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[Report] Budapeste – Crónica de 4 dias na Hungria bonita

Cristina Sousa

Membro Conhecido

Vou começar este report com um pouco de história: :rolleyes:

Os magiares, antepassados dos húngaros, migraram dos Urais e chegaram à zona de Budapeste no séc. IX. Mas na viragem do milénio, Santo Estêvão converteu os húngaros ao cristianismo. Foi o 1º Rei coroado e instituiu as bases do estado Húngaro.
No séc. XIII, os turcos invadiram a região e governaram Buda durante 150 anos. A libertação pelos cristãos levou à submissão aos Habsburgos.
Budapeste resulta da união de Buda e de Peste em 1837.
A seguir à 1º Guerra Mundial a monarquia foi deposta e a Hungria perdeu 2/3 do seu território. Numa tentativa de o recuperar, uniu-se à Alemanha na 2ª Grande Guerra. Budapeste foi invadida pelas tropas russas em 1945 e grande parte da cidade foi arrasada. À medida que o exército soviético se aproximava da cidade, todas as pontes do Danúbio foram destruídas! :(
Em 1990 o regime pró soviético acabou! E a Hungria transformou-se naquilo que é hoje, um país em constante modernização.



Informações úteis:


A) Fuso horário

+ 1h GMT – durante a estadia, mudou a hora de Inverno para a hora de Verão.


B) Moeda

A Hungria não pertence ao euro, pelo que continua a utilizar Florints (HUF).
A melhor maneira de cambiar dinheiro é nas casas de câmbio e no centro da cidade. Consegui cambiar 1€ a 308 e 311 HUF. Esqueçam o cambio no aeroporto, para terem uma ideia, o cambio lá é de 1€ = 244 HUF (na cidade, nas casas “Inter Change”, o cambio é parecido..).
Alternativa será também levantar nos multibancos, que existem espalhados um pouco por toda a cidade.


C) Voltagem

Não há diferença entre as tomadas usadas na Europa ocidental e na Hungria.
A voltagem é de 220v.


D) Aeroporto

Aeroporto Internacional Ferenc Liszt fica a cerca de 15 km da cidade.
Actualmente as principais companhias aéreas aterram no terminal 2.
Possui balcão de informações na chegada, junto à saída, onde também existem Multibanco, casas de câmbio, serviços de transfer, etc.


E) Transportes na cidade

A cidade é bem servida de transportes.
Os bilhetes são integrados, tanto servem para bus, metro ou eléctrico.
Um bilhete simples custa 350HUF e dá apenas para uma viagem.

A rede de autocarros (azuis) é boa e a circulação existe tanto do lado de Peste como de Buda, existindo linhas que fazem a ligação entre ambas as margens.

O metro também é bastante frequente e rápido. Destaque para a linha M1, a mais antiga da Europa. Existem 4 linhas de metro, e as três mais antigas cruzam-se na estação Deák Ter.


O eléctrico é também muito utilizado e com horários contínuos. Os “amarelos” são um óptimo meio de deslocação na cidade. O eléctrico 2 é famoso porque faz toda a linha marginal do Danúbio, do lado de Peste, permitindo excelentes vistas sobre Buda.


Existem ainda inúmeras empresas que fazem cruzeiros no Danúbio, permitindo ter uma vista diferente da cidade, a partir do rio.
A maioria tem os barcos atracados em Peste, na zona entre a ponte das Correntes e a ponte da Liberdade.


F) Os lavabos

Os toilettes existentes em várias zonas da cidade são pagos.
Também os que se encontram em algumas atracções turísticas, têm um custo.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
A Viagem
Esta viagem a Budapeste já era uma pretensão antiga, mas ainda não tinha surgido o momento.
Apesar de continuar a não haver voos directos, era chegada a altura de conhecer aquela que é conhecida como a Paris da Europa central.

O roteiro foi elaborado de modo a poder usufruir de 4 dias inteiros na Hungria, o que implicou despender mais dois dias, um para a ida, outro para o regresso, já que os horários dos voos e a conjugação das escalas não são fáceis.
Ponderadas várias opções de voos low cost, todas elas implicavam passar uma noite na cidade de escala, com o consequente aumento do custo e do tempo da viagem. Posto isso, a opção acabou por recair na Lufthansa (com escala em Frankfurt), cujos horários implicavam perder apenas uma manhã no dia da ida e uma tarde no dia do regresso, permitindo assim ainda aproveitar algo em ambos os dias.

O transfer foi feito com a empresa Latino Travel (http://visita-budapest.com), previamente contratado (falam e escrevem em português), tendo ainda contratado com eles uma excursão ao Danúbio, com direito a desconto pelo facto de ter contratado o transfer. Foram pontuais e simpáticos, recomendo.

