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[Report] Picos da Europa

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
Boas,

Aqui vai o meu "Report" de uma viagem aos Picos da Europa em Outubro de 2011.
Desculpem a qualidade das fotos, mas tive de as minimizar para tornar a abertura do post o mais leve possível.
Se alguém quiser ver alguma foto mais em pormenor, diga que eu posto com a qualidade original (que pode não ser muita, por o fotografo não ser grande "espingarda").

Porquê os Picos da Europa?
Queria fazer umas férias diferentes… queria ir a um local acessível e que desse para fazer umas caminhadas. Após pesquisar um pouco pela net, fiquei apaixonado pelo destino e pelas rotas de caminhada. Não havia volta a dar, os Picos da Europa seriam as próximas férias.

Companhia?
Eram para ir 2 amigos, mas acabou por ser mais uma viagem a dois J

Itinerário pessoal ou roteiro turístico?
Raramente viajo através de agências. Faço eu a escolha dos voos, hotéis e etc...
Neste caso eu pretendia ir fazer uns roteiros de caminhada e os mesmos são aconselhados a serem feitos com guia (em especial para quem não tem experiência), no entanto sou teimoso e por isso fui eu à aventura (mesmo apesar de ser a minha 1º experiência em grande caminhada de montanha J não aconselho a fazerem isto em casa J).


1º dia – 3 Outubro
Saída de Coimbra com destino Cangas de Onís.
Foram cerca de 650Kms, sempre a conduzir de forma calma (para poupar na Gasolina). A viagem fez-se muito bem e sempre em segurança. Como era dia de semana, não apanhamos quase trânsito nenhum o que acabou por ser uma maravilha.

Antes de chegar a Cangas de Onís, começa-se logo a “entrar” no parque e a ver os “Picos”. Confesso que a primeira imagem que tive foi de incredulidade… como é possível existir uma paisagem tão fenomenal tão “perto” de casa e eu nunca a tinha visitado? E pior, porque ninguém fala dos Picos como destino obrigatório? Bom… estas são questões para as quais ainda não tenho resposta, pois este pequeno destino de mini-férias, acabou por ir parar logo a um dos postos cimeiros do meu TOP10.



Shot at 2011-11-02
[Primeira imagem à nossa chegada]

Nesta foto chamo à atenção para o “tempo”. Estávamos em Outubro e não se via ponta de nuvem no ar. Conheço pessoas que foram lá em Agosto e só apanharam nevoeiro (muito comum naquela zona) e ali estava eu, em pleno Outubro com umas condições meteorológicas de fazer inveja a muitos destinos de praia. Este local foi ainda o eleito para o nosso almoço, pois tínhamos levado comida para não gastar tempo em restaurantes… é que a nossa agenda estava mesmo apertadinha…

A estrada até Cangas é feita por uma garganta que nos faz parar o coração. A beleza é indescritível e as fotos não espelham o que os olhos captam. Caminhar entre paredes de pedra que nos tapam o céu é uma experiência mesmo impressionante. Pouco antes de chegar a Cangas assisti a um incêndio que era inacessível aos bombeiros… era um daqueles incêndios que é deixar arder até se extinguir por si só. à noite soube pelas notícias que naquele dia tinham havido dezenas de incêndios pelo parque L. Confesso que aproveitei a paragem para apanhar umas maças que acabadinhas de apanhar souberam mesmo bem…

Ora a chegar a Cangas, segui em direcção aos Lagos de Covadonga, pois tinha planeado fazer aqui a primeira caminhada.

MAPA
[PN-PNPE 2 “Los Lagos”]
Esta caminhada é considerada fácil. São “apenas” 5 kms dos quais apenas uma parte é feita fora de caminho acessível. O desnível é de apenas 50mts e a duração é de apenas 2,5 horas.



[Antes da Caminhada, uma ida ao WC que era no mínimo… original]



[Inicio do percurso junto ao Lago Enol]



[Esta é a fase do trilho que é mais “complicada” pois não existe trilho definido e as marcações não são visíveis. Para quem não tem qualquer experiência, pode ser uma fase mais “stressante”]



[Esta parte do trilho é a única subida que vamos encontrar. A foto não mostra a verdadeira inclinação, no entanto, para quem tiver mais dificuldade pode sempre tentar que um destes simpáticos animais lhe dei-a uma boleia :D ]



[A chegar ao Lago de La Ercina. Note-se que a casa é habitada por pastores que se encontram isolados a maioria do ano]


[As fotos não conseguem mesmo transmitir a beleza do local :( ]


[No fim do percurso e numa zona já frequentada por autocarros de turistas, encontram-se as Minas de Buferrera. Este complexo está extremamente bem aproveitado em termos turísticos e é provavelmente o local de arqueologia industrial que melhor vi preservado]



[Chegada ao final do percurso e a despedida desta zona belíssima dos Picos da Europa]



[Santuário de Covadonga, onde a revolução contra os Mouros começou, dando mais tarde origem a Portugal e Espanha]



[Ao fundo da “gruta” existe esta delicia religiosa, que não fica indiferente mesmo a quem não é religioso (como eu!)]



