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[Report] Islândia Julho/Agosto 2019

David sf

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A Islândia tem uma área superior à de Portugal continental mas tem apenas 350 000 habitantes, dos quais cerca de 250 000 vivem na área urbana de Reykjavík, a capital. Deste modo sobra uma área imensa para 100 000 habitantes, aproximadamente a população de Coimbra.
O que lhe falta em habitantes sobra-lhe, e muito, em beleza natural, alternando montanhas com planícies, paisagens lunares com campos verdes e floridos, quedas de água com aridez, nascentes de água quente com glaciares. Há muitos lugares no planeta com grande beleza natural, mas duvido que haja algures uma ilha que reúna tanta e tão diversificada como a Islândia.


Já tinha grande vontade de visitar a Islândia, mas todas as vezes que tinha pesquisado os preços eram bastante proibitivos, e nunca tive grande esperança de lá ir num futuro próximo. A ideia de ir este verão à Islândia surgiu, quando a pouco menos de um mês de distância de duas semanas de férias que tinha marcado, e sem ideia para onde ir, fiz uma pesquisa no Skyscanner de Lisboa para “toda a parte”. Para grande surpresa minha, o terceiro país mais barato era a Islândia, com voo a cerca de 250€ (WizzAir com escala em Londres – Luton), cerca de 500€ abaixo de todas as pesquisas que havia feito antes. Tinha então de aproveitar.
E tive de facto muita sorte por ter escolhido, quase aleatoriamente, os dias da pesquisa. Quer na ida, quer na vinda, os voos nos dias anteriores e seguintes àqueles que pesquisei estavam cerca de 100€ mais caros em cada percurso. Perdi uns dias a pesquisar alojamento, percursos e atracções da Islândia, e quando voltei aos voos já estava a 370€. No entanto, havia sido o segmento Lisboa - Londres a aumentar de preço, o que me deu a ideia de ir uns dias mais cedo para Londres e visitar a capital inglesa. Então, comprei por 17€ o voo LIS-LTN de sexta-feira, 27 de julho, e voei para a Islândia apenas a 30 de julho. Voltei a 8 de agosto, também com escala de 7 horas em Luton. O total dos voos acabou por ficar em 320€, uma vez que na WizzAir paga-se um extra pela mala de cabine.
Rapidamente cheguei à conclusão de que a melhor maneira de me deslocar pela Islândia seria de carro alugado, uma vez que os transportes públicos são raros e as visitas guiadas caríssimas. Li em muitos blogs de viagens que seria aconselhável alugar um carro de tracção às 4 rodas, mas arrisquei num mais acessível (ao bolso) Kia Picanto e não me arrependi. Ao todo, o aluguer ficou-me em cerca de 600€, porque adicionei ao valor do aluguer (400€ por 9 dias) o seguro contra todos os riscos.

De facto, com condições meteorológicas favoráveis (e neste aspecto tive uma grande sorte), qualquer carro pode circular pela maior parte das estradas do país, mesmo as que são em gravilha. Apenas as estradas cujo nome tem prefixo “F”, e que estão devidamente assinaladas por sinalização vertical, exigem um veículo mais robusto, uma vez que existem diversas travessias de linhas de água ao longo delas.

Durante 9 dias dei a volta à ilha através da N1 (a famosa Ring Road) com vários desvios sempre que havia algo interessante por perto. Foram 2550 km e achei facílimo conduzir na Islândia – a maior parte das estradas por onde andei eram longas rectas em zonas planas, era quase como conduzir no Alentejo. Mesmo as estradas de gravilha estavam em bastante boas condições, permitindo circular a mais de 60 km/h sem grande problema. Isto tudo, claro, em condições de tempo seco. Estive 9 dias na Islândia, e apenas vi chover durante 2 aguaceiros que não chegaram a durar 15 minutos, ambos na manhã do primeiro dia (já quando cheguei a Lisboa estava a chover…).
Quanto ao alojamento, fiquei quase sempre em guesthouses, o preço dos hotéis é exorbitante (a partir de 150€/noite um quarto single). As condições eram razoáveis, apenas no hotel tive casa de banho privativa, mas apenas uma vez tive de esperar vez para tomar banho, o rácio de casas de banho para número de quartos era quase sempre a rondar as 2 ou 3 por cada quarto. Todas elas eram bastante limpas e silenciosas durante a noite – em todas havia aviso que entre as 22h e as 7h não se podia fazer barulho e tal era cumprido à risca. Praticamente todas elas eram negócios familiares – cheguei a ser atendido por um miúdo de 10 anos – pelo que era fundamental chegar antes das 20h; algumas delas cobravam uma taxa pelo check-in após essa hora.
As refeições em restaurantes são caríssimas (sopa de peixe a 20€, pizza a 25€, prato principal entre os 30€ e os 40€ em restaurantes comuns). Fora de Reykjavík é praticamente impossível encontrar restaurantes tipo café ou tasca, mais simples. Quase todas as refeições eram extremamente empratadas, passando ideia de todos os restaurantes serem gourmet – e isso via-se na conta. Por outro lado, a água e o couvert eram gratuitos.

