Acho que finalmente consegui perceber a questão da colocação de fotos por isso vou refazer alguns reports.
A viagem ao Egipto já andava na mente faz anos mas os programas (tão turisticos) que envolvem o Nilo não me agradavam muito. Por isso quando descobri um que incluia uma travessia pelos diversos (digo diversos porque são bastante diferentes uns dos outros) desertos não hesitei e segui viagem.
Dia 1 - Lisboa/Cairo
Viagem Lisboa/Cairo através da EgiptAir correu dentro da normalidade. Chegada ao Cairo, burocracias de entrada (as tretas do costume em Africa - preenche papeis para eles porem de lado e só olharem para o visto) foram bastante rapidas e por volta das 21h30 locais estávamos a caminho do Hotel.
Não foi dificil perceber o quão poluida e caotica é a cidade. Demorámos quase duas horas a chegar ao Cairo Marriot e abrir as janelas do carro estava fora de questão porque o cheiro a tubo de escape é brutal. Eram 22h30 e todas as lojas estavam abertas (mercearias, relogarias, lojas de roupa...) e os restaurantes só fechavam por volta das 03h00.
O Cairo Marriot é espectacular, as instalações são lindissimas (a parte central era um palácio), as camas espectaculares e servem comida 24h/dia. Um dos restaurantes termina os jantares às 04h00 que é à hora que começam a servir o pequeno almoço. Para quem nunca lá foi isto pode parecer irrelevante mas acreditem, que face aos horarios de muitos programas, isto é uma benção. Uns companheiros de viagem que estavam no Fairmont um dia ficaram sem jantar e noutro sem pequeno almoço.
Fomos jantar ao JW´s steakhouse onde servem o melhor Fillet Mignon que alguma vez comi. Fica a particularidade de ser o restaurante de luxo do Hotel onde todas as pessoas, com excepção feita a este casal de portugueses, estavam com traje de noite formal. Nós estavamos de T-shirt e todos despenteados acabadinhos de sair do avião mas fomos atendidos de uma forma soberba (ao contrario do que aconteceria no nosso país se entrassemos assim num restaurante desta categoria).
Dia 2 - Cairo/Oasis Bahareya
Desculpem-me os fãs do Egipto mas considero as piramides e a esfinge a maior desilusão de todas as minhas férias. Tirando o factor de como é que aquilo foi construido naquela época os monumentos não têm piadinha nenhuma. Das poucas coisas que mais vale ficarmos pelas fotos. Depois fomos visitar o "Museu do papiro" que mais não é do que uma loja onde explicam como se fazem os papiros e tentam vende-los a preços UUUUIIIIIIII. Após um regateio lá comprámos um porque os vendedores de rua são detestáveis.
Depois de uma manhã passada no Cairo seguimos para o deserto. Andámos, andámos, andámos e viamos nada, nada, nada. Ao final da tarde chegámos ao primeiro destino: O Forte dos Ingleses.
O Forte dos ingleses são ruinas de um forte militar usado pelos ingleses na segunda guerra mundial que ficam no topo de um monte onde se vê um por do sol fantastico.
Daqui seguimos para o "hotel". Jantar agradável mas os quartos...Dormi vestido, tomei banho de chinelos e as malas ficaram fechadas a noite toda com receio de levarmos algum emplastro o resto da viagem.
Dia 3 - Deserto Negro/Deserto Branco
Começava aqui verdadeiramente a experiencia do deserto.
Da parte da manhã visitámos algumas tumbas onde não se podia tirar fotos (nada que 10 libras egipcias não resolvessem), poços de agua enxofre que sai quente, a povoação de Bahareya.
Posteriormente seguimos para o deserto negro onde tivémos a primeira experiencia de caminhar no deserto e devo dizer que foram cerca de 30 minutos desgastantes. Apesar da paisagem ser fantastica cada passo é um sacrificio porque os pés afundam de uma maneira que nunca tinha visto.
O deserto negro tem este nome porque do meio da areia surgem montanhas de rocha preta. A "explicação" é que estão ali à tanto tempo que ficaram queimadas pelo sol.
Seguiu-se um almoço confeccionado pelo motorista do jeep que estava divinal. Devo é alertar que os almoços são feitos nuns locais de paragem definidos, onde ele utiliza a cozinha para nos preparar o almoço. Apesar da comida vir no jeep aconselho a não espreitarem a cozinha, mandei logo vir umas cervejas para ver se me esquecia. A cerveja tem um preço aceitável e a àgua é baratissima (cerca de 0,70€ por 1,5l) tendo em conta que estamos no meio do deserto.
Após este belo almoço lá seguimos viagem por estradas e dunas até ao deserto branco. Este local é maravilhoso, o nome vem de varias formações rochosas de cor branca que não só parecem ter diversas formas conhecidas (cogumelos, galinhas...) como em muitos locais ainda dá ideia que estamos na neve. O ideal será estarem neste local logo após o por do sol e antes de anoitecer que é quando o branco é mais nitido. Simplesmente espectacular.
