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[Report] Israel - Palestina - Jordânia 2018

Pedro85

Membro Conhecido
Boas,

Decidi fazer uma visita à Terra Santa. Já há algum tempo que andava de olho neste destino e após ter pesquisado alguma informação, também neste fórum como é óbvio :), lá me decidi em Março deste ano marcar as viagens para final de Maio. O meu principal objectivo era Israel mas claro que não ia perder a oportunidade de, estando "por perto", visitar uma das maravilhas do mundo, Petra na Jordânia. :)

Viajei pela Brussels Airlines, ficou por 300€ já com bagagem de porão, o que não achei nada caro. Foi a primeira vez que viajei nesta companhia e não tenho nada a apontar. Houve ligeiros atrasos (em Tel Aviv foi o pior, cerca de 1 hora) mas parece-me não ter sido culpa da Brussels.
Os voos foram:
25-05-2018: Porto - Bruxelas
25-05-2018: Bruxelas - Tel Aviv
01-06-2018: Tel Aviv - Bruxelas
01-06-2018: Bruxelas - Porto
As viagens foram às 6as feiras, por isso tive 6 "dias úteis" para visitar a Terra Santa. Cheguei a Tel Aviv no sábado de madrugada dia 26 (por volta das 4h da manhã) e saí de lá na 6ª feira de madrugada (por volta das 5h).

Fiz o seguro pela Intermundial, como é costume fazer quando viajo para fora do Espaço Económico Europeu. Ficou à volta de 31€.

Não levei dinheiro em cash de Portugal. Usei o cartão Revolut (um clássico sempre que viajo) para levantar dinheiro e fazer pagamentos por lá, tanto em Israel como na Jordânia. Funcionou sempre na perfeição. Os cartões de crédito normais usei-os para pagar o aluguer dos carros.

Tal como referi, decidi alugar... não 1 mas 2 carros! :) 6 dias é sempre apertado e eu queria rentabilizar ao máximo o meu tempo. Assim decidi alugar um carro para andar em Israel e outro na Jordânia para dirigir até Petra. A razão disto, para quem não sabe, é a dos carros Israelitas não poderem circular na Jordânia e Palestina, e vice versa também acontece. Mas já lá vamos...

Esta era também a primeira vez que iria viajar para um país não tão ocidentalizado, passo a expressão. Até então, só tinha estado em sítios pelo menos tão modernos e seguros como Portugal.
 

Pedro85

Membro Conhecido
DIA 1 - 26/05/2018

Chegado ao aeroporto, passei pela Imigração. Tendo eu estado várias vezes nos Estado Unidos, estava a contar ser bombardeado com o mesmo tipo de questões que fazem lá, mas até foi bastante pacífico. Apenas me perguntaram por onde iria viajar, onde iria ficar e pouco mais. Deram-me um papel separado, o visto de entrada, e não fizeram carimbo no passaporte. Depois de recolher a mala passei por outro checkpoint onde tive que passar o código QR desse visto. Estava finalmente em Israel!!
Decidi levantar dinheiro no multibanco para andar com algum cash. Levantei cerca de 200 Shekels.


Tinha visto na internet que no aeroporto tinha uma loja onde se podia levantar um cartão SIM com dados e algumas chamadas incluídas a partir de 30$. Infelizmente estava fechado exactamente quando cheguei por causa do dia de descanso Judeu. Quem estiver interessado o site é este: 019Mobile – Mobile and Internet packages
Fui então à zona dos Rent a Car para levantar o carro que tinha alugado. Tudo nos conformes, pagamento e disseram-me que depois o tinha de devolver noutro terminal (estava no Terminal 3 mas a devolução daquela empresa era no Terminal 1).
Segui então viagem em direcção a Eilat, com desvio em Masada.
Durante o caminho passei no meio do mítico deserto da Judeia, onde por vezes era mostrado a que nível estávamos acima do nível do mar. Só sei que fui das centenas de metros, quase 1000, até aos cerca de -400!! :D


Antes do desvio para a estrada que dava para Masada, vários miradouros sobre o mar morto. É pena ver-se quase sempre aquele "nevoeiro" senão a vista era brutal!


Masada, decidi ir para a entrada Este porque tinha uma espécie de teleférico que nos levava lá no topo. Na altura ia com a dúvida se ia ou não a pé, no entanto era de manhã e já fazia mais de 30 graus... O tempo não era muito por isso comprei o bilhete de ida e volta por 76 shekels. Sem o teleférico ficava por 29 shekels. Não estou arrependido porque subir Masada a pé, com aquele calor, não é para qualquer um. Lá no topo reparei que pela entrada Oeste, o caminho a pé é bem menos duro. Fica a nota.


Segui então para Eilat, Sul de Israel. Quando cheguei lá estavam perto de 40ºC e muito abafado, fazendo-me lembrar quando estive em Las Vegas. Decido almoçar por lá, e depois fui em direcção à fronteira com a Jordânia.

Praia em Eilat com Aqaba/Jordânia lá ao fundo:

Tal como mencionei, não é possível passar com o carro de Israel para a Jordânia, aliás todo o aparato montado nas fronteiras está de acordo com que não passem carros por lá (embora seja possível, têm é de levantar umas 10 barreiras). Assim, estacionei num parque de terra gratuito logo ali antes de entrar na fronteira, onde estavam mais uns 30 carros pelo menos. Um casal de argentinos tinha acabado de estacionar e mete conversa, eu disse que tinha carro alugado em Aqaba e combinamos que eles pagavam o taxi e nós dávamos-lhes boleia até Petra. Pensávamos nós que ia ser assim... :p
Segui a pé para a fronteira Israelita então, no primeiro controlo apenas tive de mostrar o Passaporte. Depois seguimos para uma fila onde temos de pagar a taxa de saída de Israel. São 32 Dólares Americanos ou 103,5 Shekels, eu paguei em Shekels. Perguntaram-me se queria trocar dinheiro por Dinars (JOD), a moeda da Jordânia, mas acabei por dizer que não. No entanto aconselho a levarem pelo menos alguns JOD convosco, como irei explicar mais à frente.
Depois segui para outra fila, onde tenho de mostrar o recibo de pagamento da taxa de saída, fazem-me as habituais perguntas de o que vou fazer à Jordânia, quando cheguei a Israel, quanto tempo mais vou estar, para onde vou, etc. Deram-me um papelinho que é o visto de saída. Depois de passar por uma pequena loja duty free, passo pelo último checkpoint onde tenho de passar o visto de saída com o código QR para me deixar passar! Tudo isto apenas para Israel! :)
Caminho então pela terra de ninguém até ao lado fronteiriço Jordão.


