PatMagui
Membro Ativo
Olá a todos!
Já usufruí tantas vezes das vantagens do Portal, que acho que chegou a minha vez de contribuir partilhando o report das férias deste ano em Cuba. Sei que há imensos relatos deste destino e até destes hóteis, mas como (muito bem) me disseram, cada experiência é única.
Nota antes de iniciarem a leitura: falo que me farto e aviso já que a escrever vai pelo mesmo caminho...
Preparados???
A VIAGEM
A viagem começou em Madrid. Optámos por ir na noite anterior e ficar no Hotel Ibis Barajas onde uma noite + estacionamento 14 noites ficou por 85€. O transfer hotel/aeroporto/hotel é gratuito.
O vôo da AirEuropa foi muito tranquilo, partiu a tempo e ainda chegámos a Havana antes da hora prevista. Pessoalmente faltou-me o ecrã individual que sempre ajuda a passar melhor a viagem. A comida é aquela coisinha básica do costume. Sinceramente a ansiedade de chegar a Cuba era tal que nem me deixou preocupar com isso!
Ao contrário do que tinha lido por aqui, a burocracia no Aeroporto não foi nada demorada. Estivemos mais tempo à espera da mala do que a passar no controlo (o mesmo não aconteceu no regresso porque estavam a mudar de turno. Ainda assim não foi nada de especial).
LA HABANA
A primeira impressão de Cuba é um pouco estranha. As funcionárias do aeroporto de mini-saias e meias de rede é algo a que não estamos habituados... nem tão pouco os muros com arame farpado que limitam o aeroporto. Nada de preocupante. Mal pomos o pé fora do aeroporto (minúsculo e velhinho) somos agradavelmente recebidos pelo calor típico das Caraíbas e pelos carros clássicos.
Mercure Sevilla
Segue-se a viagem do aeroporto até ao Hotel. Optámos pelo Mercure Sevilla, em Havana Vieja, e sinceramente, parece-me um dos 3 bons hotéis mais bem situados.
O Hotel é antigo, é verdade, mas o restauro que sofreu foi bastante bom e saí de lá com a impressão de que foi uma excelente escolha. Estávamos em regime de alojamento e pequeno almoço (nada de impressionante, mas muito decente. As omeletes eram fantásticas e tinha bem mais do que o básico para um bom pequeno almoço).
Chegámos por volta da hora de jantar, mas assim que pousámos as malas saímos que nem foguetes para a rua. Queríamos começar logo a "sentir" Havana. As ruas pouco iluminadas intimidam, mas depressa nos sentimos muito seguros. Passeámos pelas ruas sem nunca ser abordados. Os cubanos viam tranquilamente televisão (que se ouvia a uma centena de metros de distância) de porta e janelas abertas, conversavam e fumavam à porta de casa, ouviam música... De regresso ao hotel comemos qualquer coisa rápida e fomos dormir que o cansaço já não perdoava.
Fábrica Tabaco
A manhã seguinte foi dedicada à reunião com o representante da Travelplan, conversão de dinheiro (numa Cadeca - casa de câmbio). Depois optámos por visitar a Fábrica de Tabaco Partagás. Normalmente poderíamos ir a pé, mas como o edifício está a ser requalificado (como quase tudo em Cuba - Capitólio, Museu da Revolução e por aí adiante) tivemos de ir de táxi. Fomos até ao Parque Central e conseguimos o preço que nos tinham dito que era justo - 5 CUC's). Penso que a entrada na Fábrica custou 10 CUC's. Basicamente foram-nos "apresentadas" as diferentes marcas de Charutos (ou puros, como eles lhes chamam), explicaram-nos o processo e depois foi ver os trabalhadores em ação. No final temos a opção de comprar charutos. Bem sei que muitos de vós dirão que aí são mais caros, mas pelo menos tenho a certeza (eu que sou pouco entendida) de que eram verdadeiros. Uma das coisas que mais nos tentaram vender pela rua eram os "puros". Que havia uma cooperativa e que eram da fábrica...bla, bla, bla. Fica ao critério de cada um. O taxista, Roberto, um cubano impecável, ainda nos levou a uma loja para comprar cigarrilhas e rum. O Havana é obrigatório, mas trouxemos também uma garrafa de Ron Cubay, recomendado pelo Roberto. Escusado será dizer que o rum é baratíssimo (Havana Club numa média de 4€). Comprem onde vos apetecer...pelo que vimos os preços não variam muito: Havana, Varadero, aeroporto...tudo igual.