A noite foi passada em tendas no meio do deserto com direito a mais um excelente jantar preparado pelo nosso motorista. Aqui está uma experiencia que aconselho vivamente, uma noite a acampar no deserto. Nem imaginava que o céu fosse tão estrelado e as rochas brancas no meio da areia tornam o local lindissimo. Os sons no deserto são tão diferentes do que estamos habituados e se tiverem sorte ainda conseguem ver raposas do deserto a vasculhar o acampamento à procura de comida. Escusado será dizer que quase não dormi porque não queria perder nem um momento. Só fui para a tenda por volta da 01h00 porque as temperaturas a rondar o zero estavam a começar a chegar aos ossos.
Dia 4 - Deserto Branco/ El Qsar
A manhã foi passada a percorrer o deserto de jeep. Passamos num poço de agua quente para lavar aos pés e do meio do nada apareceu um senhor a vender um chá fantastico. Mais um almoço confeccionado pelo motorista e partilhado com as centenas de moscas que estavam no sitio onde estávamos a comer.
Depois seguimos para El Qsar (O palácio) que é uma povoação-labirinto do seculo XII (acho eu). Bastante interessante onde se podem ver as influencias cristãs e muculmanas.
IMG]http://i1080.photobu...1317800x600.jpg[/IMG]
Dia 5 - El Kharga/ Luxor
Ultimo dia do deserto e tambem o da maior surpresa. Passámos no Templo de Hibis que estava fechado para restauro.
E depois: El Bagawat - povoação do tempo dos cristãos. Obviamente não foi o mais interessante que vimos mas foi claramente a grande surpresa. Existem n gravuras das historias que estão relatadas na Biblia.
Depois seguimos viagem para Luxor que seriam algumas seis horas em que só se via areia e mais areia e mais areia. Tivemos a experiencia daquele deserto que todos temos na mente, areia por todo o lado.
Finalmente chegámos a Luxor super cansados, com quilos de areia nas botas mas contentes.
Andar pelo deserto (e dormir numa tenda no meio do deserto) é uma experiencia fantastica. Em termos arqueologicos (principal motivo das visitas ao Egipto) não esperem coisas do outro mundo, mas apesar de não terem a espectacularidade do antigo Egipto mas bastante interessantes.
Continua...
A viagem ao Egipto já andava na mente faz anos mas os programas (tão turisticos) que envolvem o Nilo não me agradavam muito. Por isso quando descobri um que incluia uma travessia pelos diversos (digo diversos porque são bastante diferentes uns dos outros) desertos não hesitei e segui viagem.
Dia 1 - Lisboa/Cairo
Viagem Lisboa/Cairo através da EgiptAir correu dentro da normalidade. Chegada ao Cairo, burocracias de entrada (as tretas do costume em Africa - preenche papeis para eles porem de lado e só olharem para o visto) foram bastante rapidas e por volta das 21h30 locais estávamos a caminho do Hotel.
Não foi dificil perceber o quão poluida e caotica é a cidade. Demorámos quase duas horas a chegar ao Cairo Marriot e abrir as janelas do carro estava fora de questão porque o cheiro a tubo de escape é brutal. Eram 22h30 e todas as lojas estavam abertas (mercearias, relogarias, lojas de roupa...) e os restaurantes só fechavam por volta das 03h00.
O Cairo Marriot é espectacular, as instalações são lindissimas (a parte central era um palácio), as camas espectaculares e servem comida 24h/dia. Um dos restaurantes termina os jantares às 04h00 que é à hora que começam a servir o pequeno almoço. Para quem nunca lá foi isto pode parecer irrelevante mas acreditem, que face aos horarios de muitos programas, isto é uma benção. Uns companheiros de viagem que estavam no Fairmont um dia ficaram sem jantar e noutro sem pequeno almoço.
Fomos jantar ao JW´s steakhouse onde servem o melhor Fillet Mignon que alguma vez comi. Fica a particularidade de ser o restaurante de luxo do Hotel onde todas as pessoas, com excepção feita a este casal de portugueses, estavam com traje de noite formal. Nós estavamos de T-shirt e todos despenteados acabadinhos de sair do avião mas fomos atendidos de uma forma soberba (ao contrario do que aconteceria no nosso país se entrassemos assim num restaurante desta categoria).
Dia 2 - Cairo/Oasis Bahareya
Desculpem-me os fãs do Egipto mas considero as piramides e a esfinge a maior desilusão de todas as minhas férias. Tirando o factor de como é que aquilo foi construido naquela época os monumentos não têm piadinha nenhuma. Das poucas coisas que mais vale ficarmos pelas fotos. Depois fomos visitar o "Museu do papiro" que mais não é do que uma loja onde explicam como se fazem os papiros e tentam vende-los a preços UUUUIIIIIIII. Após um regateio lá comprámos um porque os vendedores de rua são detestáveis.
