Jorge Esteves
Membro Ativo
Estive na Jamaica com a minha mulher e a nossa filha de 14 anos entre os dias 22 e 30 de Julho. Espero que este report possa ser uma boa ajuda para todos os que quiserem visitar aquele destino.
A Viagem
Pela primeira vez utilizei os serviços da White para deslocações aéreas e posso dizer que não correu pelo melhor, na ida algumas placas do tecto soltaram-se e caíram, num dos WC uma placa lateral caiu para cima da sanita e a maior parte dos assentos não tinha audio da TV. Na vinda o ar condicionado não trabalhava e a viagem foi um pouco saturante. Mas como férias são férias nunca deixo que estas pequenas coisas interfiram na alegria e contentamento do momento.
Quando parti já sabia que teria cerca de 1h30m de escala na Rep. Dominicana mas na agência disseram que dependia do comandante o podermos sair do avião ou não. Felizmente podemos sair e deu para esticar as pernas e e ver a loja do aeroporto, e assim o tempo passou mais depressa.
O Hotel
Fiquei no Grand Bahia Principe Jamaica, estava muito curioso acerca do hotel, do que tinha pesquisado antes de ir, algumas coisas tinham-me colocado de alerta.
- Os funcionários do hotel eram muito antipáticos e tratavam melhor os americanos porque davam gorjetas.
Em nenhuma vez senti antipatia ou que tivesse pior tratamento que todos aqueles que davam gorjetas. Achei todos muito simpáticos, metiam conversa e sempre muito prestáveis, uma noite ao jantar o funcionário que estava na zona dos peixes grelhados ao ver a minha indecisão acerca da comida e quando eu lhe disse que preferia carne, perguntou-me se queria um bife, e perante a minha resposta afirmativa foi fazer um bife grelhado só com sal e molho de alho a rivalizar com muitos dos bons bifes que já comi nalguns locais de portugal. ( Única gorjeta que acabei por dar aos funcionários do hotel). Também no bar da piscina foram sempre amáveis e prestáveis no atendimento que faziam. Continuo a ter a opinião que a simpatia dos funcionários depende muitas vezes de como nós os tratamos e o respeito que demonstramos por eles.
- Em caso de serem necessárias reparações, tudo era feito muito devagar.
Esta foi realmente a situação mais chata e que acredito que para quem não encare estas coisas do modo que eu encaro, não deixando os pequenos problemas estragarem as férias, pode ser chato. Durante todo o tempo o secador de cabelo esteve avariado. O autoclismo por vezes prendia e tinha que o abrir para reparar, um dos candeeiros estava com mau contacto e tive que o desligar da ficha. Queixei-me uma vez na recepção e duas vezes ao representante da Soltour em que numa delas foi fazer queixa á relações publicas do hotel, mas nada foi feito para reparar estas coisas. Também com a reposição de toalhas tive que andar atrás das empregadas, mesmo não solicitando a reposição e colocando as toalhas nos suportes, elas teimavam em as mudar mas nunca deixavam três toalhas lavadas.
- A comida não tinha variedade.
Havia muita comida, por vezes olhava para ela e não apetecia nada, mas por certo não era por falta de variedade. Para nós o difícil são os temperos já que muita da comida não tinha sal, mas esses são os costumes de outros países e que temos que compreender.
Nunca faltou a reposição das bebidas no mini bar do quarto, as camas eram confortáveis e os restaurantes temáticos (italiano e grelhados) tinham comida muito boa.
Não havia diversão na praia, a da piscina foi pouca e a nocturna razoável.
A Praia
Estava curioso acerca da praia, já sabia que era artificial, situação idêntica á que tinha encontrado no Mexico.
Muito melhor do que estaria á espera podemos dividir a praia em dois. Fazendo parte de uma baia estava dividida a meio por um murete e uma vedação na zona de entrada da água. A parte mais perto do hotel é de areia fina, com alguma ondulação e chega-se a não ter pé. Na zona mais distante o chão tinha mais pedra e depois de uma tarde de snorkeling verifiquei naquela parte a existência de muitos ouriços do mar, peixes balão, peixes que se enterravam na areia, caranguejos que mostravam o seu desagrado quando nos aproximávamos e peixes que mudavam de estado com a nossa aproximação, pelo que só posso recomendar a zona mais próxima ao hotel. Além desta praia existiam mais duas pequenas junto ás piscina mas com muita pedra no mar e pouco utilizadas por isso.