Bodeguita del Medio
Para almoçar, fomos direitinhos à Bodeguita del Medio. Para mim, os mojitos não são, de todo, os melhores, mas fazem parte da experiência. Gostei muito da comida (aquele feijão preto foi o melhor que já comi) e não achei excessivamente caro para uma cidade turística.
Aproveitamos a proximidade e fomos até à Catedral e à praça...mas haveríamos de voltar.
Nessa tarde comprámos a entrada no bus turístico (o careca) por 5 CUC's que nos leva numa volta muito completa por Havana. Acho que para quem não tem muito tempo é uma boa opção.
Dona Eutimia
Para jantar tínhamos destino traçado - Dona Eutimia. As críticas no Trip Advisor não me deixaram muitas dúvidas e apesar das muitas tentativas de nos levarem para outros restaurantes (eles parecem moscas atrás do mel) eu estava determinada. Não foi o restaurante mais fácil de encontrar, fica numa ruela sem saída bem perto da Catedral, mas lá chegámos. Tal como nos tinham avisado, o Dona Eutimia é pequeno e sem ar condicionado, mas seguimos o exemplo dos outros turistas e pedimos para porem a mesa na rua. Aquela mariscada e aquele mojito valeram bem a pena. A lagosta foi, sem dúvida, a melhor que comi. A cerveja (sempre Cristal) é servida pouco fresca, mas se pedirem para porem no congelador até parece que estamos a beber a bela da portuguesa Sagres. :cheers:
O jantar foi sempre ao som dos músicos de rua. E mesmo ali, a jantar no meio da rua, a ouvir "Aquí se queda la clara/La entrañable transparencia/De tu querida presencia/Comandante Che Guevara" sentimos Havana.
Caminhar por Havana
Andar e mais andar...tinha de ser a si. O Hotel fica a 10 minutos a pé da famosa Calle Obispo, ercaderes, Empredado e por aí fora. Há coisa melhor do que percorrê-las a pé? Não mesmo! Palacio de los Capitanes Generales, Plaza de Armas, Castillo de la Fuerza Real, Hotel Ambos Mundos, Avenida Malecón... quisemos ver tudo. Talvez menos conhecida, mas que vale bem a vista, é a Camera Obscura - Plaza Vieja - (também descoberta no Trip Advisor). Vê-se projetada, em objeto côncavo, toda Havana ao vivo e a cores. Para mim, ainda mais impressionante foi a vista lá de cima..estilo miradouro.
La Floridita
Como o Roberto (o taxista) nos tinha dito que era muito caro, não era a primeira opção para almoçar, mas não conseguimos resistir a todo o misticismo que envolve La Floridita. O daiquiri (sim, é caro, mas muito bom) é obrigatório. O espaço está dividido em dois - uma espécie de café e a sala de refeições (lembrou-me a casa do livro "Os Maias"...vá lá saber-se porquê). Escolhemos uma espécie de mariscada com molho de tomate e côco para dividir - eu não como muito, mas o homem sim, e saímos de lá a rebolar de tão cheios. 5*
Tropicana
Para encerrar o dia do meu aniversário em grande (sim, comemorei 26 anos em Havana ) escolhemos o famoso espetáculo do Tropicana. Tem de se ir de táxi e o preço normal é 15 CUC's por viagem. Falámos com o taxista e ele foi buscar-nos ao fim do espetáculo com direito a desconto
Antes do show, jantámos e devo dizer que não recomendo. Não era mau, mas foi a pior refeição em Havana.