Quanto ao que se come, basicamente tudo à base de peixe (nomeadamente salmão e bacalhau fresco) e borrego. A comida era cara mas quase sempre bastante saborosa e muito bem confecionada.


A solução para não gastar muito dinheiro passava por comprar pão, fruta, bolachas, enchidos, skyr (que são originários da Islândia e muito mais doces do que os que se vendem cá) nos supermercados para ir matando a fome a o longo do dia, e como queria experimentar a gastronomia local, fazer do jantar a única refeição de faca e garfo diária.

Só não deu para ver auroras boreais. Apesar de a actividade ter estado forte, nunca escurecia totalmente. À meia noite o panorama era este:
 

David sf

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30/07 – Península de Reykjanes e Reykjavík (136km)

Parti pouco depois das 7 da manhã do aeroporto de Luton para um voo com 2 horas e meia de duração. Tanto a WizzAir como a EasyJet têm um voo por dia para a Islândia desde este aeroporto e saem mais ou menos à mesma hora (na imagem o avião da WizzAir que iria apanhar e atrás o da EasyJet já no taxiing para descolar rumo à Islândia):

Aterrei no aeroporto de Keflavík pouco depois das 9 da manhã, e já cheira a enxofre. Fui levantar o carro e às 10 fiz-me à estrada. Era muito cedo para ir logo para Reykjavík, a capital do país situada a cerca de 30km a Norte do aeroporto, e fui primeiro explorar a Península de Reykjanes, onde se situa o aeroporto.
A primeira paragem é na denominada “ponte entre os dois continentes”, uma ponte metálica pedonal construída recentemente a ligar, alegadamente, as placas americana e europeia. A Islândia é atravessada pelo rift atlântico na direcção SW-NE, e existem vários pontos turísticos que se vendem como sendo o contacto entre as duas placas.



Quando voltei ao carro começou a chover e o vento forte dava uma sensação de frio, apesar de a temperatura não estar muito baixa, 13ºC.

A paragem seguinte foi em Krysuvík, uma área geotermal com lama borbulhante:



E poucos quilómetros depois parei no lago Kleifarvatn. Era necessário caminhar um pouco e chovia. Fui ao telemóvel ver as imagens de radar, e dava para ver que estava prestes a parar, e fiquei um pouco de tempo no carro à espera que parasse. Parou ao fim de 10 minutos e não voltei a ver chover até aterrar em Lisboa…



 

David sf

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E parto rumo a Reykjavík.

As cidades na Islândia são, no geral, desinteressantes. Algumas casas de madeira mais engraçadas, igrejas modernas de arquitectura arrojada e as vistas para o mar e/ou montanha é aquilo que se pode aproveitar. Reykjavík não é excepção.
Aqui começo a cruzar-me com os muitos turistas que visitam o país. Na época alta (julho/agosto) chega a haver mais turistas do que habitantes na ilha. No entanto, o território é vasto e a grande quantidade de turistas nunca chega a incomodar.












Os transportes públicos são “BESTA”:

Em muitos locais da Islândia existem estes montinhos de pedras, que, tal como cá, dizem trazer boa sorte.

Em Reykjavík consegue-se comer por preços mais reduzidos que no resto do país em estabelecimentos de street food. Esta sopa de borrego (parecido ao nosso ensopado) servida dentro do pão, custou-me 15 euros:

Passo a noite num quarto numa casa particular à saída da cidade que me custou 52€ (sem PA). Depois da manhã com chuva a noite (o lusco-fusco, pois noite não havia) estava estranhamente quente. Às 23h fui à varanda de manga curta e calções estava-se bem. No dia seguinte às 8 da manhã, o termómetro do carro marcava 20ºC.
 