Nunca tivemos problemas em arranjar espreguiçadeiras e o pôr do sol era muito bonito.
Também se podia confraternizar com alguns locais que apareciam de jangada a tentar vender bonitas conchas ou copos feitos em bambu.
Por vezes tínhamos uns amigos que teimavam em querer estar junto a nós e que por nada se afastavam.
A Piscina
Piscina normal neste tipo de resorts, bastante grande e com um bar junto à piscina. Ao final da tarde já apareciam muitos copos dentro de água por falta de cuidado das pessoas.
Excursões
Como sempre tentei perceber antes de ir qual o nível de segurança ou da falta dela na Jamaica. Preferencialmente prefiro alugar um carro e fazer as visitas à minha maneira e ao meu tempo do que fazer as excursões dos operadores. Por experiência própria já sei que o operador diz sempre que é inseguro, pois de outra forma não vende excursões, pelo que para mim é sempre muito importante o relato de outras pessoas que tenham estado anteriormente no local. Infelizmente existem muito poucas informações acerca da Jamaica, apenas consegui ler duas experiências relativamente recentes de dois brasileiros que viajaram por conta deles ao longo do país, um nunca teve problemas em sitio nenhum, o outro percebeu em determinada altura que estavam a tentar desviar para outros locais de modo a poderem assaltá-lo.
Perante isto optei por fazer 3 excursões, uma de dia completo, duas de dois dias.
*A primeira excursão foi a Negril, recomendada por um amigo meu que já lá tinha estado.
Kourtney, o guia foi sempre muito simpático, falou um pouco sobre o país, a cultura a economia, a agricultura para conhecermos um pouco mais. Abordou também o tema da segurança, informou que é um pais seguro e de um modo geral sem problemas para os turistas que podiam andar à vontade, achei estranho mas depois percebi que não era funcionário da Soltour, mas que era free lancer, realmente vi muitos ingleses e americanos com carros alugados mas como de um modo geral todas as casas estava cheias de grades, ainda hoje não sei o que pensar sobre a segurança para quem quer andar sozinho.
Passamos por bonitas aldeias e cidades como Montego Bay, Hopewell ou Lucea, aonde se observou baías lindíssimas, habitações muito coloridas e pessoas no trabalho do dia a dia, curiosamente e porque não estava à espera viu-se um numero enorme de Burguers Kings.
Chegados a Negril, paramos na Margueritaville, aonde pudemos desfrutar da melhor praia natural da Jamaica, tomar banho ou passear pela praia e almoçar. A paragem foi de cerca de 4h30m.
https://www.portaldasviagens.com/gallery/image/24656-20140726-050-praia-da-margaritaville-em-negril/
De seguida parámos num centro comercial para fazer umas compras e depois fomos para o famoso Rick´s café, aonde se pode saltar ou ver saltar de uma plataforma bastante alta para o mar e ver o por do sol que dizem ser um dos mais bonitos do mundo, como estava enevoado não houve por do sol para ninguém.
Resumo: foi um dia diferente mas basicamente é para fazer praia num local como os que vemos nos filmes.
* A segunda excursão foi de meio dia e incluiu o rafting no Martha Brea River, a visita ao Swamp safari park e a visita ao Columbus park.
Sendo esta uma das excursões que á partida já levava na ideia de Portugal para fazer por achar ser uma das melhores naquele destino, achei estranho o facto de sermos os únicos inscritos na excursão, e assim lá fomos nós os três com o motorista em direcção ao Rio, recebidos com uma bebida de boas vindas, iniciamos a descida do rio com a duração de cerca de uma hora, como já sabia não é rafting, é a descida calma de um rio em jangada de bambu com um capitão por jangada a conduzir também com bambu.
