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Ponte da Barca - paraíso esquecido

auleira

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sou altominhoto de nascença mas cresci noutro país - porventura, se tivesse crescido cá, seria certamente membro de um rancho folclórico, comensal activo, teria a minha rusga e tocaria concertina.
assim, tive de descobrir o que é ser minhoto mais tarde - e apreciar com termo de comparação o que é ser português, mais, ser minhoto.
e assim descobri portugal aos poucos...só ainda não fui aos Açores, mas lá irei um dia traçar a giz a minha presença.
de resto, orgulho-me de dizer que conheço portugal para além do roteiro da A1 - todas essas vilas e aldeias do portugal esquecido pelos media e pelas instituições regentes.
e, sem prejuízo de valor para as outras regiões, vivo no mais belo portugal genuíno - onde ainda se dá um bom dia a quem passa, onde ainda há namoros sentadas no muro domingueiro, onde ainda há festa popular e convívio fraterno de amigos reencontrados, onde ainda posso caminhar sobre montes limpos com histórias à volta de cada penedo e matas por descobrir.
onde o rio lima é o fio de prata envolto na esmeralda verde das nossas encostas...
onde a serra amarela alberga azevinhos redescobertos por quem nos quer bem...
onde a cachena é plena e a barrosã sumarenta...
onde o cabritinho ainda é da serra...
onde o vinho tinto e branco verde é, colhido por mãos antigas cheias de estórias...
onde o S. Bartolomeu solta o diabo para poder ver as rusgas da noite e do dia...
onde o baptizado da meia-noite não é de riso mas sim de siso...
one a nóbrega viu crescer magalhães
onde a Santa Ana nos acolhe nas terras dos gróvios de Grovelas...
onde o caminhante visitante pode descansar na casa da auleira da alvarinha
onde da ermida a cabril, de germil a brufe, de oleiros à pegadinha, de nogueira ao oural, da barca ao livramento, não faltam aventuras de contentamento...

ponte da barca, paraíso esquecido, que nem milton conheceupara o poder perder...

eu reconheço a minha terra...é a terra que me deu a nascer
 
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