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[Report] CUBA - Destino Tropicaliente

Cristina Sousa

Membro Conhecido

E como que por magia, a magnífica Cuba cabe na palma da minha mão! :)
Ou melhor, dentro do meu coração, mas não o consigo mostrar em fotos!
Cuba não se explica, sente-se, cheira-se, aprecia-se calmamente e entranha-se. Como se fosse algo que nos trespassa a pele e nada podemos fazer para o evitar.
Apesar de já lá ter estado duas vezes, não consegui evitar a terceira e seguramente não será a última. País caliente, não só pelo carinhoso povo, mas privilegiado também pelo clima. A mistura do ar quente, das chuvas tropicais, do mar calmo, da areia imaculadamente branca e das estradas poeirentas, dos clássicos e das carroças, do moderno e chic com o humilde, um país de contrastes, mas de gente boa, culta (muito culta), de sorriso nos lábios e palavra fácil. E da música, e dos puros, cheira a salsa por todo o lado e dança-se ao som de um bom cohiba ou guantanamera.
Cuba não é perfeita, se fosse, não ia gostar, ia ser uma chatice, um cliché, e eu não sou dada a clichés. Talvez por isso até hoje sempre preferi conhecer Havana a Londres, Trinidad a Nova Iorque ou Cienfuegos a Tóquio.

Apesar do regime, os tempos já evoluíram. É ver as cubanas de unhas de gel gigantes a teclar nos telemóveis; sim, em certas ruas de várias cidades, quando se vê um ajuntamento de pessoas com algo na mão é sinal que por perto há wi-fi e estão todos ligados à rede. :rolleyes:
Os cubanos também não são perfeitos! Falta ainda muito àquele povo. Apesar da educação gratuíta, da escolaridade obrigatória até ao 9º ano, apesar dos 5 ou 6 anos de faculdade, falta ainda absorver muitas regras básicas, de civismo, de boas maneiras, de respeito pelo próximo e pelo meio ambiente. Ah, o meio ambiente, já se vêm torres eólicas em vários locais, afinal há que aproveitar os recursos naturais! Assim como "plantações" de painéis solares, mau era, afinal um país com tantas horas de sol era desperdício apostar em rentabilizar o astro rei apenas no turismo de praia.
E o turismo, sim, é a principal aposta do país desde há mais de 20 anos e continuará a ser nos próximos 20. Devo dizer que desta vez, ou fui muito despachadinha, ou a parte burocrática funcionou muito melhor. Na chegada, entre controlo de passaporte, Rx e recolha de bagagem não devo ter demorado meia hora. No regresso, desde a recolha da mala na camioneta, check-in e Rx, escassos dez minutos chegaram e sobraram para chegar às "tiendas" do free shop na zona de embarque! :eek:

Sim, regressei a Portugal, mas contra a minha vontade :), passei dias magníficos entre areias brancas, mar azul, extensas plantações de cana de açucar, montes e vales, bermas de terra alaranjada e casarios emblemáticos. Lugares encantados que contam muitas histórias, fábricas, estádios de basebol (desporto nacional em Cuba), arenas de rodeos, casas de turismo, bodeguitas e tabernas, ruas e casa centenárias e músicos de rua.

Cuba é tudo isto! Não, não vi algas nem fui picada por mosquitos. Nem tudo o que vi é bom, vi muita coisa que não gostaria de ter visto, mas nem por isso Cuba é menos interessante ou apaixonante. Vi o bom e o menos bom, mas é disso que um país é feito. No dia em que conhecerem um país perfeito, prefiro estar a milhas, não serve para mim.
Apesar de ser um regresso a Cuba, não repeti nenhum lugar onde já havia estado e mesmo assim ainda me falta tanto pra conhecer......
Espero que com este report consigam vivenciar um pouquinho de um país que estará sempre e para sempre na palma da minha mão. Ou, como diz a letra da música: "Dime si hay otro lugar para dejar mi corazón..." :cool:

Cayo Coco
Quando se aproxima o verão, e o cansaço de um ano de trabalho já se faz notar, não há como não pensar em descansar uns dias numa praia de extensa areia branca, com um mar azul turquesa calmo e quentinho. Claro que a solução só podia passar pelas Caraíbas e não foi preciso pensar muito para ir parar a Cayo Coco. É um destino que tem tudo o que é preciso para uns dias descansados, tranquilos, de puro relax.