[Outra vista da capelinha. Por norma costuma existir uma cascata por baixo da capelinha, no entanto este era um momento de seca!]



[Santuário de Covadonga]

O dia tinha acabado e era hora de ir para o hotel que tinha marcado. Aqui, foi mais uma aventura.
Ora, eu tinha marcado o “Hotel Alda**” por 25€ com PA incluído (super preço). Chegando lá, o Hotel estava fechado e na porta estava um número de telefone. Surpreendido com a situação, mais surpreendido fiquei quando do outro lado da estrada vejo um “velho” a gritar e a chamar por alguém, depois lá me diz para eu ir ao outro lado da aldeia que o recepcionista estava a cortar lenha… lá fui ter com o recepcionista que me conduziu para a recepção (bem bonita por acaso) e após uma consulta ao PC e 2 telefonemas me disse que não íamos ficar ali. Fomos até à rua e disse para andar 1km e ir antes ao “Hotel Maria Manuela**** e SPA”. Nem queria acreditar na sorte, já na Grécia me tinha acontecido uma coisa parecida (como podem ver no outro reporte). Uma situação caricata, mas que se revelou muito benéfica a meu favor J.
Quem for para os Picos pode procurar informações sobre este hotel que recomendo vivamente, as condições são muito acima da média)



[Entrada do Hotel Maria Manuela & SPA ****]


Após o jantar foi tempo de preparar as mochilas, pois íamos fazer uma caminhada de 3 dias. A ideia era dar a volta ao maciço central num percurso circular.
 

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
2º dia – 4 Outubro

Foi um acordar cheio de energia tal era a ansiedade pela aventura que se aproximava.
O pequeno-almoço foi excelente (reafirmo que o hotel era mesmo bom) e lá chegou o momento de abandonar o conforto e ir à aventura.

O percurso do 1º dia era o mais longo, mais duro e mais perigoso e o tempo era mesmo à justa, pois para o inicio do percurso ia-se de teleférico e nesta altura do ano o 1º teleférico subia às 10 da manhã, o que nos faz logo perder no mínimo 1 hora. Para além disso o teleférico estava a mais de 90kms do Hotel. Ora, as estradas eram um pouco sinuosas, mas o pior era os autocarros e por isso comecei logo a perder imenso tempo. Assim, foi carregar no acelerador sempre que podia e em menos de 100kms consegui gastar mais gasolina que quase em 600… o que é certo é que à custa do trânsito comecei o percurso com 50 minutos de atraso. Ou seja, este é um percurso para começar no verão entre as 8 e as 9 da manhã e eu ia começar às 10:50.
Note-se que pelo caminho passei por aldeia belíssimas… a arquitectura e a forma como estão preservadas é fenomenal… mas disso falarei mais tarde… mas este impacto foi mesmo grande, acreditem…
Chegando a Fuente Dé (que só tem o teleférico e uma pousada, foi estacionar o carro e seguir logo para a zona de embarque, pois como estávamos atrasados, comecei a ficar preocupado.



[Tradicional foto do teleférico – Sobe 753mts levando-nos até à cota dos 1823mts que marca o inicio do meu percurso]

O meu percurso deste 1º dia ia ser na realidade a junção de 2 percursos marcados, mais uma zona não marcada. Alerto aqui para este “perigo”, pois para quem não tem conhecimento ou não vá acompanhado por guia é muito fácil perder-se na montanha, em especial se for um dia com nevoeiro (mt comum). Eu estava mentalizado que podia “abortar” a caminhada caso sentisse que a minha segurança estava em causa.

MAPA
[PR-PNPE 23 “Horcados Rojos – Esta é a 1ª parte do percurso]

Esta rota tem a distância de 6kms (só ida) e é feita por muitas pessoas que sobem no teleférico, vão aos Horcados Rojos e depois voltam atrás. O desnível é de 772mts (a subir) e tem a duração prevista de 2h15m. O inicio considero muito fácil (mesmo para quem vai carregado com mochilas de 10/15kgs), no entanto existe depois uma subida muito íngreme e feita por cascalho que torna a subida mais dura. Neste dia como estava muito Sol, a subida foi ainda pior.



