Carlos Silva
Membro
Olá a todos.
Este post já tinha sido publicado como "Kénya + Tanzânia", mas depois, para conseguir embutir algumas fotos, subdividi o post em 2.
Depois de 19 extenuantes mas maravilhosos dias de férias, eis-me aqui com o prometido Report de África. As fotos estão todas no Google, (inclusivamente as de Londres e Dubai).
Eu coloquei aqui os links para as fotos que não "couberam" no post, e para alguns mini-videos no YouTube e alguns sites que achei relevantes.
A minha viagem começou no dia 15 de Julho (uma sexta-feira) de Ponta Delgada, onde resido, para Lisboa. No dia seguinte fui para Londres, e após mais uma noite abandonei a Tap e converti-me à Emirates, onde voei cerca de 6h30 para o Dubai.
Já fiz também uns mini-reports sobre estes locais de passagem.
VOAR NA EMIRATES
Voar na Emirates é uma experiência maravilhosa. Em ambos os voos de ida usei um Boeing 777, que é um colosso, e no regresso voei no novo Airbus A380-800, que é simplesmente o maior avião comercial jamais construido.
Não sei se as outras companhias têm o mesmo sistema de entretenimento, que consiste num plasma e auscultadores individuais que são colocados em todas as cadeiras.O passageiro, através dum telecomando, pode aceder a notícias, vários canais televisivos, dezenas de filmes ou CD's, dúzias de jogos (eu passei a maior parte das viagens a jogar xadrez) e uma secção de informação sobre o voo, onde se consegue ver um mapa com a localização do avião, heading, altitude e airspeed, tempos decorridos e previstos, etc etc.
A cereja sobre o bolo são 2 ou 3 câmaras em tempo real, uma delas no nariz do avião, que permite ao passageiro desfrutar do mesmo ângulo de visão dos pilotos. Acreditem que ver a aterragem desta forma é super emocionante.
KÉNYA
Bom, depois de uma maravilhosa noite e manhã no Dubai, onde estavam só 35º C , parti finalmente para Nairobi. A minha entrada em África foi no mínimo atípica. De facto, após 4h de voo, preparávamo-nos para aterrar às 19h locais (que já é noite nesta altura do ano), e o avião foi fazendo a aproximação, que nós iamos acompanhando nos plasmas da aeronave.
Descemos até cerca de 5000 ft, mas qual é o nosso espanto quando sentimos o piloto a meter motores e a levar-nos outra vez para 22000 ft. Entretanto, começámos a ver claramente nos plasmas que o avião estava fora de rota.
Passado um bocado, lá vem a justificação do Comandante : "Senhores passageiros, ouve um apagão em Nairobi, e parte da pista ficou sem iluminação, pelo que teremos de aterrar em Mombasa".
Assim foi, mas apanhámos uma valente seca de mais de 2h, fechados dentro do avião, sem comer nada (apenas nos deram água e Sprites), até o piloto obter um novo plano de voo, colocar mais fuel e esperar que as luzes voltassem ao Jomo Kenyatta.
Para quem adora aviões, como eu, foi muito interessante fazer um voo tão curto (40 minutos) num monstro como o 777, é como fazer a travessia Lisboa-Barreiro num mega-cruzeiro de luxo.Curiosamente, mesmo assim subimos quase aos 10000 m.
Ora, com todo este atraso, e depois mais as formalidades de vistos e passaportes, e ainda uma descomunal e incompreensível espera pela bagagem, lá consegui enfiar-me num táxi e chegar ao Nairobi Safari Club.
É um Hotel de 5 estrelas, que, infelizmente, não tive tempo de desfrutar, pois quando consegui fazer o check-in, já passava da meia noite, e no dia seguinte tinha de estar pronto para arrancar às 8h da manhã.
Mesmo assim ainda consegui tirar o cozinheiro da inércia e convencê-lo a surgir com uma brutal sandes de galinha e vários copos de um tinto qualquer de África do Sul, que caiu que nem ginjas.
Com isto tudo já eram umas 01h30 da noite, e eu pensei em dar uma volta a pé nas imediações do Hotel, para dissipar os vapores do álcool.
Aqui surgiu o meu primeiro contacto com a realidade em África: o porteiro avisou-me para não me afastar muito do Hotel, e quando eu andei cerca de 10 metros, foi buscar-me, muito aflito, e só dizia "I'm sorry, sir, but it's not safe".
Conformei-me que a minha 1ª noite no continente negro estava irremediavelmente estragada, e fui dormir.
No dia seguinte (uma 3ª feira), com alguns minutos de atraso, lá estava a senhora Eunice Mumo, da Asili Safaris, que me levou até à van do operador Jockey Tours, onde já se encontravam o meu guia no Kénya,Mr Bonifacci (não estou certo que o nome se escreva assim, nós tratávamo-lo por Mr. Bon), e os meus companheiros nestes primeiros dias: um casal de ucranianos, dois putos da Coreia do Sul e uma jovem canadense.
O guia e um rapaz da Coreia do Sul.
Esta miúda merece um destaque especial na minha crónica, pois apesar da sua juventude, é uma mulher extraordinária. O seu nome é Allison Fedorkiw.
Em Masaai Mara, nas duas noites seguintes, fui "obrigado" a partilhar a tenda com ela.
Não gostei da sua maneira de ser, mas há que dar valor à coragem dela. De facto, ela estava absolutamente sózinha em África desde Fevereiro, começou a sua viagem em África do Sul, e foi saltitando de país em país: Namibia, Botswana, Zimbabwé, Zambia, etc etc. Podem ver mais detalhes sobre os objectivos da sua incursão voluntária pela África profunda.