Depois de uma manhã passada no Cairo seguimos para o deserto. Andámos, andámos, andámos e viamos nada, nada, nada. Ao final da tarde chegámos ao primeiro destino: O Forte dos Ingleses.
O Forte dos ingleses são ruinas de um forte militar usado pelos ingleses na segunda guerra mundial que ficam no topo de um monte onde se vê um por do sol fantastico.
Daqui seguimos para o "hotel". Jantar agradável mas os quartos...Dormi vestido, tomei banho de chinelos e as malas ficaram fechadas a noite toda com receio de levarmos algum emplastro o resto da viagem.
Dia 3 - Deserto Negro/Deserto Branco
Começava aqui verdadeiramente a experiencia do deserto.
Da parte da manhã visitámos algumas tumbas onde não se podia tirar fotos (nada que 10 libras egipcias não resolvessem), poços de agua enxofre que sai quente, a povoação de Bahareya.
Posteriormente seguimos para o deserto negro onde tivémos a primeira experiencia de caminhar no deserto e devo dizer que foram cerca de 30 minutos desgastantes. Apesar da paisagem ser fantastica cada passo é um sacrificio porque os pés afundam de uma maneira que nunca tinha visto.
O deserto negro tem este nome porque do meio da areia surgem montanhas de rocha preta. A "explicação" é que estão ali à tanto tempo que ficaram queimadas pelo sol.
Seguiu-se um almoço confeccionado pelo motorista do jeep que estava divinal. Devo é alertar que os almoços são feitos nuns locais de paragem definidos, onde ele utiliza a cozinha para nos preparar o almoço. Apesar da comida vir no jeep aconselho a não espreitarem a cozinha, mandei logo vir umas cervejas para ver se me esquecia. A cerveja tem um preço aceitável e a àgua é baratissima (cerca de 0,70€ por 1,5l) tendo em conta que estamos no meio do deserto.
Após este belo almoço lá seguimos viagem por estradas e dunas até ao deserto branco. Este local é maravilhoso, o nome vem de varias formações rochosas de cor branca que não só parecem ter diversas formas conhecidas (cogumelos, galinhas...) como em muitos locais ainda dá ideia que estamos na neve. O ideal será estarem neste local logo após o por do sol e antes de anoitecer que é quando o branco é mais nitido. Simplesmente espectacular.
A noite foi passada em tendas no meio do deserto com direito a mais um excelente jantar preparado pelo nosso motorista. Aqui está uma experiencia que aconselho vivamente, uma noite a acampar no deserto. Nem imaginava que o céu fosse tão estrelado e as rochas brancas no meio da areia tornam o local lindissimo. Os sons no deserto são tão diferentes do que estamos habituados e se tiverem sorte ainda conseguem ver raposas do deserto a vasculhar o acampamento à procura de comida. Escusado será dizer que quase não dormi porque não queria perder nem um momento. Só fui para a tenda por volta da 01h00 porque as temperaturas a rondar o zero estavam a começar a chegar aos ossos.
Dia 4 - Deserto Branco/ El Qsar
A manhã foi passada a percorrer o deserto de jeep. Passamos num poço de agua quente para lavar aos pés e do meio do nada apareceu um senhor a vender um chá fantastico. Mais um almoço confeccionado pelo motorista e partilhado com as centenas de moscas que estavam no sitio onde estávamos a comer.
Depois seguimos para El Qsar (O palácio) que é uma povoação-labirinto do seculo XII (acho eu). Bastante interessante onde se podem ver as influencias cristãs e muculmanas.
IMG]http://i1080.photobu...1317800x600.jpg[/IMG]
Dia 5 - El Kharga/ Luxor
Ultimo dia do deserto e tambem o da maior surpresa. Passámos no Templo de Hibis que estava fechado para restauro.
E depois: El Bagawat - povoação do tempo dos cristãos. Obviamente não foi o mais interessante que vimos mas foi claramente a grande surpresa. Existem n gravuras das historias que estão relatadas na Biblia.
Depois seguimos viagem para Luxor que seriam algumas seis horas em que só se via areia e mais areia e mais areia. Tivemos a experiencia daquele deserto que todos temos na mente, areia por todo o lado.
Finalmente chegámos a Luxor super cansados, com quilos de areia nas botas mas contentes.
Andar pelo deserto (e dormir numa tenda no meio do deserto) é uma experiencia fantastica. Em termos arqueologicos (principal motivo das visitas ao Egipto) não esperem coisas do outro mundo, mas apesar de não terem a espectacularidade do antigo Egipto mas bastante interessantes.
Continua...
