PatriciAbrantes
Membro Conhecido
Quem nos conhece sabe que Vai e Vive é o nosso lema de vida.
Na Páscoa de 2019 surgiu uma possibilidade no calendário e uma viagem barata (600€ pessoa) para um destino há muito cobiçado.
Com praias de águas quentes de areias de diferentes tons, vulcões sonolentos, cascatas deslumbrantes, densas florestas tropicais com uma vida selvagem riquíssima , óptima comida, atmosfera relaxada e muita Pura Vida, não faltaram razões para carregar instantaneamente no enter para ir à Costa Rica, o país mais feliz da América Central.
A passagem estava comprada, mas sem qualquer plano ou ideia de lugares a visitar. Só uma coisa estava decidida: volvidos 14 anos de uma alucinante road trip por Marrocos, era altura de voltar a viajar por um País com as mãos no volante.
Desta feita voltámos a ser 3 pessoas, unidas por uma enorme Amizade e vontade de construir memórias e viver muitas peripécias num dos lugares mais bonitos do nosso planeta.
Quase todas as viagens à Costa Rica começam em San José, a capital, que para nós é aquele tipo de cidade que serve apenas para entrar e sair.
Comprámos um voo que chegasse inícios da tarde, visto aconselharem a chegar cedo quando a viagem envolvesse rodar ainda muitos quilómetros no asfalto após a aterragem. O nosso caso
Chegou o dia 19 de Abril. O tão esperado dia, aconchegado por voo quase directo com paragem em Madrid apenas para troca de avião, que se revelou no pesadelo de qualquer viajante. Passámos pela Guatemala, San Salvador, etc.
A hora de chegada estava completamente arruinada. O plano da viagem parecia estar a ir pelo esgoto abaixo. Tínhamos uma Amiga (Elisa) que "deu a volta ao mundo" para conseguir chegar um dia antes à Costa Rica, para partilharmos esta aventura, o carro alugado à espera no aeroporto e o hotel marcado e não tínhamos como avisar da situação em que a Ibéria nos pôs. A estrelinha da sorte brilhou na Guatemala e 5 minutos de wi-fi deram para comunicar com a Elisa, que nada sabia do que se estava a passar connosco e com a rent-a-car que foi absolutamente 5***** (Adobe rent-a-car)
Em vez de chegar pelas 15 pm e fazer uma prazerosa viagem até La Fortuna, chegámos às 22 pm e tivemos de fazer uma inesperada viagem nocturna até ao destino. Aqui começamos a perceber o quão acertado e necessário é fazer reserva de carro com GPS. Nunca nos teríamos safo, ao longo de toda a viagem, sem ele.
Posto isso foi respirar fundo e libertar o stress acumulado por estas peripécias de viajante, esquecer tudo e começar então a sentir a Costa Rica. O seu cheiro a humidade tropical, a café e cacau. Procurar e sentir a Pura Vida. Após quase 10 anos a viajar para a Ásia, ansiávamos submergir numa nova cultura.
A viagem nocturna de 4 horas foi calma. Ás vezes quase sem iluminação, mas em contrapartida a ausência de tráfego ajudou bastante.
Chegámos ao destino eram cerca das 2 da manhã e a recepção pelo dono do hotel não foi nada calorosa. Nada ao estilo Pura Vida, sobre o qual tanto se fala e que é uma das imagens de marca da Costa Rica.
No dia seguinte percebemos que o dito senhor não havia lido o e-mail que explanava a nossa situação e pensou que havíamos andado a gastar pneus e tempo e chegado àquela hora por pura irresponsabilidade.
Para nós este episódio gerou bastante riso. Apesar de não termos sido recebidos com Pura Vida, a Pura Vida já se tinha apoderado de nós e no dia seguinte acordou em todo o seu esplendor, com o dono do hotel simpatiquíssimo e o Vulcão Arenal a olhar para nós enquanto nos deleitávamos com um pequeno almoço farto e apetitoso, saboreado ao ritmo dos sons da floresta e animado pelas belas cores do jardim envolvente.