Nem vou falar muito da viagem, pois quer a ida quer o regresso foram tão tranquilos que nenhuma história há para contar! Quer dizer, tenho umas fotos ....... mas não sei se vão gostar.... :rolleyes:
Já na aproximação ao aeroporto...

O hotel que escolhi foi o Pestana Cayo Coco e considero ter sido uma boa surpresa, tendo em conta os relatos (já antigos) que fui lendo.
É um hotel 4*, nada de luxos, mas tem o básico e essencial para uns dias de férias tranquilos. Enquanto lá estive comemorou 4 anos!
Fui colocada numa habitação no último piso do bungalow 6, perto da piscina e do bufet, e por conseguinte, do loby. Não tenho grande coisa a apontar.
Roupa de cama limpa, toalhas no wc mudadas todos os dias, com as habituais habilidades artísticas das camareiras caribenhas.
Limpeza normal, deixam garrafa de água de 1,5l todos os dias.
No dia em que cheguei notei que o suporte do chuveiro estava solto e, com a pressão da água (sim, apesar de ser último piso, tinha água para dar e sobrar) o chuveiro deslocava-se e apontava à parede e tecto. No dia seguinte, falei com a camareira, expliquei-lhe e solicitei a devida reparação. Quando regressei da praia estava arranjado. Impecávél!



 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
O resort em si não é grande.
Com as pulseiras e as chaves, entregam uma planta do resort, que continha também algumas informações dos horários dos bares e restaurantes, levantamento das toalhas e checkin e checkout.
O horário do bar da praia está errado, pois abre às 10h e não às 9h. Quer dizer, abria sempre depois das 10h e fechava quase sempre antes das 17h. A partir das 16,30 já pouca coisa serviam e tinham muitos dos utensílios já arrumados. Para mim, é uma das falhas do hotel, já que muita gente chega à praia depois dessa hora e não tem um bar disponível. O que fazia que, muitos dos que estavam na praia, também de lá saíssem e fossem para a zona da piscina.
A entrada
A zona do lobby, com a recepção ao lado esquerdo. Pessoal simpático, e sempre disponível para ajudar com alguma informação que lhes seja solicitada.
Só exite internet - wi-fi - no lobby. Para obter ligação é necessário comprar um cartão que dá acesso durante 1h (seguida ou não), e que custa 1,50 CUC. É vendido num guichet ao lado da recepção e do banco.
A zona dos bares do lobby
Para mim, estes bares são o ponto mais fraco do hotel. É onde estão os funcionários menos simpáticos e em que a qualidade das bebidas, para mim, deixa muito a desejar. Quem espera encontrar bons mojitos ou piñas coladas bem decoradas, ao estilo da República, vai certamente sair desiludido. O outro factor que se nota é os canadianos a colocar a nota em cima do balcão. Sinceramente não havia necessidade, até porque, pelo que me apercebi, não só não são atendidos prioritariamente (mandavam sempre respeitar a fila), como não vi diferenças nas bebidas servidas.
A sala de espectáculos, mesmo ao lado
Relativamente aos espectáculos, estão dentro de um padrão médio nas caraíbas, o meu preferido foi sem dúvida o ballet ao domingo, mas não posso deixar de registar que têm um dia de rock "da pesada", com uma banda denominada Dharma e que dá um show! :D
Caminhando para a zona da piscina
Salão :rolleyes: de jogos
A zona da piscina
O kids club, local onde se levantam e trocam as toalhas entre as 9h e as 17h. No entanto, as toalhas não são lavadas no hotel, mas em Moron, o que significa que de manhã, raramente estavam disponíveis antes das 9,30h ou 10h.
O caminho para a praia, com o bar (fechado)
Antes do passadiço até à praia, existe uma outra cabana, onde um funcionário faz sumos naturais. O problema é que foram mais os dias em que estava fechada do que aberta... :confused:
O caminho para a zona dos desportos náuticos
Os jardins não são nada do outro mundo, mas vi em vários dias os jardineiros a cortar ramos, podar sebes, etc. Já se sabe que rega......só a da chuva, e tem chovido muito pouco! :p

