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Cancelamento de voo Ryanair devido a problemas no Aeroporto de Lisboa - Dia 10 de maio

SEDA

Membro Conhecido
Olá a todos!
Não sei se estou no sítio certo, por isso, caso não esteja, peço ao staff que altere o meu post para o que considerar mais correto.
No passado dia 10 de maio o nosso voo Bruxelas - Lisboa, às 21h45, pela Ryanair, foi cancelado devido aos problemas que existiram nesse dia no abastecimento dos aviões no Aeroporto de Lisboa.
No momento do embarque, por volta das 20h50, fomos informados que o voo estava atrasado, deram-no um voucher de €5 para comermos e indicaram-nos para nos dirigirmos à porta de embarque novamente às 23h30. Só depois das 23h30 é que fomos informados que o voo estava cancelado e o motivo seria o acima indicado. Falamos sempre com pessoal do Aeroporto de Bruxelas e nunca com pessoas da Ryanair, uma vez que não têm presença física nos aeroportos (ou em qualquer outro lado). Indicaram-nos para nos dirigirmos a outro balcão da Aviapartner (empresa que gere o aeroporto) e solicitar um voucher para a noite de hotel e para o transporte até ao mesmo. Refiro que a noite do hotel não incluía pequeno-almoço, nem nos foi dado mais nenhum vale para alimentação nesse dia. Indicaram-nos ainda que podíamos pedir a alteração para o voo seguinte da Ryanair ou pedir o reembolso do bilhete, mas tudo pela aplicação ou pelo site. Ora nós (e mais alguns passageiros com quem falámos enquanto esperávamos) tentámos aceder à aplicação para fazer a alteração do voo, mas nunca foi possível naquela noite, pois a aplicação deu sempre erro (houve passageiros que tinham os familiares em casa a tentarem fazer a alteração através do site e estavam com o mesmo problema).
Entretanto já sabíamos, porque nos tinham confirmado no balcão de embarque, que não haviam voos disponíveis para o dia seguinte para Lisboa (estávamos próximos da vinda do Papa a Portugal) e que só na sexta é que teríamos a oportunidade de voltar a casa.
No dia 11 de manhã conseguimos aceder à aplicação mas a nossa reserva tinha desaparecido. Contactámos com o Live Chat da Ryanair a pedir ajuda e o que nos foi indicado por eles é que devíamos comprar outro voo e pedir o reembolso posteriormente. Informaram-nos ainda que o próximo voo disponível da Ryanair era sábado às 21h45, o que para nós era impensável devido a compromissos profissionais, a que já estávamos a faltar no dia 11. Por isso dia 12 tínhamos de regressar a Lisboa. Questionámos se a Ryanair reembolsava os voos caso fossem comprados noutra companhia aérea diferente, ao que nos responderam que sim, para depois solicitarmos o reembolso através do site.
Dirigimos-nos ao aeroporto e neste ao balcão da TAP, pois era o primeiro próximo voo a sair para Lisboa. Compramos a viagem e posteriormente dirigimos-nos novamente ao balcão da Aviapartner para solicitar voucher para mais uma noite (que teríamos direito pelo cancelamento do nosso voo e pelo regulamento europeu). Foi-nos indicado que a política da Ryanair era apenas comparticipar aos seus passageiros apenas uma noite no hotel, independentemente do número de noites que pudessem ter de ficar até chegar ao destino.
Após o regresso a casa, no dia 12, fizemos reclamação no site da Ryanair a solicitar reembolso das despesas que tivemos por este dia extra, reembolso do bilhete de avião que não usamos por cancelamento por parte da Ryanair, reembolso da nova viagem que tivemos de pagar do nosso bolso. Além disso solicitamos também indemnização pelo cancelamento de voo e que consideramos ter direito de acordo com o regulamento europeu. Resposta da Ryanair foi super rápida, em menos de uma semana, indicando que tinham feito o reembolso do bilhete que não usamos e que não teríamos direito a qualquer outro reembolso de despesa ou indemnização, uma vez que o cancelamento do voo tinha por circunstâncias extraordinárias exteriores à Ryanair. Segue a resposta deles:

"We sincerely regret the cancellation of your flight FR2931 from Brussels to Lisbon on the 10/05/2017, which was due to unforeseen operational issues at the Lisbon airport.
However, as this cancellation was outside Ryanair’s control we regret to advise that no monetary compensation is due under EU Regulation 261/2004.
We also note you chose not to rebook with Ryanair, but decided to apply for a refund of your cancelled flight. The refunded amount should be transferred on your credit card which was used to make the reservation and ending with the last four digits 1664 within the next 10 days.
We have processed the refund as you requested, therefore Ryanair has no further liability according to EU261.
Please be advised that by contacting the reservation centre agents (Live chat, call centre), a cancelled flight can be changed within a 7 day time frame, however, after a the refund was processed this options is no longer applicable."

Já respondemos a esta carta da Ryanair com nova reclamação no site deles, uma vez que eles não dão outra hipótese (a menos que enviemos por carta) indicando que não estamos de acordo com a resposta e pegando nos pontos do regulamento europeu que, a nosso ver, nos dá direito ao reembolso das despesas (que eles não referem na comunicação deles, e também a indemnização. Enviámos também para a ANAC, para a Autoridade Nacional Belga, Provedor do Cliente e Centro Europeu do Consumidor. Até ao momento obtivemos a resposta do Provedor do Cliente indicando que, no seu entender, considerava que a Ryanair não teria de pagar qualquer valor, uma vez que foi uma situação de força maior, externa a eles e à sua atividade.

Até ao momento não obtivemos mais respostas.
A nossa dúvida é a seguinte: sendo um problema no aeroporto de Lisboa que impede que os voos se realizem, temos ou não direito a indemnização e a reembolso de despesas? Na realidade nós compramos os bilhetes de avião à companhia aérea e não ao aeroporto, a companhia não deveria arranjar solução de forma a não prejudicar os seus passageiros? Ou não deveria pagar as indemnizações e reembolsar despesas que os passageiros tiveram por este incidente e posteriormente contactar com o aeroporto de Lisboa e pedir-lhes a eles uma indemnização ou o que fosse? Terão de ser os passageiros, que já foram obrigados a não regressar a casa na data prevista, a serem lesados (e já não falo aqui na indemnização) com as despesas extra que tiveram de ter?

Sabemos que não escolhemos uma companhia de bandeira e sim uma lowcost. Sabemos que as lowcost tentam reduzir os seus custos ao máximo para que o preço da passagem seja o mais baixo possível e assim ganharem mais dinheiro com a procura por parte dos passageiros. No entanto as regras não são aplicadas a todos da mesma forma?

Obrigada desde já pela vossa ajuda!
 

ploferreira

Administrador
Staff
Olá,

Em relação à indeminização, creio que não terá direito a ela uma vez que a legislação prevê estas situações, no fundo sendo uma situação alheia à companhia aérea não faz muito sentido que tenha de indemnizar os passageiros.

(12) Os transtornos e inconvenientes causados aos passageiros pelo cancelamento dos voos deverão igualmente ser reduzidos. Para esse efeito, as transportadoras aéreas deverão ser persuadidas a informar os passageiros sobre os cancelamentos antes da hora programada de partida e, além disso, a oferecer-lhes um reencaminhamento razoável, por forma a permitir-lhes tomar outras disposições. Caso assim não procedam, as transportadoras aéreas deverão indemnizar os passageiros, a menos que o cancelamento se tenha ficado a dever a circunstâncias excepcionais que não poderiam ter sido evitadas mesmo que tivessem sido tomadas todas as medidas razoáveis.