É fantastico a descida calma pelo meio da vegetação, aonde se pode apreciar a natureza, o verde do rio e ver algumas aves, na conversa com o capitão sobre o quanto era duro aquele trabalho, fui convidado a experimentar e verificar como não é um trabalho fácil. Uma vez mais tenho que realçar a simpatia de ambos os capitães das jangadas.
Após a descida deslocámo-nos para o Swamp Safari park aonde se podem ver vários animais com especial relevo para os crocodilos. Para nosso azar nos de pequeno comprimento (50 a 80 cm), que são aqueles em que se pode pegar, havia um muito agressivo que no dia anterior tinha atacado um tratador e acabámos por não poder pegar nelas.
De regresso ao hotel passamos pela cidade de Falmouth, aonde podemos ver o tribunal, o porto de cruzeiros e alguns edifícios e paramos no Columbus Park que fica na Discovery Bay, local aonde se pensa que o Cristóvão Colombo aportou pela primeira vez. Podemos fazer uma visita rápida e tirar umas fotografias.
Resumo: Aconselho vivamente esta excursão, a experiência da jangada é inesquecível.
* A terceira excursão também de meio dia foi ás Dunn´s River Falls, a excursão mais concorrida de todas e também foi muito boa. Durante cerca de 45m subimos em grupo pela cascata acima, num rio que têm a particularidade de acabar numa cascata na praia. Para esta subida é necessário levar sapatos de água, (as nossas grandes superfícies de desporto vendem a cerca de 6 a 10 euros), para as senhoras aconselha-se a levar camisola ou fato-de-banho, porque com a força da água os bikinis podem ser arrancados. Também as maquinas fotográficas ou de filmar devem de ser á prova de água. Literalmente sobe-se pelo meio da cascata.
Após a subida das cascatas, fomos á cidade de Ocho Rios para fazer compras.
Resumo: Muito bom a não perder.
Dicas
Algumas dicas que podem ajudar:
- Levem Dolares americanos, em todos os sítios podem pagar com este tipo de moeda, muitos lugares aceitam euros, mas perdemos dinheiro a fazer o cambio. No hotel só trocam euros para dólares Jamaicanos, e também ai ficamos a perder dinheiro.
- O Rick´s Café têm os preços em dólares americanos, mas quando pagamos cobram uma taxa de conversão para o dólar jamaicano e dão o troco em dólares jamaicanos (senti-me enganado)
- Não são necessários quaisquer adaptadores de corrente ou transformadores no hotel, todas as tomadas estão preparadas para as fichas americanas e para as nossas.
- A língua usual é o inglês apesar dos jamaicanos falarem o Patua, que é um tipo de inglês reduzido. (Aire é obrigado em patua), os representantes da Soltour no hotel falavam espanhol e uma delas falava português.
- Preparem-se para a condução agressiva deles, se tiverem que fazer uma ultrapassagem, fazem, quem vem de frente desvia-se para a berma.
- Não esquecer levar, muito protector solar, creme para picadas de mosquitos (não foi muito necessário), comprimidos para a alteração do estado da barriga e acima de tudo muita alegria.
- Podem comprar as excursões em Portugal na agência aonde compraram a viagem, mas não aconselho, paguei cerca de 2 euros a mais na Jamaica, mas conforme suspeitava, cá não mostram as excursões todas e se quiserem fazer duas excursões que calhem no mesmo dia, aqui não há solução, na Jamaica como eles fazem excursões com outros grupos há sempre a hipótese de irem num outro dia conforme aconteceu comigo.
Resumo Final
Em comparação com o outro local das caraíbas aonde estive, o Mexico é melhor. Mas na Jamaica passa-se umas boas férias, vê-se uma realidade de país diferente e conhece-se pessoas diferentes. Aconselho como destino de férias, levem a boa disposição e aquela vontade de que em férias nada nos fará chatear, que os pequenos problemas que acontecerem vão ser ignorados.
Espero que esta informação ajude todos aqueles que pensam ir para a Jamaica, já que eu tive grandes dificuldades em aceder a informação actualizada.
Desculpem também qualquer gafe, já que este é o meu primeiro report no portal
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