Primeiro precisamos de ir a um checkpoint onde mostramos o Passaporte e eles nos dão um papel que funciona como visto, o "Visa Card for Foreigners". Preenchemos com as nossas informações que vem no passaporte. Eu preencho num papel, o meu colega de viagem noutro papel e o casal argentino coloca o nome dos dois num papel também. Pensámos que era por família, tal como acontece na maioria dos países onde já estive. O oficial coloca um carimbo e seguimos para outro checkpoint.
Neste checkpoint o oficial pega no visto, faz 2 ou 3 perguntas, nada demais, e coloca outro carimbo. No papel há depois espaço para ser colocado um carimbo em Petra e outro para quando regressarmos à fronteira. Segue-se depois para o último checkpoint onde apenas é mostrado o visto e o passaporte. E finalmente estamos na Jordânia!
A folha / visto tem o seguinte aspecto:


Fomos ter à zona onde estavam os taxis e começam os esquemas. :) Pedimos um taxi para nos levar a Aqaba e o chefe dos taxistas lá da zona pediu-nos para mostrar os vistos. Informa-nos que temos de pedir um taxi por cada folha... :p Nós dissemos que íamos juntos e ele disse que trabalhava para o governo e que as coisas funcionavam assim que depois tinha de justificar porque razão saíram taxis a menos que papeis, bla bla bla. Bem, o casal disse que ia para Petra e ele disse que eram 55 JOD (salvo erro) para os levar até lá. Lá seguiram para Petra. Nós ainda tentámos mostrar-lhe que era ridículo irmos em dois taxis para a mesma localização em Aqaba mas sem efeito, disse-nos que os taxistas estavam cansados por ser Ramadão para nós nos mexermos. :confused: Bem, estávamos há 5 minutos na Jordânia, acabámos por ceder, e lá fomos em taxis separados... 15 JOD cada um, disse-nos lá o chefe. :) Disse que não tinha JOD, mas ele disse que depois o taxi parava perto de uma caixa multibanco para eu levantar dinheiro. O meu colega lá seguiu de taxi, e eu atrás dele noutro taxi hehehe. O meu condutor não falava inglês, quando paramos tento-lhe dizer que preciso de levantar dinheiro e pergunto "how much?". Ele liga lá para o chefe e no final aponta-me para uma caixa multibanco e diz "TWENTY DINARS". Bem, nem reclamei, queria era ver-me livre desses tipos e a caixa multibanco se calhar não ia dar dinheiro certo. Cedi, levantei dinheiro e paguei-lhe. O meu colega teve mais sorte, foi a uma casa de câmbio e trocou os 15 JOD para lhe pagar.

Estava ao lado da Europcar, onde tinha uma reserva de um carro. Tratei dos papéis, quem me atendeu foi um rapaz novo com um look bastante mais Europeu do que do médio Oriente. A partir deste momento tinha 2 carros alugados ao mesmo tempo, um em cada país. A reserva para 2 dias ficou por cerca de 60€.
Vou depois à casa de câmbio onde o meu colega tinha trocado dinheiro para trocar Euros por JOD. Troquei 100€ por 80 JOD, tendo e conta que o câmbio real andava à volta dos 0,82, acabei por achar justo.
A primeira coisa que fiz foi dirigir-me a um posto de abastecimento. Chega o empregado, mandei encher o depósito e fiquei a olhar. A mangueira trava aos 29,90 JOD, mais coisa menos coisa, sei que não chegava aos 30 JOD. Dou sinal para parar e olho para o bolso para tirar o dinheiro. Dou-lhe uma nota de 50 JOD e nisto ele dá-me 15 JOD e fica a olhar para mim... Eu olho para o lado e vi que a bomba marcava uns cêntimos a mais de 30 JOD... hehehe O filho da mãe apertou a mangueira uma vez mais enquanto eu estava distraído a tirar o dinheiro, por isso aquilo aumentou para os 30 e tal JOD. Incrédulo ainda, fiquei de mão estendida e ele dá-me mais 1 JOD... outro 1 JOD e fica a olhar e faz-me um sinal com a cabeça. Ok digo eu, fica assim, o paguei 33 JOD ao tudo e o homem teve 2 JOD e pouco de gorjeta. Se fosse hoje não facilitava tanto mas lá está, estava nem há 1 hora na Jordânia e com aquele respeito de iniciante por terras do médio oriente. Tenho viajado por países onde nunca espero esse tipo de atitude por isso esta nova forma de ser abordado era nova para mim.

Lá segui viagem até Wadi Musa, onde ia passar 2 noites. As estradas são relativamente médio/boas e via-se imensos camiões, muitos camiões mesmo! Já tinha tido uma ligeira experiência de como é conduzir por Israel mas na Jordânia era ainda pior! :D Era preciso muito cuidado com os camionistas, dirigiam por qualquer faixa e subitamente mudavam de faixa, tínhamos de estar muito atentos. Passei também por 2 checkpoints na via rápida que seguia até Wadi Musa mas não me mandaram parar. Também cheguei a ver animais (cabras pelo menos) no meio da via rápida... :) Bem, já tinha chegado à conclusão que era preciso atenção redobrada para conduzir na Jordânia.
Chega-se a um ponto onde se tem que virar à esquerda, para uma estrada que vai pelas montanhas, no meio do deserto, até Wadi Musa. Pelo meio parei 2 vezes para tirar fotos e apreciar o local. Estava frio e algum vento mas era normal porque estava a 1000 e tal metros acima do nível do mar. Numa dessas paragens vi uma imagem duma virgem, achei curioso:


Cheguei então a Wadi Musa, ia ficar no Petra Sella Hotel. Ficou por 153 Euros por 2 noites com pequeno almoço incluído.
Após um check-in, onde fui atendido por um senhor de meia idade, fui dar uma volta a pé por Wadi Musa e aproveitei para passar numa mercearia para comprar água para o dia seguinte.
Ao voltar ao hotel vejo o homem que me atendeu no check-in bastante zangado com alguém que tinha estacionado o carro em frente ao hotel, chegando mesmo a dar alguns socos! o_O Bem, mas que "animação"! Decido não entrar já no hotel, ver o por do sol lá perto até que isso tudo acalmasse. Depois entrei no hotel de novo e disse ao homem que queria jantar lá. Ficou por quase 20 JOD, não foi propriamente barato mas era "buffet". Sou muito esquisito com a comida por isso é sempre uma das minhas maiores dores de cabeça quando vou para fora. Ainda por cima era comida árabe. :)
Ah, entretanto vejo o empregado do hotel a entrar com a pessoa que ainda há pouco tempo estava a levar porrada dele. Disse-lhe que podia sentar em X mesa e comer o que quisesse. E que "se precisasse de alguma coisa, qualquer coisa, para falar com ele"! Bem, quem diria que até há poucos minutos atrás estava a levar um enxerto de porrada! Não percebi a razão do desentendimento, apesar do gajo que levou porrada ter um aspecto daquelas zonas ele disse ser Americano e que vivia em Los Angeles. O empregado do hotel aconselhou-o a passar lá a noite porque era perigoso ir de noite para Amman, capital da Jordânia. Segundo o empregado do hotel, ia apanhar muitos camiões e os seus condutores conduzem como malucos! (fossem só os dos camiões hehehe)
Que animação para primeiro dia! :)

 

Pedro85

Membro Conhecido
DIA 2 - 27/05/2018 - PETRA

O segundo dia foi dedicado à visita de Petra. O meu hotel ainda ficava a uns 2 km de Petra, por isso depois do pequeno almoço buffet, segui de carro até à entrada e cheguei lá por volta das 8h!
Na entrada tem que se passar por segurança e Raio X. Nas bilheteiras ao comprar o bilhete (50 JOD), entreguei o papel do visto para que me colocassem o carimbo. Após comprar o bilhete sou abordado por um funcionário de lá e pergunta de onde sou, em inglês. Depois de dizer Portugal, em diz agora em português: "onde?". E eu, Portugal, Porto. Ele segue em português: "mas Porto ou Gaia?". Fiquei estupefacto, parece que passou umas temporadas no Porto por isso sabia falar um português minimamente decente. Diz ele que tinha saudades do bacalhau de cá... :p Pergunta se preciso de guia (pelo que li fica por uns 40 ou 50 JOD) e digo que não, e ele entrega-me o mapa de Petra e desejou-me um bom dia.
Após as bilheteiras há uma praça bem grande com casas de banho e bastantes lojas. Os comerciantes por aquelas bandas são bastante pro-activos, se nos vêm a olhar para algo começam logo a convidar-nos a entrar e a tentar vender-nos tudo e mais alguma coisa. Tiveram sorte porque esqueci-me do meu chapéu e lá tive de comprar um porque ia ser um dia solarengo.

Segui então pelo caminho e logo no início tinha bastante gente à espera de turistas para tentar vender serviços em burros de carga. Não me lembro bem do preço, mas era algo que não estava à espera. Naquela zona até tinha um caminho separado para levar as pessoas que iam em cima do burro até ao The Siq, as paredes de rocha e primeira grande atracção que se vê em Petra...
Já no meio do The Siq, não havia caminho separado para os animais por isso passavam no meio de nós. Havia também moscas, muitas moscas... o que é natural porque os animais largam excrementos em qualquer lugar. Apesar de haver gente a limpar os dejectos, o cheiro e o incómodo das moscas era algo com que não ia a contar e é um menos na minha avaliação a Petra.
Antes de entrar no The Siq, fui também abordado para pagar 20 JOD (ou 35 JOD se fosse em cima do burro) para fazer um trilho onde supostamente ia ver o Tesouro desde cima, com uma vista sem igual. Declinei por ser caro e acabei por fazer bem como vou explicar mais à frente.
Sigo então por meio do The Siq... A beleza do sítio fala por si:


Foram largos minutos a andar entre aquelas paredes gigantes, mas era agradável porque caminha-se à sobra. Pelo caminho, via-se também algumas esculturas nas pedras. As moscas e o cheiro a bosta dos burros eram mais intensivos infelizmente.
Após uns 20 minutos a caminhar, dou de caras com o Tesouro. Impressionante! Havia muita gente e camelos à espera de carga para quem quisesse pagar, claro. :) Dei umas voltas pelas lojas de recordações e nisto vem alguém ter comigo a perguntar-me se queria subir lá cima por um caminho, onde poderia ver o Tesouro como ninguém vê. Pediu 20 JOD, o que declinei obviamente. O rapaz tinha os olhos pintados à volta de preto, e ficou-me na memória. Na volta haveria de o ver de novo, mas já lá vamos... :p
Segui o caminho, agora sob o Sol que queimava cada vez mais...


Nisto vejo o sinal para a "High Place of Sacrifice", sítio bem alto visível da maioria da cidade de Petra, onde antigamente sacrificavam animais para os Deuses. Decido ir até um ponto onde tinha uma bandeira no entanto estando lá, decido ir até ao topo. Foram mais de 30 minutos a subir escadas! Os burros de carga lá passavam também. No meio, numa das barracas que por lá havia, uma jovem mulher com um filho estavam sentados na esperança de vender alguma coisa. Perguntei o preço e fazia 3 magnéticos por 1 JOD. Não eram de muita qualidade mas decido comprar na volta. Cheguei ao topo, dizem-me "You did it!". Bem que vista!! As imagens falam pr si:


A volta foi bem menos custosa. Na barraca estava outra mulher, parecia ser a mãe da jovem que estava com uma criança. Desta vez que fazia negócio era a senhora, disse-me que eram 2 JOD por um magnético, estupefacto disse logo que não. Depois diz, 1 JOD por 1 magnético e o dinheiro seria para ajudar a filha com a criança. Lá decido comprar... O meu colega queria mais magnéticos, ela faz-lhe a "magnífica" promoção de 5 JOD por 4 magnéticos, ou seja se comprasse 4 juntos ainda ficava mais caro do que se comprasse 4 em separado! hehehe. Lá acabou por comprar 2, acho que a mulher não tinha mesmo noção da promoção que fez. :)
Segui pelo caminho principal, algumas fotos tiradas na ida e na volta:

 

Pedro85

Membro Conhecido
Depois de almoçar algo, começo os preparativos para a subida ao Mosteiro. Sou bombardeado umas 10 a 15 vezes a perguntar-me se quero "Donkey" ou "Taxi" que é basicamente o mesmo. :p Avisam-me que sem burro vou demorar 1 hora e que está muito calor (um facto). Decido então cronometrar quanto tempo demoro.
A subida não foi fácil, é verdade. Se calhar fui também na altura de maior calor, mas consegui fazer em 45 minutos, fazendo 2 pequenas paragens para abastecer água.
Mais uma vez ao chegar lá cima dão-me os parabéns "Congratulations, you did it!".
O Mosteiro é tão impressionante como o Tesouro:


Fui também a um miradouro perto do Mosteiro, onde se tem uma vista fenomenal desde o alto das montanhas e se vê bem ao longe o deserto de Wadi Araba.