Sobre as despesas incorridas, a Ryanair deveria ter fornecido alojamento e alimentação bem como reencaminhamento num voo alternativo, sendo que se a transportadora aérea não lhe der a escolher entre o reembolso e o reencaminhamento, mas decidir unilateralmente reembolsá-lo do seu bilhete inicial, tem direito a um reembolso adicional correspondente à diferença de preço entre o bilhete inicial e o novo bilhete (em condições de transporte equivalentes).

Em suma creio que tem base para exigir:

  • A diferença entre o valor que pagou na TAP e o reembolso emitido pela Ryanair
  • Despesas de alimentação e alojamento com os devidos comprovativos

Boa sorte ;)
 

SEDA

Membro Conhecido
Obrigada pela ajuda @ploferreira
Nós queríamos mesmo era que nos reembolsassem as despesas que tivemos, mais do que a indemnização. Mas ao que parece ninguém lê essa parte dos nossos emails....de facto a única opção dada pela Ryanair no dia 11 foi comprar novo bilhete e pedir o reembolso...nunca falaram serem eles, através do Live Chat, a fazerem a alteração...teríamos de ser sempre nós a proceder a essa alteração, mas não conseguiríamos fazê-la porque o nosso voo não aparecia na aplicação. Como pedimos o reembolso do nosso voo e das despesas, a parte das despesas é simplesmente ignorada. Fizeram apenas o reembolso do voo e mais nada referem.
 

TREPADOR

Membro Conhecido
Se bem percebi o atraso deveu-se a dificuldades de abastecimento de combustível, combustível este que será fornecido por uma empresa privada às companhias aéreas.
Sendo que existe um incumprimento contratual ente duas entidades privadas, não deverá ser o cliente a assumir as despesas e danos causados.
Quando se fala em circunstâncias excepcionais, falamos de greves, tumultos, intempéries etc., não podem ser consideradas as avarias ou até mesmo as falhas no abastecimento de combustível ou na manutenção como circunstância excepcional, isto na minha opinião claro...
Sofri na pele um atraso de dois dias, sendo que o problema era uma avaria num monitor do aparelho e que em circunstancias normais e num qualquer aeroporto europeu, seria de fácil reparação e apenas se traduziria num atraso de algumas horas, como foi em Cuba, foram dois dias de paragem. Inicialmente tanto a companhia como o operador alegaram serem alheias a qualquer responsabilidade e que se tratava de circunstancia excepcional e que não poderia ser previsível ou evitável, como tal não queriam pagar qualquer indemnização, apenas assumiam transporte, alimentação e estadia, mas após alguma insistência acabaram por assumir e pagar o que era devido.
Volto a referir que esta é a minha interpretação dos factos e que nenhuma companhia se atrasa porque quer, mas não pode a culpa morrer solteira.
 

ploferreira

Administrador
Staff
Olá @TREPADOR

Neste caso julgo que não existem grandes dúvidas visto que a lei é bastante clara. No caso em questão não havia nada que a Ryanair pudesse fazer para resolver a situação porque não dependia da própria transportadora mas de terceiros.

3. A transportadora aérea operadora não é obrigada a pagar uma indemnização nos termos do artigo 7.o, se puder provar que o cancelamento se ficou a dever a circunstâncias extraordinárias que não poderiam ter sido evitadas mesmo que tivessem sido tomadas todas as medidas razoáveis.
No caso que refere, se bem percebi foi uma avaria na aeronave da companhia, uma situação completamente diferente ;)

@SEDA insista com a companhia e se mantiverem a decisão de não pagar a diferença do bilhete, refeições e alojamento pode reclamar na entidade competente.
 