Quando a conheci, restavam-lhe 10 dias, em que planeava subir o Kilimanjaro, mesmo adoentada. Recordo-me que em todos os sítios que parávamos para comer era um problema, pois é vegetariana.
Ainda cheguei a trocar uma perna dela pela minha banana (atenção às mentes poluídas: refiro-me à perna de frango do almoço dela e à banana do meu almoço).
Os primeiros quilómetros à saida de Nairobi são aborrecidos - muito alcatrão e nada de novo, excepto o facto que eles conduzem pela esquerda , mas eu já vinha "vacinado" de Londres.
Chamo aqui a atenção que isto pode ser um problema. Eu, enquanto peão, quase fui atropelado 2 ou 3 vezes, porque, como estamos habituados a que os carros surjam numa determinada faixa da estrada, não olhamos para a faixa de onde eles realmente vêm, é preciso muito cuidado ao atravessar as ruas.
Após esta 1ª fase desinteressante, surge a primeira revelação: o miradouro para Great Rift Valley. Este vale é de uma magnitude avassaladora, e a sua principal curiosidade é que nalguns pontos está cerca de 2 Kms abaixo do nível do mar.
É uma grande fractura geológica que atravessa um total de 4830 km na direcção Norte-Sul.
A maior parte do vale está em África, embora haja também uma parte no Mar Vermelho e outra no vale do Jordão, mas a parte mais destacada e espectacular encontra-se na zona que vai desde Djibouti até Moçambique. Continua a crescer actualmente, tanto em largura como comprimento. Foi neste miradouro que vi os meus primeiros animais em África: galinhas
.
Após descermos para o Rift, almoçámos num pacato restaurante na berma da estrada, sendo que estas refeições já estavam incluidas no pacote do safari. Todas as refeições que comemos posteriormente, em restaurantes similares, eram praticamente fotocópia da primeira. Normalmente as coisas funcionam como buffet, onde há sempre 5 diferentes "ingredientes": puré de batata, couve mineira, salada, carne guisada e batata ou banana assada. A carne, por sistema, não chega para todos.
Isto é só durante as viagens entre campings, porque depois, nos campings e nos safaris, a comida é melhor. Lá chegaremos.
É uma constante ao longo de todas estas refeições o seguinte: as bebidas não estão incluidas, nem mesmo água (que tem de ser engarrafada, não se esqueçam !!!). Uma taça de vinho custa 2 dólares, um pouco mais que a cerveja local, que é fraca e raramente é servida bem fresca.
Quanto à moeda: se não se quiserem dar ao trabalho de comprar Shillings do Kénya, basta terem dólares, que toda a gente aceita. Euros e libras já é um pouco mais complicado.
Contudo, cuidem que este comodismo acarreta terem de aceitar as conversões que eles impõem, que invariavelmente nos são desfavoraveis. Mas não é nada do outro mundo.
Para converter shillings (KSH) para dólares eu usava uma regra simples, dividia por 100, ou seja, 100 shillings é aproximadamente 1 dólar, o que dá à volta de 70 cêntimos. O nosso guia era tão impecável que trocava-nos os euros, e fiava-nos as bebidas nos bares, quando era necessário.
Interessante de ver são os milhares de barracas e choupanas que os fulanos montam na berma das estradas.
Tudo tem aspecto decadente e decrépito, são lojas erigidas ao estilo "bairro da lata", é o tal terceiro-mundismo que tanto ouvimos falar, bicicletas que dão para 2 pessoas, motas que dão para 3 ou 4, como são pobres improvisam as coisas mais loucas que se possam imaginar.
Por esta altura da viagem, eu já começava a aperceber-me da imensidão deste continente, as estradas são infindáveis... Abandonámos por fim o alcatrão, embora algumas vezes passássemos por zonas que uma vez já foram estradas, mas que agora estão completamente esburacadas, ao ponto do guia preferir conduzir na areia da berma, em vez do asfalto.
A trepidação dentro da van passa então a ser uma constante nos próximos dias, naquilo que o guia chamou de "African Massage"
.
Passaram cerca de 200 Kms de caminhos de terra e trilhos, com muito pó pelo meio, e quase a chegar ao acampamento de Masaai Mara, vejo finalmente os primeiros animais típicamente africanos: gado, uma zebra e um macaco.
O parque de campismo é muito giro, e tem uma particularidade importante, que é um bar !
As refeições nos parques de campismo, tanto no Kénya como na Tanzânia, funcionam quase todas da mesma maneira: há duas estruturas montadas, tipo alpendres. Uma é para os cozinheiros, a outra é para comermos.
Quando o tempo está bom, a malta mete as mesas cá fora, à noite então é uma maravilha, porque podemos comer a olhar para as estrelas. Eu fartei-me de olhar para a constelação Cruzeiro do Sul, e pensar que em Portugal não a consigo ver.
Conforme eu estava a descrever, nem todos os parques de campismo têm um bar, mas este tem, é pequenino mas tem tudo o que é preciso: cerveja, vinho de África do Sul, Chile e Espanha. Uma garrafa de tinto sul africana custa uns 16 dólares, mas o vinho é mesmo bom. especialmente quendo se tem uns quilos de pó a atafulhar a goela.
Aqui juntaram-se a nós um casal da Rússia (frente da carrinha)
O moço era muito calado, mas a fulana era super divertida, e num instante ficámos todos amigos.
