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[Report] Na terra dos Vikings: por entre lagos, fiordes e glaciares

Antonia.M.S.

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A Noruega, era um destino há muito desejado e planeado e vinha ocupando um lugar cada vez mais relevante na nossa “wishlist”.
As diferenças culturais ou históricas que nos separam das terras do norte aguçavam a nossa curiosidade de viajantes, mas eram sem dúvida a natureza e as suas paisagens que mais nos atraíam .
Como principal limitação estava o elevado custo de vida, que está, sem dúvida, muitos degraus acima do nosso, porque também o está nível de vida dos noruegueses.
Reunidas as condições necessárias, contrariamente ao que nos é habitual, o nosso destino de férias deste ano ficou decidido muito cedo e seria, nem mais, a tão esperada Noruega!:rolleyes::D

Sendo um destino de excelência para quem aprecia férias na natureza, este país combina tantos atractivos que a possibilidade de passar por lá alguns dias que permitissem conhecer só que fosse um cantinho daquele país, grandioso em tamanho e em beleza, deixava-nos cada vez mais entusiasmados:rolleyes:.
Para isso contribuíram alguns relatórios de excelência do PV a quem deixo aqui um particular agradecimento, e também de outros fóruns e blogues de viagens que vou acompanhando.

Um cruzeiro pelos fiordes era o tipo de viagem que mais nos entusiasmava. Mas estas seriam umas férias em família e o cruzeiro não era a viagem idealizada por todos.
Assim sendo, decidimos que voaríamos para Oslo, nós de Portugal, o meu filho de Inglaterra, e dali seguiríamos de carro para o alojamento reservado.

Tratadas as questões logísticas, voos, alojamentos e aluguer de carro, havia que definir o roteiro e planear cada dia da viagem. Desta vez tivemos esse trabalho muito facilitado. Havia um repetente do destino, em quem foram delegadas essas funções e que se desempenhou o papel de forma exemplar!
Esta seria também uma viagem especial nesse aspecto. Não sendo necessário fazer o trabalho de casa em termos de planificação da viagem (que me toca habitualmente e que na verdade faço com muito entusiasmo ), seria uma experiência nova, de confiança, de descoberta e surpresa a cada dia. O planeamento foi perfeito desde a escolha do local onde ficámos alojados aos locais a visitar ou caminhadas a fazer. Não foi fácil fazer opções, o país é enorme e os atrativos muitos, mas só lamentamos apenas ter sido possível ficar mais dias e tudo ter passado tão depressa.

As expetativas com o que nos esperava eram naturalmente muitos altas. Porém , nada do que possamos ver antes em imagens nos prepara para o que realmente vamos encontrar. Em poucas palavras e sem exageros, a começar pelo lugar onde ficámos, tudo é de uma beleza avassaladora.
Não consigo colocar em palavras a perplexidade, o encanto, o privilégio, de poder apreciar tantos lugares de beleza ímpar.
Foram dias muito completos, momentos partilhados em família, muito bem vividos e aproveitados.

O tempo

As condições atmosféricas foram excelentes. Os dois primeiros dias amanheceram com muitas nuvens, caiu ainda alguma chuva, mas à medida que o dia avançava o sol despertava e ficaram maravilhosos dias de sol e calor.
Os restantes dias foram praticamente de céu limpo e bastante mais calor do que esperávamos.
Não podia ter sido melhor.
Não sendo propositado, acabámos por apanhar o período com o maior número de horas de sol na Noruega, o que foi simplesmente admirável.
Havia sol até perto das 23h e mantinha-se durante várias horas toda uma luminosidade de final de dia. Poder observar o bulício prolongado das quintas ( bem para além das 23h) onde as máquinas transformam lentamente a paisagem ceifando e enfardando o pasto, passear ao longo do lago, percorrer pequenas estradas rurais e, no regresso, sentar-me no sofá junto à janela tendo o privilégio de contemplar todo o esplendor daquela paisagem foi, na verdade, das coisas mais especiais que fiz até hoje numas férias...:D:rolleyes:


Observar a perfeita harmonia entre o verde dos campos e o lago, a montanha salpicada de neve e as imensas cascatas, num final de dia interminável, é das imagens mais bonitas que retive até hoje.

Percebo que para quem lá viva ou tenha de se adaptar, na continuidade, não haver noite pode não ser muito agradável e trazer alguns transtornos, mas para nós foi de facto um aspecto que merece destaque.