SEDA

Membro Conhecido
Obrigada @TREPADOR
Sim, o que aconteceu no aeroporto de Lisboa naquele dia, foi um problema com o sistema de abastecimento de combustível. Houve aviões que ainda foram reabastecidos do modo antigo, pelo que percebi, mas não era possível fazê-lo com todos. Por isso, o nosso voo (tal como outros) foi mesmo cancelado. Sendo o último voo do dia, não havia qualquer hipótese de naquele dia ainda podermos viajar para Portugal (como referi o voo seguinte disponível da Ryanair era apenas no sábado, dia 13, também ao final do dia). A Ryanair não nos deu qualquer alternativa, exceto comprar novo bilhete e pedir reembolso. E só comparticipou com €5 de voucher para alimentação (inicialmente pelo atraso do voo) e depois com uma noite no hotel e transporte até ao mesmo. Não se disponibilizaram para mais nada, nem sequer serem eles a fazer a alteração do voo pelo Live Chat, uma vez que nós não conseguíamos aceder à informação.

@ploferreira as reclamações estão feitas junto das entidades competentes (ANAC, Autoridade Nacional Belga, Centro Europeu do Consumidor em Lisboa). Entretanto enviei um pedido de esclarecimento para a Comissão Europeia, Departamento de Mobilidade e Transportes. Eles têm disponível um formulário online que podemos preencher e pedir esclarecimentos sobre as nossas dúvidas e sobre as situações que podemos ter passado.
Existe mais alguma entidade para onde possa enviar a reclamação?
 

lfdm

Membro Conhecido
Isto dá "pano para mangas"...
Se a partida fosse em Lisboa até percebia o dilema, seria culpa da companhia, do fornecedor de combustível, do aeroporto, etc. Mas mesmo assim, penso que a companhia deveria assumir o prejuízo numa primeira fase e posteriormente não sendo culpa dela, solicitar a indemnização a quem de direito.
Tratando-se de uma partida de Bruxelas não faz qualquer sentido a companhia não assumir responsabilidade. Existiria sempre forma de contornar o problema de abastecimento. Por isso, na minha opinião a falha do serviço aéreo deveu-se a companhia e não há qualquer outra circunstância excepcional. Tanto que, muitos outros aviões divergiram para outros aeroportos para reabastecimento...
 

Pedro Maia

Membro Conhecido
Isto dá "pano para mangas"...
Se a partida fosse em Lisboa até percebia o dilema, seria culpa da companhia, do fornecedor de combustível, do aeroporto, etc. Mas mesmo assim, penso que a companhia deveria assumir o prejuízo numa primeira fase e posteriormente não sendo culpa dela, solicitar a indemnização a quem de direito.
Tratando-se de uma partida de Bruxelas não faz qualquer sentido a companhia não assumir responsabilidade. Existiria sempre forma de contornar o problema de abastecimento. Por isso, na minha opinião a falha do serviço aéreo deveu-se a companhia e não há qualquer outra circunstância excepcional. Tanto que, muitos outros aviões divergiram para outros aeroportos para reabastecimento...
O problema (quase de certeza), é que o avião que iam apanhar em Bruxelas vinha de Lisboa e não chegou a sair de Lisboa por não poder ser abastecido.

Não estou a ver uma low cost a assumir mais do que aquilo que a lei lhe impõe (a única vez que tive um problema do género, com a Easy Jet, nem isso assumiram, mentiram-me descaradamente, o INAC não fez nada e eu acabei por esquecer o assunto).
 

valter_2014

Membro Conhecido
Olá SEDA
Em 2014 sofremos um atraso de 4 horas no da Ryanair voo Madrid Porto.
Reclamei a Ryanair sobre o atraso mas eles disseram que se deveu a circunstâncias extraordinárias :) o que foi mentira
Continuei a insistir e depois lá disseram que tinha sido devido a uma avaria e lá acabaram por pagar o que era devido.
Por isso não desista e use todos os meios necessários para reclamar.
 