Relativamente à alimentação, o bufet foi para mim uma surpresa. Não que não houvesse falhas, claro que há, aqui ou em qualquer outro hotel do mundo. Mas nada que pusesse em causa a escolha deste hotel. Nota de registo é a simpatia dos empregados, sempre com um sorriso, a cumprimentar, a perguntar se quer algo mais do que água, se quer que sirva já o café, se quer mais alguma coisa, a retirar rapidamente os pratos sujos (às vezes rápido demais), a repor os alimentos nas bancadas, a repor pratos e taças. E sem que aparentem fazer-se à gorjeta!
As mesas, quadradas, são todas postas com os 4 pratos e copos, sendo que se a mesa for ocupada por menos pessoas, de pronto retiram os excedentes.
As mesas têm individuais que são limpos com um pano entre a ocupação das mesas. Os guardanapos são de papel, mas também não esperava que no bufet fossem de pano.
Frequentemente se vê empregados a limpar as bancadas onde está a comida, que muitas das vezes é deixada cair pelos hóspedes, nas bordas. Assim como é frequente ver a senhora da limpeza a passar uma esfregona nas zonas em que há comida no chão.

Ao pequeno-almoço só em dois dias houve sumos naturais (feitos pelo mesmo funcionário que os fazia junto à praia). Havia sumos de máquina (muito doces), jarros com batidos (com leite) e jarros com água de frutos (basicamente era água a que juntavam pedaços de frutos, apenas para dar um ligeiro sabor).
O pão era variado, assim como os cereais (inclusive havia caixas pequeninas de corn flakes), havia iogurtes, bolinhos, fruta, panquecas e os tradicionais ovos mexidos, bacon, etc. Queijos, fiambre e manteiga e compotas também eram variados, ninguém poderia passar fome!
O leite e o café eram servidos pelos funcionários, sempre simpáticos e prestáveis. Também havia diversos tipos de chá, era só pedir água quente. :)

Ao almoço e jantar, utilizei sempre o bufet (excepto nos dias em que fui aos temáticos). Existia antes do passadiço para a praia uma zona de churrasco, onde à hora de almoço serviam essencialmente pizzas. Como não paguei o que paguei para comer pizzas :oops:, vinha sempre ao bufet.
Havia todos os dias sopa, que variava ao almoço e jantar. Comi algumas vezes e não me arrependi. Depende dos gostos de cada um.
Geralmente havia também muitas entradas, umas mais apelativas do que outras, não provei de tudo, mas provei o que quis e genericamente gostei. Dias houve em que havia bastante marisco, assim como dias houve em que o realce era dos queijos e enchidos.
Quanto ao conduto, havia as comidas já cozinhadas, gostei bastante de algumas, principalmente à base de peixe, assim como gostei do puré de abóbora :p, dos legumes cozidos e do tradicional arroz com feijão cubano! :rolleyes:
Para além da zona das massas, com cozinheiro no local, havia duas zonas de grelhados, uma de peixe e outra de carne, sempre com variedade de peixes e carnes para serem cozinhados na hora, ao gosto de cada um (com ou sem sal, pimenta, alho, manteiga).
Comi atum, salmão, bacalhau, sardinhas, perca e outras espécies cujo nome não me recordo, do mesmo modo que comi bife de boi, de frango, de porco, strogonof, mas também tinha fígado, por exemplo.
Relativamente às sobremesas, havia sempre várias espécies de bolos, bolinhos secos, gelatina, arroz doce, bem assim fruta - melancia, melão, goiaba, banana, manga, ananás, papaia...
E tinha os habituais gelados dos mais variados sabores.

O que poderei dizer do bufet? Que sem deslumbrar, cumpriu.
Não me posso queixar, tive sempre o que comer e nunca passei fome. Tive sempre oportunidade de escolher o que comer e considero a confecção razoável.
Se a alimentação era repetitiva? Há sempre coisas repetidas, mas não sei se posso considerar repetitiva. Se ao almoço comia perca ou atum, à noite poderia escolher salmão. Se ao meio dia comia bife de frango, à noite escolhia de vaca. Às vezes acho que as pessoas que se queixam de comida repetitiva são as mesmas que, numa estadia de uma semana, se num dia não houver manga, se queixam da falta da dita! Cada um tem os seus padrões, não sou muito esquisita, eu por mim, não tive razão de queixa. ;)
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Tive oportunidade de ir aos 3 restaurantes temáticos.
O Italiano, o Criolo e o Português. De todos, o que menos gostei foi do italiano, talvez não tivesse acertado na escolha do prato.
No restaurante italiano escolhi sopa de tomate e peixe à moda do mediterrâneo com legumes.
Para além da dose minúscula, não achei o peixe nada de especial. Os legumes tinham sabor diferente, pouco comi.