Após uns minutos de descanso para um pequeno snack, lá decido voltar. Tinha muito que caminhar até à entrada de Petra. Os burros esses é que continuavam com a carga.


Descer do Mosteiro até lá baixo ainda durou uns 30 minutos, mesmo sendo ao baixo. Depois segui pelo caminho principal em direcção à saída mas quando passei de novo pelo Tesouro decidi parar um bocado. Nisto vejo o rapaz de olhos pintados de preto que referi anteriormente tentar vender a ida lá cima, e desta vez só pedia 5 JOD!! :p Decido ir. A subida e descida pelo "trilho" é tudo menos tradicional... Por vezes era saltar de pedra em pedra, um pouco de escalada, alguma flexibilidade física... não aconselho a ninguém que não esteja em boas condições físicas. Quando chego lá cima está montada uma tenda de venda de recordações e bebidas. Fazem-me sinal para ler um aviso, que dizia qualquer coisa como "Para poder tirar fotos é obrigatório o pagamento de uma taxa de 1 JOD, a não ser que se compre uma bebida". Ehehehe. Lá acabei por comprar água por 2 JOD, sempre estava a precisar de beber porque a subida tinha sido muito dura. O sítio realmente é fantástico, a melhor vista do Tesouro:


Algo que reparei foi que os rapazes estavam a comer e a beber. Não sei se têm "isenção" do Ramadão por trabalhar naquelas condições ou se não o fazem porque não queriam, mas não tive lata de perguntar.
A descida foi igualmente algo perigosa mas bem menos custosa. Segui em direcção à saída.

Petra não decepcionou. Uma das maravilhas do mundo e faz jus ao nome. Os pontos negativos já os fui mencionando mas também era a primeira vez que ia a um país árabe e não estava preparado para aquela forma de estar perante os turistas. Um conselho, quem esteja com intenções de ir a Petra que o deixe de fazer, o lugar é fantástico... Mas que vá psicologicamente preparado.
Aconselho também que vão numa altura de menos calor, ou então que façam como muita gente e subam logo até ao Mosteiro de manhã.

Na volta para casa estive parado no trânsito por alguns minutos. Houve um acidente e lá as coisas resolvem-se à moda antiga, isto é, com discussões. Houve um moço que chegou a tirar a camisola mas acho que não chegaram a vias de facto. Podia não ter visto estas cenas? Podia, mas não era a mesma coisa... :D
Regresso ao hotel, jantar e dormir. Tinha sido um dia esgotante!

DIA 3 - 28/05/2018

O dia estava destinado a ser, na sua maior parte, na estrada. Tinha de ir para sul, atravessar a fronteira e depois já em Israel seguir até Jerusalem.

Ainda em Wadi Musa, decidi ir até "Moses' Spring", um dos dois possíveis locais em Wadi Musa onde Moises levou a sua gente a beber após largos dias sem ver uma gota de água no deserto. Ficava pouco acima do hotel.


Depois segui viagem, o GPS desta vez indicou-me a primeira fase do caminho por outro lado a passar por várias aldeias. Vi de tudo no caminho, inclusive aldeias fantasma, e foi muito gratificante ver algumas aldeias com meia dúzia de casas e uma mesquita lá no alto. Passei por sítios onde se viam algumas crianças a pé com livros na mão, suponho que a ir para a escola. Muitas delas olhavam para nós e levantavam a mão! :)
Mas... (e tinha de haver um mas) Aconteceu um episódio não tão positivo. Um grupo de 4 ou 5 crianças, na casa dos 10 anos imagino eu, estava parado ao lado na estrada. Havia lombas para os carros andar devagar por isso a escola devia ser perto. Ao passar por elas estava um miúdo com uma pedra na mão e outro mais perto do carro e este último deu um pontapé no carro! :mad: Eu segui em frente, não parei porque se parasse acredito que podia dar para o torto. Pelo barulho pensei que tinha levado com a pedra mas o meu colega assegurou que tinha sido o outro rapaz a dar um pontapé. Acredito que aquela criançada toda estava numa fase da maluqueira e quisesse assustar quem era de fora. Não vou avaliar a Jordânia por este episódio, como disse passei por outras crianças e pessoas e foram receptivas.

Depois desse episódio segui então em direcção a Aqaba, sempre muito atento aos camionistas malucos e passei de novo pelos 2 ou 3 checkpoints que tinha passado na ida. Já em Aqaba, fui devolver o carro alugado. A cidade estava deserta, não se via ninguém! Pelos vistos em altura de Ramadão, está quase tudo fechado até à 1 ou 2 da tarde. Quando cheguei à Europcar, estava fechada. Já passava das 11h... Lá tive de ligar a um número que estava na porta mas não e atenderam. Nisto aparece o rapaz que tinha tratado do meu aluguer, visivelmente sonolento com marcas na cara ainda de estar a dormir. Perguntou-me se queria que me levasse à fronteira no carro dele por 10 JOD, disse que sim obviamente pois se fosse de taxi ficava mais caro. ;)

Há um controlo inicial onde os viajantes de carro têm de mostrar o Passaporte. Depois chego à zona dos taxis, despeço-me do rapaz e sigo a pé em direcção à fronteira.
Primeiro, mostrei o Passaporte e segui para a fase seguinte. Depois fui a um barraco para pagar a taxa de saída, que no meu caso seria de 10 JOD por ter passado 2 noites na Jordânia. A taxa de saída da Jordânia varia conforme o número de noites passadas lá, e é de 70 JD (0 ou 1 noites), 10 JD (2 noites) ou nada (3 ou + noites). Isto é válido para a fronteira sul entre Eilat e Aqaba.
Deram-me o recibo de pagamento e sigo para a seguinte fase. Entreguei o Passaporte, o Visto com os carimbos e o recibo de pagamento da taxa. Fizeram outro carimbo no Passaporte sem me perguntar rigorosamente nada. Devolveram-me os documentos, no final passo por um último checkpoint e lá estou eu na terra de ninguém de novo! :)
Do lado Israelita, mostrei o passaporte no primeiro checkpoint. Depois passei por raio X todos os meus pertences. Depois passei por um oficial onde me fez as perguntas da praxe. Onde fui, quando cheguei, para onde irei, quando vou partir, etc. Deu-me o visto de saída, para o user no último checkpoint. E por fim estou de novo em Israel.