SEDA

Membro Conhecido
Obrigada @valter_2014
Quando insistiu com eles foi sempre através do site suponho? Nós para respondermos à carta que nos enviaram tivemos de abrir novo processo através do site, porque eles não disponibilizaram outra forma para o fazer.
 

valter_2014

Membro Conhecido
Sim SEDA foi tudo atraves do site.
Use o chat da Ryanair foi o que usei para fazer reclamar, contudo nem sempre está disponível ;)
 

ploferreira

Administrador
Staff
@ploferreira as reclamações estão feitas junto das entidades competentes (ANAC, Autoridade Nacional Belga, Centro Europeu do Consumidor em Lisboa). Entretanto enviei um pedido de esclarecimento para a Comissão Europeia, Departamento de Mobilidade e Transportes. Eles têm disponível um formulário online que podemos preencher e pedir esclarecimentos sobre as nossas dúvidas e sobre as situações que podemos ter passado.
Existe mais alguma entidade para onde possa enviar a reclamação?
Acho que já está tudo feito, sendo assim é aguardar pela resposta ;)
 

SEDA

Membro Conhecido
Sim SEDA foi tudo atraves do site.
Use o chat da Ryanair foi o que usei para fazer reclamar, contudo nem sempre está disponível ;)
Obrigada @valter_2014 :)
Então agora é aguardar. Caso não respondam vamos tentar contactar pelo Live Chat.
Li ontem algures que a Ryanair foi multada, num valor considerável, por não ter nenhum email disponível para os clientes....enfim...

@ploferreira
Acho que já está tudo feito, sendo assim é aguardar pela resposta ;)
Obrigada @ploferreira :)
 

broka

Membro Conhecido
Pede ajuda através do site da AirHerlp

https://www.airhelp.com

Fiz uma reclamação por atraso de um voo intercontinental no site da TAP e ignoraram completamente o meu pedido de indemnização, referindo condições atmosféricas.

Contactei a AirHelp e recebi reembolso de 600€ (dos quais 25% / 150€) foram para a AirHelp pelos serviços prestados. Mas sem eles, provavelmente não iria receber nada e se contratasse um advogado provavelmente ficaria mais caro.

Há também quem use a ajuda da DECO.
 

SEDA

Membro Conhecido
@broka obrigada :). Também já pensámos em recorrer à airhelp, mas achamos que inicialmente podíamos ser nós a tratar das coisas...depois da primeira resposta da Ryanair não está fora de questão fazê-lo.

Entretanto tivemos resposta por parte do Departamento de Mobilidade e Transportes da Comissão Europeia:
"Em caso de cancelamento, o passageiro pode escolher entre o transporte para o destino final o mais rapidamente possível ou um reembolso do custo total dos segmentos (ou partes) de bilhete não utilizados (com um voo gratuito de volta ao ponto de partida inicial, quando relevante). Os passageiros também têm direito a receber assistência - telefonemas, bebidas, refeição, alojamento, se necessário, e transporte para o local de alojamento e de volta ao aeroporto - enquanto esperam.
Encontrará informações práticas sobre esses direitos aqui: Http://europa.eu/youreurope/citizens/travel/passenger-rights/air/index_en.htm
Existem órgãos nacionais de execução a cargo da gestão das queixas dos passageiros (encontre os dados de contacto mais abaixo). No entanto, estas só podem emitir um parecer juridicamente não vinculativo. A Comissão Europeia não tem poder de recurso em casos individuais entre passageiros e companhias aéreas, mas controla a aplicação da legislação pelas autoridades nacionais.
Não obstante, não haverá lugar ao pagamento de indemnização quando o cancelamento se deva a circunstâncias extraordinárias, definidas do seguinte modo, no Regulamento (CE) n.° 261/2004:
“(14) Tal como ao abrigo da Convenção de Montreal, as obrigações a que estão sujeitas as transportadoras aéreas operadoras deverão ser limitadas ou eliminadas nos casos em que a ocorrência tenha sido causada por circunstâncias extraordinárias que não poderiam ter sido evitadas mesmo que tivessem sido tomadas todas as medidas razoáveis. Essas circunstâncias podem sobrevir, em especial, em caso de instabilidade política, condições meteorológicas incompatíveis com a realização do voo em causa, riscos de segurança, falhas inesperadas para a segurança do voo e greves que afectem o funcionamento da transportadora aérea.
(15) Considerar-se-á que existem circunstâncias extraordinárias sempre que o impacto de uma decisão de gestão do tráfego aéreo, relativa a uma determinada aeronave num determinado dia provoque um atraso considerável, um atraso de uma noite ou o cancelamento de um ou mais voos dessa aeronave, não obstante a transportadora aérea em questão ter efectuado todos os esforços razoáveis para evitar atrasos ou cancelamentos.”"
 