O hotel escolhido foi o Sasone (Hotel SasOne | Egy 16 szobás, családias hangulatú szálloda a város szívében.), muito bem localizado, perto da zona Deák, a 100 metros da Basílica de Santo Estêvão e mesmo junto à praça Erzsébet e ao início da Avenida Andrassy. Ocupa o 1º andar de um prédio antigo, com um elevador do século passado.

No entanto, o quarto apesar de não ser grande, tinha razoável dimensão, era confortável, tinha ar condicionado e wi-fi, tv plasma e o wc tinha o indispensável, com um polibã bem funcional e toalheiros aquecidos.
O pequeno-almoço era razoável, apesar de não ter muita variedade, nomeadamente ao nível de pão e frutas. Mas acabou por ter uma boa relação qualidade/preço, pois de todas as pesquisas feitas, foi o mais em conta que consegui encontrar, e já com pequeno almoço, acabando ainda por revelar uma excelente localização, permitindo ir a pé a grande parte dos locais visitados.
 

Cristina Sousa

Membro Conhecido
Dia -1

O voo saiu do Porto a horas e aterrou em Frankfurt, já corriam as trágicas notícias de Bruxelas. Como se tratava de escala e não saí da zona de trânsito, não deu para ver o reforço das medidas policiais que consta também ali existiram no check-in. Mas na chegada a Budapeste, na zona de desembarque, era ver polícias por tudo que era lado, armados até aos dentes. E na saída da zona do aeroporto, alguns carros da polícia e dois tanques (sim, exército) vigiavam todos os movimentos!

O tempo estava meio enevoado e a viagem até ao centro da cidade demorou cerca de 25/30 minutos. As largas avenidas faziam adivinhar uma cidade grande, bem grande, ao contrário do que expectava. As fachadas de estilo clássico contrastam com prédios mais sóbrios, de estilo e influência soviética, ainda bastante presente em algumas zonas da cidade. As árvores ainda estão sem folhas, só troncos castanhos dominam o horizonte.

Já no centro, sempre do lado de Peste, o aparato policial era bem visível e perto das principais cadeias de hotéis e locais mais “sensíveis” como embaixadas, a vigilância era grande, com imensos carros e agentes. Não que sinta incómodo com tamanho aparato, bem pelo contrário, senti-me sempre segura durante todo o tempo que estive na cidade. São os sinais dos tempos, e temos de saber conviver com isso, não se afiguram no horizonte dias diferentes….

Eram cerca das 15,15h quando se avista o hotel.
Feito o check-in, deixada a bagagem no quarto, há que ambientar à cidade, pôr o gps interior a funcionar e apurar o sentido de orientação. :)
A 1ª tarefa é cambiar dinheiro e toca a localizar e visitar variadas casas de câmbio, aliás umas a seguir às outras na zona de Deák, com vista a conseguir o melhor cambio.
Com dinheiro no bolso, há que começar a gastá-lo, pois a barriga já dava horas.

Não foi difícil reconhecer e começar a caminhar na Vaci Utca.
A rua (pedestre) mais comercial de Budapeste é onde se localizam as lojas de marca internacionais - zara, douglas, mango, intimissi, c&a, Mcdonalds e todas as demais que venham à ideia. E todas elas ocupando belíssimos edifícios.

Aí também se podem encontrar imensos restaurantes e cafés, e foi numa transversal que comecei logo a prova do prato mais típico e tradicional da Hungria – o goulash. Uma sopa que mais não é do que uma espécie de carne guisada com batatas (tipo jardineira), bastante condimentada e um tanto ou quanto picante – haveria de constatar durante os dias seguintes que a paprika é uma instituição nacional!


Com o estômago recomposto, há que apreciar a agitação da rua, sem dúvida a mais movimentada da cidade, de dia e à noite (cuidado com as meninas mal intencionadas que por lá andam :rolleyes: ...).

Nessa mesma altura constatei que a orientação na cidade é muito fácil, tendo sempre como ponto de referência o rio Danúbio. O resto da tarde/noite deu para apreciar e passear na zona junto ao Danúbio, onde se localizam os principais hotéis (Four Seasons, Intercontinental, Marriot)

E admirar não só o lado de Buda, com o seu castelo altaneiro e imponente,
A ponte Széchenyi Lanchid

Mas também em Peste as muitas estátuas que vão aparecendo no caminho...
Como o pintor
A princesinha
A menina do cão
Shakespeare
E todas as que vão surgindo pelo caminho
Incluindo a "maquete" de Buda

E ainda deu para atravessar a ponte e ver o sol a pôr-se sobre o edifício do Parlamento!
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Dia 1

O programa planeado para a manhã centrava-se na margem oriental do Danúbio.