Quanto ao show, como estava a ameaçar chuva, fizeram o espetáculo no anfiteatro fechado (normalmente é num ao ar livre). Pessoalmente ADOREI. Gosto muito de dança e fiquei agradavelmente surpreendida pela qualidade dos bailarinos, das coreografias, dos figurinos. Apesar disso, e de ofereceram uma garrafa de Rum e um charuto por casal, acho o preço caro.
VARADERO
Depois de 3 noites em Havana, seguimos para Varadero que praia, calor e não fazer "nenhum" também fazem parte da nossa lista de interesses.
Antes de chegar ao Resort deixem-me dizer que a famosa paragem a meio da viagem para beber a Piña Colada vale bem a pena. Feita com ananás e côco naturais é, realmente, a melhor que já bebi. E ainda por cima num miradouro com uma vista tão bonita... vale os 5 CUC's.
Iberostar Laguna Azul
Depois de deixar quase todos os passageiros, lá chegámos ao Iberostar Laguna Azul. Ainda nem sabíamos que era a nossa paragem e eu já estava a dizer que o Resort tinha bom aspeto. Assim que entrámos serviram-nos um cocktai de boas vindas - daiquiri morango + daiquiri limão (soube-me tão bem que quase todos os dias repeti a dose). Pior foi o quarto ainda não estar pronto e termos de esperar quase 2 horas (vá lá que nos deixaram almoçar entretanto...) Finalmente temos quarto mas há duas camas de solteiro. Mais uma visita a receção e lá vamos nós mudar de quarto. Somos recebidos pela Rosa (a camareira hiper mega disponível e simpática) e ficamos instalados num quarto espaçoso, limpo e com varanda para uma das piscinas.
O hotel é na 1.ª linha de praia, tem 3 piscinas, um restaurante buffet, 3 restaurantes temáticos, uma gelataria, uns quantos bares e snack bares. É possível comer e beber 24h/dia.
A capacidade é de quase 2000 hóspedes, mas felizmente não estávamos na época alta e o hotel estava longe de estar cheio. Mesmo assim; às vezes, ficava um bocado caótico, principalmente para comer no Buffet. E o meu principal problema foi mesmo neste departamento.
Refeições
A comida não era lá grande coisa (bem longe do que um 5* devia apresentar) e apesar de a variedade até ser alguma, a maior parte das coisas era feita com reaproveitamento de sobras. Não sou contra isso...mas há limites. Comemos sempre bem, não passámos fome, mas acho que não aguentava mais do que os 7 dias que lá estive. O peixe grelhado na hora era sempre o mesmo (atum 7 dias), o marisco limitava-se a mexilhões e camarões cozidos e camarões na chapa ao jantar. Além disso fazem carne grelhada na hora (porco, vitela e frango), massas (muito fraquitas) e pizzas (bem boas, mas com poucos ingredientes).
Conhecemos um casal português (que vai na 8.ª visita a Cuba) que nos ofereceu uma reserva no Restaurante temático cubano e nós reservámos nos outros 3: japonês, gourmet e italiano. Jantámos decentemente em todos e só o facto de variar do buffet já foi bom.
A praia
Areia branca e fina, água quente e poucas ondas (ou quase nenhumas). Um paraíso. No último dia acordámos ainda mais cedo para ver o nascer do sol na praia e dar um mergulho com os primeiros raios de sol. Imperdível!
Por Varadero
Praia, piscina e calor é bom...mas também cansa. O autocarro turístico (também por 5 CUC's) foi a nossa escolha para visitar Varadero. Pelo caminho ainda conhecemos a Marina que não tem grande coisa que se lhe diga. Nem Varadero... foi bom para fazer umas compras na feira de artesanato. Ainda fomos a um "centro comercial" mas também nada de especial.