[A parte em que o percurso era ainda muito fácil. A altura das escarpas era assustadoramente alta – do lado direito é o Pico Peña Olvidada com 2406mts (podem ver no mapa)]



[Olhar para trás a ver o que já tinha andado. Neste momento parecia que estávamos a andar muito mais depressa que o previsto. A continuar assim, iríamos chegar mais cedo que o previsto. – No mapa esta zona é a parte do caminho em ZZZZ entre Picos de Santa Ana e Hoyo sin Tierra]



[Refugio Cab. Verónica – Só vi de passagem para não perder tempo. Numa ida futura hei-de perder tempo a ir lá com calma]

Entretanto chegamos à base dos Horcados Rojos (faltava a ultima subida que tem um desnível de cerca 200mts quase verticais e atingir a Torre a 2503mts). Quando chegamos comecei a ver se havia condições para seguir pela parte fora do percurso, pois eu não conhecia bem o caminho (só pelo que vi na net) e apenas sabia que tinha de ir até uma escarpa que tinha uns cabos presos. Ora, estava eu à procura disso e vem um Sr. Perguntar se eu sabia o caminho… INCRIVEL… era um ”Tuga”… lá estivemos 20 minutos à conversa e á fiquei a saber que integrava um grupo que estava a fazer o mesmo percurso que eu, mas em sentido inverso. O engraçado é que o grupo dele, eram quase só pessoas de Coimbra também… a diferença é que levavam um guia e iriam fazer em 2 dias, o que eu planeei fazer em 1… após a conversa, lá decidi subir à Torre, sendo a subida muito rápida pois tinha-mos deixado as mochilas na base. Pelo caminho da subida, mais uma troca de palavras com o resto do grupo que estava agora a descer a Torre.



[Uma das “Tugas” a aproveitar a simpatia da vida selvagem (que de selvagem não tem nada)]


Depois de comer uma comida energética, foi hora das despedidas e seguir par a parte mais perigosa da viagem – a ida por fora do trilho em zona de alta montanha.
A 1ª parte do percurso envolvia descer dos Horcados Rojos mais de 300mts em quase rapel. Esta parte pensava eu que demorava cerca de 30 minutos, mas afinal demorou 1h30m. Acabou por ser mais difícil do que eu supunha, em especial o inicio até se habituarmos às vertigens e à falta de segurança, pois a descida é feita por um cabo que se encontra “preso”. Penso que seja bem seguro, no entanto em 2 zonas o cabo estava partido e eram zonas de escarpa. Por segurança eu tinha um cabo adicional, que me prendia à minha namorada e íamos descendo um de cada vez por segurança. Esta zona definitivamente é mais fácil fazer no sentido inverso, pois a subida pode ser cansativa, mas descer é mais perigoso em especial por causa do peso das mochilas.
No mapa a descida quase vertical é a “parede” junto à palavra Horcados Rojos até ao “buraco” que se vê por cima.



[A descer… com cuidado…]



[A parede vencida… visto assim até nem parece muito assustadora]

Depois foi “só” seguir pelo vale… eram cerca de 5kms e como referência tinha apenas umas notas que eu tinha tirado do Google Earth. Ia também a contar que o chão tivesse marcado pelos caminhantes que durante o Verão percorreram este trilho. O problema é que por vezes o trilho dividia-se e por isso enganei-me 2 ou 3 vezes, mas sempre com desvios que não influenciaram o tempo nem a distância. Nesta parte não me cruzei com ninguém, ao contrário da parte anterior onde se via muita gente a fazer o percurso.



[Parte do Vale]



[Ao longe o Pico Urriellu, para onde eu queria ir. Na foto parece pequenino, mas é apenas uma “pedrinha” com uma escarpa vertical de quase 600mts]



[Finalmente… o refugio Vega de Urriellu, o que quer dizer que tinha conseguido fazer a parte “extra” do percurso, sem grandes problemas – Nesta foto não se vê nada por causa do zoom, mas estavam uns tipos a escalar o Pico que está dentro do grupo das escaladas mais difíceis do mundo]

De notar que ao longo de todo o percurso fui sempre encontrando vários “Tugas”. Junto ao Pico Urriellu, encontrei uns “Tugas” experientes e que mesmo assim tinham andado perdidos… isto só mostra o “perigo” destas montanhas, pois os acessos (pedestres) são muitas vezes de apenas um sentido e se nos enganarmos podemos ir ter a uma zona apenas acessível por resgate de helicóptero. Infelizmente, existem dezenas de histórias, que terminaram menos bem.

Ora, daqui agora a ideia era descer até Bulnes, onde tinha um quarto reservado. Pelos planos ia fazer a rota PR-PNPE 19 (no mapa abaixo a amarelo) que era uma rota com cerca de 5kms, no entanto, ao apreciar a rota ela pareceu-me perigosa, pois tinha umas descidas em cascalho muito acentuadas e o nosso cansaço já se começava a notar. Também tinha algum receio que anoitecesse e nós ainda a fazer o trilho e podíamo-nos colocar em perigo. Assim, decidi antes fazer parte da rota PR-PNPE 21 (no mapa abaixo, é a rota do lado esquerdo) e depois “virar” em direcção a Bulnes, como podem ver no mapa. Isto fez com que o percurso ficasse muito maior, cerca de 12 kms, mas que eu pensava ser mais fácil e rápido, além disso havia muita gente a descer por essa zona, por isso se acontecesse alguma coisa, era mais fácil pedir ajuda.