Portanto, linhas gerais, ao dia 1 ficou rotulado pelos "3 mosqueteiros" como a chegada mais louca do mundo a um mundo completamente novo para nós.
A Costa Rica é um país cheio de paisagens incríveis e propício a aventuras épicas. Uma das melhores maneiras de absorver e conhecer uma pequena amostra de tudo é, sem dúvida, alugar um carro e partir para rumos certos ou incertos. E foi exactamente isso que fizemos. Algumas coisas já iam previamente marcadas, mas deixámos muita agenda livre para o improviso, para sermos levados pelo País.
Vamos lá falar um pouquinho acerca do País, como forma de contextualizar a viagem.
Situada na América Central e fazendo fronteira com o Panamá e a Nicarágua, a Costa Rica é um país privilegiado, devido à sua grande variedade de paisagens naturais. É banhado tanto pelo Oceano Pacífico como pelo mar das Caraíbas, oferecendo praias paradisíacas e óptimas condições para a prática do surf.
Com 5% da biodiversidade do planeta contida em apenas 0,3% da área mundial, a Costa Rica é líder mundial em eco-turismo, com o foco no turismo sustentável.
Este Pais, plantado no meio de uma América Central tão pobre e violenta, é conhecido por ser um dos países mais pacíficos do mundo, não dispondo sequer de exército
O Hotel escolhido para explorar esta vertente do Pais foi o Hotel Cerro Chato, em La Fortuna, no qual pernoitámos 3 noites.
Começamos a nossa aventura a norte do país, serpenteando pela selva e pelas florestas pintadas do enigma que lhe confere a penumbra envolvente.
O Vulcão Arenal domina a paisagem de La Fortuna e arredores e, aquele que é o vulcão mais famoso da Costa Rica, ia sempre espreitando ora daqui, ora d'acolá.
O Clima estava na onda Pura Vida e o Arenal apresentou-se inúmeras vezes na sua totalidade, em todo o seu esplendor, mostrando-se até ao seu perfeito do cone.
O Vulcão Arenal, sem, erupções desde 2010, expele brasas e fumo, o que dá uma certa adrenalina
No segundo dia rumámos para o Arenal Observatory Lodge, o único alojamento situado no Parque Nacional do Vulcão Arenal. Daqui o cone maciço do vulcão parece tão perto que dá a sensação de que conseguimos tocar-lhe.
Nós decidimos adquirir um day pass, que rondou os 30 USD por pessoa, mas tinha almoço incluído e usufruto total como se hóspedes fossemos: acesso a piscina, jacuzzi, museu, observatórios com vistas arrebatadoras para o Vulcão e para o Arenal Lake, e o que mais nos interessou, os lindíssimos trilhos com o Arenal a olhar para nós!!!!!!
Àvidos de nos intrusar na cultura local, como é habitual em nós, saímos para jantar num restaurante no centro de La Fortuna onde comem os Costa-riquenhos. Nada de turistas que não nós os 3. A experiência não foi das melhores, pois a expectativa com as empanadas era alta, mas de facto este não é o melhor País para comer empanadas
Sabem aquele imaginário de “floresta de nuvens”, com pontes suspensas que rasgam a neblina? Foi esse o nosso móbil para passar o terceiro dia nesta zona. E esta é de facto uma experiência única, que nos transporta para o imaginário dos contos fantástico. A caminho e à chegada a penumbra pairava, mas quando chegámos à zona das pontes suspensas já o sol era rei.
O Mistico Park foi o escolhido. Optámos por contratar um guia e bendita a hora, visto que no meio daquela densa floresta, estonteantemente verdejante, os nossos olhos nada conseguem ver. A guia, com olhos de águia e lince, mostrou-nos um mundo que jamais teríamos visto e vivido sem ela. Ir com um guia permite a descoberta dos maravilhosos segredos escondidos neste santuário de vida selvagem chamado floresta tropical.