Alojamento
Alojamento marcado para 3 pessoas:
  • Uma semana em Beinnes, Olden €550 + 50€ para energia (local fantástico em todos os aspetos: centralidade, acessos a outros locais de interesse, paisagem, comodidades) aqui: Holiday Home Beinnes, Olden, Norway.
Não coloco fotos do interior do alojamento porque as que estão no Booking, ou outros sites de reservas, estão muito bem.

Já disse que o nosso alojamento se encontrava num local muito bonito. Daquelas paisagens perfeitas, idílicas.
Aninhada no vale, rodeada de montanhas salpicadas de neve e de cascatas, com o Oldevatnet majestoso pela frente, lá estava a nossa cabana. Tinha todas as condições necessárias e alguns (poucos e sem relevância) aspectos negativos.
Tenho a referir que o mobiliário/decoração podia ser mais moderno, que o fogão não precisava de avariar todos os dias (nos 1ºs dias chamávamos o senhor que nos recebeu, que não falava uma palavra de inglês, e que numa casinha de apoio à cabana, ligava e desligava o quadro, até que nos chamou para dizer o que devíamos fazer para não precisarmos de o chamar), que podiam dizer no Booking que para além do aluguer tínhamos de pagar 500 coroas para a energia (que incluía lenha, mas estava calor…), que tivesse roupa de cama e de banho em melhores condições e sem termos de a pedir, e, finalmente, que podia estar mais limpinho. Sendo toda de madeira tinha um ar muito acolhedor, mas podia estar bem melhor.
Ainda assim foi adorável.

  • Duas noites em Oslo 60€/noite quarto duplo sem pequeno almoço aqui: ★★★★ Norwegian Hotel, Oslo, Noruega. Este hotel foi uma excelente opção. Fica um pouco longe do centro mas faz-se perfeitamente a pé, e sendo um aparthotel, revelou-se muito útil para prepararmos o pequeno almoço. Quarto de dormir e de banho bastante espaçosos, limpos, muito confortável. Muito perto existe uma praça com bastante comercio, supermercado, restaurantes. Recomendo.
Alimentação
Pequeno-almoço farto e diversificado em casa, tipo inglês, pic-nic ao almoço, a maior parte dos jantares também em casa.
Fora comemos salmão e bacalhau, muito bom.
Em Olden, a localidade mais perto do alojamento, pareceu-nos haver apenas um restaurante, mas há vários supermercados.
Em Stryn, relativamente perto, há vários restaurantes.
Em Oslo recorremos sobretudo a comida internacional, italiana, indiana, turca…

Transportes
  • Voos comprados em abril: Lisboa/Oslo pela TAP (cerca de €100 cada voo), Oslo/Londres (cerca de €50 cada voo), porque fizemos uma paragem rápida em Inglaterra, e Londres/Lisboa (cerca de €50 cada voo), ambas pela Ryanair.
  • Carro alugado na Expedia no aeroporto de Gardemoen. A opção mais barata depois de muita pesquisa foi de 280€, para uma semana, carro da Avis. Corremos o risco mas não pagámos o excesso…ficava mais caro que o aluguer. Alugámos um carro pequeno mas fizeram-nos upgrade gratuito e ficámos muito bem servidos.
  • Gastámos cerca de €160 em combustível.
  • Ida a Geiranger: Ferry em Hellesylt até Geiranger. Regresso de carro (cerca de 111€/3 pessoas)
  • Comboio de Gardemoen até Oslo (cerca de 30€ / 3 pessoas)
  • Em Oslo, ferry para a ilha dos museus (cerca de 20€ / 3 pessoas ida e volta).
  • Autocarro de Oslo até ao aeroporto de Torp (cerca de 75€ / 3 pessoas)
A viagem
O período escolhido para a viagem recaiu entre 24 de junho e 03 de julho.
Seria uma semana perto do Jostedalsbreen National Park Jostedalsbreen National Park Centre, mais concretamente em Beinnes- Olden e 2,5 dias em Oslo.
O Jostedalsbreen National Park é um parque nacional que abrange o maior glaciar da Europa Continental e conta com mais de 50 braços, como por exemplo o Briksdalsbreen e Nigardsbreen.
Este lugar parecia concentrar algumas das paisagens mais bonitas da Noruega e confirmou-se essa ideia. Lagos, fiordes, cascatas, glaciares, montanhas, paisagens ímpares.
Pretendíamos desta viagem ficar a conhecer um pouco daquele imenso e maravilhoso país, e explorar ao máximo a sua enorme beleza natural repartida por florestas, lagos, fiordes e glaciares. Por isso ficaram por ver as cidades mais emblemáticas como Bergen ou Alesund, mas claro que isso será sempre um bom motivo para regressar.

