sei o nome. O guia sabia falá-lo. Tivemos de pedir autorização para fotografar as pessoas, com excepção das crianças que pousaram logo para a foto.

O guia contou-me que, às vezes, os elefantes atravessam o rio e destroem as machambas (hortas/cultivos), para grande desalento deles.

Apesar de não ser a minha primeira ida a África, foi a primeira vez que estive numa aldeia típica africana e até pude “cuscar” uma casa por dentro.

Ficam as fotos:

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Leonorb

Moderador
Staff
Depois fiz mais três Safaris, 2 de manhã e um à tarde. Fiz a picada 11, 1/4 e uma outra que não sei identificar. Também não sei dizer como cheguei à 11.

A não perder:
o nascer e o por do sol… Lago e Rio Urema

O guia foi o sempre o Castro (5* e mais algumas).

Os safaris da manhã começam muito cedo; faz muito frio e a manta que disponibilizam não chega, pelo menos para mim. Um agasalho quente e confortável para as primeiras horas, faz falta. De resto, nada a dizer de coisas práticas.

Agora a parte do pseudo-report. Não dá para fazer este tipo de viagem de telemóvel e tablet. Há outros destinos de safaris que até dão, como o krugger por exemplo, mas Gorongosa não; seja pela distância aos animais seja pelas paisagens. Nos três primeiros Km, decidi que não voltava a um destino de natureza, fosse qual fosse, sem uma máquina fotográfica. Salva-me a memória quando vejo as fotos, tipo onde está o Wally.

Ficam algumas:
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Leonorb

Moderador
Staff
Espero que gostem de ficar a saber da Gorongosa e se apreciam este tipo de destino, não hesitem.

Aconselho a quem visitar e quiser mesmo disfrutar de tudo em pleno e com calma, a ficar umas 4 ou 5 noites (o dia de chegada e partida é mais ou menos perdido) e gastar, à chegada, umas horas a conversar com os guias para planear previamente os passeios.

Regressei a Maputo, via Beira. Estão na galeria fotos das EN6 até à Beira.
Entretanto os meus colgas estavam organizar um tour de um dia, ao Kruger e lá fui com eles... fotos na galeria.

Boas viagens!
 
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ploferreira

Administrador
Staff
Olá @Leonorb, que nostalgia ao ver estas fotos de Moçambique :)

Já estive em Moçambique 8 vezes e embora tenha alguma curiosidade pelo parque da Gorongosa, o preço mais elevado e as dificuldades logísticas levaram-me sempre a optar pela África do Sul (Krüger) ou pela swazilândia para ver a “bicharada”

Gostei muito do que vi, deve ter sido uma experiência fantástica!
Ah e tens muita coragem, voar na LAM não é para todos :D
 

Rodrigo Ferreira

Membro Conhecido
Não estavas a pensar fazer este report!?
Que report fantástico! Tal como já te disse... Muito respeito tenho eu pelas pessoas que fazem este tipo de viagem!!!
Deve ser maravilhoso estar num espaço tão puro como esse!

Um dia quando for grande vou fazer uma aventura destas!
 

Ricardo_7

Membro Conhecido
Olá :)
Ainda bem que mudaste de ideias e fizeste o report :)
Apesar do país não me dizer muito, não deixa de ser uma aventura bem interessante!

Boas viagens ;)
 

PauloNev

Moderador Honorário
Staff
Muito obrigado pela partilha.
Um report bastante interessante, ainda bem que o fizeste.
Boas viagens ;)
 

Pedro Maia

Membro Conhecido
Ainda bem que fizeste o report porque é difícil de ter imagens e informações da Gorongosa e parece ser um parque bem bonito e com bastante água (se calhar mais para Agosto a coisa muda).

Nota-se que ainda está em recuperação no que toca aos animais mas isso vai demorar bastante tempo e não parece se fácil chegar perto deles, especialmente dos elefantes, mas isso já tinha lido e visto num documentário.

Pena não teres visto os leões mas ainda assim parece ter valido a pena.
 

Leonorb

Moderador
Staff
@ Obrigada a todos pelos comentários
Não ia fazer o report pela minha desilusão com as fotos... Não estive assim tão longe dos elefantes, nem dos antilopes ou das aves... mas de telelé não dá. Cocros, vi um mas não se vê na foto... já hipopotamos, acho que vimos, mas também não tinha binóculos :D
Fica uma ideia do preço de uma visita à Gorongosa à qual há que juntar ida de PT para MZ e pelos menos mais duas ou três noites em Maputo... è um projecto que vale muito a pena apoiar, seja pela Natureza seja pelo lado social relativamente às populações locais.
A propósito do report, contactei o parque para pedir mapa actualizado das picadas; fiquei a saber que tudo evoluiu positivamente e retomaram a visita à serra da Gorongosa. E há de novo leopardos sendo que um já foi avistado na zona sul.
Da minha experiência, julgo que o sucesso da visita está mesmo no planeamento prévio dos Safaris. Eles têm o standard mas são receptivos a ajustes.


https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj3_e22rIjeAhWDDOwKHZ9ICSQQFjAAegQIBhAB&url=https://observador.pt/2018/04/02/mocambique-leopardo-visto-pela-primeira-vez-em-14-anos-na-gorongosa/&usg=AOvVaw2ZWLnb92AzcuHyETm8_huN
 
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