Os putos sul coreanos falavam pouco, pois só pensavam nas suas máquinas fotográficas, daquelas todas xpto (depois ao jantar beberam Vodka com Redbull que lhes soltou a língua).
Há indivíduos que vão para estes Safaris artilhados com equipamento caríssimo, é impressionante.
Dois dias depois os putos foram para casa e veio um casal da China, que são os que estão nos lugares centrais da van.
Mas antes do jantar, logo depois de colocarmos as nossas coisas nas tendas, fizemos o nosso 1º safari, que, conforme o guia lhe chamou, foi apenas um aperitivo para o dia seguinte.
A grande diferença da viagem normal é que o safari é feito dentro dum Parque Nacional (Masaai Mara, neste caso) e com o tejadilho aberto, o que possibilita colocarmo-nos em pé e ver muito mais coisas.
Foi aqui que vi as primeiras manadas de Zebras (que são quase uma praga em África, existem aos milhares; em Ngorongoro invadiram-nos o parque de campismo às 4h da manhã !), Tommy Gazelles, Gnus e Antílopes.
Na realidade existe uma grande variedade de gazelas e antílopes, e eu não tenho cabeça para decorar os detalhes todos, por isso se lerem alguma coisa com o nome trocado, não liguem...
Nesta foto tem poucos, mas acreditem, se forem a África vão ver milhares...
Regressámos ao camping, entusiasmados e cheios de fome. Mesmo assim, ainda era cedo para jantar, pelo que fui fazer uma visita à comunidade Masaai, que tem o seu acampamento a uns 500 m do camping. Os Masaai são um povo muito colorido e interessante.
Haviam sempre alguns Masaai no camping, fossem 4 da manhã ou 4 da tarde...e sempre diziam a mesma coisa: "Jambo ! Where are you from ?" ao que se seguia invariavelmente "Oh, Portugal, Cristiano Ronaldo !"
(vocês sabiam que o Cristiano Ronaldo está no Museu da Cera, em Londres ?)
Para visitar a sua aldeia é preciso pagar 20 dólares, que dei de bom grado, pois é uma forma de ajudá-los. Esse dinheiro não é colectado de forma indivídual, ou seja, não é um Masaai que fica com o dinheiro, mas sim a comunidade, e o dinheiro é utilizado fundamentalmente para as crianças. A visita por um lado foi deprimente, mas por outro foi muito educativa. As condições em que esta gente vive são tão precárias que no inicio até custa a acreditar.
Vivem em casas feitas de barro, sem água canalizada nem luz.
O Masaai que melhor falava inglês convidou-me a entrar em sua casa. Foi difícil andar lá dentro, pois não se via nada...nem uma vela têm. Então sentámo-nos ao lado um do outro, na mais completa das escuridões, e ele disse-me "vivo aqui com a minha mulher e os meus 6 filhos". Incrível... Depois contou-me algumas das suas tradições, costumes e rituais. De 9 em 9 anos têm por hábito mudar o acampamento de sítio. Quando lhe perguntei porquê, explicou-me que as térmitas destroem toda a madeira das casas.
As crianças, desde muito novas, têm de ser treinadas para poderem sobreviver à selva. De vez em quando vão em treino para o mato, podendo estar 3 meses sem vir ao acampamento.Nesses treinos pintam o rosto com tinta branca, pelo que são facilmente identificados (quando chegarmos à parte da Tanzânia podem ver as fotos).
Quando atingem a idade de 15 anos, têm de passar talvez pelo pior teste das suas vidas: juntarem-se num grupo e matarem um leão. Sem isto, não atingem o status de Masaai adulto, e é frequente nestas expedições 2 ou 3 não voltarem vivos.
Há quem diga que isto é um mito, mas foi-me dito por um Masaai, portanto...
De volta à luz do dia, tive a oportunidade de ver eles fazerem fogo à boa maneira da selva, assisti a uma dança das mulheres Masaai, em que convidam as turistas para se lhes juntarem, e toquei numa folha de sandpaper-tree (tradução: árvore-lixa), que parece mesmo lixa e é usada pelos Masaai para limar as unhas e polir os seus bastões.
Não se iludam, porém, que esta gente está completamente isolada do resto do Mundo...se olharem com atenção para a foto seguinte, não conseguem ver a faca Masaai do lado esquerdo, mas conseguirão ver a bolsa do telemovel do lado direito
.
As tendas neste parque estão montadas em regime semi-permanente, não precisamos de levar nada para o camping.
Cada tenda tem um WC na parte de trás, com duche de água quente e fria, e estão providas de energia eláctrica, a 220 V, embora condicionada a algumas horas.
Nestes paises todas as tomadas são de 3 pinos, mas podem comprar um adaptador (recomendo um triplo, para a Tanzânia) ou fazer como eu, que enfiava a chave de casa no orificio central e colocava a ficha europeia dos meus carregadores nos outros 2 buracos (o orifício central não tem corrente, é só para desbloquear a entrada dos outros 2).
Estes detalhes que eu estou para aqui a esmiuçar podem parecer parvos, mas garanto-vos que não é nada agradável ficar com a máquina fotográfica inoperacional por falta de bateria, e mais tarde vir a saber que podia ter ligado a ficha do carregador na tomada de 3 pinos.
Antes de jantar, deixei o meu difusor anti-mosquitos a trabalhar, dentro da tenda. A tenda tem mosquiteiro sobre a cama, mas uma defesa extra não faz mal nenhum. Além disso, tem que se passar o spray anti-mosquitos, sobre as áreas expostas do corpo, senão as melgas comem um gajo vivo na sala de jantar, assim que escurece.