No restaurante criolo escolhi uma entrada de batata recheada e bife com cebolada. Estava muito bom. Realce para a entrada de banana frita, delícia!
A sobremesa foi bolo de chocolate.
No restaurante português comi caldo verde :D e bacalhau com natas. Não é bem a nossa receita (pelo menos a que estou habituada a ver por aqui), mas não desiludiu.
De notar que no Pestana, há cerca de 3 ou 4 meses trabalha um chef português, o Valentim, um simpático algarvio e que para além de incentivar a comida portuguesa no hotel, é o relações públicas do Pestana :D às segundas-feiras, no aeroporto, para receber os portugueses.

De notar que, na chegada, quando entregam as chaves do quarto, vem junto um convite, para um jantar especial no domingo seguinte, no restaurante português.
É um jantar só para os portugueses, sinal de que para o Pestana, estes turistas devem ter já um peso significativo no hotel. Não vou dar pormenores desse jantar :rolleyes:, apenas digo a quem ainda vai para Cayo Coco, que vá a esse jantar, não se irá arrepender. :)
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Ir a Cuba e ficar dentro de um resort é crime!
Não obstante as belíssimas praias, há que contactar com o povo e sair da zona de conforto.
Cuba é um destino seguro, não há que ter receio.

Para começar, saí do resort e a cerca de 200 metros, mesmo ao lado da entrada do Melia Jardines del Rey, tem a Plaza Los Flamencos.
É uma praça que tem uma discoteca, um bowling, um spa, uma loja de charutos, um restaurante e uma tienda. Confesso que pensei que seria mais movimentada, mas andava lá muito pouca gente e só a loja de charutos e a tienda estavam abertas. É também aí que fazem em alguns domingos espectáculos do grupo Legendarios del Guajirito. Era para ter ido no último domingo, mas o jantar português acabou tardíssimo e perdi a oportunidade. :(
Nesta praça tem 4 ou 5 barraquinhas de artesanato, mas que estavam fechadas quando lá fui, pois a feirinha encerra pelas 17h, de modo a que as pessoas possam apanhar o autocarro e ir para casa (recordo que em Cayo Coco não vive ninguém).

