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[Report] Nas arribas do Tejo

Antonia.M.S.

Membro Conhecido
O rio Tejo é um incorrigível sedutor que ao longo do seu extenso percurso, por entre montanhas e planícies, oferecendo paisagens inesperadas, vai conquistando pessoas e lugares. Rende-se finalmente, vencido pelo cansaço, aos pés de uma irresistível Lisboa.

Sendo o rio mais extenso da península ibérica, nasce em Espanha, na Serra de Albarracin, aos 1593m de altitude, e situam-se nas suas margens espanholas vilas e cidades de beleza única como é o caso de Toledo.

No seu percurso em terras lusas, o Tejo serpenteia entre a Beira Baixa, o Ribatejo, o norte Alentejano e a Estremadura, numa diversidade incrível de paisagens contrastantes e arrebatadoras.

Este pequenino report pretende ilustrar, de forma modesta, um pouco (muito pouco) do esplendor deste grande rio, que também é nosso, com algumas imagens de cada uma das regiões a que ele empresta a sua beleza:

Portas de Rodão
Praia Fluvial do Alamal
Escaroupim
Alcochete


Deixo-vos então com um pouquinho do Tejo.

Portas de Rodão, junto a Vila Velha de Rodão, no Ribatejo

"As Portas de Ródão são uma formação geológica situada perto de Vila Velha de Ródão, resultante da intersecção do duro relevo quartzítico da Serra das Talhadas com o curso do rio Tejo. Neste local há um estreitamento do vale, que aqui corre entre duas paredes escarpadas, que atingem cerca de 170 m de altura, fazendo lembrar duas "portas", uma a norte no distrito de Castelo Branco, Beira Baixa, e outra a sul no concelho de Nisa, distrito de Portalegre, Alto Alentejo."
Junto às Portas de Rodão há um miradouro de onde podemos apreciar este monumento nacional. Por perto há inúmeros trilhos pedestres que podemos percorrer e maravilhar-nos com uma paisagem arrebatadora.



Praia Fluvial do Alamal, junto ao Gavião, no Norte Alentejano
“Localizada no concelho do Gavião, na fronteira entre o Alto Alentejo e a Beira Baixa, entre as barragens do Fratel e do Belver fica uma das mais belas praias fluviais de Portugal, a Praia do Alamal.
Com uma paisagem natural deslumbrante e inserida na Rede Ecológica Nacional, a Praia do Alamal convida à preguiça e ao descanso. Entre a aldeia do Cadafaz e Belver fica o Rio Tejo que na margem sul acolhe um paraíso natural onde o verde das árvores contrasta com o tom amarelado do areal que serve esta praia.
Para além da beleza incontornável deste lugar, os visitantes podem contar com diversas infra-estruturas de apoio, como o Bar/Esplanada, o Hotel, a presença de Nadador-Salvador durante a época balnear, zonas de lazer e descanso e parque de merendas.
Ladeando a praia e seguindo pela margem do Rio Tejo existem dois percursos pedestres que deslumbram os mais distraídos. Assente num passadiço de madeira, estes dois percursos seguem: rio acima até à ponte que liga as duas margens e as aldeias de Cadafaz e Belver, e rio abaixo até à barragem de Ortiga.
A compor todo este cenário de beleza natural no topo da aldeia de Belver debruça-se sobre o Rio Tejo o imponente Castelo de Belver, considerado um dos mais completos da arquitetura medieval portuguesa.”


Local muito aprazível onde podemos efectuar distintas actividades. Banhos, passeios de barcos, passeios pedestres pelas arribas ou simplesmente partir à descoberta das encantadoras aldeias típicas da região.


Belver


O Tejo em todo o seu esplendor junto a Belver
 
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Antonia.M.S.

Membro Conhecido
Escaroupim, junto a Salvaterra de Magos, no Ribatejo
A cerca de 7 Km de Salvaterra de Magos situa-se a encantadora aldeia de Escaroupim.

Escaroupim é uma típica aldeia piscatória, formada em meados dos anos 30. Durante os meses de inverno deslocavam-se de Vieira de Leiria para o rio Tejo pescadores nómadas, a que Alves Redol chamou os “nómadas do rio”, para as campanhas de pesca. Estas famílias regressavam no verão à sua terra natal, para a pesca no mar. Alguns destes pescadores foram ficando pelas margens do Tejo, formando pequenas povoações piscatórias ao longo do rio e Escaroupim é uma dessas aldeias.

Desde Escaroupim assim como desde a Aldeia da Avieira e de Valada do Ribatejo e ao encontro da natureza, podem fazer-se inesquecíveis cruzeiros pelo rio Tejo. Os passeios que percorrem o rio entre ilhotas (ilha das garças, ilhas dos cavalos, etc) e bancos de areia, proporcionam o contacto com a natureza e a observação de plantas e animais no seu habitat (garças, cegonhas, galinholas, patos bravos, águias, touros e cavalos). Os cruzeiros duram entre 1 a 2h30m e há várias empresas a operar. Infelizmente não tive oportunidade de realizar nenhum porque cheguei um pouco depois do último do dia, mas farei por ter essa oportunidade.