No dia seguinte (4ª feira) iniciámos às 6 da manhã. Estes early morning safaris, feitos antes do pequeno almoço, são importantes, porque os animais a esta hora estão a exercer outro tipo de actividades. Depois de vermos o nascer do Sol, partimos novamente em Game Drive pelo parque Masaai Mara.
Foi quando vi o meu primeiro colibri, são pequenos e engraçados, têm os olhos grandes e são muito fôfos.
Voltámos ao camping para o pequeno almoço, que é típicamente inglês: fruta, ovos, salsicha, panquecas, tostas, às vezes até feijão, como no caso da foto.
Retornámos ao mato, e vi o meu 1º leão, e ao longo do dia encontrámos mais alguns.
Depois búfalos também, tudo isto misturado com centenas de zebras, gnús, Thompson Gazelles,e, em menor quantidade, elefantes, avestruzes e girafas.
O dia foi passando, e terminou com um bonito pôr do Sol. Neste dia consegui uma das coisas mais dificeis de obter num safari: cheetas !
E agora, vamos ao jogo do "descobre"... conseguem ver alguma coisa de especial na próxima foto? Hum...
E na próxima ? Conseguem ver o leão em cima do muro ?
Os guias têm em geral uma visão apuradíssima, conseguiam ver animais no meio da vegetação que nós nunca detectaríamos. O caso que mais me impressionou foi quando Mr. Bon parou a van a uns 150 m duma árvore e perguntou "can you see the leopard on the tree" ?
"can you see the leopard on the tree" ?
Ninguém estava a conseguir ver coisa nenhuma, e então o guia infringiu as regras, meteu a van por cima da erva e parou debaixo da árvore.
Mesmo assim ainda foi difícil discernirmos o leopardo !
Fomos ao rio Mara, para tentar ver os animais a migrarem, mas eles não atravessaram. No entanto, vimos os hipopótamos e os crocodilos.
Conseguem distingui-lo, com a boca aberta ?
Na 5ª feira seguimos para a cidade de Nakuru, mas pelo caminho fizemos uma paragem no Lago Naivasha.
Têm uma casa de chá muito agradável, junto ao lago.
Algures no trajecto consegue-se encontrar um aeródromo, onde os mais endinheirados podem voar para Nairobi, Mombasa ou Arusha.
Este lago é o paraiso dos observadores de pássaros. Existem uns barcos que se podem alugar e que custam 100 dólares/grupo, e podem levar até 8 pessoas, mais o guia.
Depois, é relaxar e ver os pássaros e navegar ao lado dos hipopótamos.
A seguir atracámos numa ilhota, chamada Crescent Island, onde se pode brincar com as girafas, zebras, macacos, gnús, etc.
Já em terra firme, fomos para o Parque do lago Nakuru, que é uma Reserva. Os babuinos e os macacos vêm roubar-nos a comida e meterem-se connosco !
O lago é muito famoso pelos seus flamingos (há 2 tipos, os brancos e os rosa, e não se misturam) mas o que eu gostei mais foi dos pelicanos .
Posteriormente, subimos ao ponto mais alto e almoçámos, disfrutando da magnífica vista sobre o lago.
Os almoços que comiamos nos parques eram trazidos pelo guia, em caixas individuais, e continham sempre o mesmo: 1 sumo, 1/2 laranja, às vezes 1 banana, 1 queque, 1 perna de frango (as pernas de frango eram tão grandes que nós pensávamos que era avestruz !) e uma sandes de pão de forma com manteiga e cenoura ralada (sim, leram bem...estranho, né ?).
Depois de almoço rumámos a Nakuru, para a 3ª noite, e pelo caminho apanhámos um dos big five: um rinoceronte.
Os caminhos dentro do parque são muito bonitos, é diferente do normal.
Em Nakuru, que é a 3ª maior cidade do país, dormimos num Hotel, e assim que chegámos, houve um apagão. Comecei a desconfiar que era eu que estava a criar os apagões....
O Hotel era fraco, tinha certas coisas que estavam com mau aspecto, como os duches, por exemplo, e algumas paredes de alvenaria nem tinham reboco. Ao jantar, pedi uma garrafa de branco e serviram-me o vinho quente :huh: .
Nessa noite em Nakuru, apeteceu-me sair um pouco à noite, ir até um bar e beber um copo..
Contudo, o nosso guia avisou-me que sair à noite sózinho nestes paises é cometer suicídio (mais tarde verifiquei que é verdade). Mas logo se prontificou para ir comigo tomar umas cervejas.
Saimos do Hotel, atravessámos a rua, dobrámos a esquina, e ficámos logo no 1º bar que encontrámos, que ele conhecia e que tinha muito bom aspecto, música boa (árabe, africana e rock/pop britânico e americano).
Nessa noite também tive a oportunidade de ver como eles gostam de beber a cerveja. Eles pedem a cerveja (que nunca vem muito fresca) e, a acompanhar, pedem um jarro de água quente, para ir misturando (!!!).
Outra bebida que não existe em Portugal, é também um tipo de cerveja (chamam-lhe isso porque é fabricado pelo mesmo método da cerveja) mas que no fundo é um brandy, e vem em pequenas garrafas achatadas de 400 mL, salvo erro. Conjuntamente, pedem uma água tónica fria e o tal jarro de água quente, e vão misturando as três coisas. Eu provei e gostei, mas sem a água quente...
