Finalmente ganhei coragem para começar a descrição do que foi uma grande e inesquecível viagem, na verdadeira ascensão da palavra! Numa viagem destas vê-se tudo, desde grandes cidades, cada uma com as suas características únicas, paisagens fantásticas e tão variadas como deserto e montanhas pintadas pela neve, planícies cobertas de cereais a verde até onde a vista alcança.
Em meados de 2007 surgiu a ideia no meu grupo de amigos, de fazer uma travessia de costa-a-costa nos Estados Unidos, com o objectivo principal de percorrer a Route 66. Apesar de nunca sequer ter pensado nisso a ideia agradou-me e com mais 3 amigos começamos a planear esta viagem. Uma das primeiras coisas a decidir era a data da viagem. Depois de ler algumas opiniões de quem percebe do assunto e, condicionados pelo facto de eu ainda não ter terminado o curso o que aconteceria, na pior das hipóteses em Setembro de 2008 (esperava eu), decidimo-nos pelo mês de Outubro de 2008. Um dos elementos que, a par de mim, participou mais activamente na organização da viagem consultou dezenas de sites, comprou 2 livros de viagens e um mapa “gigante” dos E.U.A.
Durante os meses que antecederam a viagem um dos elementos do grupo, que trabalha num banco, foi estando atento à variação do câmbio euro/dólar e, em Março ou Abril de 2008 sugeriu que trocássemos uma quantia, que decidimos seria 1000€. Acho que foi a melhor altura já que deu 1555$. Comprámos ainda a viagem Lisboa – Nova Yorke (Newark) com saída de Lisboa dia 3 de Outubro e chegada dia 26, por 550€, alugámos um carro que estaria à nossa espera no aeroporto por 635€ mais 500$ por deixarmos o carro em São Francisco e reservámos algumas dormidas. Dividindo por 4 deu praí 250€ a cada um. Dia 30 de Setembro de 2008, depois de algumas peripécias, muito estudo e pouco tempo para pensar mais na viagem, acabei o curso. Passados 3 dias e apenas algumas horas para fazer as malas, estávamos a levantar voo rumo a Nova Yorke.
Chegámos a Nova York a meio da tarde de dia 3, fizemos check-out e fomos buscar o carro, pq na 1ª noite fomos dormir a Washington. Quando vamos levantar o carro, o que estava lá à espera não era o que tínhamos reservado mas sim um similar (segundo eles), onde não cabiam as nossas malas!! Depois de alguma conversa, na impossibilidade de nos darem o que tínhamos escolhido, a responsável deu-nos, pelo mesmo preço, um de classe superior (uma Crysler Grand Voyager), onde todas as malas couberam sem grande problema e aí fomos nós para Washington.
Já era tarde quando conseguimos dar com Washington D.C. e o hostel (ou espelunca em que me estreei – apesar de não da melhor das formas – numa feliz relação com hostels por vários países) onde iríamos ficar instalados. Chegando lá, na movimentada rua de Adams Morgan, demos com o nariz na porta! O hostel fechava às 22 ou 23 e já passava da meia noite quando chegámos. Depois de muita insistência lá conseguimos arrancar (via telefone) o dono da cama, para que este nos fosse abrir a porta. Arrumámos as coisas e para festejar, fomos sair para alguns bares dessa rua que, apesar de não serem nada de fantástico deu para “relaxar” do longo dia que tinha ficado para trás.
No dia seguinte acordámos cedo e fomos até ao epicentro de Washington. Estacionámos perto do Lincoln Memorial, local onde começámos a nossa visita à cidade com as fotografias da praxe tanto ao Memorial, como para a magnífica vista em direcção ao lago e ao obelisco, de onde tantos e fantásticos discursos foram feitos, como o que teve como frase principal a que ficou gravada numa das pedras centrais ao cimo das escadas de acesso ao memorial.
Seguimos em direcção ao obelisco parando a seguir ao lago, no memorial à 2ª grande guerra, memorial esse que representa os 50 estados americanos em redor de uma fonte circular. Nesse dia havia excursões de ex-combatentes a esse local o que não deixou de ser marcante, pois dá para sentir a carga emocional e a importância que é dada aos conflitos em que os E.U.A. participaram. Nos Estados Unidos não há monumentos, há memoriais das guerras...
Passámos o obelisco (não há muito para dizer sobre ele, senão que é bastante imponente, mas que é para ser visto de longe), de onde aproveitámos para espreitar para a Casa Branca, a ver se o sr. Bush estava à janela e seguimos em direcção ao Capitólio.