Cayo Blanco
Já nos tinham dito que a excursão a Cayo Blanco era obrigatória e nem pestanejámos. Nadar com os golfinhos foi uma das melhores experiências de sempre. Na verdade, a ideia inicial era um grupo (de +- 10 pessoas) fazer uma fila e o golfinho ia fazendo habilidades, dando beijinhos e recebendo festinhas...mas uma pequena propina deu direito a nadar um bocadinho com "a golfinha" Nina
O snorkel foi muito fraquinho, principalmente comparado com o que fizemos no México ou na Tailândia, mas é sempre divertido!
A areia branca e a água transparente fazem de Cayo Blanco uma ilha paradisíaca, mas de vez em quando sentimos um cheiro terrível (tipo esgoto). Não sei se é normal ou não, mas com toda a certeza não é nada agradável.
A lagosta do almoço não me maravilhou...estava fria e muito seca. Só me lembro da lagosta da Dona Eutimia. Aiiiii
O cataram tinha muita pinta, bar aberto e tal...mas falta-lhe a normal alegria e animação cubanas. A verdade é que a tripulação é reduzida, mas talvez devessem ponderar contratar um animador. (Já sei que as comparações são sempre injustas, mas no México fizemos a excursão a Isla Mujeres) e a viagem foi uma verdadeira fiesta!)
Notas finais:
Realmente Cuba é um país em mudança. Apesar de ainda ser uma prisão sem grades, aos poucos, os cubanos começam a conquistas algumas coisas. Insignificantes para nós, mas do tamanho do mundo para eles. Em que é que isto influencia os turistas? Bem, em muita coisa... em primeiro lugar no desejo de gorjeta. Acredito que sempre se sentiu, mas agora eles querem mais e melhor. Se antes ficavam contentes com uma caneta, agora querem dinheiro...e em nota. Depois começa a ser muito comum ver cubanos nos resorts de Varadero e digamos que não são os mais educados. Falam muito alto, tiram 30 pacotes de manteiga de uma vez, devoram as travessas de queijo...enfim. Pelo que nos disse um casal cubano, na televisão, até já há rábulas a gozar com este comportamento.
Sinto que já fomos um pouco tarde a Cuba, mas mesmo assim adorámos a viagem. O espírito dos cubanos, a felicidade que lhes está nos olhos e no sorriso é contagiante. E Havana...ai...Havana ficou-me no
Já usufruí tantas vezes das vantagens do Portal, que acho que chegou a minha vez de contribuir partilhando o report das férias deste ano em Cuba. Sei que há imensos relatos deste destino e até destes hóteis, mas como (muito bem) me disseram, cada experiência é única.
Nota antes de iniciarem a leitura: falo que me farto e aviso já que a escrever vai pelo mesmo caminho...
Preparados???
A VIAGEM
A viagem começou em Madrid. Optámos por ir na noite anterior e ficar no Hotel Ibis Barajas onde uma noite + estacionamento 14 noites ficou por 85€. O transfer hotel/aeroporto/hotel é gratuito.
O vôo da AirEuropa foi muito tranquilo, partiu a tempo e ainda chegámos a Havana antes da hora prevista. Pessoalmente faltou-me o ecrã individual que sempre ajuda a passar melhor a viagem. A comida é aquela coisinha básica do costume. Sinceramente a ansiedade de chegar a Cuba era tal que nem me deixou preocupar com isso!
Ao contrário do que tinha lido por aqui, a burocracia no Aeroporto não foi nada demorada. Estivemos mais tempo à espera da mala do que a passar no controlo (o mesmo não aconteceu no regresso porque estavam a mudar de turno. Ainda assim não foi nada de especial).
LA HABANA
A primeira impressão de Cuba é um pouco estranha. As funcionárias do aeroporto de mini-saias e meias de rede é algo a que não estamos habituados... nem tão pouco os muros com arame farpado que limitam o aeroporto. Nada de preocupante. Mal pomos o pé fora do aeroporto (minúsculo e velhinho) somos agradavelmente recebidos pelo calor típico das Caraíbas e pelos carros clássicos.