O dia amanheceu cinzento e estava um frio de rachar.
O caminho do hotel até ao rio faz-se pela Jozsef Attila e não demora mais do que escassos 5 minutos. Junto ao rio soprava um vento forte e à porta do Hotel Four Seasons (Palácio Gresham) o aparato e a confusão é grande. Polícia, seguranças, motoristas e numa breve vista de olhos pela fachada vêem-se as bandeiras da Hungria, de Marrocos e do Canadá. Gente “graúda” andaria por ali e a dezena de carros da polícia na praça Roosevelt confirmam a suspeita.
Este edifício, localizado mesmo em frente à ponte das Correntes, erigido em estilo secessão, é uma das mais belas peças arquitectónicas de Budapeste. Gresham foi o fundador da Bolsa de Valores de Londres e o autor da Lei de Gresham: dinheiro mal gerido afugenta a riqueza!

Ainda na Praça Roosevelt, merece destaque o edifício da Academia das Ciências Húngaras.

O caminho na marginal faz-se junto ao rio e em poucos metros se alcança o Memorial dos Sapatos!
É uma homenagem à memória das vítimas mortas a tiro para o Danúbio em 1944-1945, por militantes do partido húngaro que defendia os mesmos ideais que os nazis.
Dezenas de sapatos moldados à imagem dos sapatos dos anos 1940, como que acabados de tirar, encontram-se colocados na margem do Danúbio.
As pessoas assassinadas receberam ordens para tirar os sapatos antes de serem mortas. No memorial, dos autores Can Togay e Gyula Pauer, eles estão lá, uns grandes, outros mais pequenos, de homens, mulheres e crianças, dispostos de um modo que parecem mesmo acabados de tirar.
É impossível ficar indiferente ao local, com a imponente Buda a observar. O olhar perde-se no horizonte e o vento que se faz sentir impele a continuar a caminhada até ao Parlamento.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
O Parlamento é um edifício imponente, o maior edifício do país e tornou-se um símbolo de Budapeste. Construído em estilo neogótico, mas com traços barrocos, foi baseado no parlamento de Londres, e tem 268 metros de comprimento, 96 metros de altura e 691 salas.
A vista guiada em espanhol estava marcada para as 10,15h e o bilhete (15€ para nacionais da União europeia) tinha sido previamente adquirido via Internet (Parlamento Budapest).
Na bilheteira a fila era grande e na entrada para o controle de bagagem a confusão era muita.
Finalmente o início da visita...
A escadaria da entrada é imponente.
Os vários locais por onde se vai passando captam a atenção...
O ponto alto da visita é a sala abobadada, cujos pilares são adornados com figuras de alguns dos maiores governantes húngaros e com a sua imponente cúpula, onde não é de todo permitido fotografar. Cerca de 4 ou 5 seguranças vigiam todos os movimentos do grupo e ao menor sinal aproximam-se.
A Câmara dos Deputados é outro local fantástico, onde a decoração foi especialmente encomendada para este edifício.
Os próprios corredores e as demais salas são autênticos museus, onde se podem ver pormenores como os cinzeiros que os deputados tinham ao seu dispor nos intervalos das reuniões.


Finalizada a visita, tempo houve para apreciar a fachada do Museu Etnográfico, que alberga uma vasta colecção de trajes tradicionais de várias nacionalidades e de grupos étnicos húngaros.

E ainda o grande jardim, onde se destacam as estátuas e os memoriais.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Apesar da manhã já ir longa, a próxima visita era a Basílica de Santo Estêvão.
É uma igreja dedicada a Santo Estêvão, o primeiro rei católico húngaro e é a mais importante igreja da Hungria. A sua construção foi iniciada em 1851 e terminou apenas em 1905. A torre à esquerda na foto alberga um sino que pesa 9.144 kg, financiado pelos católicos alemães para substituir o sino original, que foi roubado.
A porta de entrada tem doze caras simbolizando os 12 apóstolos.
O seu interior é em forma de cruz grega.
A sua cúpula tem 96 metros de altura e é praticamente visível de qualquer ponto da cidade. Está decorada com mosaicos.
No centro do altar-mor há uma estátua de Santo Estêvão em mármore.
Destaque ainda para o órgão, uma preciosidade.

