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[Report] Marraquexe - Fevereiro 2013

Cristina Sousa

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Marraquexe

Marraquexe ou Marrakech é uma cidade do centro-sudoeste de Marrocos, situada perto do sopé norte da cordilheira do Alto Atlas. Conhecida como a "cidade vermelha", a "pérola do sul" ou a "porta do sul".

Marraquexe,

Essa palavra mágica, que no meu imaginário sempre significou exotismo e sensualidade.

Para mim foi e será sempre a cidade das mil e uma noites, dos cheiros, das especiarias, dos olhares, das cores, do paladar, dos sons vibrantes, enfim... dos sentidos.

Ir a Marraquexe era um sonho já antigo, que felizmente pude concretizar em 2013.

Marrocos é mesmo aqui ao lado, para mim é como se fosse um país irmão, amigo... Eu gosto de Marrocos, da sua terra, das suas gentes, da sua cultura, do seu modo de vida.

Uns meses antes de ir a Marraquexe tinha estado em Saidia, e cada marroquino com quem me cruzava perguntava "já foste a Marraquexe, conheces"?
Eu dizia que não, ainda não tinha tido oportunidade; e todos me diziam num espanholês-marroc "tienes que conocer", Marraquexe "es preciosa".

E é mesmo!

Talvez nenhuma palavra se adeque tanto a esta cidade - PRECIOSA!

Como não há muitos reports sobre Marraquexe aqui no portal, decidi fazer o meu



Destino - Marraquexe, Marrocos

Moeda - Dirham (1€ +- 11DH)

Diferença horária - 0GMT (+ 1h no verão)

Passaporte obrigatório com validade de seis meses


Voo

Porto-Lisboa- Marraquexe pela TAP

Saída pontual, voo normal e a aterragem em Marraquexe é feita depois de uns longos minutos a observar os tons ocre lá em baixo. Da janela do avião vai-se vendo, ao aproximar da cidade, surgir os tons de rosa, a terra ali tem uma cor mágica, que dá uma luz diferente.





Do aeroporto de Menara avista-se logo, ao longe, a Koutoubia! Ahhh, a Koutoubia, essa torre mágica, talhada e recortada como se de renda se tratasse, em forma quadrada e de uma beleza sem fim....
Pena que em Marrocos não deixam entrar nas mesquitas não muçulmanos (parece que a única que pode ser visitada é a mesquita de Casablanca)

Do aeroporto ao centro são cerca de 5 km, é mesmo ali ao lado, percurso rápido, mesmo em hora de ponta.
 
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Cristina Sousa

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Hotel


Hotel El Andalus

Bem localizado, numa transversal da avenida Menara, a uma caminhada de 20 minutos da Koutubia (com passagem pelo Mamounia, de que falarei mais à frente).

O hotel já é antigo, nota-se pela decoração, pelos quartos, piso em alcatifa, mas tem todas as comodidades necessárias para uma estadia que, não sendo de luxo, é bem confortável.





Era Fevereiro mas havia alguns estrangeiros mais acalorados que já utilizavam a piscina (exterior). O tempo também ajudava, durante o dia estava um sol quente de primavera, de dia dava para andar sem casaco, mas as noites eram frias.





Á tarde junto à recepção, serviam aos hóspedes chá de menta com bolinhos de gengibre...


Do meu quarto do 6º andar tanto via a piscina do hotel, lá em baixo, como via o aeroporto mais ao longe e o constante vai e vem dos aviões. E as vistas para o Atlas são magnificas....


O restaurante do hotel era bom, mas nunca percebi muito bem a lógica, uns dias funcionava com serviço à lista, outros com bufet. Como ia com meia pensão, as bebidas eram pagas à parte.
 
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Cristina Sousa

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A cidade

Marraquexe como que pode ser dividida em duas partes: a nova e a medina.


A) A Cidade fora da Medina


Para mim, a parte nova da cidade é a menos interessante, e apesar de ter grandes e largas avenidas (boa parte delas em obras), lojas de marcas e prédios novos, não é certamente isso que atrai os turistas.

Mas há sem dúvida alguns locais mais "turísticos", de visita obrigatória.

Aqui vão alguns deles:


Jardins Agdal


Os jardins Agdal ficam afastados do centro da cidade, bem depois dos jardins da Menara, e em frente ao Palácio do Rei e são os mais antigos da cidade.