MAPA
[PR-PNPE 21 + GR 202 “Pico Urriellu-Bulnes – Esta é a última parte do percurso]



[O inicio da descida. Esta zona de montanha é muito mais verde e o trilho está muito mais marcado por ser muito frequentado. Mesmo em dias de semana é normal ver muito grupos que sobem desde Sotres e depois descem pelo mesmo caminho]



[Outra visão do Pico Urriellu, também conhecido por Naranjo de Bulnes, por causa da cor alaranjada que ganha quando o Sol reflecte na Rocha. Nesta face da rocha estavam 3 alpinistas, mas por causa do zoom, nem se vêm, é que não parece, mas a rocha é meeeeeesmo grande. Por curiosidade, zona alaranjada possui inclinação negativa, o que dificulta ainda mais a sua escalada.]



[Bem que tentei ir à “pontinha”, mas há que não abusar da sorte ]



[O Pico Urriellu visto à distância. Agora já mais ideia da sua grandeza!]



[O trilho por vezes apresenta algumas passagens mesmo espectaculares… embora para algumas pessoas possam ser assustadoras]



[Já a mais baixa altitude, a cerca de 1000mts depois de termos descido outros 1000mts, temos a companhia dos simpáticos bovinos (pelo caminho apanhamos uma corça mas não consegui tirar foto), no entanto esta é a prova de algumas lacunas nos trilhos espanhóis. Em certas zonas o trilho divide-se, mas não existem marcações pelo que o caminhante fica sem saber para onde ir e esta zona até devia estar bem marcada, pois é mesmo junto a um refugio]

Depois desta foto, foi altura de “cortar” à esquerda e ir em direcção a Bulnes. Esse caminho pensava eu que era muito bom (os pés estavam já a ficar cansados de tantos kms) pois tinha a indicação que era um caminho antigo que ligava Bulnes a Sotres e que estava pedrado, no entanto e apesar de estar bem marcado, é muito complicado pois o chão é muito irregular e em zonas possui muita lama o que torna algumas descidas perigosas por causa das pedras escorregarem.
Esta zona do trilho foi uma verdadeira tormenta para nós, pois em todo o dia mal paramos para descansar (tinha-mos parado menos de 1 hora no conjunto de todo o dia) porque queríamos recuperar os atrasos acumulados de 2 horas (1 do teleférico e outra da descida dos cabos), ainda por cima como tinha-mos optado à última da hora por fazer o trilho de 12kms em vez do de 5kms, então começamos a temer ter de fazer parte do trilho à noite (não tinha lanternas, apenas luz química). Como começou a escurecer e ainda por cima o trilho era feito mesmo dentro do bosque, caminhamos uma parte às escuras o que foi um pouco perigoso, mas assim a chegada a Bulnes foi mesmo revigorante.
O meu conselho é que para quem não tenha uma boa condição física que faça este trilho em 2 dias (dormem no refugio do Pico Urriellu), no entanto, se forem de verão podem partir mais cedo (o teleférico abre mais cedo) e têm mais horas de luz do dia, pelo que ganham cerca de 5 horas a mais que dá para descansar pelo caminho. Fazer este trilho de Inverno ou no Outono como o fiz, é sem duvida um desafio ao corpo e à mente.

Chegados a Bulnes, foi ir direitos à “Casa del Chifón” que nos recebeu extremamente bem. Os quartos são maravilhosos (para quem gosta do espírito de montanha) e acolhedores.
MEU DEUS… tinha-mos feito cerca de 23 kms com as mochilas às costas quase sem parar e em caminhos de cabras (literalmente falando), subimos dos 1800mts aos 2450mts e voltamos a descer até aos 650mts, tudo isto com uma descida tipo rapel, mais o stress de ser noite e estar a fazer um trilho desconhecido, mais as “torcidelas” nos pés e a lama… uffff…voltar à civilização é uma autêntica dádiva dos Deuses da Montanha
 

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
3º dia – 5 Outubro

Este dia foi um acordar com as mazelas do dia anterior, felizmente que o passeio de hoje ia ser mais “calmo”.
Aqui faço uma ressalva para uma vez mais aclamar o bem receber das pessoas desta montanha… o pequeno almoço foi-nos oferecido pelo dono da Casa Chifón e posso dizer que foi um pequeno almoço simples, mas de fazer inveja a muitos hotéis de 4 estrelas onde já estive.

Bulnes é uma aldeia acolhedora e perdida no meio da serra. Até 2001 era a aldeia mais isolada da Península Ibérica, no entanto nesse ano inauguraram o “funicular” e passou a existir uma ligação “ao mundo”. O “funicular” é mantido propositadamente caro (bilhete só de ida foram 16€) para não atrair hordas de turistas que podem pôr em causa o equilíbrio natural da aldeia que ainda se está a habituar à ligação ao mundo.