Entre estes dois marcos da cidade, encontram-se localizados os museus mais importantes da cidade e talvez do país. Nós optámos por ir ao Museu Nacional do Ar e do Espaço, onde vimos algumas das cápsulas em que os primeiros homens a orbitar a Terra se “encaixavam”, aviões míticos da história Americana e se podia aprender algo mais sobre as viagens espaciais dos E.U.A. Saímos do museu e fomos até ao Capitólio que, à imagem das escolas primárias e algumas câmaras municipais do tempo do Salazar, é igual ao de Havana, St. Louis, Jefferson City e muitas outras cidades ou ex-colónias americanas.
Depois de parar um pouco para retemperar energias, fomos em direcção à Casa Branca. Neste percurso parámos para almoçar no Hard Rock Café e fomos ao Museu da espionagem, também ele interessante, mas cujo ponto alto se deu enquanto estávamos à espera para entrar, sentados a ouvir o senhor da foto seguinte a tocar maravilhosamente saxofone e a quem, segundo o próprio, trouxemos sorte, pois estava para se ir embora quando chegámos e na meia hora que lá estivemos, juntou uma boa quantia de dólares (e ainda bem)! A foto do homem com a bicicleta é apenas um pequeno exemplo do que são os Estados Unidos em época de campanha eleitoral (estivemos lá dias antes das 1as eleições a que Barack Obama concorreu e ganhou).
Chegámos à rua em frente à Casa Branca já de noite e não deu para chegar muito perto pois, como seria de esperar, a segurança é apertada nas suas imediações. Para terminar a visita e nos irmos preparar para a saída nocturna, passámos de novo junto do obelisco e do Lincoln Memorial, que ficam fantásticos com a iluminação nocturna.
Para começar a noite fomos jantar a um restaurante gourmet muito bom (algo raro na nossa viagem) mesmo em frente ao nosso hostel, e depois decidimos ir para a zona de Georgetown, o que foi uma ótima decisão, diga-se de passagem. Fomos a um bar, tipicamente estudantil, onde os rapazes se vestiam de fato e as raparigas de vestido, à semelhança dos filmes, a decoração era à base de motivos ligados ao remo e a bebida “oficial” era cerveja (em quantidades industriais). Essa noite teve alguns acontecimentos interessantes... Uma rapariga ficou muito admirada por eu e um dos meus amigos termos descoberto que, de entre 50 estados, ela era do estado de Alamamas e (depois de lhe termos dito que os nossos estados preferidos eram Alamamas e Massaxuxas) até perdeu uma boa meia hora a tentar explicar que não era Alamamas, mas sim Alabama!!
Ficámos também a saber que as moças de Nova Orleans se acham as brasileiras dos Estados Unidos (o que não convém contrariar) e que não reagem muito bem a "tampas"... Foi uma ótima noite, com grande ambiente e que acabou, com outras centenas de pessoas, pela rua à procura de comida.
No 3º dia iniciámos o que foi a parte “selvagem” e de contacto com a natureza da viagem (optámos por não visitar grandes cidades durante este período) que compreendeu o espaço entre Washington e Las Vegas e durou aproximadamente uma semana. Nesta fase fizemos ligações muito grandes o que, quando se está num lugar novo e com as paisagens que nós vimos, não é tão mau como se possa pensar. Para além disso, o facto de irmos de carro deu-nos a liberdade de parar nos pontos mais interessantes (na nossa perspectiva), fazer os desvios que achámos por bem fazer e estabelecer os nossos próprios horários.
Na manhã de dia 5 começámos o que foi o primeiro longo troço da viagem, com aproximadamente 800 kms. Saímos de Washington pela auto-estrada que passa mesmo ao lado do pentágono e fomos em direcção a Cincinnati. Parámos no “Wal-Mart” para comprar mantimentos para a viagem e seguimos até que, umas centenas de quilómetros depois, algo chamou a nossa atenção. Era uma feira típica (aqui seria uma festa da aldeia mas de dia), onde não podia faltar as barraquinhas de limonada, a banda de música Coutry, os famosíssimos Rednecks e, claro, o sherif.
Continuámos em direcção à nossa dormida, um motel de beira de estrada, daqueles que inspiram muitos realizadores às cenas de crimes mais escabrosas do cinema Norte Americano. No caminho vimos alguns cartazes com referência ao nosso candidato a senador preferido, vimos campos de cereais com as árvores na mudança de coloração típica do Outono e, claro, abastecemos a nossa carrinha, que de económica não tinha nada!