David sf

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31/07 – Golden Circle (216km)

Há vários anos atrás, quando o turismo estava muito pouco desenvolvido e a rede de estradas estava em bastante mau estado, os poucos turistas que chegavam a Reykjavík limitavam-se a percorrer o chamado Golden Circle, constituído pelo Parque Nacional de Thingvellir, o Geysir e a catarata de Gullfoss (das várias “foss” magníficas que existem no país).
Saí às 8 da manhã do quarto onde fiquei hospedado às portas da capital islandesa e parti para o Parque Natural da Thingvellir. É um local importante para a identidade islandesa, pois foi lá que reuniu o primeiro parlamento do país, no século X. Também foi local de várias execuções de condenados à morte por afogamento.
A caminho paro num miradouro, com belas vistas e a aproveitar a manhã soalheira.


A entrada para o parque natural não é paga, mas o estacionamento é-o, cerca de 5€. O pagamento é feito numa máquina onde se insere a matrícula do carro (a máquina identifica logo o modelo do carro e a cor).
Estava uma manhã bastante quente, dava para andar de manga curta.









O parque natural de Thingellir está situado na zona de divergência das placas europeia e americana. É possível mergulhar na zona de contacto entre as placas e tocar nas duas em simultâneo.

Próximo a Thigvellir está a Oxárafoss a primeira das muitas “foss” (queda de água) por onde passei:


Depois de 2 horas bem passadas em Thingvellir ponho-me a caminho do complexo de geysers conhecido como Geysir. Este é o local por onde passei em que o reboliço turísitico mais se faz sentir, com vários autocarros, lojas de souvenirs, restaurantes, etc..
Neste complexo pode-se ver o Geysir original, que deu o nome de todos os outros, que actualmente se encontra adormecido (ou extinto).

 

David sf

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Ao lado está o Strokkur, que está bastante activo. Dizem que média tem projecções de 8 em 8 minutos, eu tive sorte e em 10 minutos vi 4.




As projecções têm intensidade variável, há algumas que não atingem mais que 3 ou 4 metros, outras que são muito mais fortes. Quem não calcula bem a sua posição, em função da direcção do vento, arrisca-se a apanhar uma molha.

À entrada do complexo existe também um conjunto de fumarolas que enganam os turistas mais incautos que ficam por aqui à espera de uma projecção.

À distância de 10km do complexo de Geysir está uma das mais famosas “foss” do país, a Gullfoss. A cerca de 1km de distância já se vislumbra o “spray” proveniente da queda de água:

No início do século passado houve planos para a construção de uma central hidroeléctrica neste local, mas felizmente a dona do terreno recusou vendê-lo e impediu que o local fosse danificado.





Ao longe já se vislumbravam as montanhas mais altas por onde iria passar nos dias seguintes.

Ao fim da tarde chego à Julia’s Guesthouse (55€ com pequeno almoço), um agradável alojamento rural numa quinta isolada, a 2km em estrada de terra da N1. Depois de um dia agradável, aqui mais junto ao mar começa a aparecer algum nevoeiro.

 

David sf

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01/08 – Costa Sul (216km)

Acordo cedo para um dos dias mais preenchidos da viagem. O nevoeiro da tarde anterior dissipou-se e a manhã apresenta-se soalheira, apesar de bastante mais fresca, 10ºC:

A primeira paragem poucos quilómetros após a guesthouse é a primeira das 3 “foss” do dia, a Uridafoss. Confesso que não conhecia a existência esta queda de água até ao dia que a visitei. O Google Maps funciona bastante bem na Islândia e quem pesquisar por “tourist attraction” irá descobrir muitos locais interessantes menos conhecidos:



Após a Uridafoss uns largos quilómetros da planície até ao próximo maciço montanhoso. A quantidade de terreno plano que encontrei na Islândia surpreendeu-me, e na minha opinião é uma grande vantagem pois permite ter grande visibilidade a 360º (bem como o facto de a vegetação ser rasteira).


No maciço montanhoso seguinte, onde está o famoso inimigo das companhias aéreas, o Eyafjallajokull, situa-se a Seljalandfoss. O estacionamento aqui é pago, da mesma forma que em Thingvellir. Para além destes dois locais, apenas voltei a pagar estacionamento no Parque Natural de Skaftafell, todas as restantes atracções naturais são totalmente gratuitas.