TREPADOR

Membro Conhecido
Em relação às circunstâncias extraordinários a lei tipifica-as, deixando em aberto as situações em que estas não poderiam ter sido evitadas mesmo que tivessem sido tomadas todas as medidas razoáveis.

A questão que coloco é se a companhia tomou todas medidas, se não poderia ter feito aterrar o voo em Lisboa com combustível suficiente para voltar a levantar e deslocar-se até Bruxelas?
Este problema surgiu no início do dia e o voo em causa foi no final do dia, ou seja, a companhia teve conhecimento com antecedência suficiente para evitar ou contornar o problema, fosse através de um abastecimento anterior para fazer a viagem de Lisboa para Bruxelas ou fosse com uma escala para abastecimento. Relembro que estamos a falar de voos domésticos de curta duração e que os aparelhos em causa têm capacidade para transportar combustível suficiente para várias horas de voo.
Se o aparelho que aterrou em Lisboa e se preparava para seguir para Bruxelas viesse do outro lado do Atlântico, compreende-se que nada poderia ter feito para contornar a situação, mas não é o caso.
Claro que voar com os tanques cheios acarreta despesas extra e é do conhecimento público que a Ryanair vooa muitas vezes abaixo dos limites legais no que toca a reservas de combustível, por forma a optimizar o peso transportado e maximizar a eficiência dos aparelhos no que toca a consumos.

Em relação aos direitos de alojamento transcrevo a alínea 13) do Regulamento (CE) n.° 261/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Fevereiro de 2004

(13) Os passageiros cujos voos sejam cancelados deverão poder ser reembolsados do pagamento dos seus bilhetes ou ser reencaminhados em condições satisfatórias e deverão receber assistência adequada enquanto aguardam um voo posterior (não apenas uma noite)

Recomendação da ANAC na comunicação social:
"...uma semana após a ocorrência, o regulador nacional de aviação recomendou aos passageiros afetados pelas perturbações que apresentassem reclamação à companhia aérea em que voavam, pedindo que enviassem uma cópia para a ANAC.
O regulador criou então um 'email' para receber as reclamações dos milhares de passageiros que foram afetados pela falha no abastecimento dos aviões no Aeroporto Humberto Delgado, que provocou atrasos e cancelamentos até à manhã de quinta-feira, 11 de maio, dia em que a ANA – Aeroportos de Portugal considerou a situação normalizada."

Julgo que o regulador não iria aconselhar os passageiros a efectuar uma reclamação se não houvesse matéria para tal.

Estou certo que as companhias aéreas não se vão imiscuir de pedir o retorno dos prejuízos ao prestador do serviço que provocou esta situação, assim como os clientes o deverão fazer às companhias, "penso eu de que..." ;)
 

TREPADOR

Membro Conhecido
No meu caso liguei para lá e pedi o email, posteriormente liguei para confirmar se o assunto estava encaminhado e após o segundo contacto recebi email a confirmar a recepção da reclamação.
 

SEDA

Membro Conhecido
No meu caso liguei para lá e pedi o email, posteriormente liguei para confirmar se o assunto estava encaminhado e após o segundo contacto recebi email a confirmar a recepção da reclamação.
Obrigada :). Embora já tenhamos enviado email, vamos fazer isso :)
 
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