Na capela pode ver-se a relíquia da Hungria, a sagrada mão direita mumificada do rei.
(o reflexo dos vitrais no vidro estragam qualquer foto :( )
O interior da capela

A subida ao topo é paga (500 HUF) e pode-se ver a imensidão da cidade.
A torre do sino
A vista para Buda
A vista para o lado do Parlamento
A vista para a Avenida Andrassy
A vista para a colina Géllert e Ponte Elisabete
E a vista panorâmica :)

A fome já apertava e o almoço foi mesmo num restaurante na praça em frente à Basílica. Pena mesmo o tempo, continuava cinzento! :(
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Já de barriga cheia, o destino foi a Avenida Andrassy e a Ópera Nacional.
O bilhete adquirido (2990HUF -visita + 690HUF - mini-concerto + 500HUF - fotos) incluía a visita guiada em espanhol, o mini-concerto no final e a possibilidade de tirar fotos (sim, paga-se à parte).
(Com direito a pulseira tudo incluído :rolleyes:)
É de facto um edifício maravilhoso!
A Ópera, inaugurada em 1884, tinha como objectivo rivalizar principalmente com a Ópera de Viena. A sala de concertos é um exemplo de grandeza e opulência, com as suas colunas em mármore, os tectos cobertos com murais, os seus candelabros (o do salão principal pesa 3050 kg).
Os pormenores...
Destaque ainda para o camarote real.
Nas escadarias estavam estudantes a realizar trabalhos de desenho.
No final, o mini-concerto na escadaria.
Foi lindo, lindo, lindo, talvez o momento alto da visita a Budapeste! Recomendo a todos os que visitem a cidade! :)
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Mas o dia ainda não tinha acabado!

Regresso pela Andrassy até à praça e não consigo deixar de admirar as caixas de saneamento que vão surgindo no passeio, umas atrás das outras! Que obras de arte!
Uma vez adquiridos bilhetes na bilheteira do metro, há que ir na direcção do rio, ao lado da Ponte das Correntes, para apanhar o eléctrico 2, o amarelinho, até à estação da ponte da Liberdade (Fovam).

A ideia era ainda visitar o Mercado Municipal.
Saída da estação, ali estava ele, meio envergonhado no meio de outros prédios. A entrada é, obviamente, gratuíta.
Criado por Gustavo Eiffel (sim, o próprio :D ), foi construído em 1897 e é o maior mercado da cidade.
Na 2ª Guerra Mundial foi bastante danificado e em 1991 foi declarado em ruínas e fechado ao público. :(
Reabriu 3 anos mais tarde, completamente restaurado, e é hoje em dia um local emblemático da cidade, mesmo à saída da Ponte da Liberdade, e de visita obrigatória.
Do lado de dentro, e apesar da tarde já estar adiantada, era frequentado por muita gente, quer turistas, quer locais que aí faziam as suas compras.
O rés-do-chão tem essencialmente a parte de frutas, legumes e carne.
No 1º andar muitas lojas de roupa, souvenirs e alguns cafés e bares, onde tanto se pode beber um café como comer um goulash.
Uma panorâmica geral do mercado!
Sem dúvida um local que vale a pena conhecer. ;)

Saindo do mercado, um olhar sobre a Ponte da Liberdade, bela, toda trabalhada. Tem 333 metros de cumprimento e a sua estrutura é em ferro de cor verde. Foi construída entre 1894 e 1896 e é a 3ª ponte mais a sul das pontes públicas de Budapeste. Os seus dois pilares têm no cimo estátuas de bronze de Turul (uma espécie de falcão).
O sol já foi dormir e a noite começa a cair.
Está na hora de regressar à base e ver o que vai surgindo no caminho.
A praça Eszsébet já está iluminada e o reflexo das luzes no lago dá uma sensação de calmaria.
Um passeio pela praça e a feira dos produtos tradicionais tinha as barraquinhas todas abertas.
Ainda deu para provar os bolinhos de côco. :p
À noite, já deveras cansada de todo o percurso diurno, uma paragem para apreciar a beleza da Basílica de Santo Estêvão toda iluminada!
Depois de um dia tão longo quanto espectacular, estava na hora de descansar.
No dia seguinte um novo e excitante roteiro estava delineado. :)
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Dia 2

O segundo dia estava reservado a conhecer Buda.
O céu estava azul e sol raiava logo pela manhã. O caminho até à Ponte Széchenyi era curto. Estava em vento gelado, mas a paisagem fazia esquecer o tempo agreste.
Ali estava aquela que é conhecida como Pontes das Correntes (Széchenyi Lánchid) , a ponte pênsil que liga a Praça Roosevelt em Peste à Praça Adam Clark em Buda, inaugurada em 1849. Assente em dois enormes pilares, era considerada uma maravilha do mundo na época em que foi construída.
Foi a 1º ponte a ligar Buda e Peste, tem 375 metros de cumprimento e ainda é uma das mais longas pontes suspensas da Europa. Durante a 2ª Guerra Mundial, a ponte ficou bastante destruída e foi reconstruída e reaberta em 1949, ano do seu centenário.
Reza uma lenda que no dia da inauguração da Ponte, um miúdo ao observar as estátuas, disse: “Os leões não têm língua!”.
O arquitecto da ponte, muito constrangido, atirou-se ao Danúbio e nunca mais foi visto. Diz-se que as línguas estão lá, mas devido à posição em que olhamos para os leões, não é possível vê-las. :rolleyes:

Não confirmo nem desminto, mas que não as vi, não vi! :D

Saindo da ponte, e já na Praça Adam Clark, o objectivo era subir ao Castelo pelo Funicular.
Porém, o mesmo estava em obras! :(
Não sendo possível a subida por essa via, e não tendo a menor intenção de subir a pé, comprei bilhetes numa loja ali mesmo na praça e apanhei o autocarro 16. Decidi então sair já não na zona do Castelo, mas sim na outra zona mais afastada desse perímetro. Assim que vi uma praça toda catita, e bem localizada, toca a sair! :D Era a Praça da Porta de Viena, que deve o seu nome à porta da estrada que ligava Buda a Viena.


O bairro do Castelo compreende a zona do Castelo, do Bastião dos Pescadores, da Igreja Mathias e umas dezenas de ruas e ruelas, de miradouros, de praças e estátuas, sem dúvida o local mais pitoresco e preservado de Budapeste.
Depois de sair do autocarro, foi fácil circular a pé e apreciar o colorido das casas, quase sempre de um estilo mais medieval, e muito, muito bem conservado. Pertencem à antiga cidade murada de Buda, no período medieval, e hoje em dia o seu património está classificado pela Unesco.
Caminhando na direcção do castelo, o primeiro local que causa grande impacto é o Bastião dos Pescadores.
Este local deve o seu nome ao facto de, na idade média, ali se vender peixe.
Foi construído em 1895 para comemorar o aniversário da conquista magiar. Possui 7 torres em homenagem a 7 tribos magiares que fundaram a nação húngara.
Trata-se também de um fabuloso miradouro, a partir do qual se pode observar o lado de Peste.
A zona do Parlamento, essa imponente construção gótica,
A Ponte Széchenyi,
A Basílica de Santo Estêvão, que se destaca no meio do casario,
Enfim, é o primeiro grande suspiro do dia! :) :rolleyes:
Os pormenores do Bastião...
 
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Cristina Sousa

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Mesmo ao lado do Bastião dos Pescadores, fica a Igreja Mathias.
O seu telhado é composto por mosaicos policromos.
O bilhete para visitar a igreja custa 1.500 HUF.
A entrada para as visitas é feita pelo Portal de Santa Maria.
Construída entre 1255 e 1269, foi a principal igreja de Buda na época medieval. O seu nome é uma homenagem ao Rei Mathias, que lá se casou 2 vezes.
Da ornamentação do púlpito constam 4 padres da igreja e 4 evangelhos.
O seu interior
A Capela da Trindade onde se encontra o túmulo do Rei Bela III e de Ana de Chatillon.
As paredes são todas pintadas à mão.
O altar possui uma réplica da coroa húngara acima da estátua da Virgem Maria.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Acabada a visita, a ideia era caminhar pelas belas ruas de Buda na direcção do Castelo.
A praça da Santíssima Trindade, logo em frente à igreja, já está cheia de turistas.
Vão surgindo várias lojas ao longo do percurso, mas o que mais encanta são as placas/tabuletas das lojas e museus, simplesmente cheias de charme.
A antiga farmácia Águia Dourada, hoje em dia museu..
Os correios...
A meio do caminho uma paragem num mercado com produtos tradicionais e souvenirs.
Era quase meio dia quando se dá a chegada à praça onde fica o topo do funicular.
A multidão que já se via ao longe fazia prever que algo se passava, mas não fazia a menor ideia do que poderia ser. :rolleyes:
Mesmo em frente ao Palácio do Senador, um belo edifício neoclássico e actual residência do Presidente da República da Hungria.
Tinha comecado a parada para o render da guarda!!!! Mesmo a tempo! :D
Giríssimo, foi mesmo uma sorte. :p

Ao lado, a entrada ornamental para o Palácio Real.
O povo amontoa-se junto ao muro para poder captar a melhor foto, com uma paisagem deslumbrante em fundo!
Novamente com o Danúbio e Peste em pano de fundo, as escadas levam ao jardim e ao Castelo.
O Castelo não é um castelo convencional, com aposentos da realeza. Este enorme conjunto de edifícios abriga a Galeria Nacional Húngara, o Museu de História de Budapeste e a Biblioteca Nacional Szechenyi.
A cúpula do Palácio Real foi reconstruída após a 2 Guerra Mundial.
A estatua do príncipe Eugénio de Saboia comemora a vitória sobre os exércitos turcos.
Junto aos muros a paisagem tira novamente o fôlego.
Eis a bela Budapeste ali à vista!
A vista das pontes Elisabete e Liberdade.
A descida até ao rio é bastante rápida porque a barriga já dá horas. :oops:
O almoço é num restaurante perto da Ponte Széchenyi, todo anos 60', com discos colados no tecto e cartazes de concertos de bandas míticas nas paredes.
 
