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[Report] Cáucaso (Geórgia, Arménia, Karabagh) - Junho 2017

David sf

Membro Conhecido
Com visita ao Museu da História de Nagorno Karabagh, uma visita guiada de uma hora pela História, heróis e tradições do país, enquanto o guia da excursão estava no MNE a tratar dos nossos vistos:







No museu havia uma secção dedicada aos monumentos arménios destruídos em territórios azeris e turcos:



A visita a Stepanakert terminou no castiço mercado da cidade:



À saída da cidade encontra-se o mais icónico monumento do país, conhecido como “We are the mountains” ou tatik-papik (avó-avô), representando a comunhão entre as pessoas e a montanha:




Saímos então de Stepanakert a caminho do Mosteiro de Gandzasar, no Norte do país:




O mosteiro estava a sofrer obras de remodelação e não difere muito de todos os restantes mosteiros visitados na Arménia:







A vista, um pouco prejudicada pelas nuvens:



No muro exterior do complexo existe a cápsula de um míssil lançado pelos azeris durante a guerra e que miraculosamente foi travado por um muro do século XIII:


 

David sf

Membro Conhecido
O almoço foi num excêntrico hotel próximo de Gandzasar:





À tarde deslocamo-nos para Tigranakert, antiga fortaleza fundada pelo rei arménio Tigran. Este local situa-se bastante próximo da linha da frente da guerra, numa zona plana típica do território azeri. Fica a cerca de 5km da cidade fantasma de Aghdam, onde não consegui convencer ninguém a ir.
A estrada para Tigranakert:



A estrada para Aghdam (o que deu para fotografar desde o vidro do autocarro:



Tigranakert hoje está muito artificializado, o edifício foi transformado em restaurante durante a ocupação azeri. Hoje alberga um museu arqueológico:







A vista desde o alto da fortaleza. A paisagem aqui parece-se muito com o Alentejo e até o cheiro é o mesmo:



Uma antiga Igreja no alto da montanha vista desde Tigranakert:



O local de escavações arqueológicas ao lado da fortaleza:



Já a caminho de Stepanakert, a antiga muralha que dividia o território arménio do território islâmico:




13 –TATEV
Após mais uma noite em Stepanakert, saímos logo de manhã da capital de Nagorno Karabagh de regresso à Arménia. Logo à saída de Stepanakert, a caminho de Shoushi, passa-se por um dos tanques que liderou o assalto a esta cidade no início da guerra, que agora serve de monumento à vitória das forças armenas:




Vista desde este ponto para Stepanakert (desde o vidro do autocarro), e que mostra o quão vulnerável estava a capital deste país quando Shoushi estava na posse dos azeris e o quão importante foi a sua conquista pelas forças armenas:



E a vista para a fortaleza de Shoushi, por onde se iniciou o assalto das forças armenas:

 

David sf

Membro Conhecido
Logo de seguida uma breve paragem em Shoushi, na moderna catedral de Ghazanchetsots, a principal desta cidade e que foi usada pelas forças azeris para esconder armamento, pois sabiam que os arménios não iriam bombardear a sua catedral:








O caminho de volta foi feito pelas mesmas estradas por onde tinha passado dois dias antes, mas desta vez sem nevoeiro. Perto da fronteira, ainda em Nagorno Karabagh, passa-se por uma nova cidade recentemente construída para albergar arménios refugiados da Síria, que fugiram à barbárie do Estado Islâmico:



O caminho até à próxima paragem é longo, mas a paisagem vai entretendo:





Um dos vários gasodutos que atravessam a estrada:



Atravessamento da cidade de Goris para abastecer:




Mais um rebanho enorme ao longo da estrada, este dividido em vários “pelotões”:




 

David sf

Membro Conhecido
A principal paragem do dia foi em Tatev, mosteiro dedicado ao apóstolo Tadeu. Até há uns anos atrás o acesso a Tatev era feito por uma estrada muito sinuosa e a viagem era demorada e um pouco complicado para autocarros turísticos. Mas em 2010 foi inaugurado o teleférico, o mais longo teleférico do mundo sem paragens (5700m percorridos a velocidade média de 37 km/h, que se sentem muito bem nas mudanças de declive) que reduziu a viagem para 10 minutos.








O mosteiro de Tatev é um dos mais interessantes e preservados complexos da Arménia.










É permitida a visita aos antigos quartos dos monges, com esta vista:



Após almoço em Tatev, regresso a Yerevan, com paragem numa adega a meio do caminho para degustação e vinho.





Passamos de novo pelo Monte Ararat, mas ainda não é hoje que ele está descoberto.
 

David sf

Membro Conhecido
14 – ECHMIADZIN

Para os dois últimos dias na Arménia restavam-me duas pequenas excursões a partir de Yerevan. A primeira seria a Echmiadzin, a sede da Igreja Arménia.
No entanto a primeira paragem é ainda dentro de Yerevan, em Matenadaran, museu que reúne milhares de manuscritos em arménio, a maior parte recolhidos de Igrejas que actualmente estão localizadas em territórios do Azerbaijão e da Turquia.
É necessário pagar um valor elevado para tirar fotos no seu interior, e eu optei por não o fazer. Ficam apenas fotos do exterior.




