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[Report] Fim do Ano no Canadá

Pedro Maia

Membro Conhecido
O "pretexto" para esta viagem foi o nosso filho ter estado a fazer o Erasmus em Victoria, Canadá, na Ilha de Vancouver, e qualquer pretexto serve para fazer uma viagem, e para nós se for para longe ainda melhor.

Voámos para Vancouver com a Air France e o nosso filho já estava à nossa espera no aeroporto mas assim que aterrámos já tínhamos um sms da Air France a informar que as bagagens que tínhamos despachado para o porão, duas malas e dois sacos com botas de ski) não tinham embarcado connosco, tivemos que apresentar a reclamação e a partir daí esperar que nos entregassem tudo no hotel onde íamos dormir as primeiras noites, na estância de ski de Sun Peaks.

Recolhemos o carro de aluguer e depois de passarmos pelo centro de Vancouver, onde caiam uns flocos de neve, metemo-nos na Trans-Canada Highway, uma das estradas mais longas do mundo, em direção de Sun Peaks, a umas 4/5 horas de distância e com uma paragem para almoçar e para comprar umas roupas uma vez que, graças à Air france, só tínhamos uma mala de cabine com poucas coisas.

Não demorou muito a começar a nevar com força e tínhamos um "obstáculo" entre nós e Sun Peaks, a Coquihalla Highway, que serve de atalho à Trans-Canada Highway, uma via rápida com duas faixas de cada lado, 115km entre Hope e Merrit, sobe até aos 1.200m e é conhecida pelas mudanças repentinas de tempo, com nevões, gelo, chuvas geladas, avalanches, muitos camiões e muitos acidentes, é a via rápida da série "Highway Thru Hell" del canal National Geographic, em Portugal "Autoestrada Infernal, quem nunca viu pode ficar com uma ideia neste link Autoestrada Infernal.

Quando chegámos a Hope, onde começa essa estrada, já tinha caído a noite, comecei a pensar que não era uma boa ideia seguir com o que tínhamos planeado, fazer os 115km da Coquihalla, que não passa por nenhuma povoação, sem a conhecer a não ser pela série em que o tema são os reboques e os desastres, depois de uma viagem longa e entrando por horas que no nosso fuso horário de origem já eram da madrugada, e com a certeza de que íamos demorar muito mais do que o previsto a chegar a Sun Peaks, ia ser bastante perigoso, por isso decidimos dormir em Hope, onde havia uma boa quantidade de motéis e que estava com um ambiente curioso, com nevoeiro, neve e sem ninguém nas ruas, o que nos fez lembrar "Fargo", do filme, apesar de Hope também ser um bom nome para uma povoação.

Depois de uma boa noite de sono saímos do motel na manhã seguinte antes das 6 da madrugada, o nosso caro mostrava que tinha continuado a nevar:

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Tomámos o pequeno almoço numa bomba de gasolina e antes das 7 enfrentámos a temida Coquihalla Highway, ainda era noite (ia demorar uma hora antes de começar a amanhecer), nevava cada vez com mais força o que nos obrigava a ir muito devagar, tudo isto confirmou que a decisão de ficar a dormir em Hope foi a mais acertada.

Já na Coquihalla

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Amanhecer

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Já de dia e sempre a nevar, ainda que um pouco menos

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Neste vídeo fica-se com uma ideia das condições em que fizémos a Coquihalla


Deu para confirmar que esta estrada é mesmo perigosa, numa subida em que íamos na faixa da esquerda, que era a que tinha menos neve, deparámo-nos com um carro atravessado à nossa frente, tinham acabado de ter um acidente, tentei travar mas vi logo que ia perder o controle do carro e chocar contra o outro, tirei o pé do travão e evitando virar com brusquidão passei para a faixa da direita, com muito mais neve, e depois de passar pelo carro atravessado tive que voltar logo para a faixa da esquerda para evitar chocar contra um camião que ia muito mais devagar na subida, porque também não ia conseguir travar a tempo.

Foi por um triz e o susto foi bem grande...

Feitas as contas foi a estrada mais complicada, mas também uma das mais espectaculares, em que já conduzi.

Finalmente chegámos a Sun Peaks, onde não faltava a neve, nem dava para ver a matrícula do carro.

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Vista do quarto do nosso hotel

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Entretanto seguia a novela das bagagens, tinham-nos dito que no dia seguinte ao da nossa chegada a Vancouver iam metê-las no primeiro vôo para Kamloops, a uma hora de Sun Peaks, para as entregarem no hotel, mas passou todo o dia e nada, por telefone não conseguíamos nenhuma informação concreta e de acordo com o link de seguimento de bagagens da Air France 3 das nossas malas andavam por Toronto e a outra por Calgary!!! Nesse dia tivemos que comprar mais roupas, luvas de ski e algumas protecções para o frio, uma vez que as temperaturas andavam por volta dos -15º, e tivemos também que alugar botas de ski, tudo isto para debitar à Air France.
 
