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[Report] Belize Maio de 2002

Leonorb

Moderador
Staff
Mais história que report... e as fotos muito velhinhas

Estive no Belize.... em Maio/2002. Foi uma aventura e uma fortuna!

Não havia, e penso que ainda não há, grande oferta de programas nas agências/operadores de viagens.

É um destino de eleição para quem gosta de mergulho.

Na altura acabou por ser uma agência que já não existe, a Escape Travel (especializada em destinos de mergulho) a salvar-me porque a Abreu a que recorri, não levou a sério a minha intenção de ir para este destino e fiquei +/- pendurada à ultima da hora; só tinha parte dos voos… uma confusão, mas já não me lembro bem.


Os voos foram uma eternidade. Fiz Lisboa – Paris e dormi num Ibis do aeroporto de Orly. Depois foi Paris – Huston, mudança de avião e Huston – Belize City. No regresso igual só que a rota para lá, até aos US, incluiu sobrevoar a Gronelândia e para cá já não.

No regresso fiquei 3 ou 4 noite em Paris.

No Belize, fiquei à chegada e à partida no Radisson Blue mesmo no centro da cidade que é a zona mais velha, com edifícios baixos e muitos de madeira e, na altura, muitos meio destruídos por causa de um furacão.


O centro da cidade não é lá muito confortável. É atravessado por um rio ou canal um bocado poluído… É o lado estranho da cidade. Estava cheio de “bob marly’s” com mau aspecto e via-se alguns senhores com um ar de máfia e que andavam armados (pistola no cinto).


Tem, também, a Wall Street lá do sítio. (O Belize era, ou é, uma offshore). Há também muitas ourivesarias; a parte da loja ao público é pequena mas todas têm uma parte traseira grande… muito estranho.

Mas pacifico, ninguém se metia com ninguém, ainda que tenha apanhado um sustozito.


O hotel tinha bom ambiente e muito animado. O Belize é muito frequentado por americanos que vão em negócios, turismo, investigação científica e também tem excursões de alunos. Estes três últimos grupos vão depois para os atóis, tal como eu fui.


A parte “nova” da cidade era completamente diferente mas menos animada, aparentemente, mas só passei por lá de carro. Tinha um hotel grande e recente.


Belize city

Nesta foto vê-se que a rua/estrada foi feita na zona de um cemitério e ficaram umas campas no eixo das duas vias (?!) em jeito de separador
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Leonorb

Moderador
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Fui depois para um atol frente a Dangriga. Fui de carrinha até Dangriga onde dormi no Pelican Beach uma noite e depois barco até ao atol que já não me lembro o nome.

No barco ia um grupo de investigadores, de algo ligado ao mar, que ficou em outro atol creio que integrado na reserva marinha; a ida acabou por ser um excelente passeio por entre atóis onde não se podia ir a terra.


No atol, havia uns buglaows meio dentro de água e um edifício de madeira, não muito grande, com quartos, sala de refeições, área comum, etc., que foi onde fiquei. Os quartos eram para várias pessoas (beliches) mas como reservei individual deram-me um só para mim (lol); ainda fiquei uma ou duas noites num bungalow enquanto o quarto vagava. O conceito era obrigatoriamente eco. As casas de banho tinham uma sanita com depósito que funcionava com uma espécie de húmus que se deita após cada utilização. A água, já não me lembro bem, mas creio que era dessalinizada.

Só os bungalows tinham ar condicionado.

Creio que havia outro alojamento no atol e um bar mas nunca fui lá.

As praias eram divinais; sombra de coqueiros, areia fina e branca, água quentinha, transparente, cheia de peixes… O por do sol no pontão fantástico, com os pelicanos à pesca…

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Leonorb

Moderador
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Entretanto, como o quarto não tinha ar condicionado, o controle nocturo de mosquitos foi complicado e, depois de um severo ataque, fiz uma alergia mais ou menos grave. Acabei por pedir para voltar para o hotel em Dangriga onde fiquei alguns dias. Também me aborreci porque entretanto chegou ao atol uma excursão de alunos (US) do secundário. Parecia que estava num filme americano, daqueles passados na escola e com baile de finalistas.

O hotel do atol e o de Dangriga pertenciam ao mesmo. Na altura não era aconselháveis grandes banhos mesmo frente ao hotel, também já não me lembro porquê.

Fiz uns passeios. Já não me lembro o nome dos locais, mas fui à net ver o hotel que ainda existe e o mais certo é ter ido aos mesmos locais que ainda oferecem. Claro que o que está hoje na net sobre o hotel não tem nada a ver com o da altura. Está bem melhor.

Fui ao mercado de rua próximo a Dangriga com o funcionário do hotel (fomos às compras, lol), fui ver os Maias e fui para a floresta, estes últimos passeios organizados pelos serviços do hotel.

A população “original” do Belize é Maia e existem alguns templos. Não sei se no México é assim, mas ainda havia, ou há, pequenas comunidades com tradições herdadas dos Maias e cujas pessoas mantêm a fisionomia, explicação dada, e de facto lembro-me de uma zona rural para o interior, num dos passeios, onde achei as pessoas diferentes.

A população do Belize, do que me apercebi, é muito Afro-Americana. Afro dos escravos, Americana por opção e influência cultural. Também há muitos “mestiços”, passo a expressão. Aquelas pessoas do campo não eram nada disto.

Também achei curioso, na cidade, o comportamento social das pessoas: os jovens eram muito americanos – basquetebol, coca-cola e hamburgers e só falam inglês (aliás no Belize falam inglês); os de meia-idade, muito british, um pouco nariz empinado (Belize foi uma colónia inglesa após o domínio espanhol); os velhinhos, muito “escravos”, com postura subserviente e dobravam-se um pouco para cumprimentar ou agradecer. Muito curioso.

Outra curiosidade é que no Belize todos os credos são permitidos. Há imensas religiões e quase todas proporcionam escola às crianças. A regra principal é: todas as crianças têm obrigatoriamente de ir à escola, onde não interessa. Se as crianças não forem à escola, os pais têm sérios problemas com a justiça. Sendo a população pobre, estas escolas das diferentes religiões são um sucesso. Pelo menos entendi assim a questão.

Voltando aos passeios. A ida ao templo Maia foi mais o passeio que o templo; vi-o mais ou menos de longe. Não me recordo porquê.

A ida à floresta foi um dia em cheio. No hotel prepararam um cesto com piquenique e águas e lá fui sozinha com o guia. Ainda se andava uns quilómetros de carro até lá. Uma vez na floresta foi andar a pé pelos trilhos e rezar para que não aparecesse nenhum bichinho simpático.

O animal de estimação por lá é o Jaguar; normalmente dormem durante o dia, excepto se forem incomodados ou estiverem com mau feitio.

Só depois do guia me mostrar o estrago no tronco de uma árvore feito pelas garras de um, é que tomei nota dos trilhos por onde andava e da necessidade de rezar. Mas valeu a pena. Vi muitas aves que nunca tinha visto, tarântulas (são muito simpáticas e gostam de festas nos dedos), uma espécie de rãs do tamanho da unha do polegar, mais uns insetos estranhos… e tomei um banho excelente, num lago junto a uma cascata pequena e que me tirou a “urticaria” da alergia…

Julgo que estas ofertas de visitas ainda estavam muito no início e eram feitas de forma rudimentar. Em relação à floresta, tinham acabado de começar. O guia era um amante do local e conhecia-o bem. Foi convidado para ser guia na reserva e estava felicíssimo por ir ser pago para fazer o que fazia antes por hobbie.


Pontão hotel em Dangriga e fim do dia
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Leonorb

Moderador
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Entretanto cansei-me de Dangriga e quis voltar para o hotel em Belize City. Paguei a diferença e lá fui eu. Fui muito bem recebida de novo no hotel. O bar era muito animado e frequentado por hóspedes e locais. Estava sempre em festa e não se distinguiam bem os funcionários dos clientes, só mesmo pela farda. Foi a principal actividade dos últimos três dias.

No atol e em Dangriga estava com pensão completa. Em Belize, passei a estar. No atol a comida era muito má, de resto não, em Dangriga era mesmo muito boa.

Na época a zona mais turística e com mais condições eram os Cayos (e ainda hoje creio que é) mais próximos da cidade de Belize, mas como a divulgação era muito vocacionada para mergulho, inventei. Com a confusão que arranjei, acabei por não ir ao buraco Azul.

Já não sei quanto custou esta viagem, mas pensei na altura que, com o mesmo dinheiro, tinha ido 10 dias para a Polinésia que era um destino super caro, mas que faz parte da minha ambição.

Agora que estive a rever, apetecia-me ir lá….
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E foi assim a falta de juizo
 
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ploferreira

Administrador
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Olá @Leonorb,

Fantástico report de um destino não muito falado por aqui, a praia tem muito bom aspecto.

Obrigado por continuar a enriquecer o nosso portal ;)
 

roller

Membro Conhecido
Parabéns! Óptimo report embora com alguma idade mas é sempre um bom ponto de partida para construir novas aventuras.
 

Bee

Membro Conhecido
Olá @Leonorb

Que excelente relato. Achei esta parte especialmente deliciosa...
O animal de estimação por lá é o Jaguar; normalmente dormem durante o dia, excepto se forem incomodados ou estiverem com mau feitio.

Só depois do guia me mostrar o estrago no tronco de uma árvore feito pelas garras de um, é que tomei nota dos trilhos por onde andava e da necessidade de rezar.
Muito bom!! :D
 

Ricardo_7

Membro Conhecido
Olá,

Muito obrigado pela partilha :) É sempre bom ver locais não tão partilhados por aqui ;)

Boas viagens :D
 

Leonorb

Moderador
Staff
Obrigada!:D:D
Lembro-me bem desta viagem. Foi um filme!
Na altura ainda não havia muito o hábito de ir à net tirar informações e também não havia tanta informação disponivel como há hoje. Fui quase às escuras.
A escolha do destino começou numa bricadeira no trabalho a própósito de offshores por causa de qualquer notícia na TV, e a Volta ao Mundo publicou algo sobre o Belize. Julgo que era num suplemento dedicado só a ilhas que durou varias edições. Explosivo.

Mas esqueci-me no report do pormenor do quarto no Radisson. Deram-me um quarto de não fumadores. Por lá já havia algumas restrições ao fumo em alguns lugares. Reclamei e passaram-me para uma suite no último andar (a única, aliás). Pena não ter fotos.
Enorme, cama king, chão e casa de banho de mármore verde-jade....:D:D:D Não faço a minima porquê, mas devem ter achado que havia engano na reserva $$$$. Quando voltei fiquei lá na mesma.:D:D

@Ricardo_7
Ver mal... pelas fotos:rolleyes::rolleyes:
 
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PauloNev

Moderador Honorário
Staff
Muito obrigado pela partilha.
Um destino pouco ou nada falado por aqui.
Pelo que tenho visto, as coisas já estão mais evoluídas, mas os Americanos continuam a gostar muito de ir para lá.
Boas viagens ;)
 

Deni

Membro Conhecido
Boa noite @Leonorb
realmente ir até ao Belize há 16 anos atrás, onde a informação não seria tão difundida como a que temos agora, não é de certeza muito comum... :D
Essas fotografias com as máquinas e os telemóveis que temos agora, eram um mimo para a vista...
Que pena que não teve possibilidade de ir até ao Blue hole...
Obrigada pelo report. Precisamos de descrições destes destinos ainda pouco conhecidos. :)
 

RicardoGil

Membro Conhecido
Olá @Leonorb :)
Sempre partilhaste a aventura chamada Belize :cool:
Sinceramente, acho este report uma enorme mais-valia para o 'Portal'. Em primeiro lugar, a forma como descreveste a viagem - com alguns episódios bem curiosos :D - que dão um carácter único ao que lemos. Em segundo lugar, mesmo sendo mais antigas, adorei as fotografias :)
Na tua opinião, o que terá mudado em 16 anos? Gostavas de lá voltar, ou preferes conhecer novos lugares? Deve ter sido uma experiência e tanto... ;)
 

Leonorb

Moderador
Staff
@RicardoGil
Olá
Gostava de voltar, mas os €€€ fazem pensar que também gostava de ir a lugares que não conheço. Sempre o mesmo problema.
Penso que agora estão mais organizados como destino turistico. Na altura já o era, mas muito dirigido para mergulho e talvez para uma camada de turismo mais "exclusivo" e as melhores ofertas (qualidade) nos cayos mais próximos e a norte da cidade de Belize. O cayo ambergris era já na altura o que tinha mais oferta... mas cara. Agora há boas ofertas também a sul - Placência, por exemplo. Claro que é opinião formada pelo que está disponivel na net. Mais hoteis, mais circuitos...
Os voos agora já se devem conseguir a melhores preços. Na altura não havia ainda tantas low cost. Ainda assim deve ser uma boa % do custo total da viagem.
De notar que se voltasse não arriscaria ainda as guesthouse... pelo menos sem referências de quem tenha estado nas potênciais eleitas.
Talvez um dia que pense ir ver os Maias opte por um circuito que inclua o Belize
 
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