A poucas centenas de metros existe outra queda de água, denominada Gljúfrabúi (não sei porque esta não é foss). O acesso a ela é complicado, implica um número de equilibrismo ao longo de pedras escorregadias sobre uma linha de água. O tipo à minha frente caiu à água, que devia estar a uns 5ºC, uma vez que é abastecida directamente do degelo do glaciar, e eu resolvi não arriscar. Tirei a foto desde o lado de fora.

Poucos quilómetros depois parei no centro de interpretação do Eyjafjallokull:



Onde estavam estas simpáticas vacas:
 

David sf

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A paragem seguinte era na foss mais conhecida da Islândia, a Skogafoss. Quando iluminada pelo sol produz vários arco-íris graças ao spray que liberta. É Possível subir uma longa escadaria de 60m em altura e fotografá-la desde cima.








Segui caminho ao longo do sopé do maciço do Eyjafjallajokull atravessando campos de lava, e mais montinhos de pedra para dar sorte.







 

David sf

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Paragem seguinte em Dirhólaey, com vista para a praia Reynisfjara (Praia preta):





Já lá em baixo na praia, onde regularmente morrem turistas levados por ondas:

A praia é bastante agradável, mesmo estando o ar e o mar a 10ºC. Há uma gruta com formações basálticas numa das extremidades:





Última paragem do dia em Fjadrárgljúfur, um canyon escavado por um rio numa formação vulcânica.




A vista desde o alto do canyon para os campos de lava circundantes:

E dos campos de lava para o canyon:

Esta noite dormi num hotel (foi a única) onde paguei 160€ (PA incluído) por um quarto single. Não havia, num raio de 100km, nenhuma guesthouse disponível quando andei à procura de alojamento. O hotel fica situado numa zona agrícola rodeado de várias pseudocrateras.


 

David sf

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02/08 – Glaciares (211km)

O dia amanhece debaixo de nevoeiro. Nos próximos dias, sob influência anticiclónica e com vento fraco (apenas junto ao mar soprava com alguma intensidade), as zonas junto à linha de costa estiveram sempre sob nevoeiro ou neblina, mas entrando-se um pouco para o interior da ilha o Sol brilhava a grande intensidade. A diferença de temperatura também era enorme, com 8ºC à cota 0 junto ao mar e 15ºC à cota 500 a uns poucos quilómetros de distância.

A 5km do hotel, e mais afastado do mar, visito a Stjórnarfoss, a primeira foss do dia.



Junto a ela uma interessante formação basáltica.

Parto para Este, sempre com alternância de zonas mais enevoadas com outras mais limpas, e parando em quase todos os locais onde a estrada tinha berma (raros):










Paro na Dverghamrar, uma outra formação basáltica que se diz habitada por duendes.

 

David sf

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Vários quilómetros mais a Este, entro na região de Vatnajokull, onde existe grande parte do gelo permanente existente no país, e consequentemente os maiores glaciares. Neste maciço situa-se o ponto mais alto do país, o Hvannadalshnúkur, com 2110m de altitude.
Quando comecei a avistar o maciço havia algumas nuvens baixas mas os cumes estavam a descoberto.


Ao longo da manhã, e conforme me fui aproximando, a neblina foi-se paulatinamente dissipando, mas ainda não dava para ver o primeiro glaciar, o Svinafellsjokull, na sua plenitude.

Fui então primeiro ao Parque Natural de Skaftafell, onde se podem fazer umas caminhadas e visitar mais uma foss, a Svartifoss:








Quando voltei ao glaciar já as nuvens se tinham totalmente dissipado.

Mas o ponto alto do dia, senão de toda a viagem, foi na minha opinião o glaciar de Jokulsárlón e a praia adjacente, a denominada Diamond Beach, já explico porquê.
Este glaciar, o maior voltado para a costa Sul, termina num lago. Durante o degelo, vários icebergs vão-se soltando para a lagoa, originando uma das vistas mais curiosas do país.




 

David sf

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Essa lagoa está ligada ao mar por um canal com uma extensão de cerca de 500m. Os icebergs são transportados até ao mar por este canal e depositam-se na Diamond Beach.

O contraste do negro da areia com o branco do gelo fazem desta praia o local mais inédito onde estive.








A acção erosiva do mar sobre os icebergs vai formando pequenos pedaços de gelo que se espalham pela praia e que se assemelham a diamantes, daí o nome da praia.