São imensos campos de cultivo onde predominam as oliveiras e laranjeiras e outras árvores de fruto, de muitas espécies.

Tem um tanque central com um pavilhão ao lado, e consta-se que um sultão ali morreu afogado. Pelo sim pelo não, fiquei-me pela beirinha.....

Hoje em dia quem por lá passa pode ver vários peixes, famintos por um pedaço de pão. :baby:







 
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Jardins Menara


É um parque com um conjunto de pomares e oliveiras que rodeiam um lago central e um pavilhão, de telhado verde de forma piramidal que lhe dá o nome.

É um local de passeio para residentes e turistas, que ali vão passar o tempo e contemplar as vistas para o Atlas. Fica bem próximo do aeroporto, que é logo bem ali ao lado, sendo recorrente avistar os aviões a sobrevoar bem baixo para aterrar ou levantar voo.








Junto à entrada os famosos camelos aguardam os turistas para um passeio pelos arredores.



 
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Jardins Majorelle

Custo da entrada -75 DH

É o jardim botânico estilo art decô de Marraquexe. Pertenceu ao pintor Jacques Majorelle e em 1980 foi adquirido por Yves Saint Laurent e Pierre Bergé.

São uma beleza e estão muito bem cuidados. Cada canto e cada esquina transpiram charme e requinte, com inúmeras árvores e espécies exóticas, com as cores vibrantes a colorir os vários espaços que por ali se espalham, com especial destaque para as fontes e ainda para a livraria, bem assim o museu de arte islâmica, que ocupa o bonito edifício principal.













 
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Gueliz


É a zona central moderna de Marraquexe.

Amplas avenidas, à data da minha visita maioritariamente em obras, foram rasgadas, fazendo da cidade um gigante aglomerado. É uma zona moderna, com prédios novos, shopings, que convivem paredes meias com velhos mercados e lojas de venda de produtos tradicionais.








A Gare de Marraquexe, estação central de comboios da cidade, merece ser visitada, é um edifício novo, amplo, muito bonito e com um design que se enquadra na estética da cidade.



 
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B) A Medina


É o motivo pelo qual se vai a Marraquexe!!!!

A Medina, tão antiga quanto bela (para quem gosta, pois Marraquexe ou se ama ou se odeia, não há meio termo), é sem dúvida a grande atracção da cidade. :agitado:

Tem uma vida peculiar, com um agito muito próprio, de um local que mistura o antes com o depois, o histórico e o genuíno, com a novidade da evolução dos tempos. :agitado:

Quem odeia Marraquexe queixa-se essencialmente da falta de limpeza.
Pelo que pude ver ao longo dos dias que lá estive, é uma questão cultural, já enraizada. Durante o dia tudo se atira para o chão. As ruas ficam sujas, sim, sujas!
Á noite passam as carroças que apanham tudo aquilo que foi atirado ao chão.
De manhã, chegando à medina por volta das 9h, tudo é diferente! Ruas molhadas, varridas, impecavelmente limpas!

A vida lá é diferente, muito diferente..... :angel:

Eis os meus locais de visita:


Bab Agnaou


É a porta mais famosa das nove portas da cidade, de entrada para a Medina, na zona Kasbah.

Milhares de turistas passam lá diariamente, sendo considerada um dos postais de Marraquexe.




Logo depois de entrar pela Bab Agnaou, começam as ruas do quarteirão Kasbah

 
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Cristina Sousa

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Palais Badi


Custo da entrada - 10 DH

O Palácio Badi ou palácio dos três reis foi mandado construir para comemorar a vitória sobre o exército português na batalha com o mesmo nome.
Já foi considerado um dos mais majestosos palácios, mas hoje sobram pouco mais que ruinas. Continuam a existir plantações de oliveiras e laranjeiras.









 
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Túmulos Sadianos


Custo da entrada - 10DH

Na zona da mesquita Kasbah, por onde se passa quem sai do Palácio Badi, ficam os tumulos sadianos (mesmo paredes meias com um conhecido riad).


O acesso estreito e quase imperceptível, não fosse a placa, não faz adivinhar a beleza que vamos encontrar. É um cantinho maravilhoso, descoberto no início do século XX. Os túmulos sadianos constituem uma obra de arte, em tons que vão do ocre aos verdes, deixando quem lá vai de boca aberta, em pura contemplação.

