Imoralidade da Quarentena nos Açores/Madeira

[basapistas]

Permitam-me o desabafo, mas realmente vivemos num país estranho e supostamente democrático!

Após sairmos do Estado de Emergência e entramos no Estado de Calamidade, num aparente desconfinamento social e retoma da atividade, somos surprrendidos com a manutenção de quarentena obrigatória de quem aterra nas Ilhas ilhas portuguesas, quando esse impedimento de ciculação não é sustentado legalmente (e nunca foi em lado nenhum) e mesmo que fosse seria inconstitucional.

Mas pior, pois além da pandemia também já se fazer sentir nas ilhas com vários casos (pois se não fosse o caso até entenderia), se eu fosse Madeirense ou Açoreano já não haveria problema em voltar para o Continente, já não precisava de estar de quarentena, pois parece que só quem chega as ilhas consegue transmitir a doença, mas quem saí não tem essa capacidade! Parece realmente que vivemos num pais com dois pesos e duas medidas!

Incompreenssivel esta situação e como somos tratados supostamente dentro do "nosso" País que se diz democrata!

 

[Rodrigo Ferreira]

Como existe um governo regional, estes acabam por poder tomar medidas diferentes das do continente.
Sinceramente penso que para já (ainda) fazem bem em tentar proteger-se ao máximo, mas mais semana, menos semana vão ser obrigados a abrir o turismo - nem que seja o turismo interno. Até porque certamente que haverá pressão das entidades do turismo para que isso aconteça.

A Madeira e os Açores vivem muito do turismo, e estar sem turismo tantos meses vai ser complicado.

Obviamente que irão manter algumas coisas fechadas ou muito condicionadas... Assim a citar algumas, por exemplo nos Açores a Poça da d. Beija ou a Caldeira das Furnas, ou na Madeira as descidas das cestas e as piscinas naturais de Porto Moniz.
Agora o turismo de passeio esse certamente que irá começar a ser aberto aos poucos, porque assim obriga a retoma da economia.

Penso que para o final deste mês já teremos algumas novidades nesse aspeto.

 

[Dfer]

Sendo uma região autónoma, pode tomar algumas medidas que não sejam as mesmas do continente. Os Açores, tal como a Madeira, estão a tentar proteger-se como o continente deveria ter feito de forma mais "dura" na fronteira. Quantas pessoas que deveriam estar em quarentena andaram a passear? É triste quando é preciso ser obrigatório cada um proteger-se a si...deveria ser esse o foco de cada um de nós. Este vírus está a testar a capacidade do sistema de saúde mas também o nosso civismo e responsabilidade social.

Para sair dos Açores penso que qualquer um pode sair sem constrangimentos, mas para entrar continua a obrigatoriedade da quarentena. Fica tudo na base "na minha casa quero cuidado, na dos outros que sejam eles a tomar as medidas se quiserem". O governo dos Açores vai continuar a suportar as despesas dos residentes para fazerem a quarentena em unidades hoteleiras, mas não dos outros, sendo ou não português.

O facto de ter casos de contaminação não significa que a quarentena não deva ser feita. Se tivesse zero havia interesse em continuar sem nenhum caso, mas continuam a ter interesse que não entre mais nenhuma fonte de contaminação. Segundo as notícias, das 1700 pessoas que ficaram em quarenta 3 testaram positivo. Estes 3 poderiam contaminar mais uns quantos e depois mais uns e mais uns...estão a tentar controlar o que podem - a entrada na ilha. Sinceramente, não me parece descabido. Mau seria se os residentes não fossem obrigados a quarentena e os outros sim, aí já existia dualidade de critério.

Acima de tudo, que todos nós tenhamos responsabilidade para voltar à vida social. E que todos nós continuem com saúde!

 

[rmonteiro]

Não discordo com a medida. Se todos os que entrarem forem controlados nesses 14 dias, estão a cortar fontes de contagio.
Todos sabemos que mesmo com as fronteiras fechadas, há zonas onde é possível passar entre Portugal e Espanha (até foi alvo de noticia esta situação).
No caso das ilhas é mais fácil controlar quem entra e sai, estas medidas são um mecanismo de defesa.

 

[André Vieira]

@basapistas compreendo o que dizes, mas vivendo na Ilha Terceira compreendo e apoio as medidas que o Governo Regional tomou. Nós aqui nos Açores temos apenas 2 hospitais com capacidade para tratar doentes com COVID. Todos os doentes que necessitem cuidados hospitalares que não sejam da Ilha Terceira ou de São Miguel tem de ser reencaminhados para uma destas ilhas. Não quero imaginar caso existissem vários casos de transmissão local nas ilhas. O sistema regional de saúde colapsava...
Quem não é das ilhas pode não compreender isto mas quem tenha alguma doença grave cá na região que precise de cuidados mais especializados é quase sempre reencaminhado para Lisboa porque o nosso sistema de saúde regional não está preparado.
Foram medidas um pouco "brutas" mas deram resultado. Estamos a conseguir conter minimamente o contágio. A situação mais grave foi em S.Miguel no concelho de Nordeste no lar de idosos onde a situação descambou bastante e tiveram de tomar outro tipo de medidas.
Resumindo: compreendo o que dizes mas, nós Açorianos que nos estamos sempre a queixar de estarmos isolados no meio do oceano atlântico, foi vez de tirarmos proveito dessa insularidade e evitarmos males maiores.

 

[DaisyP]

Não podia estar mais de acordo, concordo a 100% com o que aqui foi dito.
Aliás, o que a mim me faz confusão é haver pessoas que não compreendem a medida...

 

[basapistas]

A grande questão passa pela hipocrisia de passar-se de Estado de emergência para estado de Calamidade... Só para se dizer que tudo está a melhorar e depois continua se com restrições de circulação e quarentenas!

E claro que compreendo a situação das ilhas... Principalmente os Açores que têm muitas limitações, mas o problema é que legalmente o que estão a fazer não tem sustentacao legal e toda a gente sabe, mas não querem saber, só porque quer se dar ar de um desconfinamento que nalgumas zonas ainda não é possível!
Mas pelos vistos para o futebol já é... Vamos ver!

 

[rmonteiro]

A questão do futebol,1º de Maio e festa do Avante, são 3 exemplos de hipocrisia e vergonha (a meu ver).
Julgo que estamos em estado de calamidade mesmo para se poder ter certas restrições enquanto se vai colocando algumas actividades económicas em acção.