Segue-se a viagem do aeroporto até ao Hotel. Optámos pelo Mercure Sevilla, em Havana Vieja, e sinceramente, parece-me um dos 3 bons hotéis mais bem situados.
O Hotel é antigo, é verdade, mas o restauro que sofreu foi bastante bom e saí de lá com a impressão de que foi uma excelente escolha. Estávamos em regime de alojamento e pequeno almoço (nada de impressionante, mas muito decente. As omeletes eram fantásticas e tinha bem mais do que o básico para um bom pequeno almoço).
Chegámos por volta da hora de jantar, mas assim que pousámos as malas saímos que nem foguetes para a rua. Queríamos começar logo a "sentir" Havana. As ruas pouco iluminadas intimidam, mas depressa nos sentimos muito seguros. Passeámos pelas ruas sem nunca ser abordados. Os cubanos viam tranquilamente televisão (que se ouvia a uma centena de metros de distância) de porta e janelas abertas, conversavam e fumavam à porta de casa, ouviam música... De regresso ao hotel comemos qualquer coisa rápida e fomos dormir que o cansaço já não perdoava.
Fábrica Tabaco
A manhã seguinte foi dedicada à reunião com o representante da Travelplan, conversão de dinheiro (numa Cadeca - casa de câmbio). Depois optámos por visitar a Fábrica de Tabaco Partagás. Normalmente poderíamos ir a pé, mas como o edifício está a ser requalificado (como quase tudo em Cuba - Capitólio, Museu da Revolução e por aí adiante) tivemos de ir de táxi. Fomos até ao Parque Central e conseguimos o preço que nos tinham dito que era justo - 5 CUC's). Penso que a entrada na Fábrica custou 10 CUC's. Basicamente foram-nos "apresentadas" as diferentes marcas de Charutos (ou puros, como eles lhes chamam), explicaram-nos o processo e depois foi ver os trabalhadores em ação. No final temos a opção de comprar charutos. Bem sei que muitos de vós dirão que aí são mais caros, mas pelo menos tenho a certeza (eu que sou pouco entendida) de que eram verdadeiros. Uma das coisas que mais nos tentaram vender pela rua eram os "puros". Que havia uma cooperativa e que eram da fábrica...bla, bla, bla. Fica ao critério de cada um. O taxista, Roberto, um cubano impecável, ainda nos levou a uma loja para comprar cigarrilhas e rum. O Havana é obrigatório, mas trouxemos também uma garrafa de Ron Cubay, recomendado pelo Roberto. Escusado será dizer que o rum é baratíssimo (Havana Club numa média de 4€). Comprem onde vos apetecer...pelo que vimos os preços não variam muito: Havana, Varadero, aeroporto...tudo igual.
Bodeguita del Medio
Para almoçar, fomos direitinhos à Bodeguita del Medio. Para mim, os mojitos não são, de todo, os melhores, mas fazem parte da experiência. Gostei muito da comida (aquele feijão preto foi o melhor que já comi) e não achei excessivamente caro para uma cidade turística.
Aproveitamos a proximidade e fomos até à Catedral e à praça...mas haveríamos de voltar.
Dona Eutimia
Para jantar tínhamos destino traçado - Dona Eutimia. As críticas no Trip Advisor não me deixaram muitas dúvidas e apesar das muitas tentativas de nos levarem para outros restaurantes (eles parecem moscas atrás do mel) eu estava determinada. Não foi o restaurante mais fácil de encontrar, fica numa ruela sem saída bem perto da Catedral, mas lá chegámos. Tal como nos tinham avisado, o Dona Eutimia é pequeno e sem ar condicionado, mas seguimos o exemplo dos outros turistas e pedimos para porem a mesa na rua. Aquela mariscada e aquele mojito valeram bem a pena. A lagosta foi, sem dúvida, a melhor que comi. A cerveja (sempre Cristal) é servida pouco fresca, mas se pedirem para porem no congelador até parece que estamos a beber a bela da portuguesa Sagres. :cheers:
O jantar foi sempre ao som dos músicos de rua. E mesmo ali, a jantar no meio da rua, a ouvir "Aquí se queda la clara/La entrañable transparencia/De tu querida presencia/Comandante Che Guevara" sentimos Havana.