Vou para o parque onde estava o carro, um pouco sujo pelo parque ser de terra, mas são. Um casal que tinha acabado de chegar não teve a mesma sorte, tinha um pouco de para-choques no chão. Por essas e por outras aconselho a pagarem a mais para ter seguro contra todos os riscos. Eu arrisco sempre e nunca faço mas se voltasse a Israel / Jordânia, depois do que vi na estrada, nem pensava duas vezes! :confused:
Vou almoçar a um shopping que ficava a alguns km. Bem que diferença! 2 lugares bem perto um do outro, separados apenas por uma dezena de km, mas senti o impacto da diferença cultural entre um país árabe e outro capitalista!
Depois do almoço sigo para norte.

Tinha a tarde inteira pela frente e ia com a ideia de tomar banho no Mar Morto. Decido parar em Ein Bokek, uma instância turística ao lado do Mar Morto com vários hotéis no meio do nada. A praia é grátis, tendo chuveiros e balneários à disposição sem custo adicional. O único que se paga é o parque para o carro. A temperatura rondava os 40ºC e estava muito abafado como é normal por aquela zona. A 400 metros abaixo do nível do mar, lá fui eu experimentar a salgada água do Mar Morto. É de facto interessante e mais uma experiência única na vida... Não se consegue nadar em condições (é proibido aliás) e qualquer pessoa que não o saiba não precisa de se preocupar, fica a boiar na água. :cool:


Depois de um duche lá sigo para norte em direcção a Jerusalem e vou pela Palestina numas das estradas onde podem circular veículos de Israel, que segue o alinhamento do rio Jordão / fronteira. Perto de Jerusalem vejo também vários carros Palestinianos a circular na mesma estrada, até que chego a Jerusalém para passar num checkpoint. Segui sem parar mas suponho que os palestinianos não conseguem passar lá.
O meu hotel ficava na zona Este de Jerusalém, na zona árabe, mas muito perto da linha imaginária da fronteira com a zona Oeste. Ao chegar lá, sinto na pele as regras de trânsito daquela zona... Paro num cruzamento onde tenho de ceder passagem, mas está muito trânsito. Como demoro mais de 20 segundos a arriscar a meter-me, ouço os carros atrás a buzinar! Depois paro numa passadeira para dar cedência ao peão, ele fica surpreendido e o de trás dá outra buzinadela! Para eles os peões devem ceder a passagem aos carros e não ao contrário... Hehehe :D
Chego então ao hotel, fiquei no National Hotel Jerusalem, como já disse na zona árabe. É muito calma e fui muito bem tratado pelos funcionários. O senhor que me fez o check-in pediu-me para só colocar o carro no parque deles após 30 minutos pois o responsável estava no jantar do Ramadão, mas não me preocupei pois estava na rua bem arrumado. Depois acabei por colocar o carro no parque mas o mesmo é limitado e não parece ter capacidade para todos os hóspedes.


Fui a pé até à zona Oeste para dar uma volta e jantar, mais especificamente na zona alta da Rua Jaffa. O metro passa naquela zona e curiosamente têm o mesmo tipo de carruagens do metro do Porto.

 

Pedro85

Membro Conhecido
DIA 4 - 29/05/2018 - JERUSALEM

O dia todo foi dedicado a explorar a Velha Cidade ("Old City") de Jerusalem e arredores. O meu hotel ficava a 5 minutos a pé da porta de Herodes.


Comecei por explorar aquela zona, que tinha muito comércio (muitas lojas ainda a abrir) e vários locais obrigatórios. Via Dolorosa (Via Sacra), Igreja do Santo Sepulcro, Capela da Condenação. Sítio onde Cristo teria sido preso...


Antes de entrar para a zona da Igreja do Santo Sepulcro há vários avisos. Um deles é o de que era proibido entrar armas de fogo. No entanto... Vejo este jovem com uma arma à vista de todos: (a foto não é bem nítida mas posso garantir que era bem visível)


Decido ir à Torre de David, que fica na parte Oeste da Old City. Um dos sítios que mais gostei de visitar, para além das ruínas, podemos saltar de porta em porta (mini-museu em mini-museu) lá dentro, onde cada um conta uma parte da história de Israel, desde que era Canaan até aos dias de hoje. Isto para além da vista da cidade desde cima. É pago (40 shekels) mas aconselho sem sobra de dúvidas.


Depois segui para o local onde se acredita que Jesus Cristo fez a última ceia com os apóstolos. Saí da Old City pela porta de Zion, ao lado do Monte Zion, onde ainda se vê um pedaço do muro que dividia o território conquistado pela Jordânia até à guerra dos 6 dias em que Israel recuperou controlo da Old City e da Palestina.

 

Pedro85

Membro Conhecido
Decido ir a pé pela parte de fora em direcção à porta Dung, que dava acesso ao muro das lamentações. Pelo caminho, mais uma risota no trânsito! Dois jovens iam num carro, decidem parar a meio da estrada e fazer marcha atrás de uns 20 metros até que o inevitável aconteceu! Um choque bem audível, é impressionante sinceramente não sei o que lhes passou pela cabeça. O que é certo é que saíram do carro (eles e a rapariga árabe que levou com o choque), nem 1 minuto estiveram lá. Seguiram a vida deles. :p

Passo então pela porta Dung, com muitos militares à volta. Afinal aquela zona dá acesso ao quarteirão dos Judeus. Para entrar na zona do Muro das Lamentações tem que se passar por raio x. O muro tem 2 zonas, uma para mulheres e outra para homens. Há kippas para os homens para quem não tiver e quiser pegar. Cheguei a ler que era obrigatório usar um mas eu entrei sem kippa nos espaço, tirei algumas fotos, estive algum tempo e saí sem qualquer problema.
Decido ir para uma zona mais alta, onde se tem uma vista de todo o muro e onde se vê bem o Dome of The Rock ali ao lado.


