Cansada do calor do deserto, fui fazer um pequeno retiro de 2 dias pelas montanhas do Alto Atlas em Marrocos.
Saímos de Erfoud rumo às Gargantas do Dades. Já era tarde, umas 18h, porque passámos primeiro por Errachidia para substituir o braço de direcção do 4x4 que se tinha partido num encontro furtivo com um Petit-taxi.
Chegámos a Ait-Oudinar pelas 21.30h. No pequeno auberge familiar “5 etoiles”, encontrámos a tranquilidade e frescura naturais das montanhas. Um prato de “harera”- sopa caseira, aqueceu-nos o estômago e o toque requintado de coentros refrescou-nos o espírito.
Ás 23h iniciei uma nova viagem que me levou a um descanso profundo até às 7h da manhã, quando fui acordada pelo chilrear dos passaritos locais, seguido do cheiro a torradas acabadinhas de fazer.
Um duche rápido do qual, pela pequena janela espreitava a grande montanha.
Cheguei à rua e todos os meus sentidos me despertaram para a vida. O som da água a correr pelo leito do pequeno riacho, os passaritos a passar espavoridos; o cheiro dos figos maduros que carregam as figueiras; A paisagem colorida de verde quase fluorescente nos cantos onde toca o sol; o tocar da leve brisa na pele como que a anunciar secretamente o final do verão.
Senti-me viva….senti-me….com todos os sentidos. Até uma leve intuição me disse que brevemente vou viver aqui.
Depois de apanhar os figos e degustá-los, junto com um pequeno-almoço típico da montanha, seguimos rumo a Ouarzazate onde tinha uns clientes para visitar.
Encontrámos Ouarzazate em grande reboliço porque estão a fazer as filmagens do “príncipe da Pérsia”. Em Marrocos, curioso não!?
Depois de visitar o primeiro cliente dirigimo-nos ao Oásis Fint que fica a 17Km de Ouarzazate, dos quais 10Km são feitos em pista de terra batida. Quando Chegamos é realmente a visão de um oásis. Palmeiras, água, burros, verde e a réstia de tranquilidade que era permitida nos locais que não estavam ocupados pela multidão que faz parte do elenco das filmagens.
Tomámos um chá e zarpámos para a cidade conhecida pelos seus Kasbahs históricos muito utilizados como pano de fundo de muitos filmes.
Aí passámos a noite e ao outro dia, depois de trabalhar um pouco, pelas 11h iniciámos a nossa aventura pápa kilómetros por carreiros recomendados só para aventureiros.
Fizemos 180 Km de estrada até às Gargantas do Todra, onde almoçámos, com um sol tímido a romper as montanhas. Subimos até Tamtatouch onde bebemos um chá com uns amigos.
As nuvens já começavam a ameaçar um dia bem cinzento e carregado de água. Depois de reunirmos decidimos fazer a pista até Imilchil onde decorria o Festival, ao qual chamam de “Os noivos”. Foi então que iniciámos a grande saga, mais de 50Km numa pista não recomendável até chegar a imilchil. Com chuva, água até meio do carro, lama, pedras, carreiros de cabra onde passam, cavalos, motas, bicicletas e camiões à pinha de gente e tudo o que mais podem transportar.
Chegados às montanhas de Imilchil, não havia espaço de chão disponível com tanta gente, a pouca lama que sobrava era espirrada pelos carros e motos. Com tamanha confusão e sem Gasóleo no 4x4, ameaçados de que a próxima bomba ficava em Rich a 180Km, decidimos pôr 10Litros de Gasoil numa daquelas bombas provisórias, cuja qualidade do produto deixa muito a desejar, e retomámos o nosso caminho. Eram 19h e tínhamos de galgar mais 180Km numa estrada de montanha que só tem espaço para um carro.
Por vezes parecia a pista que tínhamos feito pela tarde. Com água, grandes crateras e alguns veículos de carácter estranho, de resto muito vistos por estas terras. Era noite, com chuva e grandes sombras que por vezes me pareciam montanhas. Ao som de Oudaden e Zanzar lá fomos pouco a pouco fazendo kilometros, os dois já um pouco cansados mas sempre a cantar e a bater palmas entre alguns minutos de sono deliciados pelo pendura.
Chegados ao Rich, já estávamos quase em casa. Eram umas 22h, enchemos o depósito e percorremos 160 Km duma estrada normal, até chegar a casa que encontrámos, pela primeira vez em 2 meses, fresca.