No regresso ao hotel, na rotunda, a placa indicativa da Playa Flamenco, de que falarei mais para a frente. :)
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Para conhecer a verdadeira Cuba, nada melhor do que fazerem-se à estrada e circular no meio dos cubanos.
Contratei excursão com um motorista/guia de Ciego de Ávila, o Frank, simpático e conhecedor da história de Cuba. É licenciado em engenharia electrotécnica mas há cerca de ano e meio dedicou-se ao turismo, onde, segundo diz, consegue auferir melhores rendimentos para proporcionar uma vida melhor à sua família. Faz transfers (incluindo dos Cayos para Havana e vice-versa), excursões e circuitos. Deixarei o contacto dele no tópico das excursões em Cuba.
Posto isto, havia que deixar Jardines del Rey, o arquipélago onde se situa a ilha de Cayo Coco, ligada à ilha principal por pedraplene e entrar na verdadeira Cuba!
Pelo caminho, a paisagem é lindíssima e vai-se diversificando. Ora explorações de gado, ora pastagens, ora plantações de cana de açucar, de tudo um pouco se vai vendo, com destaque para os mais diversos veículos.
É um encanto circular pelas estradas de Cuba, obviamente, desde que não se tenha pressa.... :rolleyes:
A primeira paragem foi em
Sancti Spíritus
E posso dizer que foi uma enorme surpresa! Linda! Colorida! Colonial! Bem preservada!
Fundada em 1514 como colónia espanhola nas margens do rio Yayabo, foi diversas vezes ao longo do tempo saqueada por piratas.
A Iglesia Parroquial Mayor del Espíritu Santo foi construída em 1522 e é monumento nacional desde 1978.
O Museu de Arte Colonial está instalado numa típica construção do séc. XIX, e alberga móveis e objectos decorativos de estilo colonial.
O Teatro Municipal é famoso pelas actuações do Coro de Claro, mundialmente conhecido.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
No centro fica o Parque Serafim Sánchez!
Bastante movimentado, tem edifícios de estilo colonial encantadores e bem conservados, pintados com fachadas coloridas, com lindíssimos candeeiros de ferro forjado.
Um desses belos edifícios é a Biblioteca.
Um citação de Fidel, na sua fachada...
Também a ladear o parque fica o Museu Provincial
E ainda o Cine Conrado Benítez
Caminhando para a rua mais comercial e movimentada, não falta o que admirar.
Belíssimos prédios pintados das mais variadas cores..
Estátuas por todo o lado
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Um dos símbolos da cidade é a Ponte Yayabo, com cinco arcos, sendo a única ponte de pedra com arcos existente em Cuba.
O rio Yayabo
Perto da ponte, vários murais grafitados.
Quem vai da ponte para o centro, encontra vários murais em paredes que rodeiam edifícios privados, que mostram vários aspectos da vida da cidade através de aplicação de azulejos, fragmentos de velharias e peças de máquinas.
Foi um excelente início de viagem e talvez a maior surpresa, pois não imaginava uma cidade com tanta vida e tão bela. :)
Almoçei no Taberna Yayabo, mesmo ao lado da ponte, com vista para o rio e o casario da outra margem.
Da parte da tarde, havia ainda muitos quilómetros para fazer.
 

Cristina Sousa

Membro Conhecido
Com Trinidad no horizonte, o caminho foi-se percorrendo ao som de música e muitas conversas. Dá para ver a Cuba profunda, que nada tem a ver com os resorts e as belas praias cheias de turistas.
Já não muito longe de Trinidad, a primeira paragem.
Manaca Iznaca - uma antiga fazenda de produção de cana de açucar situada em pleno Vale do Engenios (antigos engenhos de açucar). É um local repleto de história.
Este vale teve mais de 70 engenhos em funcionamento e as suas ruínas são um testemunho da época da escravatura, altura em que a indústria do açucar atingiu o seu auge.
Aqui viveram 350 escravos na década de quarenta do séc. XIX.
A casa senhorial foi preservada e hoje em dia funciona como restaurante.
É possível visitar um engenho, preservado até aos dias de hoje.
Emblemática é a torre com o sino. Tocava no início e no fim da jornada de trabalho, ao nascer e ao por do sol, mas também servia para vigiar os escravos.
Há muitas lendas sobre a origem da torre, a mais famosa (e original) diz que os dois irmãos, filhos do fazendeiro e barão do açucar - Aniceto Iznaca - estavam apaixonados pela mesma mulher. Para a conquistar, um dos irmãos construiu um poço com 28 metros de profundidade, enquanto o outro irmão construiu a torre, com 45 metros de altura. Diz-se, no entanto, que a amada não escolheu nenhum dos dois, tendo fugido com o padre... :rolleyes::oops:
É um local muito visitado por turistas que procuram conhecer a Cuba fora dos roteiros, daí haver alguns vendedores nas imediações.

Alguns quilómetros mais à frente, nova paragem, desta vez no Mirador de La Loma del Puerto - fica a escassos quilómetros de Trinidad e eleva-se a 190 metros acima do nível do mar.
É o melhor local para se avistar o Valle de Los Engenios, um extenso vale coberto de cana de açucar. É o centro açucareiro de Cuba.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
E eis que surge um dos destinos mais ansiados.
Trinidad de Cuba
Trinidad de Cuba é uma das cidades coloniais melhor preservadas. Foi um importante centro de comércio de escravos nos sécs. XVI e XVII, e de cana de açucar no séc. XVIII.
Trinidad fica no lado sul da ilha de Cuba, voltada ao mar das Caraíbas.
O seu centro histórico está porém carregado de turistas, sendo que, pelo que me foi dito, existem hoje em dia cerca de mil casas de alojamento local. :eek: :eek:
O primeiro local a ser visitado foi a Praça de Sant Ana, onde se encontra a respectiva igreja, nunca finalizada.
A praça tem um pequeno jardim no centro
E é rodeada de ruas de casas coloridas.
Até os seus habitantes contribuem para o colorido, como é o caso deste simpático senhor.