É composto de três quartos, sendo o das 12 colunas o mais admirável, pelos mármores utilizados. Tem uma "luz" fantástica!









 
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Cristina Sousa

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Koutoubia e jardins anexos


É a maior mesquita e o mais representativo monumento da cidade.


O seu minarete foi usado como modelo para a não menos bela Giralda, de Sevilha, e para a torre Hassan, em Rabat. Tem 69 metros de altura e é o edifício mais alto da cidade.





Foi construída no estilo tradicional almoáda e a torre é adornada com quatro globos de cobre. :angel:



Encontra-se a cerca de 200 metros da praça mais conhecida da cidade - a Djema El Fna. :agitado:


É de uma beleza que nenhuma palavra consegue descrever.




Os jardins envolventes, bem cuidados, são constituídos essencialmente por laranjeiras, o fruto típico da região, e são frequentados por locais e turistas.





 
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Palais Bahia


Custo da entrada - 10DH

O palácio Bahia situa-se na zona norte da medina, junto ao bairro de Mellah, e é de estilo árabe-andaluz.



Possui vários pátios com arcadas e um pequeno riad, onde predominam as madeiras talhadas.





As portas, tectos e janelas são de uma beleza inexplicável.











 
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Museu Dar Si Said

(estava tão entusiasmada que a foto até ficou tremida) :angel:


É um museu instalado num antigo palácio, e tem vários artefactos marroquinos de diferentes eras, como esculturas de madeira, instrumentos musicais e armas. É dedicado à indústria madeirense marroquina, juntando uma excelente colecção de arte popular marroquina: carpetes, vestuário e cerâmica.

A arquitectura do palácio é lindissima, com pátios e arcadas e uns belíssimos candeeiros.












 
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Museu de Marraquexe


Custo da entrada - 60DH (conjunto com Madrassa)

Situa-se bem no meio dos souqs e muito perto da madrassa.

Tem um cafezinho na entrada, onde se pode descansar das caminhadas e apreciar o movimento.

Não vale pelo que tem exposto, mas sim pelo próprio espaço. É um regalo para os olhos este antigo palácio, restaurado há poucos anos. O candelabro de estanho que tem bem no centro do átrio principal é um deslumbre.










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Até os toillets merecem ser visitados
 
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Madrassa Ben Youssef


Custo da entrada - 60DH (conjunto com museu)


A escassos metros do Museu de Marraquexe, a Madrassa é a antiga escola corânica.

O madraçal está centrado num grande pátio com uma piscina para abluções. Os edifícios são feitos de madeira de cedro, com fino estuque trabalhado, mármore e zellige - azulejos coloridos.









No pátio central podem-se ver as pequenas janelas dos dormitórios dos estudantes, que se podem visitar na parte superior do edifício.



 
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Cristina Sousa

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Sinagoga de Mellah e Souq das Especiarias


A sinagoga fica situada no bairro de Mellah, o quarteirão judeu de Marraquexe.



É um bairro pobre e a maioria das ruas não é ainda pavimentada. Deambular por lá é uma aventura que poucos arriscam. A ideia que passa é que é um mundo à parte do restante, mais velho e degradado que o resto da medina, existem mercados de rua muito próprios, e aí não se encontram riads nem atracções turisticas para visitar, à excepção da Sinagoga.


A Sinagoga passa despercebida no meio do quarteirão, a sua entrada é muito discreta, a meio de uma rua e só após pedir várias informações se consegue lá chegar.


Uma vez entrada no pátio e posteriormente na Sinagoga, predominam os tons azuis, e realçam à vista os veludos.









O souq das especiarias fica numa das entradas do bairro e é um mundo de cores e cheiros que não se descrevem.

As cores vibrantes, os expositores, mas sobretudo o cheiro aguça os sentidos.









 
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Praça Djema El Fna


É o centro de Marraquexe, aquele local onde basta estar para sentir o coração palpitar. :agitado:

É de longe o sitio mais louco onde já estive, onde se cruzam carroças puxadas por burros, caleches, motas (muitas, resmas :angel: ), cavalos, bicicletas, e carros topo de gama. Tudo ao mesmo tempo e sem sentido, ou seja, todos se cruzam sem que haja um verdadeiro sentido de transito, de faixas de rodagem.

Tudo isto por entre barracas, vendedores, expositores, dançarinos, encantadores de serpentes, tira-dentes, e muito mais que se possa imaginar.