Vou tentar partilhar convosco um pouco dos lugares fantásticos por onde passámos. Sublinho: não há fotos que consigam captar tanta beleza.

1º dia
Este dia foi basicamente a viagem entre Oslo e Olden.
Sendo o voo às 9h em Lisboa, tínhamos saído do Alentejo por volta 5h. Noite em branco portanto.
Chegámos a Oslo por volta das 12h, aguardámos o voo do meu filho que vinha de Londres, levantámos o carro e seguimos viagem por volta das 14h.


Optámos pelo percurso com portagens (pagámos de ida e volta cerca de 60€) por nos parecer mais rápido e seguro.
São mais de 500 kms que se fazem como se fossem 100.
Mesmo com o cansaço de uma noite sem dormir, a espetacularidade das paisagens, logo poucos kms depois de Oslo, obrigava-nos a virar a todo o momento não querendo perder nada que o nosso olhar pudesse alcançar:D.
Tivemos um pouco de tudo na primeira viagem, sol, chuviscos, fiordes, florestas, montanhas com muita neve, muitas cascadas e até lagos gelados. Que mais podíamos desejar para começar??:rolleyes::rolleyes::rolleyes::D
Parámos duas vezes no caminho, uma para tomar uma refeição, num restaurante de uma bomba de gasolina, outra no supermercado para nos abastecermos de algumas coisas.
Chegámos ao nosso destino cerca da 22 horas.
Algumas destas fotos foram tiradas de dentro do carro, por isso com muito pouca qualidade. Apenas para terem uma ideia das paisagens que vamos encontrando.












 
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Antonia.M.S.

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2º dia

Briksdalsbre


No 2º dia a ideia seria ficarmos por perto, não andarmos muito de carro, e fazermos a nossa primeira caminhada.

O primeiro impacto em termos de paisagem, para além do que havíamos visto no dia anterior, foi o percurso entre casa e o parque de estacionamento de apoio ao glaciar. Quase tudo concentrado nuns escassos 20 kms: montanha, neve, lago, cascatas, glaciar e paisagens arrebatadoras.

Estacionado o carro na parque de apoio (5€/dia) fizemos a primeira caminhada do dia, até ao glaciar.

Há uns tróleis muito engraçados que fazem este percurso especialmente com asiáticos que são muitos.

Quase todos os outros turistas vão caminhando.

Depois da visita ao glaciar demos início à segunda caminhada, esta a caminhada a sério e a mais difícil que fizemos.
Assinalada com o maior grau de dificuldade( a negro) um percurso de 3,1 km rendeu-nos 7 horas de caminhada. Devo dizer que não chegámos ao topo ficando a faltar uns 100m. Conseguíamos vê-lo mas decidimos voltar para trás a dado momento. No final da tarde as nuvens começaram a aglomerar-se e previmos a chuva, o que se concretizou. Não iria acrescentar muito mais ir até ao cume, em termos de paisagem, e o último troço é muito íngreme e perigoso.
Ainda conseguimos fazer a descida sem perigo. Com chuva é de facto bastante perigosa, há muitas partes do caminho só com pedras e água, o que a descer se torna ainda mais complicado. Confesso que foi particularmente difícil, não é à toa que é um percurso no grau máximo de dificuldade, mas a vista que nos é oferecida lá do cima compensa todas as dificuldades.


















 
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3º dia - Norfjordeid


Bastante cansados da caminhada anterior e como o tempo estava um pouco cinzento ( foi o dia mais cinzento e apenas pela manhã), este foi o dia em que andámos mais tempo de carro. Estava planeado visitar o Norfjordeid.

Percursos diferentes na ida e no regresso, contornando lagos, montanhas e fiordes e parando aqui e ali em miradouros e algumas localidades. O percurso de regresso, já com um sol radioso, foi bastante mais bonito.