Após uma visita de uma hora seguimos para a cidade de Vagharshapat, onde se localiza o complexo de Echmiadzin, sede da Igreja Arménia. Mas antes de Echmiadzin paramos em outras duas igrejas, dedicadas a duas santas, Hripsime e Gayane, que no século III ajudaram a difundir o Cristianismo na Arménia. Tal como Nino na Geórgia, uma grande parte dos evangelizadores cristãos no Cáucaso foram mulheres.
Igreja de Santa Hripsime, onde decorria um casamento:







O túmulo da Santa Hripsime:



Igreja de Santa Gayane:








 

David sf

Membro Conhecido
Seguimos para o complexo de Echmiadzin, na minha opinião demasiado moderno e artificial. O interior da Igreja principal foi projectado por um arménio de origem persa, notando-se bastante a influência oriental:










O altar da Igreja foi construído no local que terá sido indicado por Deus a Gregório, o Iluminador no século IV:



Após o almoço, fazemos a última paragem nas ruínas de Zvartnots, enorme templo de influência clássica que foi destruído por um sismo no século X:









Estas ruínas ficam muito perto do aeroporto (que também se chama Zvartnots). Ao fundo o Ararat coberto por nuvens:



15 – GARNI e GEGHARD

No último dia na Arménia faço a excursão mais famosa desde Yerevan, ao templo clássico de Garni e ao templo arménio de Geghard, ambos localizados nos arredores de Yerevan. Era sábado, estava bom tempo e estavam ambos apinhados de visitantes.
O dia começa com uma novidade, foi preciso esperar pelo último dia na Arménia para o Ararat se apresentar totalmente limpo, com todo o seu esplendor:


 

David sf

Membro Conhecido
O templo de Garni é o único tempo de origem grega que se mantém nesta região. Manteve-se porque foi residência de uma família nobre durante vários séculos.






Tal como os outros templos, está muito bem localizado, com belas vistas para o vale onde existe um monumento geológico:





As antigas termas do complexo:




E o melhor estava guardado para o fim. Após visitar vários templos arménios foi preciso chegar ao último para ficar completamente surpreendido. Geghard, tal como todos os outros, situa-se num local naturalmente fabuloso, mas também o mosteiro é fabuloso. Provavelmente por ser o segundo mais antigo (após Echmiadzin) e por ser o que mais preservou o traço original, tudo aqui é místico e diferente. Até existe uma nascente de água no seu interior.
Pena que houvesse tanta gente, o que não permitia sentir todo o misticismo do lugar na sua plenitude.









 

David sf

Membro Conhecido







No regresso a Yerevan, paramos num local onde se fabrica o lavash, típico pão arménio, de forma tradicional:













16 - VIENA

Acordo às 2 da manhã (23h do dia anterior em Portugal) para apanhar o avião rumo a Viena, que sairia pouco depois das quatro e meia. A viagem até ao moderno aeroporto de Zvartnots dura cerca de 15 minutos de táxi e pouco depois das 3 da manhã já estou na sala de embarque, onde começam a chegar as más notícias do incêndio de Pedrógão Grande.

O voo da Austrian Airlines corre na perfeição e às 6 da manhã aterro em Viena. Tenho cerca de 10 horas para visitar esta cidade onde nunca havia estado, e aposto dedicar essas poucas horas ao centro da cidade e deixar os palácios e outras atracções nos arredores da cidade para uma próxima visita.

Visitar Viena às 7 da manhã de uma manhã fresca e soalheira é uma bênção. Seguem as fotos:





















 

David sf

Membro Conhecido




















O famoso Hotel Sacher, onde se vendem as não menos famosas Sacher Torte:







Uma chaminé de uma fábrica, com bastante estilo:







Mais fora do centro, um Augarten, estrutura construída pelos Nazis durante a II Guerra Mundial como bunker para a população da cidade:











Localizado num jardim bastante agradável:





 

David sf

Membro Conhecido
Visitei o Museu do Crime, onde se mostra a evolução do combate ao crime na cidade ao longo da sua História, mostrando cenas de crimes, armas usadas nesses mesmos crimes, notas falsas apreendidas, máquinas de jogo viciadas, pinturas eróticas retiradas de bordéis e até uma cabeça de um assassino:























Na ala mais recente, destaque para os atentados perpetrados contra diplomatas turcos por terroristas arménios:







Situado numa zona mais moderna da cidade, mas mesmo assim bastante cuidada:











O Danúbio:







Outro Augarten, já perto da estação central, onde apanhei o comboio para regressar ao aeroporto:







O voo de regresso correu como previsto, pontual e calmo. Espantou-me que a TAP tenha conseguido encher um A330 nesta rota.
 

Ricardo_7

Membro Conhecido
Olá :)

Muito obrigado por esta grande partilha! É sempre bom ver reports de locais não tão falados por aqui.

Boas viagens ;)
 

Mel C

Membro Conhecido
Estou a adorar estes reports, gosto imenso de ver locais menos visitados e fora dos roteiros turísticos habituais :) Este foi mais uma óptima surpresa!
 

Dsanto

Membro Conhecido
Sem dúvida uma viagem fora do comum! Obrigada pela partilha.
Também devo alguma curiosidade em visitar certos lugares a telenovelas que assisti na infância e adolescência, lugares que nos ficam na ideia e é ótimo quando conseguimos lá ir e concretizar sonhos cheios de nostalgia. Boas viagens!
 

PaulaCoelho

Membro Conhecido
Excelente report! :)

Ultimamente tenho visto algumas agências publicitarem o Cáucaso e as estradas de montanha e paisagens montanhosas como as que mostras em Gergeti, Noravank, Tatev ou Geghard sem dúvida que despertaram a minha curiosidade... muitas curvas e belas vistas! Também gostei muito desse passeio a David Gareja mas não tanto a parte das cobras!
Pela quantidade de rebanhos que apanhaste pelo caminho suponho que seja essa a base da alimentação na zona, não?
Parece que os portugueses deixam "rasto" pelo mundo inteiro... neste caso uma escultura da Joana Vasconcelos.

Gostei muito do relato, das fotos e desta aventura de locais não tão turísticos mas a meu ver muito interessantes ;)
 
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