É uma mistura de sentidos que nenhum report, nenhuma descrição, nenhuma fotografia consegue mostrar, pois nenhum deles, nem todos juntos, fazem jus ao que é poder estar no centro daquela praça. E sentir, acima de tudo sentir.....

A praça é muito diferente de dia ou à noite.

De manhã e até ao início da tarde, tem tendas e vendedores essencialmente de produtos alimentares e plantas - é muito frequentada por locais que vão vender os seus produtos hortícolas e frutícolas, e por curiosos turistas que aproveitam para ver o dia a dia das pessoas.


Nas ruas e ruelas que rodeiam a praça existem igualmente lojas do género, sempre apinhadas de gente, e os bens são essencialmente transportados em carroças.


Aguadeiros vestidos a rigor tentam vender água aos turistas, e também por lá circulam os macacos acrobatas, que se deixam fotografar com os turistas a troco de uns dirhams.



 
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A partir do meio da tarde a praça muda e começam a surgir as roulotes ambulantes dos vendedores de sumos de laranja e dos frutos secos e especiarias. Algum tempo depois montam-se os restaurantes e a praça fica irreconhecível - começa a pairar no ar os cheiros e os fumos já se vêm por todo o lado.








Os dançarinos, os acrobatas, os encantadores de serpentes, todos se misturam no meio da multidão que por essa hora já enche a praça, uns para jantar nos "restaurantes" montados no meio da praça, outros para fazer compras nas lojas e tendas que se estendem na praça.



Aqui tudo se vede aqui, tudo se regateia, as lojas e barracas estão apinhadas de produtos do chão até ao tecto.



A noite de Marraquexe é sobretudo a praça, ali por uns dias foi para mim o centro do mundo.








 
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Cristina Sousa

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Outros locais a não perder:


Hotel Mamounia


É o mais emblemático hotel de Marraquexe, o puro luxo mesmo ao lado da Koutoubia e da praça, uma joia da arquitectura árabe-andaluza.

Mas por incrível que pareça, é possível visitar este luxo mesmo não sendo hospede.

Logo na entrada encantam os canteiros muito cuidados e os recantos pitorescos, sempre de estilo árabe, com mosaicos.







É possível depois entrar (elegantes funcionários abrem gentilmente as portas para passarmos) e atravessar o rés-do-chão do hotel, passando pela zona da recepção, por salões de estar, pelo piano bar, até à porta que dá para as traseiras do hotel, onde se encontra a piscina e bar de apoio, e os imensos jardins que podem ser visitados por turistas.





É uma beleza, uma elegancia, o puro luxo com vista para a torre da Koutoubia e para o Atlas.






Ao fundo do extenso jardim tem uma pequena horta de plantas aromáticas e legumes.

 
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Café de France


O Café mais emblemático da praça, ao pé do qual ocorreu um atentado há alguns anos atrás.

Tem uma sala no R/ch e varanda nos 1º e 2 andar e terraço um piso acima.


Está constantemente cheio (à pinha, como se diz na minha terra ) e arranjar um lugar é uma aventura.

(depois de decidir um dia por volta das 17h lá ir, e ficar na varanda, eu e outro senhor que não conhecia de lado nenhum disputamos uma mesa. Como chagamos ao mesmo tempo, nenhum quis de lá sair, pelo que partilhei mesa com um estranho até se dar uma vaga junto à grade da varanda, altura em que a grande velocidade peguei nas sacas das compras que tinha feito no souq nesse dia, e voei literalmente para lá. E só de lá saí quando o sol se pôs). :agitado: :angel:

O atractivo deste local é que é, porventura, o melhor "miradouro" da praça, com vista deslumbrante para a Koutoubia. Daí ser o mais visitado, o mais procurado, aquele que onde todos querem ir.
Existe também a escassos metros de distancia o café Glacier, também com terraço, na esquina em frente ao posto dos correios, mas não tem o charme do Café de France.

Não tenho palavras para dizer o que senti nos largos minutos que fiquei recostada na minha cadeira, a beber um chá de menta e a contemplar a agitação da praça e a ver, senão o melhor, um dos melhores pôr-do-sol a que já assisti. Foi sem dúvida um sentimento de felicidade, um enriquecer da alma e da vista, dos melhores momentos das minhas viagens.












 
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