Andar e mais andar...tinha de ser a si. O Hotel fica a 10 minutos a pé da famosa Calle Obispo, ercaderes, Empredado e por aí fora. Há coisa melhor do que percorrê-las a pé? Não mesmo! Palacio de los Capitanes Generales, Plaza de Armas, Castillo de la Fuerza Real, Hotel Ambos Mundos, Avenida Malecón... quisemos ver tudo. Talvez menos conhecida, mas que vale bem a vista, é a Camera Obscura - Plaza Vieja - (também descoberta no Trip Advisor). Vê-se projetada, em objeto côncavo, toda Havana ao vivo e a cores. Para mim, ainda mais impressionante foi a vista lá de cima..estilo miradouro.
Como o Roberto (o taxista) nos tinha dito que era muito caro, não era a primeira opção para almoçar, mas não conseguimos resistir a todo o misticismo que envolve La Floridita. O daiquiri (sim, é caro, mas muito bom) é obrigatório. O espaço está dividido em dois - uma espécie de café e a sala de refeições (lembrou-me a casa do livro "Os Maias"...vá lá saber-se porquê). Escolhemos uma espécie de mariscada com molho de tomate e côco para dividir - eu não como muito, mas o homem sim, e saímos de lá a rebolar de tão cheios. 5*
Tropicana
Para encerrar o dia do meu aniversário em grande (sim, comemorei 26 anos em Havana ) escolhemos o famoso espetáculo do Tropicana. Tem de se ir de táxi e o preço normal é 15 CUC's por viagem. Falámos com o taxista e ele foi buscar-nos ao fim do espetáculo com direito a desconto
Antes do show, jantámos e devo dizer que não recomendo. Não era mau, mas foi a pior refeição em Havana.
Quanto ao show, como estava a ameaçar chuva, fizeram o espetáculo no anfiteatro fechado (normalmente é num ao ar livre). Pessoalmente ADOREI. Gosto muito de dança e fiquei agradavelmente surpreendida pela qualidade dos bailarinos, das coreografias, dos figurinos. Apesar disso, e de ofereceram uma garrafa de Rum e um charuto por casal, acho o preço caro.
Depois de 3 noites em Havana, seguimos para Varadero que praia, calor e não fazer "nenhum" também fazem parte da nossa lista de interesses.
Antes de chegar ao Resort deixem-me dizer que a famosa paragem a meio da viagem para beber a Piña Colada vale bem a pena. Feita com ananás e côco naturais é, realmente, a melhor que já bebi. E ainda por cima num miradouro com uma vista tão bonita... vale os 5 CUC's.
Depois de deixar quase todos os passageiros, lá chegámos ao Iberostar Laguna Azul. Ainda nem sabíamos que era a nossa paragem e eu já estava a dizer que o Resort tinha bom aspeto. Assim que entrámos serviram-nos um cocktai de boas vindas - daiquiri morango + daiquiri limão (soube-me tão bem que quase todos os dias repeti a dose). Pior foi o quarto ainda não estar pronto e termos de esperar quase 2 horas (vá lá que nos deixaram almoçar entretanto...) Finalmente temos quarto mas há duas camas de solteiro. Mais uma visita a receção e lá vamos nós mudar de quarto. Somos recebidos pela Rosa (a camareira hiper mega disponível e simpática) e ficamos instalados num quarto espaçoso, limpo e com varanda para uma das piscinas.