[Vista de Bulnes]

De Bulnes, descemos pelo “funicular” até Ponte Poncebos. Este trajecto pode ser feito pelo antigo caminho pedestre, no entanto, preferimos guardar forças para a “Ruta del Cares”.



[Ponte Poncebos – Vista do Rio Cares que atravessa a garganta com o mesmo nome e por onde é feito este percurso]

MAPA
[PR-PNPE 3 “Ruta del Cares – Esta caminhada considero-a de nível fácil e possui no total 21kms, mas a maioria das pessoas faz só entre Ponte Poncebos e Cain. Eu não fui excepção e também só fiz esse trecho, pois essa é sem duvida a parte mais bonita do trajecto (e provavelmente de todos os Picos da Europa) e isso reduz a caminhada para uns meros 12 kms]


[Os avisos nunca são de mais… Esta caminhada é extremamente frequentada (a mais frequentada que alguma vez vi) e apesar do aviso, existe muito pessoal do BTT a fazer o caminho, pelo que grande parte dos acidentes neste caminho devem-se a atropelos de caminhantes por parte de ciclistas. é preciso ter algum cuidado, em especial durante o verão em que o caminho é quase caótico de tanta gente a fazê-lo]



[à espera de um raio de Sol]



[Uma das partes “deliciosas” deste trilho… Para algumas pessoas pode ser um pouco assustador, mas ao fim de algum tempo torna-se normal, estar a caminhar na berma de um precipício]



[E mais uma parte “deliciosa”]



[Alguns túneis que vão aparecendo pelo caminho]



[Uma visão… assombrosa…]



[Esta é uma das “imagens” mais conhecidas deste trilho… por isso aqui fica a foto da praxe]



[O porteiro… em muitas fotos da Web tinha visto este simpático bode sempre aqui neste local… parece uma estatua, mas é um porteiro sempre à espera que lhe atirem um pouco de comida que com sorte é uma barrita energética (eu não lhe dei nada, mas vi um grupo de pessoas a dar-lhe bastante comida)]



[Esta garganta é também bastante procurada pelos amantes do canyoning. Confesso que também eu fiquei com vontade de fazer o percurso pela àgua, no entanto aviso já que aquilo não é água, é “gelo em estado liquido”… brrrr]



[Wild Nature]



[A simpática Cain, presa entre montanhas]

De Cain, apanhei um táxi-Jipe para Cordiñanes (está no mapa) onde paguei 30€ pelos 6kms. O exagero do preço foi compensado pela simpatia da condutora que deu dicas de viagem, falou das tradições, mostrou locais e contou as suas histórias. O preço exagerado é compreensível quando vemos que o táxi tem de vir no mínimo de Posada de Valdeon até Cain e depois regressar “à base”. Por acaso questiono-me porque não existem táxis parados em Cain para levar as pessoas de volta ao inicio do percurso (ou a outro local), pois a quantidade de pessoas a fazer o percurso é enorme e acredito que a maioria não tenha vontade de voltar atrás pelo mesmo caminho por muito bonito que ele seja…
A dormida foi feita na Pensão El Tombo, que honestamente não é má, mas também não foi nada de extraordinário.
 

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
4º dia – 6 Outubro

Este dia acordamos com uma grande indefinição. Estávamos cansados pelos dias anteriores (em especial o 1º dia), e tínhamos pela nossa frente uma caminhada extremamente perigosa… não era muito comprida mas envolvia fazer a subida extremamente dura em cascalho (1200mts de desnível em 4kms, o que dá cerca de 4horas) até ao Collado Jermoso, mais a descida até Fuente Dé (mais um desnível de quase 1000mts também em cascalho), para terminar o nosso percurso. Além deste ser o percurso menos interessante, estávamos com receio do tempo, pois havia previsões de chuva e intensos nevoeiros para este dia. Após ponderação, optamos por uma alternativa mais segura e assim chamamos novamente o táxi-jipe que seguindo os conselhos da Sra. lá nos levou até “Horcada de Valcavao” e dai seria sempre a descer até Fuente Dé (cerca de 8kms com desnível de 750mts). Apesar de termos pena de não ter feito o trilho que tínhamos mercado, vimos logo que esta tinha sido a melhor opção, pois quando começamos o trilho vimos que estava muito nevoeiro e nuvens espessas na zona onde havíamos de ter passado. Podia ter corrido tudo bem, mas com o cansaço, subir escarpas de cascalho no meio de nevoeiro, podia ter estragado as nossas férias, assim, esta foi sem duvida a melhor decisão, além disso o trilho fez-se bem e chegamos mais cedo ao carro. Numa próxima faremos a outra parte do trilho.