Este post já tinha sido publicado como "Kénya + Tanzânia", mas depois, para conseguir embutir algumas fotos, subdividi o post em 2.
Depois de 19 extenuantes mas maravilhosos dias de férias, eis-me aqui com o prometido Report de África. As fotos estão todas no Google, (inclusivamente as de Londres e Dubai).
Eu coloquei aqui os links para as fotos que não "couberam" no post, e para alguns mini-videos no YouTube e alguns sites que achei relevantes.
A minha viagem começou no dia 15 de Julho (uma sexta-feira) de Ponta Delgada, onde resido, para Lisboa. No dia seguinte fui para Londres, e após mais uma noite abandonei a Tap e converti-me à Emirates, onde voei cerca de 6h30 para o Dubai.
Já fiz também uns mini-reports sobre estes locais de passagem.
VOAR NA EMIRATES
Voar na Emirates é uma experiência maravilhosa. Em ambos os voos de ida usei um Boeing 777, que é um colosso, e no regresso voei no novo Airbus A380-800, que é simplesmente o maior avião comercial jamais construido.
Não sei se as outras companhias têm o mesmo sistema de entretenimento, que consiste num plasma e auscultadores individuais que são colocados em todas as cadeiras.O passageiro, através dum telecomando, pode aceder a notícias, vários canais televisivos, dezenas de filmes ou CD's, dúzias de jogos (eu passei a maior parte das viagens a jogar xadrez) e uma secção de informação sobre o voo, onde se consegue ver um mapa com a localização do avião, heading, altitude e airspeed, tempos decorridos e previstos, etc etc.
A cereja sobre o bolo são 2 ou 3 câmaras em tempo real, uma delas no nariz do avião, que permite ao passageiro desfrutar do mesmo ângulo de visão dos pilotos. Acreditem que ver a aterragem desta forma é super emocionante.
KÉNYA
Bom, depois de uma maravilhosa noite e manhã no Dubai, onde estavam só 35º C , parti finalmente para Nairobi. A minha entrada em África foi no mínimo atípica. De facto, após 4h de voo, preparávamo-nos para aterrar às 19h locais (que já é noite nesta altura do ano), e o avião foi fazendo a aproximação, que nós iamos acompanhando nos plasmas da aeronave.
Descemos até cerca de 5000 ft, mas qual é o nosso espanto quando sentimos o piloto a meter motores e a levar-nos outra vez para 22000 ft. Entretanto, começámos a ver claramente nos plasmas que o avião estava fora de rota.
Passado um bocado, lá vem a justificação do Comandante : "Senhores passageiros, ouve um apagão em Nairobi, e parte da pista ficou sem iluminação, pelo que teremos de aterrar em Mombasa".
Assim foi, mas apanhámos uma valente seca de mais de 2h, fechados dentro do avião, sem comer nada (apenas nos deram água e Sprites), até o piloto obter um novo plano de voo, colocar mais fuel e esperar que as luzes voltassem ao Jomo Kenyatta.
Para quem adora aviões, como eu, foi muito interessante fazer um voo tão curto (40 minutos) num monstro como o 777, é como fazer a travessia Lisboa-Barreiro num mega-cruzeiro de luxo.Curiosamente, mesmo assim subimos quase aos 10000 m.
Ora, com todo este atraso, e depois mais as formalidades de vistos e passaportes, e ainda uma descomunal e incompreensível espera pela bagagem, lá consegui enfiar-me num táxi e chegar ao Nairobi Safari Club.
É um Hotel de 5 estrelas, que, infelizmente, não tive tempo de desfrutar, pois quando consegui fazer o check-in, já passava da meia noite, e no dia seguinte tinha de estar pronto para arrancar às 8h da manhã.
Mesmo assim ainda consegui tirar o cozinheiro da inércia e convencê-lo a surgir com uma brutal sandes de galinha e vários copos de um tinto qualquer de África do Sul, que caiu que nem ginjas.
Com isto tudo já eram umas 01h30 da noite, e eu pensei em dar uma volta a pé nas imediações do Hotel, para dissipar os vapores do álcool.
Aqui surgiu o meu primeiro contacto com a realidade em África: o porteiro avisou-me para não me afastar muito do Hotel, e quando eu andei cerca de 10 metros, foi buscar-me, muito aflito, e só dizia "I'm sorry, sir, but it's not safe".
Conformei-me que a minha 1ª noite no continente negro estava irremediavelmente estragada, e fui dormir.
No dia seguinte (uma 3ª feira), com alguns minutos de atraso, lá estava a senhora Eunice Mumo, da Asili Safaris, que me levou até à van do operador Jockey Tours, onde já se encontravam o meu guia no Kénya,Mr Bonifacci (não estou certo que o nome se escreva assim, nós tratávamo-lo por Mr. Bon), e os meus companheiros nestes primeiros dias: um casal de ucranianos, dois putos da Coreia do Sul e uma jovem canadense.
O guia e um rapaz da Coreia do Sul.
Esta miúda merece um destaque especial na minha crónica, pois apesar da sua juventude, é uma mulher extraordinária. O seu nome é Allison Fedorkiw.
Em Masaai Mara, nas duas noites seguintes, fui "obrigado" a partilhar a tenda com ela.
Não gostei da sua maneira de ser, mas há que dar valor à coragem dela. De facto, ela estava absolutamente sózinha em África desde Fevereiro, começou a sua viagem em África do Sul, e foi saltitando de país em país: Namibia, Botswana, Zimbabwé, Zambia, etc etc. Podem ver mais detalhes sobre os objectivos da sua incursão voluntária pela África profunda.