Em meados de 2007 surgiu a ideia no meu grupo de amigos, de fazer uma travessia de costa-a-costa nos Estados Unidos, com o objectivo principal de percorrer a Route 66. Apesar de nunca sequer ter pensado nisso a ideia agradou-me e com mais 3 amigos começamos a planear esta viagem. Uma das primeiras coisas a decidir era a data da viagem. Depois de ler algumas opiniões de quem percebe do assunto e, condicionados pelo facto de eu ainda não ter terminado o curso o que aconteceria, na pior das hipóteses em Setembro de 2008 (esperava eu), decidimo-nos pelo mês de Outubro de 2008. Um dos elementos que, a par de mim, participou mais activamente na organização da viagem consultou dezenas de sites, comprou 2 livros de viagens e um mapa “gigante” dos E.U.A.
Durante os meses que antecederam a viagem um dos elementos do grupo, que trabalha num banco, foi estando atento à variação do câmbio euro/dólar e, em Março ou Abril de 2008 sugeriu que trocássemos uma quantia, que decidimos seria 1000€. Acho que foi a melhor altura já que deu 1555$. Comprámos ainda a viagem Lisboa – Nova Yorke (Newark) com saída de Lisboa dia 3 de Outubro e chegada dia 26, por 550€, alugámos um carro que estaria à nossa espera no aeroporto por 635€ mais 500$ por deixarmos o carro em São Francisco e reservámos algumas dormidas. Dividindo por 4 deu praí 250€ a cada um. Dia 30 de Setembro de 2008, depois de algumas peripécias, muito estudo e pouco tempo para pensar mais na viagem, acabei o curso. Passados 3 dias e apenas algumas horas para fazer as malas, estávamos a levantar voo rumo a Nova Yorke.
Chegámos a Nova York a meio da tarde de dia 3, fizemos check-out e fomos buscar o carro, pq na 1ª noite fomos dormir a Washington. Quando vamos levantar o carro, o que estava lá à espera não era o que tínhamos reservado mas sim um similar (segundo eles), onde não cabiam as nossas malas!! Depois de alguma conversa, na impossibilidade de nos darem o que tínhamos escolhido, a responsável deu-nos, pelo mesmo preço, um de classe superior (uma Crysler Grand Voyager), onde todas as malas couberam sem grande problema e aí fomos nós para Washington.
Já era tarde quando conseguimos dar com Washington D.C. e o hostel (ou espelunca em que me estreei – apesar de não da melhor das formas – numa feliz relação com hostels por vários países) onde iríamos ficar instalados. Chegando lá, na movimentada rua de Adams Morgan, demos com o nariz na porta! O hostel fechava às 22 ou 23 e já passava da meia noite quando chegámos. Depois de muita insistência lá conseguimos arrancar (via telefone) o dono da cama, para que este nos fosse abrir a porta. Arrumámos as coisas e para festejar, fomos sair para alguns bares dessa rua que, apesar de não serem nada de fantástico deu para “relaxar” do longo dia que tinha ficado para trás.
No dia seguinte acordámos cedo e fomos até ao epicentro de Washington. Estacionámos perto do Lincoln Memorial, local onde começámos a nossa visita à cidade com as fotografias da praxe tanto ao Memorial, como para a magnífica vista em direcção ao lago e ao obelisco, de onde tantos e fantásticos discursos foram feitos, como o que teve como frase principal a que ficou gravada numa das pedras centrais ao cimo das escadas de acesso ao memorial.
Seguimos em direcção ao obelisco parando a seguir ao lago, no memorial à 2ª grande guerra, memorial esse que representa os 50 estados americanos em redor de uma fonte circular. Nesse dia havia excursões de ex-combatentes a esse local o que não deixou de ser marcante, pois dá para sentir a carga emocional e a importância que é dada aos conflitos em que os E.U.A. participaram. Nos Estados Unidos não há monumentos, há memoriais das guerras...
Passámos o obelisco (não há muito para dizer sobre ele, senão que é bastante imponente, mas que é para ser visto de longe), de onde aproveitámos para espreitar para a Casa Branca, a ver se o sr. Bush estava à janela e seguimos em direcção ao Capitólio.