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Cristina Sousa

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O próximo destino era a colina Géllert. Para isso, devidamente munida de bilhete, há que apanhar o eléctrico 19 até à paragem do Hotel Gellért.
O sol vai alternando com as nuvens, mas o vento frio é permanente. O Hotel Gellért é um edifício imponente, que fica mesmo em frente à Ponte da Liberdade.
O Hotel Gellert, construido entre 1812-1818 em estilo secessão, é um hotel termal, com um complexo de banhos no seu interior.
Apreciada a fachada do hotel, sigo pela lateral e aí começa a subida do parque. A primeira paragem é logo num miradouro,
Ainda a poucos metros de altitude, mas onde se avista toda a beleza da Ponte da Liberdade.
Mesmo ali ao lado surge a entrada para a Igreja da Rocha.
Fundada em 1926, esta igreja com entrada por uma gruta sagrada, pertencia à Ordem dos Monges de São Paulo.
No interior da gruta há uma cópia da virgem negra de Czestochowa,
Uma igreja com um belo altar em granito
E a Capela de Santo Estêvão onde se podem ver esculturas de madeira.
Confesso que fiquei um bocadinho desiludida, não tinha esta visita no programa, mas optei por entrar pensando ser algo mais grandioso. É pequenina, vê -se rápido e não deslumbra.

A partir daqui só resta começar a longa subida até ao topo da colina, com várias paragens pelo caminho (escadas e mais escadas) para apreciar paisagem que vai surgindo por entre a vegetação.
A Ponte da Liberdade,
A Ponte Elisabete e a Ponte Széchenyi
O sul de Budapeste, com o Hotel Gellért em bom plano
A paisagem para norte.....
E finalmente o topo à vista :)
O Monumento da Libertação, com todo o seu esplendor :)
Este momonumento domina toda a cidade e foi colocado ali para comemorar a libertação de Budapeste pelo exército soviético em 1945.
A figura central é uma mulher que segura uma folha de palma.
As figuras que ladeiam a estátua principal...
 
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Cristina Sousa

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O regresso é bem mais fácil... :D
A descida até à Ponte da Liberdade é bem mais rápida que a subida e o frio que se sente, principalmente pelo vento que soprava forte, fez-se sentir ainda mais quando se atravessa a ponte.
Um chá retemperador no Anna Café, na praça Fóvam e o resto da tarde foi passado a percorrer toda a Váci Utca, aproveitando para comprar uns "recuerdos" e ver as montras coloridas.
As fachadas de alguns prédios chamam a atenção e prendem os olhos às estátuas e adornos.
Já na proximidade da praça perto do hotel, um magnífico prédio adornado com estatuetas...
As luzes já acenderam e nas praças o colorido das feirinhas traz um ambiente especial.
Depois do jantar, e apesar do frio enregelar o nariz, as mãos, e o vento incomodar os olhos, era obrigatório ir à margem do Danúbio. Quem vive numa cidade com rio sabe bem a atracção que ele proporciona, a beleza que é ver as luzes da cidade reflectidas na água.
O Danúbio estava sereno, especialmente belo aos meus olhos, e pude apreciar a vista de Buda, do Castelo
Da zona a norte do Castelo, com o Bastião dos Pescadores e a Igreja Mathias em destaque
E da mais bela ponte que cruza o rio.
E é embalada com a luz do Danúbio, que adormeço! :rolleyes::)
 
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Cristina Sousa

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Dia 3

Ao terceiro dia, o sol acordou a iluminar a cidade desde cedinho.
A primeira visita da manhã era a Grande Sinagoga de Budapeste, a maior da Europa.
A bilheteira só abria perto das dez, mas meia hora antes já havia fila.
A Grande Sinagoga foi construída em estilo bizantino-mourisco, tem 3 naves e pode acomodar 3.000 pessoas.
A fachada é em tijolo vermelho e beje, com frisos de cerâmica e duas belas torres.
Em 1944 foi criado um gueto em Peste e milhares de judeus foram para campos de concentração. Em 1945 o exército vermelho liberta o gueto, mas no total cerca de 600.000 judeus húngaros foram vítimas do holocausto.
Nas traseiras da Sinagoga, uma escultura de um salgueiro-chorão, inaugurada em 1991, homenageia os 600.000 húngaros mortos pelos nazis. Cada "folha" desta árvore tem inscrito um nome.
Vários memoriais
O cemitério
E um museu completam a visita.
 
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Cristina Sousa

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Acabada a visita à Sinagoga, já pouco restava da manhã e o tempo até à hora do almoço foi aproveitado para caminhar até à Avenida Andrassy, admirando cada fachada, cada porta, cada telhado.
Budapeste é um museu ao ar livre, repleta de edifícios bonitos (uns melhor conservados do que outros), cheios de histórias para contar.
A Avenida Andrassy é a avenida mais conhecida de Budapeste, e pode-se dizer que é, sem sombra de dúvida, a equivalente aos Campos Elísios de Paris. :D
Lojas e mais lojas, umas pegadas às outras, das mais variadas marcas e grifes, de grandes costureiros, de criadores, de relógios intemporais, todas elas como que a funcionar em autênticos "monumentos".
À medida que se avança pela avenida fora, parece que o seu tamanho vai aumentando, de tão grande que é. Vão surgindo pequenos jardins e praças, sempre com estátuas, de personagens ligadas à história do país.

O almoço é num restaurante perto da estação de metro Oktogon.
E é aqui em Oktogon onde, ao início da tarde, apanho o metro até à estação da Praça dos Heróis. Era para ter ido visitar a Casa do Terror, mas mudei de planos à última da hora. Decidi prescindir dessa visita para poder visitar com mais calma os próximos destinos!

A Praça do Heróis é uma praça gigantesca que fica no final da Andrassy, onde se destaca o Monumento do Milénio, com uma enorme estátua do Arcanjo S. Gabriel ao centro, segurando a coroa de Santo Estêvão e a cruz apostólica. Simboliza a conversão da Hungria ao cristianismo durante o reinado de Estêvão.
Na base da coluna vêem-se estátuas equestres do príncipe Arpad e dos 6 guerreiros magiares.
Em 1896 iniciaram-se as comemorações do milénio, um exemplo de orgulho nacional, mas o monumento só foi concluído em 1929.
A coluna está rodeada por duas colunatas curvas com figuras alegóricas. A guerra e a paz mais perto da coluna, o saber e a glória, trabalho e prosperidade nas extremidades.
No interior das colunatas encontram-se estátuas de líderes e políticos húngaros de renome.

De um lado da praça encontra-se o Museu de Belas-Artes, actualmente em obras,
E do outro lado o Palácio da Arte Mucsarnok, com uma lindíssima fachada neoclássica, que inclui um grande pórtico de seis colunas. É o maior espaço de exposições artísticas do país.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Mesmo ao lado da Praça dos Heróis fica o Parque da cidade (Varosliget), onde se destaca o Castelo Vajdahunyad, mesmo na extremidade do lago Varosliget.
O Castelo é um conjunto de edifícios que reflectem vários estilos arquitectónicos.
A entrada do Castelo....
Na secção barroca está instalado o museu da agricultura.
A capela Jak, que reproduz o portal de uma capela beneditina, representa o românico.
A Estátua do Desconhecido, de 1903, é um dos monumentos mais famosos de Budapeste.
Apesar de ser praticamente inverno (ainda :(), o parque é um local muito agradável para passear.