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Pedro Maia

Membro Conhecido
Quanto ao que mais interessa, Sun Peaks é a segunda maior estância do Canadá (mas nos Alpes seria uma estância de dimensão média), as pistas dividem-se por 3 montanhas e é uma lugar muito simpático, com uma urbanização construída nos anos 90 com uma estética muito aceitável, com uma rua pedonal com hotéis, restaurantes e lojas onde estava o nosso hotel, a rua estava totalmente coberta de neve e podia-se sair do hotel e chegar com os skis calçados.

Umas fotos das pistas, a estância estava cheia de neve e as temperaturas sempre bem abaixo dos -10º.

Como estava nublado e estava tudo cheio de neve as fotos parecem tiradas a preto e branco

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Uma Árvore de Natal natural

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Uns "pequenos" chalets ao lado das pistas, devem ser baratinh$s

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Umas fotos da urbanização

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Dois dias depois de termos aterrado entregaram-nos finalmente 1 mala e 1 saco com botas de ski, do resto não sabiam nada e de acordo com a informação da web da Air France continuava tudo na mesma, apesar de já termos metade da bagagem 3 malas continuavam em Toronto e a outra continuava em Calgary, uma verdadeira anedota.

Voltando à viagem, finalmente apareceu um pouco de sol

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Mas também baixou a temperatura para -18º com algum vento, as pistas são abrigadas pelas árvores mas nas cadeiras sofria-se um bocado. Com o vento a sensação térmica estava bem abaixo dos -20º

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As temperaturas baixas também trazem a recompensa da qualidade da neve, que estava óptima, tivemos pena de ter que deixar Sun Peaks, um lugar do qual gostámos bastante.
 
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Pedro Maia

Membro Conhecido
Teve que se nomear um "voluntário" para limpar o carro

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A temperatura continuava bastante agradável...

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Um pequeno vídeo da estrada que desce de Sun Peaks, muito bonita.


Tivémos que passar pelo aeroporto de Kamloops para saber o que passava com o resto da nossa bagagem, a primeira coisa que disseram à minha mulher foi que não tinham as nossas malas, isto enquanto estavam mesmo à vista atrás da senhora que estava a dar essa informação.

Seguimos o nosso caminho de volta a Vancouver já com todas as malas e tivemos que passar outra vez pela Coquihalla, desta vez sem nevar mas quase toda já de noite, com muito cuidado sobretudo nas descidas, algumas são bem longas e pode haver gelo, para nós correu tudo bem mas ainda apanhámos uma pequena fila por causa de um acidente que nos confirmou, uma vez mais, que se trata de uma estrada que merece muito respeito e que há que fazer com muito cuidado.

Dormimos outra vez em Hope onde tinha caído um bom nevão apesar de estar a uma altitude de apenas 40m, enquanto jantávamos víamos passar camiões a transportar carradas de neve tirada das ruas para fora da cidade.

Hope já de manhã, espectacular e estava assim já depois de terem tirado bastante neve das ruas.

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Pedro Maia

Membro Conhecido
De Hope a Vancouver demora-se à volta de hora e meia, chegámos a meio da manhã, tinha que devolver o carro e ainda tínhamos tempo de dar uma volta antes da noite de fim do ano.

Vancouver é uma cidade que está num enquadramento privilegiado, com muita água e montanhas à volta, tem umas partes que valem muito a pena, como o centro, o Waterfront, Gastown (a parte mais antiga e turística) e o Stanley Park (fora do centro tem partes feias e numa zona tem a maior concentração de sem-abrigo que alguma vez vi, é o outro lado da moeda duma cidade que parece ser bastante próspera).

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O relógio de vapor de Gastown

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Um vídeo do que faz o relógio às horas certas


Mais umas fotos de Vancouver

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Gostámos bastante de Vancouver (ainda que sem ficar no nosso "top" de cidades) mas ficámos com pena de não termos tido tempo de ir a Victoria, para ver a cidade e a universidade onde esteve o nosso filho.

O regresso foi via Calgary e Amesterdão, no vôo intercontinental estreámo-nos num Dreamliner, da KLM, seguramente o avião mais silencioso em que viajei.

Para terminar deixo umas vistas das Montanhas Rochosas e da aproximação a Calgary

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E agora há que esperar pela próxima viagem...
 

Ricardo_7

Membro Conhecido
Olá Pedro,

Obrigado pela fantástica partilha! Que beleza Natural, cada vez tenho mais curiosidade em fazer umas férias do "tipo Neve", torna as coisas bem diferentes :D
Quanto ao destino, desperta interesse, então para descansar (pelo menos no inverno) deve ser ótimo :D

Boas viagens :)
 

Andre Pinto

Membro Ativo
Boas Pedro ,
Que maravilha de report, :)
Cada vez sinto mais aquele formigueiro para experimentar umas férias com neve.
Deve ser uma experiência incrível , conforme mostraste neste report.
Obrigado pela partilha.
Boas viagens !
 

rmonteiro

Membro Conhecido
As fotos em Sun Peaks estão muito boas, tal como refere do nublado.
Realmente é preciso muito cuidado com a condução na neve. O episódio das malas é que é de lamentar !! :mad::mad:
Obrigado pela partilha ;)
 
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