De seguida, uma rápida visita à familia Santander, famosa ceramista perto do centro, cujo artista foi amigo pessoal de Fidel Castro.
Pude constatar a vocação e habilidade do artista, que em escassos minutos produziu 3 ou 4 peças, prontas para ir ao forno.
O passo seguinte foi chegar ao centro.
A principal praça de Trinidad é a Plaza Mayor, no coração da zona histórica e onde se encontra a catedral, a Iglesia Parroquial de la Santíssima Trinidad.
Não pude visitar pois estava fechada.
Tal como o Palácio Cantero e o Museu Romantico (casa Brunet). :(
À volta da praça e ruas adjacentes, majestosos edifícios e mansões, albergam museus, casas de alojamento local e restaurantes.
Ao lado da catedral, a famosa escadaria que dá acesso no cimo a uma discoteca, e que à noite fica repleta de pessoas, e onde se realizam concertos de grupos musicais locais.
 

Cristina Sousa

Membro Conhecido
Fui então visitar o antigo Convento de São Francisco de Assis, onde actualmente está instalado o Museu Nacional de La Lucha contra Bandidos, que relata a batalha com os contra-revolucionários durante a década de 60.
A subida ao campanário é obrigatória e os 121 degraus escalam-se facilmente. A vista sobre o centro histórico e toda a região é magnifica.
Ao longe vê-se o mar
Para o outro lado, a "tormenta" que estava prestes a chegar...
Obrigatório também passar pela Bodeguita del Medio de Trinidad
E visitar a Canchanchara e provar a sua especialidade enquanto se ouve música ao vivo.
A famosa receita
Depois de provar, já sem atinar com o ponto de foco.. :rolleyes:
Depois da chuvada, foi passear pelas ruas e apreciar o quão preservado está o centro histórico.
Era hora de rumar ao hotel de modo a poder ainda dar um mergulho no verdadeiro mar das Caraíbas. :)
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
O hotel escolhido foi o Brisas Trinidad del Mar, na praia Ancon.
Não me vou alongar muito, até proque foi apenas por uma noite. O hotel está muito bem localizado e a água do mar é ainda mais quente que a do Cayo. Tinha tudo para ser um belo hotel, todo colorido tipicamente caribenho.
Contudo, os quartos são já bastante antigos e água quente .... só no mar.. ! :mad: Lençois e toalhas limpas e ar condicionado a funcionar. O bufet naquela dia era o caos completo. Mesas por limpar, falta de pratos, etc..., nem vale a pena descrever com pormenor certas coisas que vi. Pelo que me apercebi é um hotel que tem vindo a perder alguma qualidade. Para uma noite ou duas, no máximo, serve, mais do que isso não recomendo.
Depois de jantar era obrigatório voltar ao centro histórico para ver a animação da noite de Trinidad.
Só as ruas à volta da Plaza Mayor são mais ou menos iluminadas, tudo o que ficar mais afastado está pura e simplesmente às escuras.
Ao aproximar da praça nota-se mais movimento e muitas pessoas sentadas nas bermas dos passeios, de telemóvel na mão, aproveitando para se conectar com o mundo!
A escadaria que vi à tarde já estava interdita, e para se entrar é necessário pagar 1 CUC. Encontrar uma mesa num é fácil e virada ao palco muito menos.
Ao fim de largas dezenas de minutos, lá começou o show e era ver a escadaria repleta!
São as noites animadas de Trinidad. Despedi-me da cidade com a sensação de ter conhecido um local histórico e muito especial, mais um sonho tornado realidade. Quem sabe se um dia não volto lá para ver o que não consegui e constatar que o turismo massificado não deu cabo da genuinidade e da essência da cidade. :)
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
No dia seguinte, de manhãzinha, Trinidad ficou para trás e o caminho começou junto ao mar. Á medida que os quilómetros avançavam, montanhas e vales foram surgindo, sempre acompanhados de palavras de ordem.
Até que se avista
Cienfuegos
Embora numa provincia essencialmente agrícola, a cidade de Cienfuegos, fundada em 1514, é um importante centro industrial e um dos principais portos do país.
O primeiro local por onde passei foi o estádio de Basebol Elefante - este desporto é o principal de Cuba.
E de imediato o rumo foi Punta Gorda, no extremo do Prado, para ver o magnífico Palácio del Valle
É um edifício de vários estilos arquitectónicos, com predominancia para o árabe, rodeado de belos jardins.
Foi construído por um empresário espanhol no início do séc. XX, já foi um casino, museu, agora funciona no seu r/ch um restaurante.
Tem um interior rico, com colunas de mármore e tectos trabalhados.
Mas do seu alto, no terraço do 2º andar, as vistas não lhe ficam atrás.