Faço-me de novo à estrada até à Guesthouse onde iria passar a noite.

O dia acaba na Guesthouse Holmur (80€ com PA), uns 50km a Este da Diamonds Beach, localizada numa quinta aproveitada para turismo rural, e com vista para 3 diferentes glaciares.


 

David sf

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03/08 – Eastfjords (350km)

Manhã com bastante neblina, não se vê nada acima da cota 200m, aproximadamente.
A costa oriental da ilha apresenta uma paisagem diferente, menos vulcânica, mais típica da Noruega, com vários fiordes e mais verde (o mesmo se passa na costa Oeste). Como são as áreas mais distantes do rifte, são também as mais antigas e onde o vulcanismo está actualmente menos activo.
A primeira paragem é na cidade de Hofn (que por estranho que pareça, lê-se “erpn”). Como a maioria das cidades islandesas não tem muitos pontos de interesse, é uma cidade agradável mas pouco mais.




Seguidamente passo na reserva natural de Hvalnes, uma praia com paisagem lunar.



Apesar da neblina ainda se conseguem fazer algumas fotos.








Paragem seguinte na localidade de Djúpivogur, onde um artista local produziu várias esculturas de ovos de diferentes espécies de pássaros, proporcionalmente ao seu tamanho.
 

David sf

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Uns quilómetros à frente, antigamente a estrada N1 inflectia para o interior da ilha, através de um caminho em gravilha que incluía a subida de uma montanha. Recentemente foi aberta uma estrada em asfalto ao longo da costa recortada, que aumenta a sua distância em 60km. Para atalhar caminho, e porque já estava um pouco atrasado, apanhei a antiga estrada de gravilha, cujo traçado é belíssimo e o pavimento está em bastante bom estado (até à subida, que tinha curvas bastante fechadas, fiz média de 70 km/h).





Após passar o alto da montanha, o Sol aparece.


Passo na guesthouse onde fiquei perto da cidade de Egilsstadir, a maior cidade da região (tem 2200 habitantes!) para fazer o check-in. Queria visitar Seydisfjordur, uma magnífica aldeia situada num dos fiordes mais profundos do país, mas queira ver como estava o tempo, pois com neblina não valeria a pena fazer cerca de 80km em estrada de montanha. Consulto a aplicação das estradas da Islândia e vejo através das suas webcams que o céu está limpo por lá e deste modo faço-me à estrada.
O caminho para Seydisfjordur envolve a subida à cota 600, com esta vista sobre Egilstadir e o seu lago, onde segundo a lenda vive um monstro.


Após a subida, segue-se um longo planalto.

Que termina com uma excelente vista para Seydisfjordur, junto a uma queda de água.



 

David sf

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Seydisfjordur é uma aldeia magnífica, como as fotos comprovam.











Volto para jantar em Egilstadir, com esta vista.

Ao fim do dia volto para a guesthouse situada a uns 5 km de Egilstadir (98€ com PA), situada num local magnífico.
 

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04/08 – Lago Mývatn (311km)

O dia amanhece com bastante nevoeiro e os primeiros 30km são percorridos sem qualquer visibilidade. Hoje a nebulosidade entrou bem dentro da ilha e só quando já estou bastante afastado do mar é que começa a abrir.


Primeira paragem, assim que se começa a ver algo, numa queda de água junto à estrada.


Hoje volto a atravessar o rifte, na zona do Lago Mývatn, e conforme me vou aproximando a paisagem muda. Nesta zona a paisagem é verdadeiramente lunar, pois junta-se ao terreno vulcânico uma maior distância ao mar e uma altitude mais elevada (rondando os 500/600m).










Faço um desvio, na direcção do mar, para visitar a queda de água mais caudalosa do país, a Dettifoss. Enquanto conduzia até lá via as nuvens a aproximarem-se e tive receio que estivesse nevoeiro por lá, mas consegui safar-me por pouco.

A queda de água é absolutamente impressionante, uma vez que está associada a um estrangulamento da secção do rio, o que origina um grande aumento na velocidade da água. O spray era tanto que saí de lá encharcado como se tivesse estado a chover.



 

David sf

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A cerca de 1 km de distância situa-se a mais serena Sellfoss.





Já em pleno rifte, a zona geotermal de Hverir, ocupando uma área enorme e com cores fabulosas.