Quando a conheci, restavam-lhe 10 dias, em que planeava subir o Kilimanjaro, mesmo adoentada. Recordo-me que em todos os sítios que parávamos para comer era um problema, pois é vegetariana.
Ainda cheguei a trocar uma perna dela pela minha banana (atenção às mentes poluídas: refiro-me à perna de frango do almoço dela e à banana do meu almoço).
Os primeiros quilómetros à saida de Nairobi são aborrecidos - muito alcatrão e nada de novo, excepto o facto que eles conduzem pela esquerda , mas eu já vinha "vacinado" de Londres.
Chamo aqui a atenção que isto pode ser um problema. Eu, enquanto peão, quase fui atropelado 2 ou 3 vezes, porque, como estamos habituados a que os carros surjam numa determinada faixa da estrada, não olhamos para a faixa de onde eles realmente vêm, é preciso muito cuidado ao atravessar as ruas.
Após esta 1ª fase desinteressante, surge a primeira revelação: o miradouro para Great Rift Valley. Este vale é de uma magnitude avassaladora, e a sua principal curiosidade é que nalguns pontos está cerca de 2 Kms abaixo do nível do mar.
É uma grande fractura geológica que atravessa um total de 4830 km na direcção Norte-Sul.
A maior parte do vale está em África, embora haja também uma parte no Mar Vermelho e outra no vale do Jordão, mas a parte mais destacada e espectacular encontra-se na zona que vai desde Djibouti até Moçambique. Continua a crescer actualmente, tanto em largura como comprimento. Foi neste miradouro que vi os meus primeiros animais em África: galinhas
Após descermos para o Rift, almoçámos num pacato restaurante na berma da estrada, sendo que estas refeições já estavam incluidas no pacote do safari. Todas as refeições que comemos posteriormente, em restaurantes similares, eram praticamente fotocópia da primeira. Normalmente as coisas funcionam como buffet, onde há sempre 5 diferentes "ingredientes": puré de batata, couve mineira, salada, carne guisada e batata ou banana assada. A carne, por sistema, não chega para todos.
Isto é só durante as viagens entre campings, porque depois, nos campings e nos safaris, a comida é melhor. Lá chegaremos.
É uma constante ao longo de todas estas refeições o seguinte: as bebidas não estão incluidas, nem mesmo água (que tem de ser engarrafada, não se esqueçam !!!). Uma taça de vinho custa 2 dólares, um pouco mais que a cerveja local, que é fraca e raramente é servida bem fresca.
Quanto à moeda: se não se quiserem dar ao trabalho de comprar Shillings do Kénya, basta terem dólares, que toda a gente aceita. Euros e libras já é um pouco mais complicado.
Contudo, cuidem que este comodismo acarreta terem de aceitar as conversões que eles impõem, que invariavelmente nos são desfavoraveis. Mas não é nada do outro mundo.
Para converter shillings (KSH) para dólares eu usava uma regra simples, dividia por 100, ou seja, 100 shillings é aproximadamente 1 dólar, o que dá à volta de 70 cêntimos. O nosso guia era tão impecável que trocava-nos os euros, e fiava-nos as bebidas nos bares, quando era necessário.
Interessante de ver são os milhares de barracas e choupanas que os fulanos montam na berma das estradas.
Tudo tem aspecto decadente e decrépito, são lojas erigidas ao estilo "bairro da lata", é o tal terceiro-mundismo que tanto ouvimos falar, bicicletas que dão para 2 pessoas, motas que dão para 3 ou 4, como são pobres improvisam as coisas mais loucas que se possam imaginar.
Por esta altura da viagem, eu já começava a aperceber-me da imensidão deste continente, as estradas são infindáveis... Abandonámos por fim o alcatrão, embora algumas vezes passássemos por zonas que uma vez já foram estradas, mas que agora estão completamente esburacadas, ao ponto do guia preferir conduzir na areia da berma, em vez do asfalto.
A trepidação dentro da van passa então a ser uma constante nos próximos dias, naquilo que o guia chamou de "African Massage"
Passaram cerca de 200 Kms de caminhos de terra e trilhos, com muito pó pelo meio, e quase a chegar ao acampamento de Masaai Mara, vejo finalmente os primeiros animais típicamente africanos: gado, uma zebra e um macaco.
O parque de campismo é muito giro, e tem uma particularidade importante, que é um bar !
As refeições nos parques de campismo, tanto no Kénya como na Tanzânia, funcionam quase todas da mesma maneira: há duas estruturas montadas, tipo alpendres. Uma é para os cozinheiros, a outra é para comermos.
Quando o tempo está bom, a malta mete as mesas cá fora, à noite então é uma maravilha, porque podemos comer a olhar para as estrelas. Eu fartei-me de olhar para a constelação Cruzeiro do Sul, e pensar que em Portugal não a consigo ver.
Conforme eu estava a descrever, nem todos os parques de campismo têm um bar, mas este tem, é pequenino mas tem tudo o que é preciso: cerveja, vinho de África do Sul, Chile e Espanha. Uma garrafa de tinto sul africana custa uns 16 dólares, mas o vinho é mesmo bom. especialmente quendo se tem uns quilos de pó a atafulhar a goela.
Aqui juntaram-se a nós um casal da Rússia (frente da carrinha)
O moço era muito calado, mas a fulana era super divertida, e num instante ficámos todos amigos.
