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[Report]-Barcelona e Cruzeiro Pullmantour Mediterrano Ocidental: Maio de 2018

petrus

Membro Ativo
Olá Comunidade,

Venho partilhar convosco um pouco das nossas últimas férias que incluíram um fim de semana em Barcelona e um cruzeiro Pullmantour Mediterrano Ocidental, conhecido por “5 Maravillas del Mediterráneo”.

Naturalmente que cada um vive e sente as férias à sua maneira e bebe de forma diferente o que as viagens têm para lhe oferecer, sendo que os cruzeiros têm a aliciante adicional, para nós, de a própria viagem já ser também parte do destino… que acabam por ser vários sem necessidade de andar a refazer malas, voos, transferes…

Preparação:

Foi tudo marcado com alguma antecedência (cerca de 3 meses), aproveitando uma promoção que surgiu para este cruzeiro no site da Logi…, embora a aquisição do mesmo possa também ser feito em qualquer agência de viagens (nós comprámos na Abre…) ou no próprio site da empresa de cruzeiros… maio parece-nos um bom mês: ainda não está muito calor, é fora da época alta, os dias são grandes e como fomos apenas os dois não há problemas com férias escolares ou dificuldade em gerir férias com colegas de trabalho…

Uma vez reservado o cruzeiro tratámos directamente das viagens (fomos na nossa companhia de bandeira por uma questão simpatia e preço já que tinha umas milhas para gastar). Quem sai do Porto tem mais sorte já que a Ryan… voa para lá directamente. Da capital não há muitas opções em termos de voos directos.

O hotel, para duas noites, não foi nada de luxuoso (um singelo 3 estrelas) e tinha que obedecer a vários critérios: central (no nosso caso Paralel, que fica perto do Porto, das ramblas…), ter pequeno-almoço (não sei sair à rua em jejum) e ter transportes públicos (metro mesmo à porta).

Como o embarque no cruzeiro é feito na segunda-feira, a opção foi passar o fim de semana em Barcelona e assim fazer mais um destino numa só viagem e rentabilizar mais o tempo e o dinheiro…

Viagem:

Não há muito a destacar. Ambos os voos foram perfeitamente normais e sem grandes atrasos. A nossa companhia continua a ser mediana, mas faz-nos sentir em casa e um lanchito sempre com sabor ao nosso país é agradável. Nas duas viagens o voo ia praticamente lotados e a maioria não eram portugueses, estamos mesmo na moda e ainda bem! Para variar, as malas não sofreram nada de especial. Pela negativa, a companhia fez uma mala pequena (habitualmente de cabine) ir para o porão, embora não tenha cobrado por isso (mal era)!

Para as deslocações de e para o aeroporto existe uma miríade de opções, em função do tempo, dos custos, da vontade de cada um, do espírito de aventura… nós optámos pela opção mais simples e menos onerosa: comprar uma caderneta T10, ir do terminal T1 para o T2, apanhar o comboio, depois o metro (linha T3) e chegar ao destino. É uma solução mais demorada (cerca de 1 hora) mais baratíssima: pouco mais de 1 euro, por pessoa. Toda a informação aqui. Está excelente este site: como sair do aeroporto de Barcelona | passaporte BCN

O resto do tempo andámos a pé (muito e confirmado pela modernice tecnológica que conta os nossos passos no telemóvel) e de metro. Para quem tem pouco tempo ou vontade de caminhar o bus turístico é uma opção e existem dois trajectos diferentes, mas não usámos.

A estação de metro mais perto do porto é Drassanes. Dá para ir a pé até ao molhe de embarque (neste caso era o B), mas é muito longe e com malas atrás ainda pior! Ali ao pé e por detrás do edifício da “Duana” está o PortBus (autocarro azul) que passa os dias a fazer o trajeto e custa 3 euros por pessoa (4 para ida e volta, desde que no mesmo dia, que não era o caso).

O que ver em Barcelona:

O delírio de Gaudi tem muito para ver! Naturalmente que 2 dias se tornam insuficientes, mas já dá para ficar com uma panorâmica geral e desfrutar um bocado, com a certeza que muito ficou para descobrir. Diria que o ideal serão uns 4 dias. Menciono apenas alguns que considero obrigatórios:

Sagrada Família: magnífica! As imagens não fazem jus ao que realmente é! Percebe-se ser o monumento mais visitado de Espanha e estar ainda inacabado. Se quiserem entrar façam um favor a vós mesmos: comprem os bilhetes antes! As filas são grandes e pode já nem haver bilhetes! Subir ou não às torres é uma opção de cada um. Não se esqueçam de ir à cripta (entrada livre, mas atenção aos horários que no dia que fomos fechava às 14:30) e ao museu. Estava muito nublado pelo que os efeitos de luz podiam ser ainda mais grandiosos. Supostamente fica terminada em meados da próxima década.

Ramblas: uma loucura de animação e de gente! Para fazer com calma e incluir o mercado da boquería, um saltinho ao bairro gótico (ao lado), à Plaza de Catalunya, à antiga catedral…

Parque Guell: mais um delírio de Gaudi que vale bem a pena. Dantes era todo gratuito, mas agora não. Vão andar muito, mas vale a pena e não se esqueçam de ir ao miradouro. A parte central é paga e mais ainda se quiserem incluir o museu. Ali a 2 passos está a experiência de Gaudi a 4 D que impressiona, mas também é paga!

La Pedrera: mais um clássico da cidade. A vista exterior já impressiona, mas o interior muito mais! Não tinha quase fila para bilhetes, mas os preços são salgados, também! Aproveitem e percorram o Passeig de Gracia para se sentirem pobres (eu senti)…

Muito ficou para ver, mas o tempo não deu para mais! Faltou o parque de diversões, Montjuic, a casa Batló, o parlamento, a praia, o museu de Picasso, Montserrat e tanto, tanto, mais!

Última nota: a segurança já viu melhores dias e até presenciamos uma fuga após roubo. Algum cuidado é recomendável. Aparte isso, é uma cidade com tanto para ver e desfrutar, com boa comida, ambiente descontraído… mas os custos são um pouco mais elevados que cá, sobretudo para as entradas nas principais atracções da cidade. Se quiserem ir visitar mesmo muita coisa facilmente “torram” 200 euros por pessoa! Fica ao critério de cada um!

Gaudi e Eu:

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Pedrera:


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Vitral:

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Cruzeiro:

Vamos agora ao que era o principal objectivo da nossa viagem: o cruzeiro pelo mediterrâneo ocidental. Depois de sair do PortBus fomos para as filas para tratar de entregar as malas, cartão de embarque. Se o fizeram NÃO esquecer de fazer o check-in online antes. Vão poupar muito tempo! Nós em meia hora estávamos no barco depois de todas as formalidades. Houve quem levasse duas horas!

Sovereign: O barco em si não é o supra-sumo. Já sabíamos ao que íamos e também o que pagámos, mas assumo que foi uma agradável surpresa (foi apenas o nosso segundo cruzeiro). Tudo limpinho e organizado e o barco como foi “revisto” há cerca de 2 anos está a brilhar e aquelas tonalidades e materiais dourados dão-lhe um toque mais clássico de que gostámos muito! Além disso como não é muito grande (menos de 3.000 passageiros e não ia cheio) não há tanto aquela noção de caixote gigante!

Vida a bordo: é bastante descontraída e existe restaurante a bordo livre em que não somos “obrigados” às restrições de horas, mesas… a comida é razoável, a tripulação muito simpática e afável, as habitações limpinhas e razoáveis (ficamos no piso mais baixo por opção de custos e menos oscilação e a escotilha dava luz natural suficiente. Tem boa animação, várias zonas de lazer (incluindo disco), bares, casino, lojas para compras… está lá tudo. Todos os dias colocam na cabina o diário de bordo e ficamos sempre a saber tudo o que vai acontecer, incluindo as referências à noite de gala, cores de roupa preferenciais por cada noite… existe uma série de estratégias para nos fazer gastar dinheiro (fotos, excursões, casino, bingo…), mas fica ao critério de cada um e não são chatos. O TI tem restrições, mas podem fazer update… pagando!

Passageiros: diria que 70% são espanhóis, 10% portugueses e os restantes 20% de tudo: França, Inglaterra, Alemanha, Brasil, Turquia, Argentina… uma verdadeira babel! Curiosamente (ou não) a faixa etária média era bastante elevada, embora existissem pessoas jovens e até crianças.

Excursões: este é um aspecto importante (fundamental, para nós). Há 3 forma de as fazer: pela pullmantour (solução mais cara, mas mais cómoda, com desembarque primeiro, mais segura, várias opções de visita); por livre (sem qualquer tipo de assistência, gira e barata, mas que se pode tornar mais complicada, nomeadamente em locais onde há entradas com filas de espera) e exige um controlo apertado do tempo), por agências alternativas (a nossa opção, neste caso pela shore2sho…, mas há outras). Escolham de acordo com a vossa preferência e podem tomar a decisão, no caso de escolherem as organizadas pelo barco, decidir apenas lá. Para o último dia têm a opção de transfer para o aeroporto e até mesmo uma visita guiada à cidade, antes de vos deixar no local combinado.

Novo Capitão

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Vista do barco sobre Barcelona

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petrus

Membro Ativo
Continuação:

Escalas do navio:

Chegada a altura da essência do cruzeiro! Por opção, nas duas últimas escalas fomos sem excursão e por nossa conta, mas nas 3 primeiras optámos por comprar previamente as excursões por comodidade, entradas, gosto pessoal…

Nápoles e Pompeia: conhecer a cidade sepultada pelas cinzas do vulcão era um desejo antigo e agora concretizado. Rápida panorâmica á cidade e rumo a Pompeia. Filas para entrar enormes, mas a agência tinha tudo tratado e é só entrar e aproveitar a partilha da guia pelos fones. Não vimos nem metade que aquilo é enorme! No final optámos por ainda uma pequena visita ao museu. Regresso no autocarro e como tínhamos tempo ainda fomos dar uma vista de olhos por Nápoles, fazer algumas compras e só depois voltar ao navio. Não se morre por não almoçar um dia e no topo do navio há comida (grelhados, saladas… toda a tarde). Um dia a voltar, iria a Capri onde se vai facilmente sozinho.

Civitavecchia: porto para aceder a Roma que fica bem longe e é gigante. Por fé e opção pessoal escolhemos visitar os museus do Vaticano, a capela Sistina (senti-me esmagado) e basílica. As filas de entradas eram para horas. Não ter bilhetes é um crime! Fica a ideia de voltar por nossa conta um dia com calma para ir ao coliseu e tantas outras coisas que ficaram por ver ou foram vistas apenas a partir do autocarro!

Pisa e Florença: Mais uma vez é tudo feito um bocado em regime de corrida porque o tempo é curto, mas as distâncias não! Em Pisa não chegámos a subir a nenhum monumento, mas os mais conhecidos estão todos juntos, com destaque para a torre. Uma vez mais, filas gigantes para entrar na torre. Florença é linda de morrer e está atulhada de turistas! É quase pior que o Vaticano! Como será no pino do verão?! Foi onde comi o melhor gelado da minha vida e eu nem sou grande fã!

Villefranche: porto de acesso para o Mónaco ou Nice. Claro que optámos pelo primeiro! Faz-se bem de comboio e não é caro. Era fim de semana antes do GP e azáfama enorme! Nunca me senti tão pobre! Tanto para ver, tanto luxo e opulência, mas é lindo de morrer. A não perder mesmo para quem não conhece, como era o nosso caso! Vão andar bastante, mas vale a pena. Podem optar por um comboiozinho, mas nós fizemos a pé, até para combater os exageros alimentados cometidos no barco….

Sète: também tem os seus encantos, mas soube um bocado a desilusão, até porque a fasquia estava muito alta! Chegámos a ponderar ir a Montpellier de comboio, mas estávamos cansados e demoveram-nos de alugar um carro para ir a Carcassone. Sète é uma cidade costeira, com alguns canais que a atravessam, mas não nos seduziu de verdade. Inclusive, sugerimos no inquérito de satisfação que seja trocada! Não é à toa que foi o único porto em que não havia mais nenhum barco de cruzeiro atracado! Em todos os outros estavam vários, além do Sovereign!

A última noite foi para descansar, cumprir as regras para desembarque (mais demorada a recolha de malas) e toca a regressar a casa, estamos ainda com os 3 sintomas mencionados por um animador do barco:

1º um ligeiro “enjoo” causado por tantos dias em mar (ontem foi pior);

2.º tentação de abrir a porta de casa com cartão;

3.º sair de casa com ela desarrumada e no regresso continuar assim!

Pompeia (Vesúvio ao fundo)

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Praça do meu homónimo

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Sem eu a tentar endireitar a dita

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O javali da sorte de Florença (também lhe toquei)

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Uma semana antes da F1, hjá com grande azáfama

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Mercado de Sète

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Em resumo, foram umas férias muito agradáveis e até divertidas que muito enriqueceram a nossa dimensão cultural e ajudaram à forma física. No meu caso, fruto de alguns exageros (mais de bebida que de comida), venho com mais 2 kg que faço tenção de perder!

O orçamento global destas férias é algo muito variável. Ao irmos 2 dias antes tivemos mais custos, se optássemos por um hotel melhor… seriam ainda mais, tal como se fossemos entrar em todas as atracções! Dentro do barco idem! O preço de uma cabine interior no piso 2 ou 3 é capaz de ser menos de metade de uma suite no 10º! São opções pessoais e o que é caro para uns poderá ser uma pechincha para outros! Não damos o dinheiro por mal empregue e ficou um nadinha abaixo do que tinha previsto gastar, já com algumas compras incluídas…

Numa escala global, sobre o cruzeiro, estive hesitante entre o 7 e o 8. Fico pelo primeiro por causa de Sète. Já quanto a Barcelona, merece um 8! Desculpem o extenso testamento e obrigado aos que chegaram até aqui!

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PauloNev

Moderador Honorário
Staff
Muito obrigado pela partilha.
Uma viagem interessante, tenho que convencer a esposa a fazer um cruzeiro para fazer algo semelhante.
Boas viagens ;)
 

Ricardo_7

Membro Conhecido
Olá,

Muito obrigado pela partilha :)

De facto um cruzeiro deve ser em interessante, cada vez mais é uma hipótese a ter em conta ;)

Boas viagens :D
 

Antonia.M.S.

Membro Conhecido
Muito obrigada pela partilha! :D
Esta é uma forma de viajar que me agrada bastante, e a que espero voltar logo que possível.
Concordo plenamente, quando temos de gerir um orçamento há que ponderar muito sobre as opções, e na verdade, o mais importante é se o balanço final é positivo, e aqui claramente foi! São destinos belissímos com muito explorar. O ponto menos positivo dos cruzeiros, quanto a mim, é ficarmos pouco tempo em lugares que têm muito para ver. Mas será sempre um bom motivo para voltar!;):D
Obrigada, parabéns pelo report!
 

basapistas

Membro Conhecido
Obrigado pelo Report!
É deste tipo de reports que precisamos!

Uma das minhas grandes hesitações de fazer um cruzeiro, além dos preços em época alta resume-se à possibilidade do enjoar, não da minha parte mas de alguns familiares, o que é terrível numa viagem destas, pois já tivemos más experiências em pequenos trajectos!
 
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petrus

Membro Ativo
Obrigado a todos/as pelos simpáticos comentários.

Algumas observações:

É um tipo de férias algo diferente e nem toda a gente pode estar recetivo, mas de um modo geral defendo que devem experimentar ao menos uma vez já que abre um bocado as nossas vivências e experiências, o que é muito positivo;

Relativamente à questão do enjoo, eu assumo que não sou muito sensível, mas a "patroa" é (já devem ter ouvido falar do síndrome vertiginoso, ouvido interno e blá, blá) e apesar de na primeira noite ter havido alguma turbulência (fomos avisados disso) não sentimos nada de especial, além de que o mediterrâneo tem fama e proveito de ser bastante sossegado. Agora uma coisa é certa: em terra, nos primeiros dias, parece que estão no barco, mas essa sensação desparece rápido.
Repito: a quem nunca fez... façam sem medo! E não comecem logo por um top! Experimentem algo mais de gama média. Não gastam tanto dinheiro e sobem a parada para o próximo, se assim o desejarem!

Ah! aproveitem bem o tempo:

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rmonteiro

Membro Conhecido
Boas. Bom relato relativamente às escalas! Um cruzeiro é sem duvida um tipo de viagem que quero fazer! Não num futuro próximo, mas quero!!
Obrigado pela partilha! ;)
 
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