Depois de Hverir, a estrada sobe por cerca de 2 km e tem-se esta vista para o Lago Mývatn.



Junto ao lago Mývatn existem diversas atracções de natureza geológica. A primeira onde estive foi a gruta Grjótagjá, uma gruta minúscula onde existe uma nascente de água quente.


 

David sf

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Paragem seguinte na paisagem vulcânica de Dimmuborgir, com curiosas formações rochosas.




Contam os contos populares que trolls habitam estas cavernas.

E por fim mais um complexo de pseudocrateras nas margens do lago.





Passo a noite numa guesthouse a cerca de 30 km do lago Mývayn, a caminho do mar, junto a um outro lago (67€ com PA). Como já estava mais próximo do mar, já estava tudo de novo nublado.
 

David sf

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05/08 – Norte (373km)

Este seria o dia menos atractivo da viagem, no que toca a paisagens naturais. A costa Norte da ilha é engraçada, seria um ex-libris em qualquer outro país, mas na Islândia, em comparação com tudo o resto que a ilha tem para oferecer, passa quase despercebida.
O dia começa com uma visita a Husavík, cidade costeira de onde partem várias excursões de barco a preços exorbitantes para se ir ver baleias. Como tinha quase 400 km pela frente, estava bastante frio e não me apetecia gastar quase 100€ para uma viagem de barco de 2 horas, optei por apenas visitar a cidade, globalmente pouco interessante. O tempo nublado também não ajudou muito, e a brisa marítima que soprava gelada tornava desagradável andar na rua (o mar estava a 7ºC, imaginem o quão agradável era a brisa…).



Paragem seguinte na “foss” do dia, a Godafoss:




Após alguns quilómetros situa-se a capital do Norte, Akureyri. Não sendo uma cidade extremamente interessante, achei que entre todas as grandes cidades era a que tinha mais piada:







Saio de Akureyri por volta do meio dia e dirijo-me para Hvammstangi, onde iria pernoitar. Foi o maior percurso sem parar da viagem, 120km.
 

David sf

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Durante este percurso o Sol espreitou durante uns 5km:

Hvammstangi é um vilarejo sem grandes motivos de interesse. É famoso pelas colónias de focas nas redondezas.

Viajei 20km pela pior estrada de gravilha onde andei (e que é famosa pelo seu mau estado, havia camisolas no posto de turismo à venda que diziam “I survive to road 711”) até à chamada “seal beach”. É certo que a estrada tinha alguns buracos, mas acho que algumas estradas asfaltadas em Portugal estão em estado bastante pior que esta...





Apesar de ser a praia das focas, elas neste dia não andavam por lá. Valeu a pena pela paisagem.


Pernoitei no Hvammstangi Hostel (85€ sem PA), que por fora tinha ar de motel de prostituição, mas por dentro estava bastante limpo. A chave estava num cofre à porta do quarto, cujo número havia sido enviado por mail uns dias antes. Não vi nenhum funcionário do hostel…
 

David sf

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06/08 – Península de Snaefellsnes (352km)

Quando comecei a planear a viagem este seria o dia em que regressaria a Keflavík (onde fica o aeroporto) e fechava o anel. No entanto, após alguma pesquisas, decidi juntar um dia à viagem e fazer um desvio até à península de Snaefellsnes. E não me arrependi, pelo contrário, “falhar” esta península teria sido um grande erro.
Este foi o dia mais preenchido, não só pela elevada quilometragem, mas também pela grande quantidade de locais que visitei.
O dia amanheceu nublado em Hvammstangi, mas já com algum vento forte de Nordeste, pondo fim a um prolongado número de dias onde apenas houve brisas marítimas.


Os primeiros 150km do dia incluíam 2 troços em estrada de gravilha, num total de quase 100km. As estradas estavam em muito bom estado.
Quando entro na península de Snaefellsnes já o sol brilha por entre nuvens altas. O vento limpou a nebulosidade baixa na costa Oeste. O segundo troço de estrada de gravilha atravessa paisagens espectaculares.






Primeira paragem em Stykusholmur, a cidade de onde parte o ferry para os Westfjords. Também não tem um interesse por aí além, mas a zona do porto proporciona umas vistas interessantes.







Vou percorrendo a costa Norte da península ao longo de uma estrada com vistas magníficas e atravessando alguns campos de lava. Na península de Snaefellsnes ainda existe vulcanismo activo:



 
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