Almocei por lá e decido caminhar em direcção ao Dome of The Rock. Viro por um túnel longo cheio de comércio e lá no fundo, mesmo à entrada do recinto do Dome, sou barrado pela polícia. Não percebi se era por ser Ramadão ou se entretanto mudaram as regras (há pelo menos uma pessoa cá no fórum que também foi barrado recentemente), certo é que só podiam entrar Muçulmanos.

Fiquei um pouco desiludido mas é a vida. Segui para a porta dos Leões para sair da Old City, mas antes parei pelo sítio em que se acredita que nasceu a Virgem Maria.


A intenção era ir ao Monte das Oliveiras e comecei a descer em direcção ao local. A meio parei e entrei numa Igreja, as Catacumbas da Virgem Maria. Depois segui finalmente para o Monte das Oliveiras que ficava mesmo ao lado. Há um espaço, um jardim, com várias Oliveiras bem antigas. Dizem que algumas resistem desde o tempo de Cristo, 2000 anos atrás. A avaliar pela grossura do tronco, acredito que têm milhares de anos! Ao lado fica a Igreja de Maria Madalena.


Decido ir até ao topo do monte, mais concretamente ao Rehavam Ze’evi Observation Point... Debaixo de calor custou um bocado, mas valeu bem a pena! Uma das melhores vistas sobre a Cidade Velha de Jerusalém, dos seus cemitérios (cada religião tem o seu) e das redondezas.


Hora de descer, passei perto das catacumbas dos profetas, Zacarias e outros mas segui a pé em direcção à Cidade de David.

A Cidade de David é um sítios arqueológicos mais importantes de Israel e Jerusalem, uma cidade com milhares de anos. Foi lá que tudo começou. Começa-se lá no alto e vai-se em direcção ao baixo sempre a pé, e chega-se a um sítio onde tem dois túneis. Um dos túneis é para quem tem calçado e roupa normal (onde eu fui), no outro é necessário levar calções e calçado para tirar durante um tempo pois passa-se por água que por vezes chega a meio metro pelo menos.
Lá de baixo tem-se vista para a zona Palestiniana de Jerusalem. A entrada foi de 28 shekels.


Depois disso voltei para o hotel para descansar um bocado, tinha passado todo o dia a andar e estava exausto.
 

Pedro85

Membro Conhecido
DIA 5 - 30/05/2018 - JERUSALEM e TEL AVIV

Tinha visitado tudo o que tinha previsto para a Old City no dia anterior por isso o meu 2º dia na cidade estava mais folgado. Fui também a Israel com a ideia de ir a Belém, mas acabei por mudar os planos. A Belém só ia visitar a Capela onde se acredita que está o local do nascimento de Jesus, mas não podia levar carro pois ficava na Palestina. Ia perder algum tempo pois tinha de ir ou de transporte público ou de taxi, apenas para ver "O Local".

De manhã visitei o Museu do Holocausto - Yad Vashem. A entrada foi grátis apenas paguei o parque (14 shekels), que fica debaixo do museu e da praça à frente.
Fui avisado que era proibido tirar fotos e respeitei, excepto quando vi uma referência ao Aristides de Sousa Mendes, mas aí teve de ser. :)
Posso dizer que valeu bem a pena, toda a gente devia visitar e conhecer toda a história, sem meias palavras e directa como está descrita no museu. O museu estava cheio, por vezes era difícil mover-se... Vi pessoas a chorar também.


Depois da saída, mas ainda dentro do espaço, existe o Museu das Fotos e alguns memoriais.


Era perto do meio dia e decido ir a Tel Aviv. Ia com a intenção de parar primeiro na cidade antiga de Jaffa (que faz parte de Tel Aviv agora), para ir ao conhecido mercado e almoçar por lá. Mas o trânsito estava infernal! Decido então ir para a parte nova, para perto das praias... O trânsito estava melhor mas os estacionamentos não abundavam. Lá vejo um lugar... tem um sinal com avisos em Hebreu, não percebo muito bem mas via carros estacionados lá ao lado por isso decido arriscar. Resultado, quando voltei tinha um bilhetinho para pagar uma multa... :p (100 shekels, quase 25 Euros)
Depois de almoçar, passeio pela praia e pela Marina... Tem um aeroporto perto, vê-se os aviões a voar muito perto. Decido então passar um par de horas na praia, que tinha chuveiros, balneários e cacifos para guardar os pertences. Bem, já não tomava banho no Mediterrâneo aos anos... Soube muito bem!


No final da tarde voltei para Jerusalem, onde jantei e fui descansar. Fiquei com a sensação que tinha escolhido bem em riscar Belém do meu plano, assim ia ter mais tempo para os restantes locais no meu último dia. :)

DIA 6 - 31/05/2018 - TIBERIAS, NAZARÉ, HAIFA

Último dia pela Terra Santa, a intenção era a de percorrer um pouco o Norte do país. Como no dia anterior já tinha passado a tarde em Tel Aviv, ia mais folgado para visitar os outros pontos.
Depois de fazer o checkout, perguntei ao senhor onde poderia pagar a multa que tinha levado no dia anterior. Ele disse-me que podia ir a um posto de correio lá perto, que por acaso fica ao lado da Porta de Herodes da Old City. Lá fui eu, pago os 100 shekels e depois sigo viagem. Nota para a noção de fila daqueles lados... Quando entrei no posto de correio, tem uma máquina que dá senhas. Depois os balcões chamam apenas UMA vez e nós vamos para a frente daquele balcão a fazer outra "fila" e somos atendidos quando o funcionário estiver livre! :p

Segui então de carro em direcção a Este, passo o checkpoint de saída de Jerusalém / entrada da Palestina, com intenção de parar em Qasr el Yahud. Pelo que tinha pesquisado um dos sítios onde faziam baptismos no rio Jordão. Viro à direita da estrada principal 90 e chego a um ponto em que não se pode avançar mais. Tinha uma cerca e dizia "Zona Militar". Olho para o lado e via-se meia dúzia de casas abandonadas e algumas com marcas de... parecia tiros. Deviam ser marcas de uma das guerras entre Jordânia e Israel no passado. Lá dou meia volta e sigo para norte.
Vejo ao longe, à minha esquerda, Jericó. Viam-se muitos "oásis" no meio do deserto, várias plantações de palmeiras e não só. Afinal estava ao lado do vale do rio Jordão, a coloração era bem mais verde.