A noite foi dedicada a um passeio pelo centro da pitoresca cidade de La Fortuna, que por esta hora se enche de pessoas a relaxar nos belos jardins centrais. As crianças brincam livremente. As bancas de comida de rua abrem o apetite. As lojinhas tão convidativas a entrar porta sim porta sim.
Após este passeio delicioso, fomos jantar no restaurante La Caribeña, muito conhecido por ter um cardápio recheado de comida típica do caribe da Costa Rica, que não iríamos encontrar em Brasilito. Pelo que não poderíamos deixar passar esta degustação naquela que era a última noite no coração verde da Costa Rica.
O dia 4 despertou, como sempre, com a penumbra a pairar sobre a floresta e sobre o Arenal. Ao longo do trajecto esta penumbra dissipa-se e o adeus ao vulcão ainda deu umas fotos bem giras, num lugar pelo qual havíamos passado várias vezes e víamos imensos locais sentados e nós sem perceber o porquê. Mas neste dia parámos e percebemos o enigmático porquê. Ao descer um pouco, até metade da ribanceira, este lugar tem uma vista absolutamente perfeita para o vulcão, desde a base até ao cone. Como sempre...seguir e ver o que os locais fazem e sair das rotas turísticas presenteia-nos com experiências únicas. Eles vivem lá. Eles sabem das coisas
Claro está que este desvio acabou por gerar um pouco de confusão no GPS e após várias voltas, em que volvíamos sempre ao mesmo lugar, era oficial que estávamos perdidos. Parámos numa loja de artesanato para perguntar como sair de La Fortuna rumo ao Tenorio Volcano National Park, mais conhecido pelo seu Rio Celeste. Esta paragem mostra bem a simpatia e interesse que este povo tem pela vida e pelas outras pessoas. Por isso o relatamos aqui.
Saí do carro e pós um perdon, Buenos Dias, questionei o senhor sobre como sair de La Fortuna rumo ao nosso destino. Este que rasgou um sorriso e respondeu: de onde é que a menina vem. De la Fortuna, respondo. Não, diz ele, de onde é que a menina vem? Caiu-me a ficha... estou na Costa Rica, aqui as pessoas conversam. Aqui as pessoas são pessoas, não números. Respondi, de Portugal.... e após alguns minutos de mais uma das muitas conversas tão mas tão agradáveis que se tem com as gentes deste País, lá passámos à parte da explicação e a um adeus caloroso, como se amigos de longa fossemos.
Mas isto não é um episódio singular. Acontece em qualquer lugar que pares. A comprar umas cervejas num bar. A por combustível. Nos diversos cafés onde parávamos para um cafezito ou lanche. Nesta fase já não havia qualquer dúvida que este era o povo mais simpático e simultaneamente culto que conhecemos.
A estrada que liga estes dois parques naturais é por si só um espectáculo que a natureza nos brinda.
O Rio Celeste é um daqueles lugares para visitar pelo menos uma vez na vida. A coloração da cascata e os Teñideros são simplesmente espectaculares. O intenso tom de azul das suas águas torna-o num dos rios mais belos do continente.
O rio é cristalino até determinado ponto e adquire o tom azul celeste num ponto específico denominado de Teñideros, isto na confluência dos rios Buena Vista e Roble.
A cor deriva de reacções químicas causadas pela mistura de gases sulfúricos com carbonato de cálcio, substâncias liberadas pelo vulcão Tenorio.
Lamento informar que para pleno usufruto deste Parque Natural uma boa preparação física é bastante importante, especialmente se o grande objectivo for a cascata.
Para chegar até à parte em que a água se torna azul celeste, é preciso percorrer um trilho pelo Tenorio Volcano National Park, onde fica este rio. De dificuldade moderada, esse trilho passa por uma densa floresta tropical, onde é possível ver macacos, pássaros e preguiças.... nós até vimos cobras. Aliás, foi o lugar onde mais vimos cobras...e sem guia
A imagem da cascata, cercada por vegetação, vista de um certo ponto da descida (miradouro intermédio), é uma daquelas imagens que fica para sempre plasmada na retina.