Os putos sul coreanos falavam pouco, pois só pensavam nas suas máquinas fotográficas, daquelas todas xpto (depois ao jantar beberam Vodka com Redbull que lhes soltou a língua).
Há indivíduos que vão para estes Safaris artilhados com equipamento caríssimo, é impressionante.
Dois dias depois os putos foram para casa e veio um casal da China, que são os que estão nos lugares centrais da van.
Mas antes do jantar, logo depois de colocarmos as nossas coisas nas tendas, fizemos o nosso 1º safari, que, conforme o guia lhe chamou, foi apenas um aperitivo para o dia seguinte.
A grande diferença da viagem normal é que o safari é feito dentro dum Parque Nacional (Masaai Mara, neste caso) e com o tejadilho aberto, o que possibilita colocarmo-nos em pé e ver muito mais coisas.
Foi aqui que vi as primeiras manadas de Zebras (que são quase uma praga em África, existem aos milhares; em Ngorongoro invadiram-nos o parque de campismo às 4h da manhã !), Tommy Gazelles, Gnus e Antílopes.
Na realidade existe uma grande variedade de gazelas e antílopes, e eu não tenho cabeça para decorar os detalhes todos, por isso se lerem alguma coisa com o nome trocado, não liguem...
Nesta foto tem poucos, mas acreditem, se forem a África vão ver milhares...
Regressámos ao camping, entusiasmados e cheios de fome. Mesmo assim, ainda era cedo para jantar, pelo que fui fazer uma visita à comunidade Masaai, que tem o seu acampamento a uns 500 m do camping. Os Masaai são um povo muito colorido e interessante.
Haviam sempre alguns Masaai no camping, fossem 4 da manhã ou 4 da tarde...e sempre diziam a mesma coisa: "Jambo ! Where are you from ?" ao que se seguia invariavelmente "Oh, Portugal, Cristiano Ronaldo !"
(vocês sabiam que o Cristiano Ronaldo está no Museu da Cera, em Londres ?)
Para visitar a sua aldeia é preciso pagar 20 dólares, que dei de bom grado, pois é uma forma de ajudá-los. Esse dinheiro não é colectado de forma indivídual, ou seja, não é um Masaai que fica com o dinheiro, mas sim a comunidade, e o dinheiro é utilizado fundamentalmente para as crianças. A visita por um lado foi deprimente, mas por outro foi muito educativa. As condições em que esta gente vive são tão precárias que no inicio até custa a acreditar.
Vivem em casas feitas de barro, sem água canalizada nem luz.
O Masaai que melhor falava inglês convidou-me a entrar em sua casa. Foi difícil andar lá dentro, pois não se via nada...nem uma vela têm. Então sentámo-nos ao lado um do outro, na mais completa das escuridões, e ele disse-me "vivo aqui com a minha mulher e os meus 6 filhos". Incrível... Depois contou-me algumas das suas tradições, costumes e rituais. De 9 em 9 anos têm por hábito mudar o acampamento de sítio. Quando lhe perguntei porquê, explicou-me que as térmitas destroem toda a madeira das casas.
As crianças, desde muito novas, têm de ser treinadas para poderem sobreviver à selva. De vez em quando vão em treino para o mato, podendo estar 3 meses sem vir ao acampamento.Nesses treinos pintam o rosto com tinta branca, pelo que são facilmente identificados (quando chegarmos à parte da Tanzânia podem ver as fotos).
Quando atingem a idade de 15 anos, têm de passar talvez pelo pior teste das suas vidas: juntarem-se num grupo e matarem um leão. Sem isto, não atingem o status de Masaai adulto, e é frequente nestas expedições 2 ou 3 não voltarem vivos.
Há quem diga que isto é um mito, mas foi-me dito por um Masaai, portanto...
De volta à luz do dia, tive a oportunidade de ver eles fazerem fogo à boa maneira da selva, assisti a uma dança das mulheres Masaai, em que convidam as turistas para se lhes juntarem, e toquei numa folha de sandpaper-tree (tradução: árvore-lixa), que parece mesmo lixa e é usada pelos Masaai para limar as unhas e polir os seus bastões.
Não se iludam, porém, que esta gente está completamente isolada do resto do Mundo...se olharem com atenção para a foto seguinte, não conseguem ver a faca Masaai do lado esquerdo, mas conseguirão ver a bolsa do telemovel do lado direito
As tendas neste parque estão montadas em regime semi-permanente, não precisamos de levar nada para o camping.
Cada tenda tem um WC na parte de trás, com duche de água quente e fria, e estão providas de energia eláctrica, a 220 V, embora condicionada a algumas horas.
Nestes paises todas as tomadas são de 3 pinos, mas podem comprar um adaptador (recomendo um triplo, para a Tanzânia) ou fazer como eu, que enfiava a chave de casa no orificio central e colocava a ficha europeia dos meus carregadores nos outros 2 buracos (o orifício central não tem corrente, é só para desbloquear a entrada dos outros 2).
Estes detalhes que eu estou para aqui a esmiuçar podem parecer parvos, mas garanto-vos que não é nada agradável ficar com a máquina fotográfica inoperacional por falta de bateria, e mais tarde vir a saber que podia ter ligado a ficha do carregador na tomada de 3 pinos.
Antes de jantar, deixei o meu difusor anti-mosquitos a trabalhar, dentro da tenda. A tenda tem mosquiteiro sobre a cama, mas uma defesa extra não faz mal nenhum. Além disso, tem que se passar o spray anti-mosquitos, sobre as áreas expostas do corpo, senão as melgas comem um gajo vivo na sala de jantar, assim que escurece.