Entre estes dois marcos da cidade, encontram-se localizados os museus mais importantes da cidade e talvez do país. Nós optámos por ir ao Museu Nacional do Ar e do Espaço, onde vimos algumas das cápsulas em que os primeiros homens a orbitar a Terra se “encaixavam”, aviões míticos da história Americana e se podia aprender algo mais sobre as viagens espaciais dos E.U.A. Saímos do museu e fomos até ao Capitólio que, à imagem das escolas primárias e algumas câmaras municipais do tempo do Salazar, é igual ao de Havana, St. Louis, Jefferson City e muitas outras cidades ou ex-colónias americanas.
Depois de parar um pouco para retemperar energias, fomos em direcção à Casa Branca. Neste percurso parámos para almoçar no Hard Rock Café e fomos ao Museu da espionagem, também ele interessante, mas cujo ponto alto se deu enquanto estávamos à espera para entrar, sentados a ouvir o senhor da foto seguinte a tocar maravilhosamente saxofone e a quem, segundo o próprio, trouxemos sorte, pois estava para se ir embora quando chegámos e na meia hora que lá estivemos, juntou uma boa quantia de dólares (e ainda bem)! A foto do homem com a bicicleta é apenas um pequeno exemplo do que são os Estados Unidos em época de campanha eleitoral (estivemos lá dias antes das 1as eleições a que Barack Obama concorreu e ganhou).
Chegámos à rua em frente à Casa Branca já de noite e não deu para chegar muito perto pois, como seria de esperar, a segurança é apertada nas suas imediações. Para terminar a visita e nos irmos preparar para a saída nocturna, passámos de novo junto do obelisco e do Lincoln Memorial, que ficam fantásticos com a iluminação nocturna.
Para começar a noite fomos jantar a um restaurante gourmet muito bom (algo raro na nossa viagem) mesmo em frente ao nosso hostel, e depois decidimos ir para a zona de Georgetown, o que foi uma ótima decisão, diga-se de passagem. Fomos a um bar, tipicamente estudantil, onde os rapazes se vestiam de fato e as raparigas de vestido, à semelhança dos filmes, a decoração era à base de motivos ligados ao remo e a bebida “oficial” era cerveja (em quantidades industriais). Essa noite teve alguns acontecimentos interessantes... Uma rapariga ficou muito admirada por eu e um dos meus amigos termos descoberto que, de entre 50 estados, ela era do estado de Alamamas e (depois de lhe termos dito que os nossos estados preferidos eram Alamamas e Massaxuxas) até perdeu uma boa meia hora a tentar explicar que não era Alamamas, mas sim Alabama!!
Ficámos também a saber que as moças de Nova Orleans se acham as brasileiras dos Estados Unidos (o que não convém contrariar) e que não reagem muito bem a "tampas"... Foi uma ótima noite, com grande ambiente e que acabou, com outras centenas de pessoas, pela rua à procura de comida.No 3º dia iniciámos o que foi a parte “selvagem” e de contacto com a natureza da viagem (optámos por não visitar grandes cidades durante este período) que compreendeu o espaço entre Washington e Las Vegas e durou aproximadamente uma semana. Nesta fase fizemos ligações muito grandes o que, quando se está num lugar novo e com as paisagens que nós vimos, não é tão mau como se possa pensar. Para além disso, o facto de irmos de carro deu-nos a liberdade de parar nos pontos mais interessantes (na nossa perspectiva), fazer os desvios que achámos por bem fazer e estabelecer os nossos próprios horários.
Na manhã de dia 5 começámos o que foi o primeiro longo troço da viagem, com aproximadamente 800 kms. Saímos de Washington pela auto-estrada que passa mesmo ao lado do pentágono e fomos em direcção a Cincinnati. Parámos no “Wal-Mart” para comprar mantimentos para a viagem e seguimos até que, umas centenas de quilómetros depois, algo chamou a nossa atenção. Era uma feira típica (aqui seria uma festa da aldeia mas de dia), onde não podia faltar as barraquinhas de limonada, a banda de música Coutry, os famosíssimos Rednecks e, claro, o sherif.
Continuámos em direcção à nossa dormida, um motel de beira de estrada, daqueles que inspiram muitos realizadores às cenas de crimes mais escabrosas do cinema Norte Americano. No caminho vimos alguns cartazes com referência ao nosso candidato a senador preferido, vimos campos de cereais com as árvores na mudança de coloração típica do Outono e, claro, abastecemos a nossa carrinha, que de económica não tinha nada!