Na Páscoa de 2019 surgiu uma possibilidade no calendário e uma viagem barata (600€ pessoa) para um destino há muito cobiçado.
Com praias de águas quentes de areias de diferentes tons, vulcões sonolentos, cascatas deslumbrantes, densas florestas tropicais com uma vida selvagem riquíssima , óptima comida, atmosfera relaxada e muita Pura Vida, não faltaram razões para carregar instantaneamente no enter para ir à Costa Rica, o país mais feliz da América Central.
A passagem estava comprada, mas sem qualquer plano ou ideia de lugares a visitar. Só uma coisa estava decidida: volvidos 14 anos de uma alucinante road trip por Marrocos, era altura de voltar a viajar por um País com as mãos no volante.
Desta feita voltámos a ser 3 pessoas, unidas por uma enorme Amizade e vontade de construir memórias e viver muitas peripécias num dos lugares mais bonitos do nosso planeta.
Quase todas as viagens à Costa Rica começam em San José, a capital, que para nós é aquele tipo de cidade que serve apenas para entrar e sair.
Comprámos um voo que chegasse inícios da tarde, visto aconselharem a chegar cedo quando a viagem envolvesse rodar ainda muitos quilómetros no asfalto após a aterragem. O nosso caso
Chegou o dia 19 de Abril. O tão esperado dia, aconchegado por voo quase directo com paragem em Madrid apenas para troca de avião, que se revelou no pesadelo de qualquer viajante. Passámos pela Guatemala, San Salvador, etc.
A hora de chegada estava completamente arruinada. O plano da viagem parecia estar a ir pelo esgoto abaixo. Tínhamos uma Amiga (Elisa) que "deu a volta ao mundo" para conseguir chegar um dia antes à Costa Rica, para partilharmos esta aventura, o carro alugado à espera no aeroporto e o hotel marcado e não tínhamos como avisar da situação em que a Ibéria nos pôs. A estrelinha da sorte brilhou na Guatemala e 5 minutos de wi-fi deram para comunicar com a Elisa, que nada sabia do que se estava a passar connosco e com a rent-a-car que foi absolutamente 5***** (Adobe rent-a-car)
Em vez de chegar pelas 15 pm e fazer uma prazerosa viagem até La Fortuna, chegámos às 22 pm e tivemos de fazer uma inesperada viagem nocturna até ao destino. Aqui começamos a perceber o quão acertado e necessário é fazer reserva de carro com GPS. Nunca nos teríamos safo, ao longo de toda a viagem, sem ele.
Posto isso foi respirar fundo e libertar o stress acumulado por estas peripécias de viajante, esquecer tudo e começar então a sentir a Costa Rica. O seu cheiro a humidade tropical, a café e cacau. Procurar e sentir a Pura Vida. Após quase 10 anos a viajar para a Ásia, ansiávamos submergir numa nova cultura.
A viagem nocturna de 4 horas foi calma. Ás vezes quase sem iluminação, mas em contrapartida a ausência de tráfego ajudou bastante.
Chegámos ao destino eram cerca das 2 da manhã e a recepção pelo dono do hotel não foi nada calorosa. Nada ao estilo Pura Vida, sobre o qual tanto se fala e que é uma das imagens de marca da Costa Rica.
No dia seguinte percebemos que o dito senhor não havia lido o e-mail que explanava a nossa situação e pensou que havíamos andado a gastar pneus e tempo e chegado àquela hora por pura irresponsabilidade.
Para nós este episódio gerou bastante riso. Apesar de não termos sido recebidos com Pura Vida, a Pura Vida já se tinha apoderado de nós e no dia seguinte acordou em todo o seu esplendor, com o dono do hotel simpatiquíssimo e o Vulcão Arenal a olhar para nós enquanto nos deleitávamos com um pequeno almoço farto e apetitoso, saboreado ao ritmo dos sons da floresta e animado pelas belas cores do jardim envolvente.