No dia seguinte (4ª feira) iniciámos às 6 da manhã. Estes early morning safaris, feitos antes do pequeno almoço, são importantes, porque os animais a esta hora estão a exercer outro tipo de actividades. Depois de vermos o nascer do Sol, partimos novamente em Game Drive pelo parque Masaai Mara.
Foi quando vi o meu primeiro colibri, são pequenos e engraçados, têm os olhos grandes e são muito fôfos.
Voltámos ao camping para o pequeno almoço, que é típicamente inglês: fruta, ovos, salsicha, panquecas, tostas, às vezes até feijão, como no caso da foto.
Retornámos ao mato, e vi o meu 1º leão, e ao longo do dia encontrámos mais alguns.
Depois búfalos também, tudo isto misturado com centenas de zebras, gnús, Thompson Gazelles,e, em menor quantidade, elefantes, avestruzes e girafas.
O dia foi passando, e terminou com um bonito pôr do Sol. Neste dia consegui uma das coisas mais dificeis de obter num safari: cheetas !
E agora, vamos ao jogo do "descobre"... conseguem ver alguma coisa de especial na próxima foto? Hum...
E na próxima ? Conseguem ver o leão em cima do muro ?
Os guias têm em geral uma visão apuradíssima, conseguiam ver animais no meio da vegetação que nós nunca detectaríamos. O caso que mais me impressionou foi quando Mr. Bon parou a van a uns 150 m duma árvore e perguntou "can you see the leopard on the tree" ?
"can you see the leopard on the tree" ?
Ninguém estava a conseguir ver coisa nenhuma, e então o guia infringiu as regras, meteu a van por cima da erva e parou debaixo da árvore.
Mesmo assim ainda foi difícil discernirmos o leopardo !
Fomos ao rio Mara, para tentar ver os animais a migrarem, mas eles não atravessaram. No entanto, vimos os hipopótamos e os crocodilos.
Conseguem distingui-lo, com a boca aberta ?
Na 5ª feira seguimos para a cidade de Nakuru, mas pelo caminho fizemos uma paragem no Lago Naivasha.
Têm uma casa de chá muito agradável, junto ao lago.
Algures no trajecto consegue-se encontrar um aeródromo, onde os mais endinheirados podem voar para Nairobi, Mombasa ou Arusha.
Este lago é o paraiso dos observadores de pássaros. Existem uns barcos que se podem alugar e que custam 100 dólares/grupo, e podem levar até 8 pessoas, mais o guia.
Depois, é relaxar e ver os pássaros e navegar ao lado dos hipopótamos.
A seguir atracámos numa ilhota, chamada Crescent Island, onde se pode brincar com as girafas, zebras, macacos, gnús, etc.
Já em terra firme, fomos para o Parque do lago Nakuru, que é uma Reserva. Os babuinos e os macacos vêm roubar-nos a comida e meterem-se connosco !
O lago é muito famoso pelos seus flamingos (há 2 tipos, os brancos e os rosa, e não se misturam) mas o que eu gostei mais foi dos pelicanos .
Posteriormente, subimos ao ponto mais alto e almoçámos, disfrutando da magnífica vista sobre o lago.
Os almoços que comiamos nos parques eram trazidos pelo guia, em caixas individuais, e continham sempre o mesmo: 1 sumo, 1/2 laranja, às vezes 1 banana, 1 queque, 1 perna de frango (as pernas de frango eram tão grandes que nós pensávamos que era avestruz !) e uma sandes de pão de forma com manteiga e cenoura ralada (sim, leram bem...estranho, né ?).
Depois de almoço rumámos a Nakuru, para a 3ª noite, e pelo caminho apanhámos um dos big five: um rinoceronte.
Os caminhos dentro do parque são muito bonitos, é diferente do normal.
Em Nakuru, que é a 3ª maior cidade do país, dormimos num Hotel, e assim que chegámos, houve um apagão. Comecei a desconfiar que era eu que estava a criar os apagões....
O Hotel era fraco, tinha certas coisas que estavam com mau aspecto, como os duches, por exemplo, e algumas paredes de alvenaria nem tinham reboco. Ao jantar, pedi uma garrafa de branco e serviram-me o vinho quente :huh: .
Nessa noite em Nakuru, apeteceu-me sair um pouco à noite, ir até um bar e beber um copo..
Contudo, o nosso guia avisou-me que sair à noite sózinho nestes paises é cometer suicídio (mais tarde verifiquei que é verdade). Mas logo se prontificou para ir comigo tomar umas cervejas.
Saimos do Hotel, atravessámos a rua, dobrámos a esquina, e ficámos logo no 1º bar que encontrámos, que ele conhecia e que tinha muito bom aspecto, música boa (árabe, africana e rock/pop britânico e americano).
Nessa noite também tive a oportunidade de ver como eles gostam de beber a cerveja. Eles pedem a cerveja (que nunca vem muito fresca) e, a acompanhar, pedem um jarro de água quente, para ir misturando (!!!).
Outra bebida que não existe em Portugal, é também um tipo de cerveja (chamam-lhe isso porque é fabricado pelo mesmo método da cerveja) mas que no fundo é um brandy, e vem em pequenas garrafas achatadas de 400 mL, salvo erro. Conjuntamente, pedem uma água tónica fria e o tal jarro de água quente, e vão misturando as três coisas. Eu provei e gostei, mas sem a água quente...