Daqui tem-se uma vista privilegiada para a baía, para Rancho Luna, que é a zona balnear da cidade, a cerca de 20 kms e para um projecto abandonado de uma central nuclear cubana.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
O resto da manhã foi dedicado ao centro da cidade.
A vida gira à volta do Parque Marti, uma linda praça arborizada, com belos candeeiros de ferro forjado no meio das palmeiras e rodeado por magnifícos exemplares de arquitectura neoclássica, declarado monumento nacional desde Outubro de 1978.
A estátua de José Marti encontra-se no local onde a cidade foi fundada.
No centro, a Glorieta (o coreto)
Ao fundo o Arco do Triunfo tem no seu topo as armas da república.
Atrás, situa-se a Casa de La Cultura
No lado oposto, a Catedral da Imaculada Conceição
Na lateral, o imponente Teatro Tomás Terry
Ao lado, o Museu da cidade
E do lado oposto, a Casa de Gobierno
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Daqui o caminho foi seguir para o Boulevar, a calle San Fernando é uma das ruas pedonais mais movimentadas de Cienfuegos
Muitos vendedores ambulantes estacionam os seus carrinhos nas esquinas.
O Boulevar vai dar ao Passeo el Prado, onde se encontram mais motivos de interesse.
Numa das esquinas da San Fernando fica o belo hotel Union (bem localizado e com excelente aspecto por dentro)
E estava na hora de mudar de rumo.
O almoço foi no Club Cienfuegos, novamente em Punta Gorda, com vista para a marina.
 
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Cristina Sousa

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Da parte da tarde...
Santa Clara
Capital de Villa Clara, é a quinta maior cidade de Cuba e é mundialmente conhecida por aqui ter sido enterrado Che Guevara.
E, de facto, é o monumento que lhe foi erigido e onde se encontra também o seu mausoléu e o museu que domina a vista!
Imponente, aqui respira-se "revolucion" por todos os cantos.
A visita ao mausoléu e ao museu são gratuítas, mas não se pode entrar com nenhuns pertences nem fotografar ou filmar.
É despojada de tudo que observo o mural onde constam todos os 29 companheiros combatentes que morreram em 1967, e a chama eterna que ilumina a sala.
No museu, é contada a história da vida de Che através de fotos, diários, utensílios e roupas por si usados.
Che cursou medicina e exerceu-a também nas montanhas, enquanto guerrilheiro. Uma bata e um alicate tira-dentes são alguns dos objectos que podem ser vistos. Mas também uma máquina fotográfica que o acompanhava sempre.
Deveras interessante! :)
É claro que a presença do líder Fidel faz-se notar em todo o lado...
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
A vida da cidade faz-se em torno do centro histórico e do Parque Leoncio Vidal.
É aqui que se encontram os monumentos mais conhecidos de Santa Clara, como o Teatro La Claridad
O Museu de Artes Decorativas
Bem assim o Palácio Municipal
E o Hotel Santa Clara Libre, uma espécie de réplica do Habana Libre de Havana! Aqui foi travada uma batalha entre as tropas de Batista e os revolucionários, liderados por Che.
A estátua de Marta Abreu
Não muito longe, fica o Parque del Tren Blindado.
Evoca o comboio que transportava as tropas de Batista e que as forças revolucionárias assaltaram, sob o comando de Che.
Tal emboscada está retratada dentro dos vagões, por fotografias e artefactos.
E com a mensagem revolucionária bem presente, despedi-me de Santa Clara!