Portanto, linhas gerais, ao dia 1 ficou rotulado pelos "3 mosqueteiros" como a chegada mais louca do mundo a um mundo completamente novo para nós.
A Costa Rica é um país cheio de paisagens incríveis e propício a aventuras épicas. Uma das melhores maneiras de absorver e conhecer uma pequena amostra de tudo é, sem dúvida, alugar um carro e partir para rumos certos ou incertos. E foi exactamente isso que fizemos. Algumas coisas já iam previamente marcadas, mas deixámos muita agenda livre para o improviso, para sermos levados pelo País.
Vamos lá falar um pouquinho acerca do País, como forma de contextualizar a viagem.
Situada na América Central e fazendo fronteira com o Panamá e a Nicarágua, a Costa Rica é um país privilegiado, devido à sua grande variedade de paisagens naturais. É banhado tanto pelo Oceano Pacífico como pelo mar das Caraíbas, oferecendo praias paradisíacas e óptimas condições para a prática do surf.
Com 5% da biodiversidade do planeta contida em apenas 0,3% da área mundial, a Costa Rica é líder mundial em eco-turismo, com o foco no turismo sustentável.
Este Pais, plantado no meio de uma América Central tão pobre e violenta, é conhecido por ser um dos países mais pacíficos do mundo, não dispondo sequer de exército
O Hotel escolhido para explorar esta vertente do Pais foi o Hotel Cerro Chato, em La Fortuna, no qual pernoitámos 3 noites.
Começamos a nossa aventura a norte do país, serpenteando pela selva e pelas florestas pintadas do enigma que lhe confere a penumbra envolvente.
O Vulcão Arenal domina a paisagem de La Fortuna e arredores e, aquele que é o vulcão mais famoso da Costa Rica, ia sempre espreitando ora daqui, ora d'acolá.
O Clima estava na onda Pura Vida e o Arenal apresentou-se inúmeras vezes na sua totalidade, em todo o seu esplendor, mostrando-se até ao seu perfeito do cone.
O Vulcão Arenal, sem, erupções desde 2010, expele brasas e fumo, o que dá uma certa adrenalina
No segundo dia rumámos para o Arenal Observatory Lodge, o único alojamento situado no Parque Nacional do Vulcão Arenal. Daqui o cone maciço do vulcão parece tão perto que dá a sensação de que conseguimos tocar-lhe.
Nós decidimos adquirir um day pass, que rondou os 30 USD por pessoa, mas tinha almoço incluído e usufruto total como se hóspedes fossemos: acesso a piscina, jacuzzi, museu, observatórios com vistas arrebatadoras para o Vulcão e para o Arenal Lake, e o que mais nos interessou, os lindíssimos trilhos com o Arenal a olhar para nós!!!!!!
Àvidos de nos intrusar na cultura local, como é habitual em nós, saímos para jantar num restaurante no centro de La Fortuna onde comem os Costa-riquenhos. Nada de turistas que não nós os 3. A experiência não foi das melhores, pois a expectativa com as empanadas era alta, mas de facto este não é o melhor País para comer empanadas
Sabem aquele imaginário de “floresta de nuvens”, com pontes suspensas que rasgam a neblina? Foi esse o nosso móbil para passar o terceiro dia nesta zona. E esta é de facto uma experiência única, que nos transporta para o imaginário dos contos fantástico. A caminho e à chegada a penumbra pairava, mas quando chegámos à zona das pontes suspensas já o sol era rei.
O Mistico Park foi o escolhido. Optámos por contratar um guia e bendita a hora, visto que no meio daquela densa floresta, estonteantemente verdejante, os nossos olhos nada conseguem ver. A guia, com olhos de águia e lince, mostrou-nos um mundo que jamais teríamos visto e vivido sem ela. Ir com um guia permite a descoberta dos maravilhosos segredos escondidos neste santuário de vida selvagem chamado floresta tropical.