Ao sair da Palestina, a norte, sou parado no checkpoint para mostrar o Passaporte e responder a umas perguntas. Sigo caminho até Yardenit, agora sim um sítio baptismal bem no início do rio Jordão, logo a sul do Mar da Galileia. Este é um dos locais onde se acredita que Jesus Cristo tenha sido baptizado.
Viam-se várias pessoas de batina branca a entrar no rio Jordão e ser assim baptizadas. É engraçado o sítio, gostei e recomendo.
Nas paredes viam-se, em várias línguas e em azulejos, um trecho das escrituras alusivas ao baptismo de Cristo no rio Jordão.


Segui um pouco mais para norte até Tiberias, uma cidade bastante turística nas margens do Mar da Galileia. Almocei lá e tirei umas fotos na zona do mar (ou lago, vá).

 

Pedro85

Membro Conhecido
O próximo destino seria Narazé, a Oeste de Tiberias. Levei com bastante trânsito o que achei meio estranho pois era depois do almoço. Depois de sair da via rápida, são uns 15/20km a andar bem devagar, com várias lombas pois a estrada passa pelo meio das aldeias e cidades. Notei também que há uma forte presença árabe nessa zona.
A intenção era visitar a Basílica da Anunciação, a carpintaria de São José (que também é uma Igreja agora) e a área circundante.
Há bastantes vestígios do que eram as casas de antigamente naquela zona. A Basílica da Anunciação é enorme, tendo referências às virgens Maria de alguns países, tanto no espaço exterior como no interior. No interior possui os vestígios da antiga Igreja.


Ao lado da Basílica mais vestígios com milhares de anos.


Mais ao lado ficava a Igreja de São José, edificada sobre o que se pensa ser a antiga carpintaria onde trabalhou São José.


Segui então em direcção ao mediterrâneo, para Haifa! Para entrar na cidade tive de pagar uma portagem, 5 shekels, o que me deixou surpreendido.
O objectivo era visitar os Jardins Bahá'í (Bahá'í Gardens) mas cheguei em cima da hora de fecho por isso a porta já estava fechada. Lá tive de me contentar em dar uma volta pela zona, ver os jardins desde cima e apreciar a vista (e que vista!) da cidade de Haifa e arredores.


O meu plano estava cumprido e era quase hora de jantar, por isso decido ir em direcção a Tel Aviv e jantar por um dos maiores shoppings que por lá havia. Decido ir até à zona central / de praia de Tel Aviv, onde tinha estado no dia anterior. Bem que caos! Muito mas muito trânsito e lugares de estacionamento, nem vê-los. Havia muita gente na rua, nos bares, na zona da praia... Só mais tarde me lembrei que era 5ª à noite por isso no dia a seguir era feriado para eles. Depois de mais de 1 hora às voltas desisti. Tinha de encher o depósito do carro para o devolver e não pagar multa mas não encontrava bombas de gasolina com funcionários. As que havia eram self service e tinham as instruções em...hebreu ou árabe! :confused: Lá tive de pedir a um judeu que lá estava a abastecer para me ajudar. Muito simpático o rapaz ainda perguntou de onde era e se tinha gostado de visitar o país. :)

Restava agora devolver o carro e esperar pelo voo. Eram cerca das 23h30 e o voo partia apenas às 4h50 por isso tinha tempo de sobra, pensava eu. Antes de entrar na zona do aeroporto há um checkpoint onde toda a gente para. Mostro o passaporte e respondo a umas perguntas, de onde vim, para onde vou, de onde sou... algo soft. O habitual e ao que já me tinha habituado por aquelas bandas. :D
Entreguei o carro, tudo nos conformes e levam-me até ao terminal internacional. Deixaram-me na zona das partidas, no piso de cima. Estava quase vazio, pessoal a fazer checkin para alguns voos e pouco mais. Decido descer para o piso de baixo, na zona das chegadas. Lá as cadeiras eram mas confortáveis e também tinha algumas lojas.


DIA 7 - 01/06/2018 - Viagem de Volta

Por volta das 2h ou 2h e pouco decido subir de novo para a zona das partidas e quando chego lá cima... bem, que confusão! Estava cheio!
Primeiro tive de me colocar numa primeira fila (enorme) antes de fazer checkin e despachar as malas. Quando finalmente estava a chegar lá à frente, vem alguém perguntar quem ia voar para determinadas localizações, incluindo Bruxelas. Acusei-me claro e lá passei à frente. Era uma jovem mulher e fez-me imensas questões, as habituais e ainda mais. Quando cheguei, para onde vou, minha profissão, onde morava, por onde andei... Reparou que tinha a marca no passaporte da Jordânia, mais questões ainda. O que fui lá fazer, quanto tempo lá estive, por onde... a mais curiosa foi se "tinha aceite alguma coisa de estranhos". O meu colega tinha estado em trabalho no Dubai há 2 anos atrás, foi ainda mais bombardeado. :p Colocou um código de barras no passaporte, uma fita de segurança (sem isso não é possível despachar a mala) na mala de porão e disse que podia ir. Faço finalmente checkin e despacho a mala de porão. Informam-me que o voo vai atrasar cerca de 1 hora...
Lá sigo eu para a zona de segurança... chega a minha vez e a do meu colega, já tinha colocado algumas coisas nas caixas, uma funcionária faz scan ao código de barras que tinham colocado no meu passaporte e diz-me para recolher as coisas e para seguir-lhe. Fiquei com ar de surpreendido como é óbvio! :p Levou-nos para outra fila, nesse momento com várias pessoas. Bem, demorei cerca de 1h / 1h30 nessa fila! Por vezes perguntavam a que hora era a partida, se o tempo fosse apertado mandavam passar para a frente. Aquela fila demorava, eles faziam tirar tudo o que era electrónico, mesmo baterias, carregadores, etc e colocar à parte. Depois da mala/mochila passar pelo raio-x, mandaram abrir a mochila e reviram quase item a item. Electrónicos idem. Só faziam isso quando a mala passava no raio-x... Ou seja se não passasse, tiravam o item, metiam no caixote à parte e passavam de novo pelo raio-x. Vi alguém demorar 10 minutos nessa parte. Finalmente deram-me o passaporte e disseram-me que podia ir. E com isto já passavam das 5h... Se o voo não tivesse atrasado, e se não me queixasse em relação à hora, ia perder o avião. ;)
Percebo a segurança (é considerado o aeroporto mais seguro do mundo e percebe-se porquê), estamos a falar de Israel, um dos países mais odiados do mundo, mas por outro lado senti-me quase como um criminoso. :D Depois fui pesquisar no google e tenho quase a certeza que me mandaram para aquela fila porque tinha ido à Jordânia. Apesar de ser um dos poucos países árabes em paz com Israel, pelo que li os serviços secretos / segurança desconfiam sempre daqueles países e andam em cima de quem lá passa. É como disse, percebo a questão da segurança, e não foram mal educados comigo, mas não lhes ficava mal terem uma atenção para connosco e explicarem a situação.
Aconselho a todos a ir com, pelo menos, 3h de antecedência para a primeira fila de segurança. E não vale a pena pensar que por ser de madrugada há pouca gente e vai ser mais rápido... O aeroporto estava lotado àquela hora!