O último destino antes do regresso a Cayo Coco era
Remédios
Remédios fica literalmente no caminho para Cayo Santa Maria e ao longo dos cerca 40 quilómetros que o separam de Santa Clara, as nuvens negras foram-se adensando e a "tormenta" era uma questão de tempo! A menos de 15 minutos de Remédios, abateu-se uma tempestade de granizo, forte e persistente, não deixando ver para além de escassos metros.
A chegada a Remédios foi assim:
Posto isto:confused: não tenho muito o que contar da cidade. Sem poder sair do carro, nada mais havia a fazer do que seguir viagem. Já tenho um pretexto para regressar! :D
Ao fim de mais de uma hora e já a caminho de Cayo Coco, a tempestade foi amainando e parou. Quando avistei novamente Jardines del Rey, o sol já tinha regressado. :rolleyes:
Havia que aproveitar os dias de praia....
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
A praia...... :eek:
É verdade, ainda não tinha mostrado fotos da praia.... :eek::eek:
:D
Este é o grande motivo que me fez escolher Cayo Coco.
A praia do hotel é grande, com uma ligeira descida para o mar, embora do lado esquerdo tenha um "degrau" maior.
Praia de areia branca, fina, com algum coral, e um mar calmo, transparente, azul turquesa, quentinho! :)
Que mais se pode querer que dias de sol e calor?
Os dias no hotel foram passados entre a areia e a água, e longas caminhadas à beira-mar. Água do mais transparente que se pode imaginar...
Do lado esquerdo do hotel (quem está de frente para o mar), ficam mais adiante os hotéis Memories.
Vista a partir do Memories
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Depois disso, é só uma praia deserta, imensa, que forma algumas lagoas, de água baixinha, que podem ser atravessadas.
Por vezes encontram-se pescadores nesta zona, principalmente quando está maré cheia :rolleyes: (pfff) e também alguns cubanitos que querem ser fotografados... :D
A descoberta
A continuação da descoberta
Ir até ao infinito
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Quem vai para o lado direito, a partir do hotel, encontra logo a Praia Flamenco, uma praia pública, frequentada por cubanos.
Todos os dias pela manhãzinha, camionetas descarregavam centenas de pessoas, que se espalhavam pelo areal junto ao mar e, principalmente, dentro do mar, onde literalmente passavam o dia inteiro!
São essencialmente pessoas que vivem em aldeias de Moron e Ciego de Ávila, sem outra possibilidade de transporte que não o facultado pela comunidade, e que aproveitam as férias escolares para usufruir do bem maior daquele país - as belas praias e o fantástico sol!
Escusado será dizer que a algazarra é total, chegam a espetar guarda-sois dentro de água, em bancos de areia e confraternizam entre eles e também com turistas, pois estendem-se quer até à praia do hotel Pestana, quer à do hotel Melia Jardines del Rey, do outro lado.

Porém, não há bela sem senão.
Desde logo é uma sensação estranha quando, a meio da tarde, se começam a ouvir buzinadelas (das camionetas), chamando as pessoas para o regresso. Pois bem, aquela gente sai da água directamente para as camionetas!!! :eek: :eek:
Nem quero imaginar como é nos seus interiores ..... :oops::oops:
Por outro lado, ainda falta muito ao povo, apesar de ser um dos mais alfabetizados do mundo! Garrafas e latas de bebidas são deixadas todos os dias em pleno areal. :confused:
Não é admissível, não é decente, demonstra falta de civismo e de consciência. Certamente que o povo aprenderá por si só, mas até lá cumpre-nos também denunciar para que se possa melhorar.
Cuba é muito melhor do que isto! :)
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
A seguir à praia pública, caminhando para a direita, surge o hotel Melia Jardines del Rey, cuja praia se prolonga até uma pequena baía.
Existe uma parte (pequena) em que deixa de haver areia, que é retomada metros mais à frente, e que se estende até uma curva onde existe um rochedo no meio do mar. Não sendo possível a travessia por terra (para além da vegetação, existe um canal de água que teria de ser atravessado, com forte corrente), ela pode ser feita pelo meio do mar, já que a água é baixinha e quase parada! :cool:

A paisagem é lindíssima e proporciona uma relaxante caminhada.
A travessia
A caminhada na praia seguinte
O regresso
 
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