Praia doce (praia fluvial em Salvaterra de Magos)
 
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Antonia.M.S.

Membro Conhecido
Alcochete e Montijo, Estremadura

Os barcos dos apanhadores de amêijoas no Samouco

Montijo

Alcochete

Espero que gostem deste breve passeio pelo Tejo.
 

Cristina Sousa

Membro Conhecido
Ai que beleza se report!:rolleyes::):)
Adorei a descrição e as fotos, lindas!!!!
Não conheço nenhum desses locais, mas fiquei cheia de vontade, locais tão bonitos, coloridos, com paisagens brutais e com um ar de tranquilidade....
Muito obrigada por mais esta partilha, fiquei convencida!:cool:
 

rum

Membro Conhecido
Já tive a sorte de fazer o Tejo, por várias vezes e em trechos diferentes, de várias formas mas sobre tudo a remos. E é de facto um rio lindíssimo e brutal. mas é lamentável ver como, e às custas da industrialização, é tratado.

Também estive em Belver na semana passada, já por meia dúzia de vezes passei por lá e desta vez decidi ir ao Castelo (bati com o nariz na porta) e só o pude ver por fora. Voltando ao Tejo, do castelo a vista é brutal, mas é bem visível as diferentes tonalidades de água resultantes da poluição das celuloses. Numa das fotos da @Antonia.M.S. é notória essa tonalidade e deixo também uma foto minha da semana passada, e só depois de estar a ver as fotos reparei nisso.
full.jpg


Não sei se é um mal necessário mas é o que temos se queremos ter as celuloses. Por isso aquela praia do Alamal talvez não seja muito boa opção. (@PaulaCoelho este conselho é para ti). E vendo no google maps o que se vê no rio na zona das portas do Ródão é tudo menos bonito

Quanto ao report, está muito bom dá para perceber bem a imensidão e a beleza que temos a atravessar o país e tu conseguiste dar uma visão muito ampla do rio. Não sei se foste lá, mas não me parece haver nenhuma foto de lá (aqui no report), ao castelo do Rodão ou castelo do rei Vamba que apesar de ser uma construção pequena é engraçada e tem uma (só mais uma) vista brutal para o Tejo e para as portas do Ródão)
 

Antonia.M.S.

Membro Conhecido
Obrigada a todos/as pelos comentários.
@rum está certíssimo nas suas observações. Infelizmente a natureza vai sendo destruída à custa do “desenvolvimento” . Muito poderia ser feito, e atenuado, se a legislação ambiental fosse cumprida, porque não é por falta dela. Mas muitos e grandes interesses se acumulam..
Por toda aquela região, Abrantes, Vila Nova da Barquinha, Constância, Almourol, é desolador ver como o rio está afectado pela poluição, um problema sem fim à vista. Das descargas das Etar’s às indústrias, juntando secas prolongadas e poluição por mero descuido e falta de sensibilidade do cidadão comum, tudo vai matando o rio. Este e outros.
Contudo, não deixa de ser bonito, de nos oferecer paisagens deslumbrantes. E quanto ao Alamal, merece com certeza uma visita, mais não seja, pela envolvente que é lindíssima! É um belo passeio, eu adorei! :D
O castelo de Ródão ainda está na lista, quando refrescar quero fazer uns trilhos por ali! Obrigada pelo comentário!
Bom fim de semana!;)
 

PaulaCoelho

Membro Conhecido
@rum, a minha amiga andou num trail por essa zona e mostrou-me fotos giras.
Estava a pensar era nas caminhadas... não estava a pensar na praia fluvial (não tenho raça de lagartixa ao sol... é muito tempo quieta :p)... é uma pena essa poluição!
 

petrus

Membro Ativo
Sou dessas bandas e conheço o tejo desde sempre (exagero, mas há pelo menos 40 anos) e muita coisa foi mudando e não foi para melhor, infelizmente!
Vieram as barragens, as celuloses, a central do Pego... O meu muito saudoso Pai que há 70 ou 80 anos atrás o rio era navegável até junto à barragem de Belver (e estão lá os restos dos ancoradouros que provam isso) onde os barcos vinham carregar resina, mel, trigo, gado... para abastecer lisboa...

Considerando que começas a partir das Portas do Ródão para baixo, uma visita à praia fluvial da Ortiga impõe-se, mas antes disso uma visita à Amieira do Tejo vale bem o tempo e o castelo está aberto praticamente sempre, ao contrário do de Belver...

Mais abaixo, onde o Tejo e o Zêzere se fundem (constância, terra de Camões, dizem, e antiga Punhete) merece paragem nem que seja para ir aos "Remédio d'alma para carregar energias ou fazer uma descida de canoa até ao Castelo de Almourol que é outro imperdível...

Conclusão: o Tejo tem tanto para oferecer e as suas margens que merecia melhor sorte...:(
 
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