Foi uma boa aventura!
Saímos de Erfoud rumo às Gargantas do Dades. Já era tarde, umas 18h, porque passámos primeiro por Errachidia para substituir o braço de direcção do 4x4 que se tinha partido num encontro furtivo com um Petit-taxi.
Chegámos a Ait-Oudinar pelas 21.30h. No pequeno auberge familiar “5 etoiles”, encontrámos a tranquilidade e frescura naturais das montanhas. Um prato de “harera”- sopa caseira, aqueceu-nos o estômago e o toque requintado de coentros refrescou-nos o espírito.
Ás 23h iniciei uma nova viagem que me levou a um descanso profundo até às 7h da manhã, quando fui acordada pelo chilrear dos passaritos locais, seguido do cheiro a torradas acabadinhas de fazer.
Um duche rápido do qual, pela pequena janela espreitava a grande montanha.
Cheguei à rua e todos os meus sentidos me despertaram para a vida. O som da água a correr pelo leito do pequeno riacho, os passaritos a passar espavoridos; o cheiro dos figos maduros que carregam as figueiras; A paisagem colorida de verde quase fluorescente nos cantos onde toca o sol; o tocar da leve brisa na pele como que a anunciar secretamente o final do verão.
Senti-me viva….senti-me….com todos os sentidos. Até uma leve intuição me disse que brevemente vou viver aqui.
Depois de apanhar os figos e degustá-los, junto com um pequeno-almoço típico da montanha, seguimos rumo a Ouarzazate onde tinha uns clientes para visitar.
Encontrámos Ouarzazate em grande reboliço porque estão a fazer as filmagens do “príncipe da Pérsia”. Em Marrocos, curioso não!?
Depois de visitar o primeiro cliente dirigimo-nos ao Oásis Fint que fica a 17Km de Ouarzazate, dos quais 10Km são feitos em pista de terra batida. Quando Chegamos é realmente a visão de um oásis. Palmeiras, água, burros, verde e a réstia de tranquilidade que era permitida nos locais que não estavam ocupados pela multidão que faz parte do elenco das filmagens.
Tomámos um chá e zarpámos para a cidade conhecida pelos seus Kasbahs históricos muito utilizados como pano de fundo de muitos filmes.
Aí passámos a noite e ao outro dia, depois de trabalhar um pouco, pelas 11h iniciámos a nossa aventura pápa kilómetros por carreiros recomendados só para aventureiros.
Fizemos 180 Km de estrada até às Gargantas do Todra, onde almoçámos, com um sol tímido a romper as montanhas. Subimos até Tamtatouch onde bebemos um chá com uns amigos.
As nuvens já começavam a ameaçar um dia bem cinzento e carregado de água. Depois de reunirmos decidimos fazer a pista até Imilchil onde decorria o Festival, ao qual chamam de “Os noivos”. Foi então que iniciámos a grande saga, mais de 50Km numa pista não recomendável até chegar a imilchil. Com chuva, água até meio do carro, lama, pedras, carreiros de cabra onde passam, cavalos, motas, bicicletas e camiões à pinha de gente e tudo o que mais podem transportar.
Chegados às montanhas de Imilchil, não havia espaço de chão disponível com tanta gente, a pouca lama que sobrava era espirrada pelos carros e motos. Com tamanha confusão e sem Gasóleo no 4x4, ameaçados de que a próxima bomba ficava em Rich a 180Km, decidimos pôr 10Litros de Gasoil numa daquelas bombas provisórias, cuja qualidade do produto deixa muito a desejar, e retomámos o nosso caminho. Eram 19h e tínhamos de galgar mais 180Km numa estrada de montanha que só tem espaço para um carro.
Por vezes parecia a pista que tínhamos feito pela tarde. Com água, grandes crateras e alguns veículos de carácter estranho, de resto muito vistos por estas terras. Era noite, com chuva e grandes sombras que por vezes me pareciam montanhas. Ao som de Oudaden e Zanzar lá fomos pouco a pouco fazendo kilometros, os dois já um pouco cansados mas sempre a cantar e a bater palmas entre alguns minutos de sono deliciados pelo pendura.
Chegados ao Rich, já estávamos quase em casa. Eram umas 22h, enchemos o depósito e percorremos 160 Km duma estrada normal, até chegar a casa que encontrámos, pela primeira vez em 2 meses, fresca.
Foi uma boa aventura!