 
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4º dia - Fjaerland,

O 4º dia foi para conhecer Fjaerland e o seu fiorde, os braços do glaciar Bøyabreen e Supphellebreen, e fazer uma pequena caminhada até ao sopé da montanha, do lado oposto ao glaciar.
Mais uma vez paisagens arrebatadoras, surpreendentes.

O percurso








O fiorde





Museu GLACIAR








 
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Bøyabreen











O restaurante




A piscina




 
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Supphellebreen




5º dia

Dia dedicado ao Lovatnet, que elegi como o meu lago preferido, e à descoberta de outros braços do glaciar. A água do lago parece fazer um jogo de cores entre o verde e o azul. Encantador.Toda a envolvente é de uma beleza singular, indescritível.

Lovatnet

















 
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Bodalsetra e Bodalsbreen

O Lovatnet parte de Loan e vai até perto do braço de glaciar Kjenndalsbreen, onde pretendíamos ir. Desistimos. Parámos tantas vezes para deixar passar autocarros e outros carros que ficámos sem vontade.
Não nos arrependemos da troca.
Bodalsbreen, onde está outro braço do glaciar, é também um lugar mágico. A quietude dos campos que atravessamos é apenas interrompida, aqui ou acolá, pelo cantar das cascatas. Pelo prado vamos encontramos vaquinhas que pastam amistosas e alheadas dos caminhantes. Já habituadas decerto à passagem de desconhecidos.


















 
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6º dia
Geiranger, o Sr. Fiorde



Geiranger era um dos lugares que mais nos entusiasmava e para que tínhamos expetativas muito altas. Mais do que superadas de resto. Tenho dificuldade em eleger o melhor dia ou a paisagem mais bonita, mas esta viagem foi realmente especial e excedeu tudo o que esperávamos encontrar.

Fomos de carro até Hellesylt onde apanhámos um ferry até Geiranger.

Aqui temos o primeiro contacto com o fiorde que nos surge imponente pela frente, deixando-nos desde logo impressionados e ainda mais entusiasmados com a viagem que vamos fazer.
Quando chegámos estavam a entrar os últimos carros para o barco que ia partir. O nosso já não foi aceite e tivemos de esperar cerca de uma hora pelo próximo.
Tempo passado entre um cafezinho, a loja de souvenirs ou apenas admirando a paisagem.

Hellesylt












 
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A viagem dura cerca 1h 15m e é muito bonita, muito especial.

O barco vai cortando lentamente o fiorde por entre as montanhas salpicadas de branco oferecendo um cenário de enorme espetacularidade.
Cascatas monumentais vão surgindo ao longo do percurso numa paleta de cores admirável. O branco partilha com o verde o colorido das montanhas, o céu está pintado de um azul inebriante e o fiorde vai adquirindo vários tons de verde ao longo do percurso. Eis quando ao fundo, quase de surpresa, surge Geiranger imponente e vaidosa.




















 
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Depois de Geiranger decidimos voltar para Olden por uma estrada que indicam como estrada turística. Que maravilha de percurso. O topo da montanha estava coberto de neve, alguns lagos estavam ainda completamente gelados, a neve que ladeava a estrada tinha uma altura enorme. Aqui temos a sensação, a dada altura, que o belo atingiu e superou, todos os limites imagináveis. Não é verdade, a natureza é tão perfeita, tão generosa, a sua beleza de tal modo infinita, que encontra sempre forma de nos surpreender.

Gamle Strynefjellsveg















 

Antonia.M.S.

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E ainda passámos pela bela Oppstryn ladeando o imponente Oppstrynsvatnet.

Este lago foi o primeiro que encontrámos quando chegámos ao descermos da montanha, e a sua imponência causou impacto. Mas era muito tarde e não foi possível parar. Queria muito voltar para o poder admirar. Sem ter noção de que fazia parte do percurso de regresso eis senão quando ele surge, de novo.

Oppstryn e Oppstrynsvatnet















 
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7º dia

O último dia em Jostedalbreen National Park

Brenndalsbreen, braço do glaciar e Oldenvatnet


Neste dia fizemos uma caminhada até ao Breendalsbreen. Cerca de 3 horas, ida e volta sem grandes pressas, apreciando a paisagem que mais uma vez não desiludiu. No final e porque estava bastante calor quem teve coragem foi ao banho, quem não teve molhou os pés :)

Brenndalsbreen e Brenndalen

















 
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