[Protecção para o gado não fugir. Como podem ver este trilho é um caminho pelo que é de progressão fácil. Como parte do caminho é feito por um bosque, a beleza compensou logo o facto de estarmos aborrecidos de não termos feito o trajecto que tínhamos originalmente planeado.]



[Hora da “paparoca”]



[E pronto… 3 dias depois estávamos novamente em “Fuente Dé”. A chegada foi um misto de alivio com emoção, pois sabíamos que tínhamos feito uma caminhada que nos deu grande prazer e que infelizmente nem todas as pessoas têm oportunidade de fazer.]

Como ganhamos tempo pela caminhada ser mais curta, decidimos ir visitar algumas aldeias que já tínhamos passado quando no 1º dia tínhamos feito a “louca” viagem de carro. Assim, Fomos até Potes, que é uma aldeia próxima de Fuente Dé e que vale mesmo a pena a visita.
Aproveitamos para almoçar nesta aldeia que tem uma beleza única.



[Vista dos restaurantes à beira rio, onde por acaso almocei muito bem]

Depois de almoço, demos uma volta pela aldeia para apreciar a arquitectura e artesanato que se encontram extremamente bem aproveitados, não só nesta aldeia, mas por todos os Picos da Europa.
Após a visita à cidade, seguimos caminho e fomos à Igreja de Liebana que é uma igreja extremamente bem preservada e que conta com mais de 1000 anos. A sua visita é obrigatória, não só pela história envolvente, como pela Santa que se encontra a amamentar Jesus, ou até mesmo pelo cemitério ou pela guia que nos fez a visita guiada, que é sem dúvida uma personagem única… a sra. é como se fosse um desenho animado em carne e osso…



[O cemitério mesmo frente à igreja. A mim (e por jeitos a quase todos os visitantes) suscita uma atracção inexplicável. é normal encontrar turistas a contemplar o cemitério durante largos minutos. A mim, o que me chamou à atenção foi a simplicidade e o facto de ver uma campa em que a pessoa tinha morrido com 92 anos, depois olhei para a do lado e tinha morrido com 90, mesmo ao lado a outra tinha morrido aos 89 e depois aos 90… e por ai fora… impressionante a longevidade das pessoas que viveram uma vida quase isoladas das “comodidades” da cidade e dos sistemas de saúde actuais.]



[A igreja que se mantém quase intacta á mais de 1000 anos. O refugio do cristianismo na Península Ibérica]

Depois de mais alguma paragens pelo caminho (inclusive para apanhar algumas castanhas J), chegamos de novo ao Hotel Alda ** que nos enviou de novo para o Hotel Maria Manuela & SPA ****, e nós, obviamente que todos chateados lá fomos de novo para este fantástico hotel.
 

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
5º dia – 7 Outubro

Após mais uma noite muito bem passada no Hotel Maria Manuela e de um revigorante pequeno-almoço, seguimos até Cangas de Onís para ir conhecer a cidade.



[Imponente igreja de Cangas de Onís.]



[Reprodução da Cruz da Vitória, suspensa na ponte Romana. Podem ver-se também vários cadeados que são colocados na ponte nova. Estes cadeados são escritos com nomes de pessoas, mas não sei o que significam. Parece-me que ficam juntos por família, o que significa a união da família, mas não tenho a certeza, se alguém souber eu agradeço, pois o “espectáculo” é muito curioso.]

Depois de Cangas de Onís, segui para norte até à zona de Ribadessela, já na costa, e por ai segui por estradas rurais até Gijón, onde almocei e preparei-me para voltar a Coimbra onde já cheguei a altas horas da noite.


Notas finais:
Esta foi uma viagem inesquecível. Os Picos da Europa são um destino a repetir mais vezes e se possível com mais companhia, pois este é um destino que merece que todos o visitem.
A minha viagem foi um pouco peculiar no sentido em que fui fazer 3 dias de caminhada e essa foi um dos pontos altos da viagem, no entanto, para quem não gosta/pode fazer caminhadas, os Picos continuam a ser um excelente destino.
Para quem vai apenas visitar (não vai fazer caminhadas), aconselho a que pelo menos tentem fazer a “Ruta del Cares”.
Uma visita a Covadonga (Lagos e Santuário) é também obrigatória, bem como ir a Potes. Bulnes é uma aldeia a visitar, mas o preço do “funicular” pode ser impeditivo, se não forem lá, também não é o “fim do mundo”, no entanto uma ida pelo teleférico de Fuente Dé vale mesmo a pena, se não for pelas vistas, é pelo “gozo” de ouvir os comentários dos passageiros que se afligem com as vertigens…