A noite foi dedicada a um passeio pelo centro da pitoresca cidade de La Fortuna, que por esta hora se enche de pessoas a relaxar nos belos jardins centrais. As crianças brincam livremente. As bancas de comida de rua abrem o apetite. As lojinhas tão convidativas a entrar porta sim porta sim.
Após este passeio delicioso, fomos jantar no restaurante La Caribeña, muito conhecido por ter um cardápio recheado de comida típica do caribe da Costa Rica, que não iríamos encontrar em Brasilito. Pelo que não poderíamos deixar passar esta degustação naquela que era a última noite no coração verde da Costa Rica.
O dia 4 despertou, como sempre, com a penumbra a pairar sobre a floresta e sobre o Arenal. Ao longo do trajecto esta penumbra dissipa-se e o adeus ao vulcão ainda deu umas fotos bem giras, num lugar pelo qual havíamos passado várias vezes e víamos imensos locais sentados e nós sem perceber o porquê. Mas neste dia parámos e percebemos o enigmático porquê. Ao descer um pouco, até metade da ribanceira, este lugar tem uma vista absolutamente perfeita para o vulcão, desde a base até ao cone. Como sempre...seguir e ver o que os locais fazem e sair das rotas turísticas presenteia-nos com experiências únicas. Eles vivem lá. Eles sabem das coisas
Claro está que este desvio acabou por gerar um pouco de confusão no GPS e após várias voltas, em que volvíamos sempre ao mesmo lugar, era oficial que estávamos perdidos. Parámos numa loja de artesanato para perguntar como sair de La Fortuna rumo ao Tenorio Volcano National Park, mais conhecido pelo seu Rio Celeste. Esta paragem mostra bem a simpatia e interesse que este povo tem pela vida e pelas outras pessoas. Por isso o relatamos aqui.
Saí do carro e pós um perdon, Buenos Dias, questionei o senhor sobre como sair de La Fortuna rumo ao nosso destino. Este que rasgou um sorriso e respondeu: de onde é que a menina vem. De la Fortuna, respondo. Não, diz ele, de onde é que a menina vem? Caiu-me a ficha... estou na Costa Rica, aqui as pessoas conversam. Aqui as pessoas são pessoas, não números. Respondi, de Portugal.... e após alguns minutos de mais uma das muitas conversas tão mas tão agradáveis que se tem com as gentes deste País, lá passámos à parte da explicação e a um adeus caloroso, como se amigos de longa fossemos.
Mas isto não é um episódio singular. Acontece em qualquer lugar que pares. A comprar umas cervejas num bar. A por combustível. Nos diversos cafés onde parávamos para um cafezito ou lanche. Nesta fase já não havia qualquer dúvida que este era o povo mais simpático e simultaneamente culto que conhecemos.
A estrada que liga estes dois parques naturais é por si só um espectáculo que a natureza nos brinda.
O Rio Celeste é um daqueles lugares para visitar pelo menos uma vez na vida. A coloração da cascata e os Teñideros são simplesmente espectaculares. O intenso tom de azul das suas águas torna-o num dos rios mais belos do continente.
O rio é cristalino até determinado ponto e adquire o tom azul celeste num ponto específico denominado de Teñideros, isto na confluência dos rios Buena Vista e Roble.
A cor deriva de reacções químicas causadas pela mistura de gases sulfúricos com carbonato de cálcio, substâncias liberadas pelo vulcão Tenorio.
Lamento informar que para pleno usufruto deste Parque Natural uma boa preparação física é bastante importante, especialmente se o grande objectivo for a cascata.
Para chegar até à parte em que a água se torna azul celeste, é preciso percorrer um trilho pelo Tenorio Volcano National Park, onde fica este rio. De dificuldade moderada, esse trilho passa por uma densa floresta tropical, onde é possível ver macacos, pássaros e preguiças.... nós até vimos cobras. Aliás, foi o lugar onde mais vimos cobras...e sem guia
A imagem da cascata, cercada por vegetação, vista de um certo ponto da descida (miradouro intermédio), é uma daquelas imagens que fica para sempre plasmada na retina.
Última edição: