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[Report] Índia - Nova Delhi – Jaipur – Fatehpur Sikri – Agra – Jhansi – Orccha – Kajuraho – Varanasi

ploferreira

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ÍNDIA
Nova Delhi – Jaipur – Fatehpur Sikri – Agra – Jhansi – Orccha – Kajuraho – Varanasi


Este report vai ser especial, tal como a viagem que lhe deu origem. A Índia era um dos sonhos antigos, uma viagem por um motivo ou por outro, por várias vezes adiada… até agora.

O report tem tanto de especial como de difícil. De todos os destinos em que estive nunca senti tanta dificuldade em passar para palavras e fotos a experiência vivênciada, falta muita coisa… faltam os sons, faltam os cheiros, faltam os sabores, falta o espiritualismo de certos lugares, falta tanta coisa…

Não estou a exagerar ao afirmar que só se conseguimos entender e sentir a Índia indo lá, no entanto vou dar o meu melhor para vos passar um pouco desta viagem fantástica..

Durante 10 dias passamos por Nova Delhi, Jaipur, Agra, Jhansi, Orccha, Kajuraho e Varanasi. Muito ficou para ver, mas considero que começamos pelas cidades principais e tenho a certeza que um dia voltarei lá para ver o restante que este pais imenso tem para oferecer.


Antes de começar e como habitualmente deixo alguns dados sobre a logística da viagem.

Logística e Preparação da Viagem
Operador |Após alguma pesquisa e ponderação acabamos por reservar a viagem através de um operador, acabou por ser uma decisão acertada uma vez que acaba por ser mais seguro, embora tenha achado a generalidade das cidades visitadas bastante seguras.
Tendo as visitas já programadas acabamos por rentabilizar muito mais o tempo, o que foi essencial no nosso caso em que só dispúnhamos de 10 dias de viagem. A escolha recaiu na ITravel, e devo dizer que fiquei cliente, a experiência foi excelente.

O Operador local foi a SITA e mais uma vez nada a apontar, a viagem decorreu sem qualquer falha e todos os guias, motoristas e representantes foram inexcedíveis.

Voos |Os voos foram marcados pela Lufthansa com partida do Porto e escala em Frankfurt, as restantes opções implicariam mais um voo para Lisboa, acrescendo assim mais uma escala de uma viagem já de si cansativa.

Visto |Tratamos do ETV visa pela internet cerca de duas semanas antes da viagem, foi um processo rápido e simples, podem ver detalhes neste tópico.

Dinheiro |Trocamos em poucas quantidades à chegada e basicamente para as despesas mais pequenas. As despesas maiores optamos por pagar com cartão o que se revelou melhor opção a nível de taxa de cambio. Convém ter em atenção que alguns comerciantes querem converter logo o valor aplicando uma taxa de 4 a 4,5%. Neste caso devem dizer que pretendem pagar em rupias e a taxa de conversão é aplicada pelo vosso banco, sendo neste caso a taxa cobrada é muito inferior aos 4,5%.

Não aconselho a trocar dinheiro em Portugal, das opções que vi, a maior parte dos bancos não trabalha com rupias e as casas de câmbio aplicavam uma taxa muito desfavorável, até no aeroporto de Nova Delhi se arranja uma taxa superior.
Troquem apenas o necessário no aeroporto para as primeiras despesas pois encontram-se melhores alternativas na cidade.

Enquadramento feito, vamos começar a viagem :)

A viagem
Começou bem cedo, com a partida no voo da Luthansa saindo do porto às 6:45, voo calmo e chegada a Frankfurt a tempo de tomar o pequeno almoço e dar uma volta pelo aeroporto, tínhamos 3 horas de espera até à partida para Nova Delhi que passaram muito rapidamente pois o aeroporto é bastante grande e tivemos de mudar de terminal.


À chegada à porta de embarque o A380 da Lufthansa já estava à nossa espera, a estreia neste avião foi um dos pontos que pesou bastante na escolha desta companhia.


Se voarem neste avião façam o check-in online cedo, no piso superior existem 4 filas de dois lugares ao invés das normais filas de 3 lugares, bastante mais confortável. Assim tratamos de fazer o check-in cedinho e fizemos a viagem no deck superior :) (no regresso já não tivemos a mesma sorte)

Na descolagem, vista das câmeras exteriores, disponíveis durante todo o voo


A avaliação da Lufthansa e do A380 é bastante positiva, os lugares são confortáveis apesar de não serem muito espaçosos e existe internet (paga mas por um valor razoável) disponível durante todo o voo.

Cerca de 8 horas depois de levantarmos voo de Frankfurt aterrávamos no aeroporto Indira Ghandi.

Nova Delhi

A capital da Índia, é uma enorme metrópole com 42,7 km² que albergam mais de 16 milhões de habitantes, considerando a zona conhecida por "Região da capital" este número sobe para mais de 25 milhões de Habitantes tornando-a a segunda cidade mais populosa do mundo.

A cidade é bastante antiga, data do sec. 6 A.C., outrora capital do Império Mongol, perdeu o estatuto de capital para Calcutá, a capital da Índia Britânica.

Com a Independência do país em 1947, Nova Delhi cidade construída a sul da cidade antiga de Delhi passa a receber novamente o estatuto de capital.

É uma cidade enorme, repleta de lugares históricos impressionantes, templos e uma diversidade cultural única. Obviamente que dada a sua dimensão é uma cidade caótica com um transito imenso e muita agitação de dia e de noite.

Depois de passar pelo controlo de passaportes para o ETV seguimos para a recolha da bagagem, aqui é possível trocar dinheiro e aproveitei para trocar uma pequena quantidade para as despesas mais imediatas. Não é recomendável trocar muito dinheiro uma vez que apesar de o cambio ser consideravelmente melhor do que em Portugal facilmente se encontram melhores taxas na cidade.

Quando saímos o representante da operadora já nos aguardava, assim que saímos para o exterior do aeroporto fomos acolhidos por um bafo quente, deveriam estar mais de 30º e muita humidade.

Percorremos o caminho para o parque de estacionamento e vimos largas dezenas de pessoas sentadas ou deitadas, uma vez que àquela hora já não havia metro esperavam pelo início do mesmo na manhã seguinte, um hábito normal para os indianos.

Depois de uma viagem de 40 minutos atribulada para os padrões europeus, no entanto como veríamos nos dias seguintes, muito calma para o caótico transito Indiano chegamos ao primeiro hotel (e o melhor de toda a viagem), The Leela Ambience Convention Hotel, Delhi



Quarto espaçoso, restaurantes excelentes e atendimento de topo, este hotel foi uma excelente escolha, os corredores estavam sempre perfumados com os óleos típicos. fantástico.



Uma nota, em todos os hotéis por onde passamos as medidas de segurança são bastante apertadas, é normal o carro ser revistado à entrada, sendo aberto o capot e porta-bagagens para detectar engenhos explosivos. À entrada é também necessário passar as bagagens por um controle de raio x.

Começamos a visita por Old Delhi, a parte mais antiga da cidade construída por muçulmanos, aqui predominam as ruas estreitas e vielas e o cenário é o do mais desorganizado possível para os padrões europeus.

Jama Masjid


Localizada no coração da cidade velha de Delhi, Jama Masjid é a principal e maior mesquita da Índia. Foi construída em 1656 por ordem do Imperador Mongol Shah Jahan, o mesmo que mandou erger o Taj Mahal.

Esta mesquita guarda relíquias importantes para os Muçulmanos como uma antiga copia do Alcorão escrito em pele de alce.


O pátio quase vazio que podemos ver nestas fotos é capaz de acomodar 225 mil peregrinos nas celebrações.


Como em todas as mesquitas é necessário tirar os sapatos para entrar, as mulheres devem cobrir os ombros e pernas. Os homens caso estejam de calções tem também de se cobrir. A mesquita fornece gratuitamente capas para este efeito.

À entrada existem também vários guias que fazem o tour, no nosso caso o guia local estava incluído. Caso pretendam tirar fotografias têm de pagar uma taxa de 100 Rupias.

Velha Delhite

Mesmo em frente à mesquita fica o coração da cidade velha Delhi, aqui é impreterível fazer a visita de Riquexó pela cidade.
Preparem-se para a aventura, aqui o caos é total, nas ruas mais apertadas o transito flui como pode, mas de uma ou de outra forma as coisas vão-se processando sem acidentes.
Nesta visita podemos observar o quotidiano das pessoas que habitam a cidade velha, aqui existem muitas lojas e restaurantes de comida de rua para os mais aventureiros.


É uma viagem para os sentidos onde os cheiros e os barulhos da cidade nos invadem rapidamente e as imagens surgem de todos os lados, foi sem dúvida o primeiro dos (muitos) momentos altos da viagem.

 

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Raj Ghat

O Raj Ghat é o memorial a Mahatma Gandhi, o seu nome é originário de um ghat (escadas que conduzem a um rio) histórico de Old Delhi (Shahjahanabad) nas margens do rio Yamuna.


O memorial consiste numa plataforma de mármore preto que assinala o local onde o corpo de Mahatma Gandhi foi cremado em 31 Janeiro de 1948, um dia depois do seu assassínio por extremistas Hindus.

Em cima da plataforma existe uma chama eterna que arde perpétuamente.


Para entrar na área do memorial é necessário retirar os sapatos.

Rashtrapati Bhavan

O seu nome significa “Casa do Presidente”, é um edifício da época colonial, altura em que a Índia fazia parte do império britânico.

Serviu como residência para os vice-reis britânicos até 1950. Actualmente é a maior residência de um chefe de estado do mundo.


Nesta zona de Nova Delhi localizam-se também as principais embaixadas estrangeiras e como podem ver pelas fotos as avenidas largas e edifícios modernos contrastam claramente com a realidade da velha Delhi.


India Gate

Localizado no centro da cidade em Raipah, este arco do Triunfo foi projectado pelo arquitecto Edwin Lutyens e concluído em 1931 para lembrar os soldados indianos que morreram durante a segunda guerra mundial e nas guerras afegãs de 1919. Estão inscritos no monumento os 85.000 nomes dos soldados homenageados.



Desde 1971 localiza-se sob o arco um túmulo do soldado desconhecido com uma chama eterna, conhecida como Amar Jawan, em honra dos soldados desconhecidos mortos nos confrontos entre Índia e Paquistão durante esse ano.

Esta zona é muito frequentada pelos habitantes de Deli principalmente durante os feriados, como era o caso deste dia.

Gurudwara Bangla Sahib

O famoso santuário Gurudwara Bangla Sahib é a mais importante casa de culto Sikh em Nova Delhi. O Sikhismo é uma religião monoteísta que se originou na região de Punjab do subcontinente indiano, durante o século 15.

As crenças fundamentais do Sikhismo, articulados na sagrada escritura Guru Granth Sahib, incluem fé e meditação sobre o nome de um criador, unidade e igualdade de toda a humanidade, a prática de serviço altruísta, lutando por justiça social para o benefício e prosperidade de todos e uma conduta honesta.


Nos jardins internos do templo existe um lago conhecido como o Sarovar, cuja água é considerada santa e com poderes milagrosos de cura.

 

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O Santuário, é um lugar muito especial, onde reina a paz e o silêncio, todos os visitantes são bem recebidos independentemente da sua religião ou crenças.


Para entrar no templo é necessário retirar os sapatos (sim mais uma vez :) ) e lavar os pés à entrada. É também necessário tapar o cabelo (homens e mulheres) sendo fornecidos lenços gratuitamente. Não é também permitido entrar no templo com tabaco.

Apesar de estar a decorrer uma celebração pudemos entrar sem problemas, apenas é pedido para que seja feito silêncio e não se recolham fotos no interior.

Qutb Minar

Qutub Minar é o minarete de tijolos mais alto do mundo, está localizado no complexo que agrega outros monumentos medievais como a coluna de ferro de Deli, Mesquita Quwwat-ul-Islam,Alai Darwaza, o Túmulo de Iltutmish, Alai Minar, Madrasa do Ala-ud-din e o túmulo de Imam Zamin.

O minarete tem 73 metros de altura e possui uma escada circular com 379 degraus até ao seu topo.


Em 1200 D.C., Qutb al-Din Aibak, fundador do sultanato de Deli, começou a construção do Qutb Minar, posteriormente o seu sucessor Iltutmish acrescentou três andares.

Em 1369, um raio atingiu o andar superior, destruindo-o completamente. Então, Firoz Shah Tughlaq ordenou a sua restauração, substituindo o piso danificado com dois novos andares, feitos de arenito vermelho e mármore branco.


Ao longo do complexo podemos também ver simpáticos esquilos.


Samode

Após a visita à cidade de Nova Deli, seguimos para uma viagem de 250 km com destino a Jaipur, parando pelo caminho na vila de Samode a cerca de 40 km de distância de Jaipur, para almoçar e visitar o palácio.

O palácio, construído pela família real apresenta o estilo arquitectónico antigo do Rajastão: pisos de mármore, pilares ornamentados e paredes de mosaico (com pequenos pedaços de pequenas pedras embutidos), com tapetes luxuosos, e decorado com pinturas de parede antigas.



Outrora residência do Marajá é agora gerido por um hotel conservando no entanto toda a arquitectura da época.

Depois do almoço visitamos o palácio onde pudemos ver a famosa mona-lisa Indiana

 

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No exterior é também possível ver a garagem do marajá com vários modelos de carros clássicos irrepreensivelmente restaurados.



Jaipur

Fundada em 18 de Novembro de 1728 pelo marajá Sawai Jai Sing II é a capital e a maior cidade do estado do Rajastão, foi a capital do estado principesco de Jaipur durante do domínio Britânico.

É conhecida como a cidade rosa, devido à cor dos seus edifícios. A cor rosa teve origem em 1876, altura em que o príncipe de Gales visitou Jaipur, por essa ocasião o Marajá ordenou que a cidade fosse pintada de rosa para acolher o príncipe e desde então a cidade é regularmente pintada.

Esteticamente foi uma das cidades mais bonitas por onde passamos nesta visita à Índia.

O hotel Four Points by Sheraton Jaipur City Square é bom e bastante bem localizado no centro da cidade.


Forte de Amber

O Forte de Amber fica a 11 km de Jaipur, nos arredores da cidade. Foi cidadela Kachhawaha até 1727, quando a capital passou para Jaipur. A fortaleza foi erguida em 1592 por Raja Man Singh I sobre as ruínas de um velho forte do século II.

A subida ao Forte é íngreme faz-se através de elefante, confesso que estava com algum receio desta subida pois não sou grande adepto da exploração animal, no entanto e pelo que pude ver os animais são bem tratados.


Existem aproximadamente 80 elefantes, todos fêmeas para reduzir o o risco de agressividade.

O governo de Jaipur estabelece regras apertadas, garantindo que os animais são saudáveis e efectuam inspecções de rotina. Cada elefante só pode transportar duas pessoas (e o condutor) e está limitado a 5 viagens por dia; por norma às 11:00 horas os elefantes terminam o seu dia de trabalho.

O nosso condutor foi-nos dando estas informações durante a subida bem como no nome e idade do elefante que nos transportava.

O guia aconselhou-nos a dar uma gorjeta de 200 Rupias antes da subida, no nosso caso dei o dobro e pedi para dar um pequeno almoço especial ao elefante. :)

 

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Pormenor da entrada com a pintura de Ganesh, é um dos mais conhecidos e venerados deuses do hinduísmo.

É o primeiro filho de Shiva e Parvati é considerado removedor de obstáculos, proporcionador do sucesso e da abundância, mestre do intelecto, da sabedoria e chefe do exército celestial, e por isso também, esta divindade é encontrada sempre na porta de todos os templos hindus e na porta das casas dos hindus como o protector.


Entretanto lá em baixo a afluência aumentava e começava-se a gerar um verdadeiro engarrafamento de elefantes.


À saída há diversos vendedores e fotógrafos que tiram fotos durante a subida em elefantes e tentam vender. Aqui, como em todos os locais na Índia é sempre necessário negociar tudo, a título de exemplo, pediram-me 500 rupias por cada foto e acabei por trazer 5 fotos por 400 rupias.


A descida é feita de jipe.


Jal Mahal

O Jal Mahal ou palácio de água data do século XVIII e está parcialmente submerso, com quatro dos seus cinco andares a ficarem debaixo de água,


O palácio foi construído por ordens do marajá Madho Singh, no século XVIII, para albergar as festas que então organizava durante as suas caçadas aos patos.

A sua construção é uma mistura de diferentes estilos arquitectónicos, reflecte características próprias da arquitectura hindu tradicional mas também influências da cultura islâmica e persa, tal como se observa na maioria dos monumentos da região.

 
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Hawa Mahal

Também conhecido por Palácio dos Ventos, foi construído para que as mulheres da casa real, impedidas de sair do palácio, pudessem observar os festivais na rua sem serem visíveis do exterior.

Desde a construção do Hawa Mahal em 1799, o edifício tornou-se numa estrutura icónica da cidade e o palácio cor de rosa de arenito é considerado como um dos melhores exemplos da arquitetura Rajput.


Palácio da Cidade

O Palácio da cidade, residência dos marajás desde o início do sec. XVIII é um complexo com vários edifícios, pátios e jardins.

Aqui é possível visitar o museu onde são apresentados os trajes, armas e outros artefactos da casa real e aceder à sala de audiências pública, que tem uma decoração fantástica.

A visita ao museu e sala de audiências é paga e não é possível fotografar no seu interior.


Do pátio conseguimos ver o Chandra Mahal, palácio privado e residência do marajá; este palácio não está aberto ao público.


Existem duas bandeiras, a mais pequena apenas esta visível quando o marajá ocupa o palácio e indica que o mesmo está activo.


À saída vemos imensos macacos que deambulam por aqui, os animais não têm medo dos humanos, o que mostra o respeito com que são tratados pelos Indianos.


Continuando a passear pela cidade encontramos mais animais, se todos os animais são respeitados pelos Hindus, a vaca é sem duvida o mais sagrado; este facto teve origem na vaca de Shiva, um dos deuses mais importantes do Hinduísmo, conhecida como Nandi. Além de carregar Shiva, a vaca teria o papel de controlar os impulsos do Deus apontado pela religião como o ente responsável pela renovação.


Jantar Mantar

O Jantar Mantar é um conjunto de dezanove instrumentos astronómicos permitem a observação de posições astronómicas a olho nú. Foi construído pelo rei Rajput Sawai Jai Singh em 1734.

Aqui podemos encontrar o maior relógio solar do mundo em pedra.


Efectuamos a medição do tempo pelo sol e é impressionante como este é medido com precisão ao minuto.
 

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Birla Mandir

Uma visita imperdível em Jaipur é sem dúvida este belo templo Hindu também conhecido como templo Laxmi Narayan.

É um templo moderno, construído em mármore branco durante o ano de 1988 e dedicado a Vishnu, o preservador e sua consorte Lakshmi, a deusa da riqueza.


Dentro do templo existem representações de muitas divindades hindus, nas paredes exteriores existem representações de grandes personagens históricos e figuras de todas as religiões são mostrados, incluindo Sócrates, Zaratustra, Cristo, Buda e Confúcio.

A entrada é gratuita e existe uma celebração diária pelas 19:45, à qual é possível assistir e que recomendo vivamente.

No interior deve-se fazer silêncio durante a celebração e não é possível recolher fotografias. Não é também possível entrar com tabaco no tempo.

O próximo destino seria Agra, com uma paragem em Fatehpur Sikri; a viagem de Jaipur para Agra foi feita de carro, numa distância de 240 km.

Digno de nota a paragem a para almoço em Bharatpur no fantástico Laxmi Vilas Palace Hotel, um antigo palácio convertido em hotel, a decoração é fantástica e permite-nos ter um refeição como autênticos Marajás.


Aproveito este parêntesis para vos falar da gastronomia da Índia, bom aqui a gastronomia acaba por ser uma viagem dentro da viagem. :)

Claro que sou suspeito neste campo pois sou um apreciador e frequento com regularidade restaurantes indianos.

A comida é no geral muito colorida e fortemente temperada, no entanto na maior parte dos locais a comida é já adaptada aos turistas, sendo por isso muito menos picante do que era suposto.

Em praticamente todos os hotéis e restaurantes todos os empregados são muito atenciosos, e caso solicitem, prontamente confeccionam o prato menos picante.

No meu caso, queixei-me do contrário. Num restaurante em específico, disse que pensava que a comida seria mais condimentada, e o empregado com os olhos a brilhar disse-me de imediato "queres provar a verdadeira comida Indiana?" Ao que a resposta só poderia ser "claro, estou cá para isso"! Meus amigos, posso-vos dizer que nunca comi um caril tão bom, mas de facto, até para os meus padrões achei excessivamente picante. :)


O pão nan, confeccionado na altura é sempre quente, é excelente, e fiquei grande apreciador da comida vegetariana, o queijo panner e as lentilhas dal são fantásticas.

Nas sobremesas, referência ao Gulab jamun, pequenas bolas feitas à base de leite e servidas com mel e cardamomo.

Fatehpur Sikri

Esta cidade fortificada a 40 km de Agra, foi fundada em 1569 pelo imperador Mughal Akbar, e foi a capital do Império Mughal de 1571 a 1585; Fatehpur Sikri é um dos melhores exemplos da arquitectura de Mughal na Índia.


Akbar, preocupado com a falta de descendência visitou a aldeia de Sikri para consultar o santo sufi Shaikh Salim Chishti, que previu o nascimento de um herdeiro para o trono Mughal. Quando a profecia se realizou, Akbar construiu sua nova capital aqui, com três palácios para cada uma de suas esposas favoritas, uma hindu, uma muçulmana e uma cristã.

 

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O complexo Imperial foi abandonado em 1585, pouco depois de sua conclusão, devido à falta de água motivada pela seca do pequeno lago que abastecia a cidade de água.

Agra
Chegamos finalmente a Agra, um dos momentos altos da viagem está a chegar.

A cidade tem uma longa história, no entanto o período de maior prosperidade data da dinastia Mughal, nesta altura era conhecida então como Akbarabad, a capital do Império Mughal sob os imperadores Akbar, Jahangīr e Shah Jahan.

Shah Jahan, conhecido pelo seu grande interesse pela arquitetura, construiu o monumento mais conhecido e visitado da Índia e um dos mais visitados no mundo – o Taj Mahal.

O Hotel em Agra foi o Ramada Plaza, que é excelente, óptimas instalações e quartos amplos, e um restaurante muito bom.


Teatro Kalakriti - Mohabbat The Taj

Não tínhamos planeado assistir a este espectáculo, no entanto após sugestão do guia decidimos ir e foi uma bela surpresa.


O espectáculo Mohabbat The Taj conta a famosa história romântica do imperador Shah Jahan e sua amada esposa Mumtaz Mahal.

O espectáculo musical com dança ao estilo de Bollywood está muito bem conseguido e no final somos presenteados com uma réplica de grandes dimensões do Taj Mahal, o aperitivo para a visita do dia seguinte.

Apesar de a história ser por certo conhecida por todos, recomendo vivamente esta visita pois a carga dramática do espectáculo torna a visita do Taj Mahal ainda mais intensa.

Os bilhetes para o espectáculo custam cerca de 40€ e estão disponíveis auscultadores com a tradução simultânea em várias línguas.

Taj Mahal

O grande dia tinha chegado, depois de termos assistido ao espectáculo no dia anterior, a expectativa era agora ainda maior, estávamos prestes a ver o monumento mais conhecido do país e uma das novas sete maravilhas do mundo.

O Taj Mahal foi construído entre 1632 e 1653 com a força de cerca de 20 mil homens trazidos de várias cidades do Oriente, para trabalhar no grandioso monumento de mármore branco que o imperador Shan Jahan mandou construir em memória de sua esposa favorita, Mumtaz Maha, que morreu após dar à luz o 14º filho.

O Mausoléu é também conhecido como a maior prova de amor do mundo, contendo inscrições retiradas do corão. É incrustado com pedras preciosas e semi-preciosas, tais como o lápis-lazuli entre outras. A sua cúpula é costurada com fios de ouro. O edifício é flanqueado por duas mesquitas e cercado por quatro minaretes.

Durante a sua construção o imperador gastou grande parte do tesouro da cidade e há indícios de que pretendia fazer uma réplica do Taj Mahal original na outra margem do rio, em mármore preto, por esse motivo o seu filho aprisionou-o no forte vermelho, onde passou o resto dos seus dias e tomou o seu lugar.

Devido aos altos níveis de poluição, a circulação de automóveis está proibida na zona próxima ao Taj Mahal; assim a deslocação é feita de charrete puxada por cavalos, sendo o regresso feito num veículo eléctrico.


À entrada é feito o habitual controlo de raio X. Na entrada está incluída uma garrafa de água, que acreditem vão precisar e uma cobertura para colocar nos sapatos, imprescindível para entrar no Taj Mahal.

Se forem despistados como eu :oops: e perderem esta cobertura até chegarem à entrada não se preocupem, mesmo junto às escadas para o Taj Mahal é possível adquirir novas capas por 10 rupias.

Cuidado com os simpáticos macacos junto à entrada que vão apanhando o que podem. :D


E finalmente, poucos metros nos separam do Taj Mahal


Entramos finalmente, contemplamos por largos minutos e depois toca a sacar da máquina para registar o momento.

A visão é difícil de descrever, portanto é melhor passar às fotos.




O entusiasmo era tanto que nos primeiros minutos nem reparamos num pormenor que salta a vista nas fotos - decorriam obras de restauro, como podem ver pelos andaimes no minarete direito. Estas obras de restauro vão decorrer até ao final de 2018 e apesar de não roubarem a beleza desde monumento, é um facto a ter em conta na programação da viagem.

 

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Existem duas mesquitas, uma de cada lado que não podem se visitadas.


Os Jardins merecem também uma visita demorada, cada secção do jardim é dividida por caminhos em 16 canteiros de flores, com um tanque central de mármore a meio caminho entre a entrada e o mausoléu, que reflete a imagem do edifício, infelizmente na nossa visita havia pouca água pelo que não foi possível captar a fotografia tradicional com a reflexão do edifício.

Com o avançar da hora o monumento ia enchendo rapidamente, é recomendável ir muito cedo para evitar filas e por causa do calor que a certa altura se torna insuportável.


Para entrar no interior é necessário proteger os sapatos com as coberturas fornecidas conforme já referi, deve-se também fazer silêncio e é proibido recolher fotos.

A sala central, tem uma decoração efectuada com formas mais elevadas de arte manual da ourivesaria e joalharia. Os Cenotáfios (campas vazias) de Muntaz Mahal e Shah Jahan são decorados com incrustações de pedras preciosas e sem-preciosas de valor incalculável.

Os arabescos exteriores são desenhos muçulmanos de pedras semi-preciosas incrustadas no mármore branco, segundo uma técnica Italiana utilizada pelos artesãos hindus. Estas incrustações eram feitas com tamanha precisão que as juntas somente se distinguem à lupa. Uma flor de apenas sete centímetros quadrados, pode ter até 60 incrustações distintas. O rendilhado das janelas foi trabalhado a partir de blocos de mármore maciço.

A sala tem a forma octogonal, e cada uma das paredes está decorada de forma minuciosa, uma vez que a tradição muçulmana proíbe a decoração elaborada das campas; Muntaz Mahal e Shah Jahan estão sepultados numa câmara simples debaixo da sala principal sob os Cenotáfios, com os rostos inclinados em direcção a Meca.

Todo o complexo é perfeitamente simétrico excepto num pormenor, o cenotáfio de Muntaz está exactamente no centro da sala principal, o cenotáfio de Shah Jahan que foi colocado posteriormente e não estaria projectado para ficar aqui, está do seu lado esquerdo quebrando a simetria da sala.

Pormenor à saída do Taj Mahal


É uma visita intensa e que vale cada momento, e não exagerando diria que só pela visita ao Taj Mahal a viagem à Índia já vale a pena.

Forte de Agra

Próximo do Taj Mahal, situado na margem do rio Yamuna, fica o Forte de Agra, também conhecido pelo Forte Vermelho.
O Forte é uma das fortalezas mongóis mais notáveis da Índia, foi construído entre 1565 e 1573 pelo imperador Akbar. O neto deste imperador Shah Jahan, o mesmo que construiu o Taj Mahal acrescentou-lhe posteriormente em mármore branco, transformando o forte num palácio.

Este forte havia de ser também a sua última morada, mas já lá vamos.


No forte está presente a história de amor de Muntaz Mahal e Shah Jahan. As princesas não tinham autorização para sair à cidade e por essa razão realizavam-se frequentemente feiras privadas dentro do palácio.

Terá sido aqui que Shah Jahan viu pela primeira vez Muntaz Mahal com apenas 15 anos de idade e parece que foi amor à primeira vista.


Poucos metros ao lado, fica a torre que foi a última morada de Shah Jahan, depois de ter sido afastado do poder pelo seu filho, foi aprisionado nesta torre durante 8 anos até à sua morte.

Dizem que passava o dia a olhar para o Mausoléu da sua amada.


Continuando a visita, a sala de audiências pública

 

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E mais esquilos, aqui encontramos os esquilos menos medrosos, se tiverem algo que se coma eles facilmente saltam para as vossas mãos. :)


Mother Teresa's Missionaries of Charity

Visitamos a casa das Missionárias da Madre Teresa, aqui são acolhidos adultos e crianças bem como bebés abandonados.

As missionárias receberam-nos e mostraram-nos as instalações, o trabalho desenvolvido é notável face aos poucos meios disponíveis, uma vez que contam exclusivamente com os donativos.

No final da visita é possível efectuar um donativoe aconselho também a levarem brinquedos ou outros artigos para as crianças.

Não é uma visita nada fácil, é o retrato mais real da realidade da Índia, onde a pobreza extrema é uma realidade diária para muitas famílias.


Terminada a visita a Agra era tempo de seguir viagem até Jhansi, viagem de 234 km que desta vez seria feita de comboio.

Saímos bem cedo para apanhar o comboio do inicio manhã e assim aproveitar o dia, chegamos à estação de Agra pelas 7:00, àquela hora a estação já estava completamente cheia.


Para ter acesso ao interior da estação é necessário apresentar o bilhete e passar pelo controlo de raio X.

Enquanto esperávamos pelo comboio fomos apreciando o comportamento peculiar dos Indianos que utilizam os carris como caixote do lixo, tudo é atirado para a linha.


Estava bastante curioso com o comboio devido as imagens que tinha dos comboios na Índia , apinhados de passageiros e com pessoas a viajar em cima das carruagens.

No nosso caso era um comboio “para turistas” pelo que era bastante normal.


A viagem demorou cerca de 3 horas e foi bastante tranquila, durante a viagem foi-nos fornecido pequeno almoço e uma garrafa de 1 lt de água.


Jhansi

Chegamos a Jhansi e seguimos em direcção a Orchha, uma curta viagem de 16km, em cerca de meia hora.

Aqui nota-se que entramos em cidades mais pequenas e a condução vai-se tornando (ainda mais caótica) com dezenas de vacas, cães e outra bicharada a atravessarem ou simplesmente deitarem-se no meio da estrada.

Os carros vão-se desviando, umas vezes pela sua mão, outra vez na mão contraria mas estranhamente os acidentes não acontecem.


Orccha
A histórica cidade de Orchha, situado nas margens do rio Betwa, foi fundada no século 16 pela dinastia Bundela.
O rio Betwa divide-se em sete canais, também chamados de Satdhara, segundo a lenda em honra dos sete governantes antigos de Orchha.
Ao cidade é bastante calma e com poucos turistas, os seus inúmeros monumentos continuam a manter a sua grandeza original, embora denotem o sinal do tempo e reclamem obras de restauro.
Aqui o plano passaria por visitar os dois principais palácios, o Jahangir Mahal e Raja Mahal.

Jahangir Mahal


A construção do Jahangir Mahal remonta ao século 17, quando o então governador da região Vir Singh Deo construiu o palácio para a recepção ao imperador mogol Jahangir, durante a primeira visita deste a cidade. O palácio Jahangir Mahal é uma estrutura de três andares e as suas portas são grandes para poder receber a entrada dos elefantes de guerra.

 

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A vista da muralha superior sobre a cidade medieval


Raja Mahal

Outrora a residência real dos reis de Orchha, o palácio abriga dois pátios rectangulares, que seguem o antigo conceito indiano da mandapa.
O Raja Mahal é um belo exemplo da arquitectura de Mughal. O pátio principal é flanqueado pelo palácio que tem um edifício de quatro andares.


O palácio apresenta pinturas bem conservadas nos tectos; neste caso podemos ver a representação das 10 reencarnações de Vishnu, o deus preservador, a décima reencarnação ainda não aconteceu e está previsto que ocorra no fim da era corrente anunciando o fim do mundo.


Um simpático macaco, habituado a posar para as fotografias. :)


No final da visita seguimos para o centro da cidade, sendo uma cidade pequena é facilmente percorrida a pé.


Aqui é também um dos melhores sítios para as compras de souvenirs, sendo uma cidade muito menos turística os preços são muito menos inflacionados do que em Agra ou Jaipur.

Encontramos também o pó colorido muito utilizado durante o Holi.


A viagem continuava até Khajuaro, cerca de 172 km por uma estrada em que cada vez se viam mais vacas do que carros.

 

ploferreira

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O calor era tanto que as Vacas improvisaram uma piscina :)


Khajuraho

A cidade de Khajuraho é conhecida pelo maior grupo de templos Hindus medievais classificados pela UNESCO como Património Mundial.

Famosos pelas suas esculturas eróticas, esta cidade era a capital religiosa da dinastia Hindu Rajput dos Chandelas, seguidores do culto tântrico. que controlaram esta parte da Índia entre o século 10 e o século 12.

O conjunto de templos foi construído ao longo de cem anos, desde o ano 950 até ao ano 1050, dotado de uma área central protegida por uma muralha com oito portões, cada um dos quais com duas palmeiras de ouro. Na época áurea da cidade, contavam-se mais de 80 templos Hindus, dos quais apenas 22 se encontram em estado razoável de conservação, espalhados numa área de cerca de 21 km².

São um exemplo da ligação entre a religião e o erotismo, sendo excelentes demonstrações dos estilos arquitectónicos da Índia que ganharam popularidade devido à representação lascíva de alguns aspectos da forma de vida tradicional durante a época medieval naquela região.

Os templos foram descobertos apenas durante o século XX, tendo sofrido bastante com o crescimento da vegetação que danificou alguns monumentos. O declínio económico me financeiro dos Chandelas Rajputs é tido coo a razão principal para o abandono do local como centro de culto e vida social, sendo por isso a principal causa da deterioração provocada pela acção dos elementos da natureza aos monumentos.

Aqui o hotel escolhido foi o Radisson Jass Hotel, o hotel é bom e todos os empregados principalmente no restaurante foram dos mais simpáticos e atenciosos que encontramos na Índia.


Conjunto de templos de Khajuaro

A cidade de Khajuaro é muito pequena pelo que em 10 minutos chegamos ao conjunto de templos.
A semelhança de outros locais não se pode entrar no recinto dos templos com tabaco. É possível entrar nos templos, mas neste caso temos de tirar os sapatos.
Existem templos de duas religiões distintas, hinduísmo e jainismo, no total seriam 85 templos. Hoje em dia restam pouco mais de duas dezenas.
Ao todo são 25 templos, que pela localização remota acabaram por ser protegidos da invasão islâmica. Escondidos durante muito tempo sob uma densa floresta, os templos de Khajuraho foram descobertos apenas em 1838.


Pormenor da estátua de Vishnu na sua encarnação em forma de javali.

 

ploferreira

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O templo mais notável é o Kandariya Mahadev, que representa o auge da arquitetura sacra do norte da Índia. Chamam a atenção, as requintadas obras esculturais. Mais de 800 obras decoram o templo com detalhes de deusas, deuses, animais, guerreiros, donzelas sensuais, músicos e as cenas eróticas que deram fama aos templos de Khajuraho. Um dos monumentos mais impressionantes da Índia.


As senhoras que tratam da relva aparando-a manualmente rapidamente acederam a tirar algumas fotos... a troco de algumas Rupias, claro!


Seguimos para o segundo conjunto de templos, mais pequeno do que o primeiro e muito próximo deste.


Um casal de mochos

 

ploferreira

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E um simpático cão que aproveitava para meditar



Terminada a visita aos templos, percorremos a pequena cidade e aproveitamos para fazer compras, mais uma vez e à semelhança de Orchha, aqui conseguimos comprar coisas muito mais baratas do que nas restantes cidades.

A viagem aproximava-se do final e o destino seguinte - Varanasi - seria o último, antes do regresso a Nova Delhi para o voo de regresso.

A viagem até Varanasi é de cerca de 400km e desta vez optamos por um voo interno, o que encurtou a duração da mesma para apenas 50 minutos.

A viagem até ao aeroporto foi rápida, no aeroporto contamos com a assistência de um representante da agência para auxiliar no check-in; no entanto foi tudo muito simples, o aeroporto é simples mas funcional.


O Voo foi na Air India, nesta viagem fizemos dois voos nesta companhia (Khajuharo - Varanasi e Varanasi - Nova Delhi) e fiquei agradavelmente surpreendido com o serviço da mesma.


Varanasi
Varanasi, ou Benares é uma cidade localizada nas margens do rio Ganges, que nasce no Tibete e desagua no Oceano Pacifico. Com mais de 3 milhões de habitantes, é uma das cidades mais antigas do mundo; os Hindus acreditam que foi fundada há 5.000 anos, sendo a cidade mais sagrada do hinduísmo. Foi a cidade que Shiva, deus da destruição, escolheu para viver com a mulher, Parvati, após o casamento; assim é a cidade do recomeço, a oportunidade de começar algo melhor.

Os Hindus acreditam que o Ganges desaguou directamente do céu para a Terra e que o rio é a personificação da deusa Ganga, irmá de Parvati.

A reencarnação é uma das crenças do Hinduismo, assim o Karma da vida presente determinara a reencarnação da vida futura. Porém quando as cinzas são lançadas ao Ganges, a alma consegue atingir o Moksha, a libertação do ciclo do renascimento e da morte e a iluminação espiritual.

Por este motivo o objectivo de todos os Hindus é morrer nesta cidade, sendo muito frequente passarem os últimos dias de vida num ashram (lar) em Varanasi, entoando cânticos, arrependendo-se dos seus pecados e finalmente cremados nos Ghats da cidade sagrada. Por fim as suas cinzas são atiradas ao Ganges.

Em mais nenhum lado se respira o hinduísmo profundo e místico como aqui, esta não é só uma das cidades mais antigas e religiosas do mundo, como também um dos mais incríveis destinos para quem visita a Índia.

Quando comecei a pesquisar este destino, Varanasi foi a cidade que de imediato me cativou, sem surpresa foi a parte da viagem que mais gostei e aquela da qual retenho as memórias mais marcantes.

O aroporto de Varanasi fica a cerca de 25km do centro da cidade, pelo caminho o cenário preparava-nos para o que veríamos na cidade, estradas e edifícios degradados e acima de tudo muita pobreza.


Chegamos ao nosso hotel, Radisson Hotel Varanasi que é razoável, no entanto os quartos denotam já alguma idade.
O restaurante por outro lado é muito bom.


No primeiro dia dirigimos-nos para o Ganges, é aqui que tudo acontece nesta cidade, a cidade tem inúmeros Ghats, que são escadas que terminam no rio, existem ghats específicos para cada função, para lavar a roupa, para tomar banho, para rezar ou para cremar os mortos por exemplo.

O primeiro destino era o Dasaswamedh Ghat, este é o maior e um dos mais conhecidos Ghats de Varanasi, onde diariamente é feito o ganga aart, uma cerimónia à deusa Ganga que se realiza depois do pôr-do-sol.
Este é também conhecido como o ghat dos dez cavalos sacrificados. O Deus Brahma terá feito aqui o sacrifício para preparar o caminho de regresso a Shiva.

Como ainda tínhamos cerca de uma hora para o início da cerimónia, fizermos um passeio de barco pelo Ganges, a melhor forma de conhecer a cidade de Varanasi.


Aproximamo-nos de Manikarnika Ghat, o ghat onde são efectuadas as cremações em Varanasi 24 horas por dia - mais de 300 corpos são cremados por dia e diz-se que o fogo não se apaga há mais de 3000 anos. Esta noite não era excepção.


Retomamos a Dasaswamedh Ghat onde a cerimónia estava prestes a iniciar-se, a melhor forma de assistir à cerimónia é no Ganges, em cima de um dos vários barcos, durante cerca de uma hora é usado incenso, fogo, censo, água do rio e flores enquanto se recitam mantras para agradecimento por mais um dia.

 

ploferreira

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Para os indianos, este é um momento de agradecimento e não de preces, ao mesmo tempo o rio vai-se iluminando por centenas de velas flutuantes que são consideradas oferendas à deusa Ganga.


Terminada a celebração subimos em novamente o Ghat para voltar ao hotel, o dia tinha sido intenso e o dia seguinte prometia se-lo ainda mais. O despertar estava marcado para as 4:00 para podermos regressar ao Ganges antes do nascer do sol.

Pelas Ruas de Varanasi a confusão habitual e figuras pitorescas.


No segundo dia, ainda não refeitos da experiência do dia anterior, acordamos de madrugada para viver o dia na cidade que começa muito cedo. É um pequeno sacrifício que vale bem a pena.

Ao chegar a Dasaswamedh Ghat, apesar da hora madrugadora a agitação já era enorme.


Embarcamos para novo passeio de barco, desta vez pudemos ver claramente os pormenores da vida no Ganges enquanto o sol subia lentamente no horizonte.


Dezenas de pessoas banham-se nas águas sagradas do rio e chegam a beber a sua água, que consideram purificar a alma.


Embarcando na loucura também eu decidi passar a mão pelo rio Ganges, só depois li que o nível de bactérias do rio é 3.000 (sim, três mil!) vezes maior do que o considerado aceitável pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Ainda assim anualmente milhares de peregrinos percorrem centenas de km para se purificarem nestas águas.

 

ploferreira

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As colunas de fumo anunciavam que nos aproximávamos de novo de Manikarnika Ghat, conforme nos referiram este crematório funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, assim o fogo continuava a arder desde a noite anterior como acontece há milhares de anos e como provavelmente continuará por muitos mais.


Com a luz do dia conseguimos ver agora com clareza as toneladas de madeira que se acumulam nas margens para as cremações.

Aproximamos-nos da margem para assistir ao ritual de cremação e neste momento por motivos óbvios de respeito não se devem tirar fotografias.

O ritual está já mecanizado, o corpo envolto num tecido colorido é trazido pelos familiares e submerso no rio Ganges para que seja purificado. De seguida é depositado na margem para secar.

Depois de colocado na pira, cabe ao filho mais velho a tarefa de a acender. A cremação pode demorar mais de 4 horas e no fim do processo a cinza é atirada para o rio Ganges.

Este processo embora nos possa parecer estranho não tem a carga negativa de despedida, para os hindus a morte é encarada como o início de uma nova vida, melhor do que a anterior ou a libertação da alma para um mundo muito melhor do que este.


Prosseguimos a viagem apreciando as construções nas margens do rio.


Por esta altura o sol estava já alto no horizonte e a cidade fervilhava com a agitação diária dos peregrinos


Deambulamos de seguida pelas ruas estreitas da cidade

 

ploferreira

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Despedimos-nos do Ganges, o rio onde a vida e a morte andam de mãos dadas, a partida estava próxima e tinha apenas uma certeza, saio daqui diferente. Quem visita Varanasi dificilmente partirá igual, mas afinal de contas não é isso que procuramos numa viagem?


A todos os que chegaram até aqui, sei que não foi fácil porque o report já vai longo, obrigado por partilharem esta viagem comigo.

Namasté e até à próxima Viagem ;)
 

Cristina Sousa

Membro Conhecido
Fabuloso!!! :)
Poucas são as descrições que nos transportam para ambientes diferentes, e nos fazem sentir como se estivéssemos noutro local, distante e mágico.
Este report faz-me pensar que tudo o que idealizava sobre a Índia corresponde mesmo à realidade. Já tinha visto alguns reports e lido algumas crónicas, mas nenhum com este detalhe, com esta tua descrição sentida e vivida - está fantástico.
Já não falo sequer das fotos, maravilhosas, que nos transportam para cada local, mas o relato, esse, fica no subconsciente.
A Índia faz parte das minhas viagens de sonho, e fiquei com a certeza (já a tinha :D, e disse-te isso antes de ires) que ir à Índia e não conhecer Varanasi, é muito, muito pior que ir a Roma e não ver o papa!
Adorei, parabéns! ;)
 

PauloNev

Moderador Honorário
Staff
Muito obrigado pela partilha.
A Índia é um pais que não passa pelos meus pensamentos visitar, e desta forma já "viajei" até lá, obrigado por isso também.
Belas fotos, e bons textos descritivos.
Boas viagens ;)
 

PaulaCoelho

Membro Conhecido
@ploferreira, que report espectacular :)

Numa só palavra estou DESLUMBRADA!
A Índia está cada vez mais na minha listinha... depois venho cá tirar dicas.
Adorei os locais, as fotos e a descrição 5* ;)
 
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