Finalmente lá dentro, espero ainda uns 30 minutos pelo embarque, e sigo depois para Bruxelas. E depois para o Porto, acabando assim a minha aventura.

CONCLUSÃO

A minha ida à Terra Santa correspondeu totalmente às minhas expectativas. A minha intenção em não esconder as situações menos positivas no report é a de precaver o pessoal que esteja a pensar em fazer a mesma viagem e poder ir assim na defensiva. Também acredito que, sendo a minha primeira vez em países árabes, fiquei mais chocado com algumas situações. Se tiverem vontade de conhecer, não deixem de ir porque é uma terra única!
A nível de segurança senti-me sempre seguro, tirando quando conduzia (mas por outras razões :p) e naquele episódio do miúdo na Jordânia (mas aqui não passou de uma "brincadeira" estúpida de miúdos).
Não vou dizer que é uma viagem que tenha de repetir, mas foi das viagens (ou até a viagem) onde mais cresci pessoalmente. Muita história, lugares bonitos, pessoas fantásticas...
Assim chega o final do report, talvez seja um pouco longo e tenha entrado em demais detalhe sobre alguns assuntos... Mas achei importante referir alguns pequenos pormenores.
 
Última edição:

Ricardo_7

Membro Conhecido
Olá,

Que report fantástico! Confesso que não esperava ver imagens tão belas, chega e sobra para ficar com o bichinho atrás da orelha :) Obrigado também por todas as descrições e dicas que enumeras, será uma mais valia para todos :D

Continuação de boas viagens :cool:
 

rmonteiro

Membro Conhecido
Boas !! Antes de mais, este report fez me ter umas excelentes lembranças !!:)
Tambem subi para ver o Tesouro, segui um caminho qualquer e depois fui dar a uma tenda onde aproveitei para tirar fotos. Possivelmente o mesmo local onde foste !
Quando fui ao Muro das Lamentações obrigaram-me a usar um Kippa ! Talvez achassem que era Judeu e deixei o meu em casa. :eek::confused:
No entanto tive mais sorte e consegui ir ao Dome of the Rock. Foi o que já falamos noutro tópico, ou mudaram as regras ou era por ser Ramadão (o cenário mais provável).
Quantos aos esquemas, faz parte e é assim que tambem vamos aprendendo !! ;)
Obrigado por partilhares a aventura neste belo report ! ;)
 

CristinAires

Membro Conhecido
Estive em Israel e Jordânia em 2012. Pensei que o controle na segurança estava mais fácil, mas vejo que não.
Já naquela altura estive uma eternidade para fazer o check in e passar a segurança.
Dos aeroportos que me perguntaram tudo e mais alguma coisa. Aliás fizeram a mesma pergunta várias vezes e de forma diferente. Mas como as respostas eram verdadeiras não havia forma de enganar.
Viram máquina fotográfica, carregador, etc etc etc e mala vezes sem conta, sendo logo depois acompanhada pessoalmente por dois policias o que aconteceu também com a minha amiga (deve ser regra e eu acho que é para evitar que se possa receber/dar algo a alguém uma vez que nessa altura ainda tínhamos as malas e as íamos despachar).
O aeroporto onde mais demorei, mas se calhar era por a seguir ir para a Jordânia.
Agora posso rir da situação, mas na altura não foi muito agradável, porque a sensação que fica é que basta uma resposta errada para termos problemas.
Lembro-me que na altura e à chegada deram um papel que no fundo dizia - quando abandonar o país é capaz de ser questionado. Se não souber falar a nossa língua não se preocupe que nós arranjamos quem fale a sua.
Obrigada por me relembram um destino que tanto gostei.
 

Cristina Sousa

Membro Conhecido
:eek::eek:
Acho que é a primeira vez que "devoro" um report de fio a pavio. Depois de começar a ler não consegui parar!
Não sei se consigo traduzir em palavras quão fantástica achei a escrita, que prende o leitor até à última palavra. Se achei longo? Poderias continuar mais seis dias, que ficava aqui a ler até amanhã. :D
As fotos estão top e as"estórias" dentro da história da viagem são deliciosas. :p
Deve ter sido uma viagem para mais tarde recordar, de tantos e tão belos locais, de tantas peripécias mas sempre com um final feliz.
Muitos parabéns. Mesmo! ;)
 

Bruxinha viajante

Membro Ativo
Devorei este report :D

Mesmo não sendo o tipo de viagem que arriscaria fazer (felicito desde já o espírito aventureiro), adoro "conhecer" sítios diferentes, outras realidades e outras perspectivas. Este report deixou-me "colada" ao ecrã :p
Quando era miúda os meus pais fizeram uma viagem a Israel e reconheço alguns locais das fotos deles. Na altura não achei piada nenhuma ahahahahah :p mas era criança e agora os meus gostos estão bem diferentes (ainda bem!!) porque as tuas fotos encantaram-me :)

Parabéns pelo magnífico report!!
 

PauloNev

Moderador Honorário
Staff
Muito obrigado pela partilha.
Um fantástico report, de locais não muito falados por cá.
Uma viagem que gostava de poder fazer, pois são locais bastante interessantes, e recheados de história.
Boas viagens ;)
 

PaulaCoelho

Membro Conhecido
Fenomenal :D
Adorei o report, as fotos, todas as peripécias e dicas :)
São locais que gostaria de conhecer e é sem dúvida uma das viagens que desejo fazer!
 

d3ci0

Membro Conhecido
Muito obrigado pela patilha!!!
É um excelente report, detalhado, fotos fantásticas, uma mais valia para o nosso portal!
Nunca tinha ponderado ir a Israel, Palestina ou Jordânia, mas confesso que gostei muito do que vi, é sem dúvidas uma boa opção para uma férias!
 
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