Os Picos são um destino de férias de muitas pessoas e sinceramente não aconselho viagens em época alta. Pelo que me contaram, nas estradas existem sempre muitas filas, os estacionamentos ficam cheios e por vezes a policia até corta o acesso a carros particulares (nos lagos isso ocorre com muita frequência). Penso que ir de férias para a Natureza e “gozar” o stress da cidade é um mau negócio, por isso tentem escolher uma época com bom tempo mas que não seja Julho/Agosto e já agora tentem evitar os fins-de-semana. Eu fui durante a semana em Outubro e mesmo assim vi muito mais gente do que eu pensava, por isso nem imagino o caos que será em épocas turísticas.
Quanto a viagens de inverno, tenho alguma curiosidade, mas confesso que não gostei de ver os Picos com nuvens… perde-se todo o sentido, pois não se vêm os cumes já que as estradas são de baixa altitude, por isso penso que de Inverno só se for pela neve, mas mesmo assim à que escolher dias com poucas previsões de nevoeiro, senão não se vê nada e dá-se a viagem por “mal empregue”.

Para quem pense em fazer caminhadas aconselho a que as estudem muito bem, mesmo para quem já tem experiência, em especial se forem fazer caminhadas de alta montanha. Tenham em atenção ao tempo, pois com nevoeiro existem zonas perigosas… Podem consultar os serviços meteorológicos espanhóis que eles têm uma previsão exclusiva para a montanha e posso dizer que com uma semana de antecedência acertaram em cheio (inclusive no mau tempo do ultimo dia, o que me fez mudar os planos e ainda bem que assim o fiz). Os passeios são brutais, mas não arrisquem com mau tempo, até porque se estiver mau tempo não vão “gozar” a paisagem, por isso vão arriscar a vossa “vidinha” em prol de nada.



Espero que tenham gostado. Sintam-se livres para qualquer questão, comentário ou critica.
Ricardo Rodrigues
 
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Reações: B&C

TeK

Membro Conhecido
Obrigado pela partilha, para os amantes do trekking, têm aqui um bom início para os seus planos se forem para este destino.

Eu embora goste de fazer caminhadas, este local sem neve e prancha nos pés para mim é impensável, se morasse perto talvez pensasse nisso... eheh

Cumpts
 

Carfil

Membro Novo
Parabéns pelo report, adorei.
Fiquei super entusiasmada ao ler as tuas descrições, é um destino que quero mesmo visitar, quando o fizer vou seguir o teu report.
Ainda não tenho a certeza se irei visitar os Picos no inicio de Dezembro, mas se o fizer daqui a umas semana vou chatear-te com algumas questões.

Fico grata pela partilha.

Carfil
 

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
Obrigado pela partilha, para os amantes do trekking, têm aqui um bom início para os seus planos se forem para este destino.

Eu embora goste de fazer caminhadas, este local sem neve e prancha nos pés para mim é impensável, se morasse perto talvez pensasse nisso... eheh

Cumpts
Obrigado,

Eu tb adoro uma prancha nos pés e já nem vejo a hora de de haver neve como deve ser para ir "rapar" um pouco de :brr:

No entanto posso dizer que este destino mesmo sem neve ficou-me muito marcado... para quem gosta de Natureza, e por muito que me custe dizer, este destino é bem melhor que o Gerês... faz-me lembrar os Alpes.
Por norma, eu detesto montanha com bom tempo, e isso foi o que me surpreendeu mais nos Picos... é que esta montanha sem Neve é um espectáculo...

Se te fizer confusão, podes sempre levar a prancha e tentar descer uma zona de cascalho... não te esqueças é de levar capacete :D :D
 

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
Parabéns pelo report, adorei.
Fiquei super entusiasmada ao ler as tuas descrições, é um destino que quero mesmo visitar, quando o fizer vou seguir o teu report.
Ainda não tenho a certeza se irei visitar os Picos no inicio de Dezembro, mas se o fizer daqui a umas semana vou chatear-te com algumas questões.

Fico grata pela partilha.

Carfil
Obrigado,

Quanto às questões fico a aguardar.

Tem em atenção que indo em Dezembro o cenário vai ser bem diferente, por exemplo, é possível que o acesso aos lagos de Covadonga estejam encerrados, além disso os lagos costumam gelar, o que muda completamente o cenário. No entanto o acesso ao "resto" dos Picos dever-se-à fazer facilmente e estas paisagens com Neve... ui... ui... Leva-me ctg :blush: :blush:
 

BrunoC

Membro
Grandes fotos. Estive nos Picos no ano passado em Junho e não apanhei tão bom tempo...que sorte a tua!
Eu fui de mota e não fiz caminhadas mas gostaria de lá voltar para dar uns passeios pelo campo.
Destino obrigatório para quem gosta de Natureza.
 