A comida não era lá grande coisa (bem longe do que um 5* devia apresentar) e apesar de a variedade até ser alguma, a maior parte das coisas era feita com reaproveitamento de sobras. Não sou contra isso...mas há limites. Comemos sempre bem, não passámos fome, mas acho que não aguentava mais do que os 7 dias que lá estive. O peixe grelhado na hora era sempre o mesmo (atum 7 dias), o marisco limitava-se a mexilhões e camarões cozidos e camarões na chapa ao jantar. Além disso fazem carne grelhada na hora (porco, vitela e frango), massas (muito fraquitas) e pizzas (bem boas, mas com poucos ingredientes).
Conhecemos um casal português (que vai na 8.ª visita a Cuba) que nos ofereceu uma reserva no Restaurante temático cubano e nós reservámos nos outros 3: japonês, gourmet e italiano. Jantámos decentemente em todos e só o facto de variar do buffet já foi bom.
Areia branca e fina, água quente e poucas ondas (ou quase nenhumas). Um paraíso. No último dia acordámos ainda mais cedo para ver o nascer do sol na praia e dar um mergulho com os primeiros raios de sol. Imperdível!
Por Varadero
Praia, piscina e calor é bom...mas também cansa. O autocarro turístico (também por 5 CUC's) foi a nossa escolha para visitar Varadero. Pelo caminho ainda conhecemos a Marina que não tem grande coisa que se lhe diga. Nem Varadero... foi bom para fazer umas compras na feira de artesanato. Ainda fomos a um "centro comercial" mas também nada de especial.
Já nos tinham dito que a excursão a Cayo Blanco era obrigatória e nem pestanejámos. Nadar com os golfinhos foi uma das melhores experiências de sempre. Na verdade, a ideia inicial era um grupo (de +- 10 pessoas) fazer uma fila e o golfinho ia fazendo habilidades, dando beijinhos e recebendo festinhas...mas uma pequena propina deu direito a nadar um bocadinho com "a golfinha" Nina
O snorkel foi muito fraquinho, principalmente comparado com o que fizemos no México ou na Tailândia, mas é sempre divertido!
A areia branca e a água transparente fazem de Cayo Blanco uma ilha paradisíaca, mas de vez em quando sentimos um cheiro terrível (tipo esgoto). Não sei se é normal ou não, mas com toda a certeza não é nada agradável.
A lagosta do almoço não me maravilhou...estava fria e muito seca. Só me lembro da lagosta da Dona Eutimia. Aiiiii
O cataram tinha muita pinta, bar aberto e tal...mas falta-lhe a normal alegria e animação cubanas. A verdade é que a tripulação é reduzida, mas talvez devessem ponderar contratar um animador. (Já sei que as comparações são sempre injustas, mas no México fizemos a excursão a Isla Mujeres) e a viagem foi uma verdadeira fiesta!)
Realmente Cuba é um país em mudança. Apesar de ainda ser uma prisão sem grades, aos poucos, os cubanos começam a conquistas algumas coisas. Insignificantes para nós, mas do tamanho do mundo para eles. Em que é que isto influencia os turistas? Bem, em muita coisa... em primeiro lugar no desejo de gorjeta. Acredito que sempre se sentiu, mas agora eles querem mais e melhor. Se antes ficavam contentes com uma caneta, agora querem dinheiro...e em nota. Depois começa a ser muito comum ver cubanos nos resorts de Varadero e digamos que não são os mais educados. Falam muito alto, tiram 30 pacotes de manteiga de uma vez, devoram as travessas de queijo...enfim. Pelo que nos disse um casal cubano, na televisão, até já há rábulas a gozar com este comportamento.
Sinto que já fomos um pouco tarde a Cuba, mas mesmo assim adorámos a viagem. O espírito dos cubanos, a felicidade que lhes está nos olhos e no sorriso é contagiante. E Havana...ai...Havana ficou-me no
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