Ao lado do parque de diversões ficam os Banhos Széchenyi
A água é a mais quente e profunda de Budapeste. As nascentes são ricas em minerais, com propriedades curativas, recomendadas para tratar problemas musculares, ligamentos, sistema nervoso e reumatismo.
Ficam num edifício neobarroco construído entre 1909 e 1913.
O seu interior, com fachadas e tectos trabalhados é lindíssimo.
Tem várias piscinas ao ar livre, frequentadas durante todo o ano devido à elevada temperatura da água.
Só que quando lá cheguei, e encontrei a entrada para as visitas (mesmo em frente ao parque de diversões, e não do lado do parque), a última visita guiada do dia já tinha começado há mais de 30 minutos! :(
Tive de me contentar com as vistas através das janelas interiores, mas deu para ver o quão movimentadas são as piscinas exteriores, apesar dos poucos graus de temperatura que se faziam sentir... :rolleyes:
Prometi a mim mesma que numa próxima vista à cidade, reservo uma manhã ou uma tarde para fazer fisioterapia! :D
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
A não-visita às termas foi o pretexto que faltava (e o tempo, também) para aproveitar o que restava da tarde e fazer o (obrigatório) Cruzeiro no Danúbio! :D
Com o metro ali mesmo ao pé, a viagem até à estação Deák foi rápida, e dali até à marginal, perto da Ponte Elisabete, foram mais uns minutos.
Ainda deu tempo para passear um bocadinho e apreciar mais algumas pérolas...
Depois de indagar preços e "rotas" em vários vendedores que por ali se encontravam, decidi fazer um cruzeiro de uma hora, que ia até à Ilha Margarida, parava lá por 5 minutos, e regressava, fazendo o percurso até à Ponte da Liberdade e atracando novamente ao lado da Ponte Elisabete.
O bilhete custou 2.000 HUF (não chegou a 7€).
A vista a partir do rio é fantástica. :rolleyes:
A zona dos barcos de cruzeiro e onde se pode também jantar
A vista do Palácio Gresham (Hotel Four Seasons)
A Ponte Széchenyi
Os super barcos, enormes (fazem o trajecto entre Amesterdão e Budapeste, através de 3 grandes rios, Reno, Meno e Danúbio)....
A marginal de Peste
O Parlamento
A praça anexa ao Parlamento
A belíssima Ponte Margarida (Margaret)
A Ponte Margarida, situa-se a sul da Ilha e foi construída entre 1872 e 1876.
A Ilha Margarida
Com 2,5 km de comprimento, é a grande e principal área de lazer da cidade.
Deve o seu nome à princesa Magrit, que passou grande parte da sua vida num convento que aí existia, no séc. XIII.
A zona norte de Buda, a Praça Batthyány, com a bela Igreja de Santa Ana
A Igreja Calvinista
O Castelo de Buda
A Ponte Elisabete (Erzsébet)
Esta ponte suspensa tem este nome em homenagem à rainha Isabel da Áustria, imperatriz da Áustria-Hungria, assassinada em 1898. A original foi destruída no final da 2ª Guerra Mundial. Foi concluída em 1903.
E a Ponte da Liberdade, com o hotel Géllert em fundo
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Consolada e de alma cheia por ter vivido mais um belo dia, a conhecer e a descobrir esta linda cidade, depois de jantar voltei à zona do rio, desta vez para apreciar a vista da Ponte Elisabete à noite.
O vento tinha abrandado e a caminhada até à ponte é relativamente rápida.
Apreciar o contraste entre o branco das luzes da ponte com o dourado das luzes da cidade... :rolleyes:
Ver a Ponte da Liberdade do tabuleiro da Ponte Elisabete.....
Apreciar Buda e o seu Castelo......
Olhar para trás a ver a beleza rolar sobre carris....
Que melhor fim de dia se pode almejar? :)
 

Cristina Sousa

Membro Conhecido
Dia 4

O quarto dia estava reservado para a excursão à Curva do Danúbio. :rolleyes:
Uma carrinha recolhe as pessoas nos vários hotéis e leva-as até ao estacionamento situado junto à Ponte Széchenyi, onde se junta o grupo e se embarca em autocarro de turismo. Atravessa-se a ponte, segue-se pelo lado norte de Buda, passando (sem parar) pelos ruínas romanas, em direcção ao norte da Hungria.
Pelo caminho a paisagem é bucólica e muito agradável à vista. Não está sol, o dia está enevoado, mas segundo a guia, é um típico dia de primavera.
A cerca de 50 kms de Budapeste, avista-se a pista onde se realiza o campeonato de Motocross. :D
A primeira cidade a visitar é:

Esztergom
É a cidade mais sagrada da Hungria e a sede do arcebispado.
Santo Estêvão foi aqui baptizado e coroado 1* rei no dia de Natal em 1000 DC.
Mas antes da entrada na cidade, que fica mesmo na fronteira da Hungria com a Eslováquia, atravessa-se a ponte Maria Valéria e passa-se a fronteira, até à localidade de Stúvoro, de onde se tem uma vista fabulosa sobre a catedral.
Alguns minutos depois retorna-se à Hungria para visitar a catedral.
Esta catedral domina o horizonte. Foi construída no início do séc. XIX.
A entrada...
A capela funerária em mármore vermelha foi construída por artesãos florentinos no séc. XVI e para ali transportada quando a catedral foi construída.

A catedral é a maior igreja da Hungria e a 3ª maior da Europa, só sendo suplantada pela Basílica de S. Pedro em Roma e pela Abadia de Westminster em Londres.
 
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Cristina Sousa

Membro Conhecido
Por detrás de igreja, as vistas sobre a cidade e o Danúbio são lindas!
A Eslováquia está mesmo ali em frente.
Um passeio pelo jardim e o tempo voa!
Há que descer até ao parque de estacionamento para continuar a viagem.
Não sem antes admirar mais uns recantos....:rolleyes:
 
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