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
Grandes fotos. Estive nos Picos no ano passado em Junho e não apanhei tão bom tempo...que sorte a tua!
Eu fu ide mota e não fiz caminhadas mas gostaria de lá voltar para dar uns passeios pelo campo.
Destino oobrigatório a quem gosta d eNatureza[sup].[/sup]
Obrigado, no entanto,

Em relação as fotos, as mesmas estão uma "treta" pois reduzi a qualidade para o post ficar muito "leve" a abrir.
Quanto ao tempo, foi sorte, mas tb foi algum cuidado, pois nos 15 dias anteriores andava sempre a ver as previsões, de tal forma que as marcações foram feitas no dia anterior à viagem, pois não tinha a certeza em que dia da semana iria sair, se iria no Domingo, na Segunda, Terça ou Quarta, por causa dos nevoeiros. Corri o risco de pagar mais em alojamento, mas no fim compensou bastante, pois acabei por apanhar os melhores dias.

Quanto à viagem de moto-turismo, já vi que aquele é um destino de eleição para isso... muitos dos reports que encontrei na net eram de moto-turistas. Curiosamente neste portal (e não só) existem muito poucos reports acerca deste destino. Vamos ver se isso agora muda :D
 

TeK

Membro Conhecido
Obrigado,

Eu tb adoro uma prancha nos pés e já nem vejo a hora de de haver neve como deve ser para ir "rapar" um pouco de :brr:

No entanto posso dizer que este destino mesmo sem neve ficou-me muito marcado... para quem gosta de Natureza, e por muito que me custe dizer, este destino é bem melhor que o Gerês... faz-me lembrar os Alpes.
Por norma, eu detesto montanha com bom tempo, e isso foi o que me surpreendeu mais nos Picos... é que esta montanha sem Neve é um espectáculo...

Se te fizer confusão, podes sempre levar a prancha e tentar descer uma zona de cascalho... não te esqueças é de levar capacete :D :D
Fazer 2400km para ir lá e não ter neve, doi... eheh

Pra isso, prefiro ir um fim-de-semana a uma ilha portuguesa ou espanhola com natureza do género ou mesmo ficar por cá (Gerês, Alentejo).

;)
 

BrunoC

Membro
Em relação as fotos, as mesmas estão uma "treta"
Tens razão, o que eu queria dizer era que fotografaste umas coisas porreiras.

De facto quando mostro as minhas fotos as pessoas nunca sabem onde são os Picos da Europa e pensam que ficam muito longe.
Já estou com saudades de lá voltar...excelentes paisagens, boa comida (nunca pensei comer tão bem em Espanha) e malta porreira.

Quando lá voltar, vou certamente reler o teu tópico para me ajudar no planeamento.
 

Rute Cunha

Membro Novo
Parabéns pelo report Ricardo!

Há muito que planeio uma viagem pelos picos da europa de moto ... um dos problemas que encontro sempre é o tempo versus a altura do ano em que pretendo ir :S talvez em 2012 me inspire e faça a viagem ... :)

Belas fotos! Obrigada pela partilha!

Rute C.
 

Bee

Membro Conhecido
Um destino diferente mas muito interessante!!! e o melhor.... aqui tão perto :D

Há uns meses falei com um amigo que lá foi e recomendou. Mas uma opinião nesse sentido.

Obrigado pela partilha Ricardo! ;)
 

Ricardo Rodrigues ZAP

Membro Conhecido
Olá Maravedi

Excelente Report.
As paisagens são simplesmente brutais!

Cumprimentos
Boas,

sim são... e agora imagina, normalmente as fotos não conseguem "passar" nem metade da beleza dos locais... estas então, estão com qualidade péssima por isso ainda passam menos... dá para imaginar como será ao vivo e a cores? é bem certo que eu tive sorte com o tempo, mas mesmo assim, no ultimo dia estava tudo enevoado e a beleza não se escondeu.
Para este ano já estou a planear nova ida, mas desta vez com um grupo de pessoas, pois já falei com várias pessoas que gostavam de ir, mas ninguém quer ir para lá sozinho... porque será???

Estou aqui estou a deixar o negócio e dedico-me a fazer de guia
 

CarpeDiemMan

Membro Conhecido
Boas,

sim são... e agora imagina, normalmente as fotos não conseguem "passar" nem metade da beleza dos locais... estas então, estão com qualidade péssima por isso ainda passam menos... dá para imaginar como será ao vivo e a cores? é bem certo que eu tive sorte com o tempo, mas mesmo assim, no ultimo dia estava tudo enevoado e a beleza não se escondeu.
Para este ano já estou a planear nova ida, mas desta vez com um grupo de pessoas, pois já falei com várias pessoas que gostavam de ir, mas ninguém quer ir para lá sozinho... porque será???

Estou aqui estou a deixar o negócio e dedico-me a fazer de guia
Olá Maravedi

Eu sempre que tiro fotos fico com a mesma sensação com que tu ficas. Nunca mostram a beleza dos locais como os vemos.
Pois é, eu percebo essas pessoas :). Eu também não me metia armado em heroi a fazer determinadas caminhadas, a não ser que já tivesse alguma experiência.

Cumprimentos
 
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